Maio 07, 2025
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A CUT e demais centrais sindicais entregaram, na tarde desta terça-feira (29), ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a pauta de reivindicações da classe trabalhadora. Entre outras demandas urgentes, quatro se destacam: a redução da jornada de trabalho sem redução salarial; o fim da escala 6 x 1; a isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil e a taxação dos super-ricos.

Leia a íntegra da pauta aqui.

Além dos presidentes das centrais sindicais, estiveram presentes o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, a ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais da presidência da República, Gleisi Hoffman, ministro-chefe da secretaria Geral da Presidência da República, Marcio Macêdo e o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho.

A entrega do documento foi parte da agenda de mobilização em Brasília nesta terça-feira. Milhares de trabalhadores e trabalhadoras de todo o país, organizados pela CUT, centrais e entidades filiadas (confederações, federações e sindicatos) participaram nas primeiras horas do dia da Plenária da Classe Trabalhadora e, logo após, da caminhada na Esplanada dos Ministérios.

Marcha deixa sentimento de garra para enfrentar o futuro

Mais cedo, durante a marcha, dirigentes sindicais discursaram ao público sobre a necessidade de a classe trabalhadora estar sempre alerta e preparada para enfrentar os constantes ataques da extrema direita à democracia e, claro, aos direitos sociais e trabalhistas.

O presidente nacional da CUT, Sergio Nobre, além de defender o teor da pauta, lembrou que os direitos dos trabalhadores passam pelas próximas eleições e que, por isso, a manifestação de hoje foi decisiva para enterrar a direita em 2026. “Precisamos reeleger o nosso presidente Lula, que é o grande pai da classe trabalhadora no Brasil, aquele que nos ensinou o caminho da luta para chegarmos até aqui”, afirmou Sergio Nobre.

É preciso ressaltar que a direita e a extrema direita foram responsáveis pela reforma Trabalhista em 2017, que retirou mais de 100 direitos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), permitindo a pejotização e a terceirização sem fim, e a reforma da Previdência de 2019, que aumentou o tempo de contribuição e diminuiu o valor de aposentadorias e pensões. Hoje o movimento sindical luta para pela ampliação dos direitos trabalhistas.

“A gente sabe que nenhum direito que a classe trabalhadora tem caiu do céu ou foi benefício dado por alguém, foi com muita mobilização e com muita luta”, reforçou Sergio Nobre ao incentivar os trabalhadores a se manterem firmes na luta por seus direitos.

A necessidade do reconhecimento de que o presidente Lula teve e tem um papel importante na defesa dos trabalhadores também foi enfatizada pelo secretário de Administração e Finanças da CUT, Ariovaldo de Camargo, ao ressaltar que é preciso que a pauta da classe trabalhadora seja contemplada pelas decisões governamentais.

“Estamos vivendo um momento de muitas transformações e a Central Única dos Trabalhadores fazendo chegar ao presidente Lula a voz do povo, nossa pauta será entendida e, assim o conjunto dos trabalhadores terá orgulho de ter um operário na Presidência da República”, disse Camargo.

Para o secretário Geral da CUT Nacional, Renato Zulato, a marcha cumpriu o com as expectativas e a presença dos trabalhadores e representantes dos seus sindicatos demonstrou unidade na defesa de direitos e da democracia.

“Temos que ficar mobilizados! Mas voltem aos seus estados com a cabeça erguida, porque vocês estão aqui na rua, mais uma vez, e estão na luta pelo nosso direito à democracia que havia sido tirado de nós no governo passado”, disse Zulato.

A defesa da pauta dos trabalhadores passa também pelo plebiscito popular, lembrou o secretário de Mobilização e Relação com os Movimentos Sociais da CUT, Milton dos Santos Rezende, o Miltinho. O plebiscito levará à população brasileira três importantes temas, para que ela responda sim ou não: a redução de jornada de trabalho sem a redução de salário, o fim da escala 6x1 e a justiça tributária, com a isenção de imposto de renda para quem ganha até 5 mil reais e aumento da cobrança para quem ganha acima de 50 mil.

