As razões trazidas na decisão de se fazer auditoria urgente na Previ, me fizeram lembrar o tempo em que fui diretor de administração (2003 a 2010), em 2008, o ano da crise do subprime (hipotecas nos EUA). O mundo ruiu e com ele os ativos de todos os setores. Naquele ano assinei o balanço da Previ com resultado negativo de R$ 26 bilhões, que trazidos a valor presente seria superior a R$ 50 bilhões.
O superávit da Previ naquele ano foi reduzido substancialmente, similar ao que aconteceu em 2024. É o que acontece nesses momentos, quando temos resultados negativos nos ativos de renda variável, de renda fixa e de imóveis, em decorrência da escalada dos juros e de fatores de mercado.
Em 2008 tivemos eventos atípicos, do mesmo modo aconteceu no ano passado, como a redução de demanda pelo principal comprador de minério ferro da Vale, a China. E ainda a redução do preço por tonelada, que caiu mais de 20% no ano, fazendo com que as ações da Vale, ativo de renda variável que correspondente a mais de R$ 30 bilhões do nosso patrimônio, tivesse redução no preço de suas ações em cerca de 23%. Do mesmo modo, foram os demais ativos em bolsa que caíram no ano mais de 10% e, também, dos títulos de renda fixa marcados a mercado, que desvalorizaram outros 11%. Então, se fizermos a conta do impacto num ativo superior a R$ 250 bilhões, como é a Previ, o resultado será negativo na proporção dos volumes de exposição.
Ainda lembrando 2008, o que deve ser olhada é a estratégia de alocação da Previ, estratégia que tem se mostrado acertada ao longo de anos. Para saber isso, basta, outra vez, voltar no tempo, e comparar com os anos seguintes a 2008, quando tivemos resultados superavitários que possibilitaram a distribuição de superávit superior a R$ 40 bilhões de reais para os mais de 110 mil associados do plano entre 2011 e 2014. E ainda a redução de contribuição de 8% para 4,8% pelos associados até os dias atuais.
A notícia de que o TCU determinou auditoria urgente na Previ é mais uma daquelas que nos leva a refletir sobre as razões desse tipo de decisão. Isso porque a competência legal, estabelecida em Lei Complementar à Constituição para auditar a Previ, é da PREVIC, órgão fiscalizador dos fundos de pensão. E ainda porque os fundos de pensão NÃO SÃO INSTUIÇÕES PÚBLICAS, são por definição legal instituições PRIVADAS, constituídas com recursos pagos por patrões e empregados, em decorrência dos contratos de trabalho, logo instituições que não são, por lei, submetidas ao controle público.
Por fim, é de se notar que todas as vezes em que a Previ foi submetida a esse tipo de escrutínio ela demonstrou que sua governança e seus controles são fortes, consistentes, e é o seu modelo de governança que a faz segura, forte e uma referência para o mercado de fundos de pensão do Brasil e do Exterior, como exemplo bem-sucedido de governança e segurança para os seus participantes.
Francisco Alexandre – Ex-diretor eleito de administração da Previ (2003 -2010) e ex-superintendente do fundo de pensão BRF Previdência
Fonte: Contraf-CUT
Neste início de ano, a Caixa realizou reuniões com dirigentes de entidades ligadas aos empregados, nas quais apresentou informações sobre o Saúde Caixa, incluindo o resultado financeiro no exercício de 2024. Com receitas de R$ 3,57 bi e despesas de R$ 3,58 bi, o resultado registrou um déficit de quase de R$ 17 milhões, que representa cerca de 0,5% do total das receitas e despesas do plano no exercício. A reserva técnica ficou positiva em quase R$ 110 milhões.
Embora o resultado no exercício não imponha a necessidade de contribuições adicionais para cobrir o déficit, o relatório atuarial contratado pela Caixa para o plano aponta um aumento nas mensalidades de 22,86% já para 2025. O mesmo relatório indica, como alternativa para o custeio do plano, a adoção de cobrança das mensalidades por faixas etárias.
Para o presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae), Sergio Takemoto, “a adoção da cobrança por faixa etária representaria o fim do pacto intergeracional, princípio fundamental do Saúde Caixa. Isso inviabilizaria o plano para muitos empregados, em especial os aposentados, cujos custos ficariam insustentáveis. Essa alternativa não pode sequer ser considerada”, disse.
O diretor de Saúde e Previdência da Fenae, Leonardo Quadros, defende que financiamento do plano seja feito com o aumento da participação da Caixa no custeio, retirando ou ampliando o teto de 6,5% da folha. “A capacidade de financiamento dos empregados está no limite: de 2023 para 2024, o somatório das mensalidades dos empregados cresceu mais de 50%. Não cabe mais aplicar novos reajustes para os usuários, o equilíbrio do plano precisa ser alcançado com o aumento da participação da Caixa e com melhorias na gestão”, explicou.
Outra preocupação frequente entre os usuários do Saúde Caixa é em relação à qualidade do plano, cuja percepção piorou muito, especialmente após 2021 (quando a VIPES e as GIPES foram extintas, e a gestão do plano foi transferida à logística do banco).
Ao mesmo tempo, as despesas do plano escalaram, com o custo médio mensal por usuário passando de R$ 682,00/usuário/mês (em 2021) para R$ 1.114,00/usuário/mês (primeiro semestre de 2024). “Os dados mostram que é urgente melhorar a gestão dos recursos do plano, melhorando sua fiscalização, implementando programas de prevenção e promoção da saúde, programas de acompanhamento de usuários com doenças crônicas, ampliando a rede credenciada (para melhorar a qualidade e evitar despesas maiores com reembolso integral e despesas decorrentes da garantia de atendimento), entre outras medidas, de modo que o plano contenha o crescimento das despesas sem sacrificar suas coberturas”, ressaltou o dirigente da Fenae.
“Apresentamos uma proposta de retorno dos Comitês de Credenciamento e Descredenciamento, que deve ser debatida na próxima reunião do GT Saúde Caixa, e entendemos que sua implementação cumprirá um papel fundamental para a qualificação da rede. Além disso, estamos lutando pela alteração do estatuto do banco para retirar o teto de 6,5% para o custeio do plano, e apresentaremos propostas de melhoria, embasados no trabalho elaborado com os dados que a Caixa precisa nos passar para construir um modelo sustentável, viável e perene para o Saúde Caixa”, detalhou o diretor da Contraf-CUT e coordenador da Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa, Rafael de Castro.
Texto: Fenae, com edições da Contraf-CUT
Fonte: Contraf-CUT
O Santander iniciou o processo da campanha de vacinação contra a gripe deste ano. Todos os funcionários, da ativa e aposentados podem ser vacinados, mas para isso terão que preencher um formulário de adesão à campanha e aceitar o compartilhamento de seus dados.
“É uma medida em respeito à Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), uma vez que o banco terá que compartilhar dados dos funcionários com a empresa que prestará os serviços de vacinação e, provavelmente, informar o procedimento de imunização ao Ministério da Saúde”, explicou a coordenadora Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander, Wanessa de Queiroz.
“A prevenção é fundamental! Sabemos da importância não apenas pessoal, mas também social da vacinação. Por isso, orientamos que todos que quiserem se vacinar fiquem atentos ao prazo de adesão à campanha para preencher o formulário e aceitar o compartilhamento das informações”, completou.
Para fazer a adesão à campanha, os funcionários devem preencher o formulário no link: https://forms.office.com/e/N0mtQSH95d. A adesão deve ser feita até o dia 28 de fevereiro.
O Santander passará as demais informações referentes à campanha, como cronograma e rede de clínicas credenciadas, mais próximo à data de início da vacinação, que está prevista para começar no início de abril.