“Há uma identidade política nesse movimento, estamos aqui juntos, fortes, vamos construir esse processo, a nossa ideia de fazer um plebiscito nacional onde milhões de pessoas participem, não só os trabalhadores, não só os sindicalistas, mas o conjunto da cidade e do campo. A largada é agora, nesse dia 29, nessa marcha que as centrais e os movimentos sociais estão construindo”, disse Miltinho.

A presença feminina na luta pela redução da jornada sem redução salarial e o fim da escala 6 X 1 foi elogiada pela secretária da Mulher Trabalhadora da CUT Nacional, Amanda Corcino.

“As longas jornadas são cruéis em especial às mulheres trabalhadoras, porque nós temos uma jornada de trabalho muito maior, mais exaustiva, nós temos a jornada do trabalho remunerado, mas também temos a jornada que é das atividades de cuidar, das atividades domésticas, então para nós mulheres vai ser um ganho muito grande, que a gente consiga reduzir essa jornada, para que possamos ter mais tempo para nos dedicar aos nossos cuidados, a nossa militância e a gente trazer mais mulheres para a política”, disse Amanda.

Texto: CUT Brasil

O Comando Nacional dos Bancários se reuniu nesta segunda-feira (28), no Sindicato dos Bancários e Bancárias de Brasília, no Distrito Federal. O grupo aprovou a Consulta Nacional 2025 e discutiu a participação dos bancários na Marcha da Classe Trabalhadora, onde serão defendidas as pautas da redução da escala 6x1 e do Projeto de Lei (PL) nº 1.087/2025, que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda (IR) para quem recebe remuneração de até R$ 5 mil/mês, desconto do IR para quem ganha até R$ 7 mil/mês e propõe a taxação para os super-ricos (pessoas com remuneração acima de R$ 600 mil por ano).

A categoria também compartilhou as datas das conferências estaduais e regionais.

Marcha da Classe Trabalhadora
 

O encontro começou com o apoio dos representantes das federações à Marcha da Classe Trabalhadora, organizada pelas centrais sindicais, incluindo a Central Única dos Trabalhadores (CUT), e que será realizada nessa terça-feira (29).

As principais pautas que serão defendidas neste ano são a redução da jornada de trabalho, com o fim da escala 6x1, e o PL da isenção do IR, de iniciativa do governo federal, em tramitação no Congresso.

“Apesar de a categoria bancária já ter conquistado a escala 5x2, nós somamos força às demais categorias pelo fim da escala 6x1. A redução da jornada, com manutenção dos salários, é uma forma de compartilhar os benefícios dos avanços da tecnologia com toda a sociedade, contribui para a redistribuição de renda e induz a criação de empregos”, destacou, na abertura, a coordenadora do Comando Nacional dos Bancários e presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira.

Em relação ao PL de isenção do imposto de renda, a também coordenadora do Comando Nacional, Neiva Ribeiro, reforçou que a categoria tem papel importante para ajudar na ampliar da discussão do tema na sociedade, de forma a aumentar a pressão sobre o Congresso Federal para que a medida seja aprovada. “Temos que combater as fake news (notícias mentirosas), que distorcem a importância desse projeto de lei, porque nele contém a taxação dos super-ricos, para que ocorra o equilíbrio fiscal e se tenha justiça tributária: quem ganha menos paga menos e quem ganha mais paga mais”, completou.


Consulta Nacional

O Comando Nacional também aprovou o conteúdo da Consulta Nacional aos bancários e bancárias 2025 e o seu lançamento no dia 15 de maio.

"A Consulta Nacional, realizada todos os anos, é uma estratégia para entender a categoria, suas demandas, e para construir as nossas agendas de reivindicações", explicou Juvandia Moreira. 

Entre os temas que estão contemplados na Consulta Nacional 2025 estão avaliações sobre as conquistas obtidas ao longo da história pela categoria, os principais anseios dos trabalhadores do setor e como avaliam questões macroeconômicas e políticas do país, como, por exemplo, o PL que amplia a isenção do IR e propõe a taxação aos super-ricos.


Análise de conjuntura

Comando Nacional dos Bancários convidou Paulo Gil, auditor-fiscal aposentado da Receita Federal e vice-presidente do Instituto Justiça Fiscal, para discutir a importância do projeto de lei de isenção do imposto de renda.

"Não existe nenhum país do mundo que aumentou fortemente a despesas governamentais, para melhorar a qualidade de vida da população, sem a tributação progressiva: ou seja, quem ganha mais, paga mais", explicou Gil.
 

"A tributação tem o papel de estabilizar, coordenar a economia, para que o investimento seja feito de forma direcionada pelo Estado. Para isso, o Estado tem que criar estratégia para que os mais ricos não entesourem dinheiro, enquanto os mais pobres e a classe média são demasiadamente onerados. Por isso, o sistema fiscal, além de fazer a distribuição correta dos gastos, tem que reduzir as desigualdades, exigindo mais dos super-ricos", completou.

Ainda, segundo o especialista, atualmente, na estrutura tributária brasileira, 59% da tributação recai sobre os preços, portanto penaliza mais os consumidores, portanto, atinge sobretudo a população de baixa renda e a classe média. Assim, o Projeto de Lei (PL) nº 1.087/2025 seria uma maneira de reduzir essa distorção, por meio do Imposto de Renda. Segundo Gil, os mais ricos pagam uma alíquota efetiva de IR de cerca de 4,5%, muito inferior ao que paga um bancário (perto de 8%).

“Em 2022, na faixa onde o ‘mais pobre’ dos super-ricos recebe cerca de R$ 2 milhões/mês e o ‘mais rico’ R$ 110 milhões/mês (grupo que representa 0,01% dos declarantes do Imposto de Renda) pagava entre 4,46% e 5,15%. Mas, uma matéria recente, divulgada no jornal Valor Econômico, mostrou que a Receita Federal identificou três pessoas no Brasil que tiveram rendimentos superiores a R$ 1 bilhão, em 2022, mas, tiveram alíquota de Imposto de Renda em torno de 2%”, ressaltou Paulo Gil.

Conferências já definidas

Das 11 federações que fazem parte do Comando Nacional dos Bancários, 7 já definiram locais e datas de suas conferências. Veja:

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 Fonte: Contraf-CUT

Nesta terça-feira, 29 de abril, trabalhadores e trabalhadoras de todo o país se reuniram, em Brasília, para a Marcha da Classe Trabalhadora.

O Sindicato dos Bancários da Baixada Fluminense esteve presente através dos diretores Pedro Batista e Fernando Correia.

A mobilização foi Organizada pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) e outras centrais sindicais, e reuniu milhares de trabalhadores de diversas categorias, com o objetivo de defender os direitos dos trabalhadores e reivindicar por condições melhores no mercado de trabalho.

Pela manhã, os manifestantes se reuniram em uma plenária para aprovar a atualização da pauta, contemplando os anseios de trabalhadores rurais e urbanos, do serviço público e privado. Em seguida fizeram uma marcha até a Esplanada dos Ministérios, onde entregaram, simbolicamente, a pauta da classe trabalhadora para os parlamentares, o Poder Judiciário e presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Entre as reivindicações da marcha, está o fim da escala 6×1. O movimento pleiteia a redução da jornada de trabalho, sem redução de salários, por meio da aprovação de uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que visa diminuir a carga horária semanal para 36 horas.

A central também exige a isenção do Imposto de Renda para aqueles que ganham até R$ 5 mil por mês, medida que busca aliviar a carga tributária para os trabalhadores de menor renda. A marcha visa pressionar o governo e o Congresso Nacional a atenderem essas demandas e outras pautas para os trabalhadores, como a revogação das reformas Trabalhista e da Previdência, a valorização do salário mínimo, a ampliação dos direitos trabalhistas e a geração de mais empregos formais.

A CUT e seus aliados veem a mobilização como essencial para a construção de um Brasil mais justo, onde os direitos da classe trabalhadora sejam respeitados e ampliados.