Fonte: Contraf-CUT
O Banco do Brasil tentou derrubar a tutela antecipada, conquistada pela Contraf-CUT e federações, e que determina a incorporação das comissões e ou gratificações para os funcionários que foram atingidos pela reestruturação de 2016 e, à época, ocupavam funções gratificadas/comissionadas por, no mínimo, dez anos. O desembargador que analisou o Mandado de Segurança do BB negou a liminar pleiteada. A decisão foi publicada nesta segunda-feira (10). O banco pode entrar com recurso.
Por outro lado, em uma outra movimentação na Justiça, o BB conseguiu estender o cumprimento da tutela antecipada em mais 90 dias úteis. A juíza que analisou o pedido e concedeu a tutela antecipada a favor do movimento sindical, entendeu razoável o pedido do banco de ampliação do prazo. Os 90 dias serão contados partir da publicação da decisão, que deve ocorrer em breve. O prazo para cumprir a medida venceria nesta terça-feira (11).
Em 2016, o Banco do Brasil realizou uma ampla reestruturação que impactou diversos trabalhadores, suprimindo gratificações e comissões de muitos que já exerciam funções de confiança há mais de uma década. Após tentativas de negociação com o banco, inclusive mediadas pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), a Contraf-CUT e federações ingressaram com ação judicial em 2017.
Em setembro daquele ano, a Justiça deferiu a tutela antecipada solicitada pelo movimento sindical para garantir a manutenção dos pagamentos das gratificações. Contudo, em agosto de 2018, um juiz de primeiro grau extinguiu o processo sem julgamento de mérito, alegando ilegitimidade da Contraf-CUT e federações para atuar como substitutas processuais.
Diante disso, o movimento sindical recorreu ao Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região (TRT10), que reconheceu a legitimidade das entidades e determinou o retorno do processo à vara de origem. Por sua vez, o Banco do Brasil recorreu ao Tribunal Superior do Trabalho (TST), mas a decisão favorável do TRT10 foi mantida, transitando em julgado em dezembro de 2024.
"O movimento sindical, tentou, por diversas vezes, negociar com o banco. A reestruturação resultava em inúmeros prejuízos aos funcionários, inclusive, na sua remuneração. Afinal, perder a comissão ou a gratificação ocasionaria uma redução significativa na remuneração da funcionária e do funcionário, com impactos reais em sua vida. Porém, esgotadas todas as tentativas de diálogo com a empresa, partimos para o Ministério Público do Trabalho e, depois, ingressamos com uma ação na Justiça", conta a coordenadora da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB (CEBB), Fernanda Lopes.
Com o retorno do processo à Vara do Trabalho, a Contraf-CUT protocolizou, em 12 de dezembro de 2024, um pedido para restabelecimento imediato da tutela antecipada. Com isso, a juíza Angélica Gomes Rezende deferiu o pedido, garantindo:
• Manutenção e incorporação das gratificações/comissões aos trabalhadores que as recebiam por mais de 10 anos;
• Reflexos salariais em repousos semanais remunerados (RSR), férias acrescidas de 1/3, 13º salário, horas-extras, anuênios, participação nos lucros e resultados (PLR), FGTS e contribuições à Previ;
• Multa de R$ 1.000,00 por dia, por empregado, em caso de descumprimento da decisão.
Nesta decisão de dezembro de 2024, foi definido ainda que o banco teria até o dia 11 de fevereiro de 2025 para cumprir todas as medidas. Porém, nessa semana, o BB obteve da Justiça o pedido aceito para aumentar esse prazo em 90 dias.
Renata Cabral, assessora jurídica da Contraf-CUT e sócia do Crivelli Advogados e que, nesse processo também representa todas as federações autoras, pontua que este novo prazo que o banco tem para cumprir a tutela antecipada terá início assim que for publicado, o que deve ocorrer em breve. “Temos disponibilizado um link para acesso dos funcionários que querem saber se estão abarcados pela decisão”.
O link (clique aqui) ao qual Cabral faz referência é para um formulário, onde, além de esclarecimentos sobre a decisão, o funcionário poderá saber se tem direito à incorporação deferida na tutela.