Seminário Nacional Ampliado
Data: 28 de abril de 2025
Local: Teatro dos Bancários de Brasília
Horário: a partir das 14h

  • Objetivos:
  • debater e fortalecer a pauta dos trabalhadores para a Marcha da Classe Trabalhadora;
  • Visa reforçar a participação nas ações estratégicas da Marcha.

Marcha da Classe Trabalhadora

  • Data: 29 de abril de 2025, em Brasília.
  • Pautas principais:
  • Redução da jornada de trabalho sem redução salarial;Fim da escala de trabalho 6x1;
  • Isenção de imposto para renda de até R$ 5 mil;
  • Outras pautas no texto abaixo.

Entrega da pauta

  • Representantes das centrais sindicais entregarão a Pauta da Classe Trabalhadora ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva após a Marcha.
  • Entrega da pauta à Câmara dos Deputados e ao Senado.

Leia a íntegra do texto:

O Comando Nacional dos Bancários realiza, nesta segunda-feira (28), no Teatro dos Bancários de Brasília, a partir das 14h, um Seminário Nacional ampliado, para debater as pautas que compõem a Marcha da Classe Trabalhadora e seus efeitos na organização sindical da categoria e dos trabalhadores. A atividade será exclusivamente presencial.

“Uma das pautas de reivindicação deste ano é a redução da jornada, com manutenção dos salários, como uma forma de compartilhar os benefícios dos avanços da tecnologia com toda a sociedade. Outra bandeira de destaque na marcha é a justiça tributária, com o nosso apoio ao projeto de lei que amplia a inserção do imposto de renda para os trabalhadores e cobrança de imposto dos super-ricos”, destacou na abertura a coordenadora do Comando Nacional e presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira.

A realização do seminário foi definida em reunião do Comando Nacional dos Bancários ocorrida no dia 31de março de 2025, quando foi aprovada a participação nas ações estratégicas para fortalecer e atualizar a pauta dos trabalhadores na Marcha da Classe Trabalhadora, que será realizada nesta terça-feira (29), também em Brasília.

Ao final da Marcha, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva irá receber os representantes da CUT e das demais entidades (Força Sindical, UGT, CTB, CSB, NCST, Pública e Intersindical) que compõem o Fórum das Centrais Sindicais, que entregarão a Lula a Pauta da Classe Trabalhadora.

A Marcha

A Marcha em Brasília tem como pautas a redução da Jornada de Trabalho, sem redução salarial e o fim da escala 6X1. As centrais defendem ainda a isenção do imposto para quem tem renda até R$ 5 mil; as pautas dos trabalhadores e trabalhadoras no Serviço Público das esferas municipal, estadual e federal, com a valorização do serviço público, fim do confisco, pela manutenção do RJU (Regime Jurídico Único), pela regulamentação da negociação coletiva (Convenção 151); a valorização da Agricultura Familiar, o cumprimento da lei de igualdade salarial entre homens e mulheres, transição energética justa, combate ao racismo e à LGBTQIA+fobia, entre outras reivindicações. 

A Marcha será o ponto alto da Jornada Nacional de Lutas da Classe Trabalhadora, que teve início no dia 9 de abril com um ciclo de debates em parceria com o Dieese em vários estados do Brasil.

Programação

A concentração será às 8h, no estacionamento do Teatro Nacional/Praça da Cidadania. Às 9h, será realizada a Plenária. Às 10h30, a saída da Marcha rumo ao Congresso Nacional, onde a pauta será entregue à Câmara dos Deputados e ao Senado.

Fonte: Contraf-CUT, com informações da CUT Brasil

A Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú se reuniu na tarde da última sexta-feira (25/4) com representantes do banco para mais uma rodada de negociação do Programa Complementar de Resultados (PCR). A reunião teve início com a apresentação, por parte do banco, de uma proposta considerada insuficiente pelo movimento sindical: reajuste de apenas meio ponto percentual acima da inflação de março (IPCA de 5,20%), com um retorno sobre patrimônio líquido (ROE) estipulado em 23%.

“Conseguimos resistir às propostas de diminuição dos reajustes da PCR, desde o começo do ano, e conseguimos avançar um pouco mais em relação ao acordo anterior”, comentou José Renato Riscado, representante da Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro dos Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo (Fetraf RJ/ES), e que participou virtualmente da reunião.

Diante da baixa proposta e do aumento do ROE – o que, na prática, dificulta o acesso à faixa mais alta do PCR pelos trabalhadores –, a COE Itaú rejeitou prontamente os termos iniciais apresentados pelo banco.

Após um intervalo de 30 minutos solicitado pela direção do Itaú, o banco retornou à mesa com nova proposta: reajuste de 6,25% (inflação de março mais 1%) e ROE de 22,1%.

Os valores propostos por faixa ficaram assim:

  • Primeira faixa (ROE até 22,1): R$ 3.908,05
  • Segunda faixa (ROE acima de 22,1): R$ 4.096,42
  • O banco também apresentou uma alternativa: aplicar o reajuste da categoria, negociado para setembro, no valor da PCR pelos próximos dois anos, mantendo o ROE em 22,1.
  • Em ambas as propostas, o reajuste do segundo ano seguiria o índice definido para a categoria nas negociações da campanha salarial.

As propostas serão levadas para avaliação da categoria. “Apesar da proposta não ser a que queríamos, os representantes da COE avaliaram que houve um aumento significativo em relação à primeira proposta apresentada pelo banco. Fruto da pressão dos sindicatos, conseguimos avançar na negociação”, afirmou Valeska Pincovai, coordenadora da COE Itaú.

*Fonte: Fetraf RJ/ES com informações da Contraf-CUT

A saúde e as condições de trabalho dos bancários e bancárias foram pauta da reunião da Mesa de Saúde entre o Comando Nacional dos Bancários e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), realizada na manhã desta sexta-feira (25), em São Paulo.

A reunião começou com o debate sobre as Normas Regulamentadoras (NRs), com foco nas NRs 1 e 17. A NR-1, recentemente atualizada pela Portaria MTE nº 1.419/2024, determina que as empresas devem identificar, avaliar e controlar riscos psicossociais, como estresse, assédio moral e burnout. Já a NR-17 estabelece parâmetros para adaptar as condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, promovendo saúde e bem-estar no ambiente laboral.

O movimento sindical e a Fenaban se comprometeram a fazer uma manifestação pública formal ao Ministério do Trabalho em apoio a NR1, que tem sido questionada por grupos empresariais. Também foi discutida a elaboração de uma cartilha com orientações sobre o que caracteriza o assédio, o que define um ambiente de trabalho saudável e como os trabalhadores podem identificar e reagir a situações de violência organizacional.

Durante a reunião, os bancos informaram que vão apresentar uma cartilha com diretrizes sobre o tema em até 90 dias. O movimento sindical, por sua vez, comprometeu-se a elaborar uma proposta de cartilha com fluxo e orientação para os trabalhadores em caso de necessidade de afastamento por motivos de saúde, além de reivindicar acesso às informações das pesquisas internas feitas pelos bancos, a fim de sugerir medidas preventivas com base em dados reais.

Repúdio a caso de assédio moral

O Comando Nacional também expressou repúdio ao caso de uma executiva do Goldman Sachs que sofreu assédio moral após sua licença-maternidade e, em consequência, desenvolveu uma doença ocupacional. A Fenaban se comprometeu a buscar esclarecimentos junto ao banco envolvido e investigar o ocorrido, além de reforçar a importância do canal de denúncia.

Negação da realidade por parte dos bancos

Um ponto de divergência na reunião foi a postura da Fenaban ao não reconhecer que o ambiente de trabalho nos bancos é fator determinante para o aumento de casos de doenças psicossociais entre os trabalhadores. A presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira, rebateu com veemência a posição dos bancos. “Isso é um absurdo. Os números mostram que os bancários concentram uma parcela expressiva dos afastamentos por doenças relacionadas ao trabalho, especialmente quando se trata de transtornos mentais. As doenças mentais e comportamentais já são a principal causa de afastamento entre bancários. Em 2024, elas representaram 55,9% dos afastamentos acidentários na categoria e 51,8% do total de afastamentos previdenciários”, ressaltou Juvandia.

Para o secretário de Saúde da Contraf-CUT, Mauro Salles, é urgente que os bancos encarem a realidade e assumam a responsabilidade pela saúde dos trabalhadores. “O crescimento do adoecimento não é coincidência, é consequência. O ritmo de trabalho, as metas abusivas, a pressão e a falta de apoio têm deixado marcas profundas nos bancários. Precisamos de medidas efetivas e não apenas discursos”, afirmou.

A Fenaban se comprometeu a apresentar o balanço dos canais de denúncias do banco, na próxima reunião.

Fonte: Contraf-CUT

Texto: Fenae

Na tarde desta quinta-feira (24/4), a Comissão Executiva de Empregados (CEE) da Caixa cobrou explicações da direção do banco sobre a possibilidade das demissões de três mil telefonistas terceirizadas que prestam serviços em agências bancárias de todo o país.

Para o coordenador da CEE/Caixa, Rafael de Castro, os empregados foram pegos de surpresa, uma vez que não houve comunicação prévia da Caixa sobre as demissões das telefonistas.

Para a CEE/Caixa, embora as telefonistas não façam parte do quadro de empregados efetivos, as demissões impactam diretamente o dia a dia dos bancários que atuam nas agências, unidades e departamentos do banco. “Encaramos essas demissões como um movimento muito abrupto”.

Além disso, segundo ele, caso essas demissões se confirmem, é fundamental que a Caixa ofereça apoio a essas profissionais que, por tantos anos, contribuíram para o bom funcionamento da empresa e auxiliaram os empregados das unidades.

Na visão dos representantes dos empregados, sendo a Caixa um banco de cunho social, é inadmissível que realize demissões sem debater e apresentar um estudo prévio e oferecer uma alternativa que trate com dignidade essas colegas.

Muitas dessas trabalhadoras estão há 15 ou 20 anos nas unidades. Além disso, são arrimo de família. “Temos de cuidar de todos os trabalhadores, mesmo que não sejam bancários”, conclui.

Para a representante eleita pelos empregados no Conselho de Administração da Caixa, Fabiana Uehara Proscholdt, ainda que não seja uma decisão do CA, é algo que impacta na imagem da empresa e interfere no dia a dia de todas as unidades afetadas.

“Entendo ser extremamente importante a abertura do diálogo entre direção e representação dos trabalhadores, e acredito que é possível ter um meio termo entre alinhar a necessidade de eficiência e o papel social de nossa empresa. Como outros assuntos vou continuar acompanhando, até porque quem constrói a Caixa todos os dias são todos os trabalhadores que estão nela", ressaltou a conselheira.

A saúde e as condições de trabalho dos bancários e bancárias estarão em pauta nesta sexta-feira (25), a partir das 10h, na Mesa de Saúde entre o Comando Nacional dos Bancários e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban). A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), que integra o Comando, terá papel ativo nas discussões, reforçando denúncias e cobrando soluções urgentes para o crescente adoecimento da categoria.

“A Mesa de Saúde é um espaço de diálogo fundamental no processo de negociação da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT). Nesta reunião, em especial, vamos cobrar da Fenaban propostas concretas para garantir condições dignas de trabalho e enfrentar o adoecimento que tem atingido os bancários de forma alarmante”, afirma Mauro Salles, secretário de Saúde da Contraf-CUT.

Os dados comprovam a gravidade do cenário. Embora representem apenas 0,8% do emprego formal no Brasil, os bancários concentram uma parcela expressiva dos afastamentos por doenças relacionadas ao trabalho, especialmente quando se trata de transtornos mentais.

Segundo informações da plataforma Smartlab, com base em registros do INSS, somente em 2024 foram registrados 168,7 mil afastamentos acidentários no país. Destes, 2,81% ocorreram na categoria bancária. Já os afastamentos previdenciários somaram quase 2,2 milhões, sendo 1,12% de bancários — o equivalente a 24.079 ocorrências.

Mais do que os números absolutos, chama atenção o tipo de adoecimento que afasta esses profissionais: as doenças mentais e comportamentais já são a principal causa de afastamento entre bancários. Em 2024, elas representaram:

  •  55,9% dos afastamentos acidentários na categoria;
  •  51,8% do total de afastamentos previdenciários.

A situação é ainda mais crítica entre os bancos múltiplos com carteira comercial, que ocupam:

  •  A 1ª posição entre os afastamentos acidentários por saúde mental, com 1.946 registros;
  •  E a 5ª colocação entre os afastamentos previdenciários pelo mesmo motivo, com 8.345 ocorrências.

Outros setores financeiros também aparecem entre os mais afetados. Os bancos comerciais e a Caixa Econômica figuram na 6ª e 7ª posições, respectivamente, em afastamentos acidentários por transtornos mentais, com 269 e 253 casos.

Vale ressaltar que este cenário marca uma mudança significativa em relação a 2012, quando os afastamentos entre bancários eram motivados majoritariamente por doenças osteomusculares e do tecido conjuntivo, que somavam 48,9% naquele ano.

A Contraf-CUT reafirma a necessidade de mudanças estruturais. “Não podemos mais ignorar a saúde mental. Os bancos precisam parar de tratar o sofrimento dos trabalhadores como algo invisível e assumir a responsabilidade sobre o impacto que seus modelos de gestão têm causado na vida dos trabalhadores. A saúde mental e física dos bancários deve ser prioridade. Vamos seguir exigindo políticas efetivas de prevenção e cuidado e pressionar por compromissos reais e não apenas promessas”, conclui Mauro Salles.

Fonte: Contraf-CUT

Como desdobramento das pautas debatidas durante a Campanha Nacional dos Bancários 2024, o Bradesco acaba de anunciar um programa de treinamento e recrutamento voltado a pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). A iniciativa é uma conquista dos trabalhadores bancários, fruto da luta coletiva e da pressão exercida pelo movimento sindical por mais inclusão, diversidade e respeito dentro do setor financeiro.

Nesta primeira fase, o programa selecionará 25 aprendizes, sem limite de idade, que atuarão em regime 100% presencial. Os participantes receberão capacitação específica para atuar em áreas administrativas do banco, com um dia de aula por semana. A ação será implantada inicialmente na matriz do Bradesco, na Cidade de Deus, em Osasco (SP). As inscrições vão de 14 de abril a 14 de maio.

Para a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira, a iniciativa é um marco no avanço por mais diversidade. “É um primeiro passo importante no caminho da inclusão e no respeito à diversidade. Essa é mais uma conquista, fruto dos intensos debates da Campanha Nacional Unificada. Esperamos que outras instituições sigam esse exemplo.”

A coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Bradesco, Erica de Oliveira, ressaltou que a ação não se limita aos novos contratados. “É importante salientar que os gestores envolvidos também passarão por treinamento e sensibilização, o que acaba impactando positivamente todo o ambiente de trabalho. E todo mundo ganha com isso. Que venham muitos mais!”

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Fonte: Contraf-CUT

O Itaú convocou a Comissão de Organização dos Empregados (COE Itaú) para uma negociação nesta sexta-feira (25), às 15h, com o tema Programa Complementar de Resultados (PCR).

Na última proposta apresentada pelo Itaú, o reajuste do PCR foi limitado à reposição da inflação de fevereiro, o que gerou frustração entre os bancários. A expectativa agora é que o banco apresente uma proposta que, de fato, valorize seus trabalhadores — aqueles que são diretamente responsáveis pelos resultados crescentes da instituição.

“Esperamos que o Itaú traga uma proposta que reconheça o esforço dos trabalhadores e vá além da reposição inflacionária. O lucro do banco cresce ano após ano, mas esse crescimento tem sido sustentado às custas do adoecimento e da sobrecarga de seus funcionários”, afirma a coordenadora da COE Itaú, Valeska Pincovai.

Fonte: Contraf-CUT