No dia 18 de fevereiro, próxima terça-feira, as partes voltam a se encontrar para mais uma audiência, onde serão ratificadas defesas e réplicas.
Fonte: Contraf-CUT
Mais uma boa notícia para as associadas e associados do Sindicato dos Bancários da Baixada Fluminense: o renomado Centro Universitário IBMR é a mais nova instituição de ensino conveniada.
Neste convênio, bancárias e bancários SINDICALIZADOS, tem desconto de até 73% em cursos.
BENEFÍCIOS DO CONVÊNIO
- Bolsas de estudos de até 73% para os cursos de Graduação e Pós-Graduação/MBA EaD durante todo o curso;
- benefício extensível aos cônjuges e dependentes;
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COMO PROCEDER
Para ter acesso e direito ao benefício, os trabalhadores deverão apresentar uma carta de vínculo emitida pelo Sindicato.
Procure o diretor ou diretora de sua área.
SOBRE O IBMR
Tem o objetivo de difundir educação e cultura, e preparar o profissional para os desafios do mercado de trabalho, pela busca constante das melhores práticas acadêmicas. Além da tradição, o ensino do IBMR também se caracteriza por ser inovador. Os modelos de ensino EAD, como os disponibilizados na pós-graduação, oferecem a oportunidade de que o aluno possa estudar de qualquer lugar, via acesso à internet. Com o ulife, um ambiente virtual de ensino completo, o estudante acessa aulas virtuais, material complementar, biblioteca e diversos recursos para facilitar os estudos à distância. Modernos, os cursos de pós-graduação contam com os nanodegrees. Formações com menor tempo de duração, que focam em habilidades específicas para o mercado de trabalho. O que garante que você receba certificações intermediárias durante o curso e melhore o currículo de forma mais rápida, mesmo antes de receber o diploma!
O Banco Bradesco obteve Lucro Líquido Recorrente de R$ 19,6 bilhões, em 2024, crescimento de 20% em relação ao resultado do ano anterior. Considerando apenas o resultado do quarto trimestre, o crescimento foi de 3,4%, tendo em vista que o lucro foi de R$ 5,4 bilhões, frente aos R$ 5,2 bilhões do trimestre imediatamente anterior.
A rentabilidade sobre o patrimônio líquido (ROE) do banco ficou em 11,7%, 1,7 ponto percentual (p.p.) a mais em doze meses. De acordo com o relatório do banco, a melhora na margem bruta com clientes, que cresceu 3,3%, e a redução da PDD (-10,7%), influenciaram no aumento do lucro. O documento também destaca o resultado das operações de seguros, que atingiu R$ 5,5 bilhões, com um lucro líquido de R$ 2,5 bilhões, impulsionado pela redução da sinistralidade.
A holding Bradesco encerrou 2024 com 84.022 funcionários (sendo 72.642 do Banco Bradesco), com fechamento de 2.200 postos de trabalho em doze meses. A base de clientes cresceu em 3,2 milhões em relação a dezembro de 2023, totalizando 109,1 milhões.
Além de reduzir o número de funcionários, o banco também reduziu sua estrutura física. Foram fechadas 390 agências, 903 postos de atendimento e 92 unidades de negócios em doze meses. Com isso, o Bradesco chegou ao final de 2024 com 2305 agências, 728 postos de atendimento e 728 unidades de negócios.
As receitas com prestação de serviços e renda das tarifas bancárias cresceram 5,2% em doze meses, totalizando R$ 29,7 bilhões. Esta é uma receita secundária, irrisória frente à arrecadação obtida pelo banco com suas transações financeiras principais. Mesmo assim, apenas com estas receitas secundárias, o banco consegue cobrir toda as despesas de pessoal (R$ 24,4 bilhões), e ainda sobra 21,8% do valor arrecado.
“Um banco que tem 20% de crescimento do lucro, rentabilidade de quase 12%, com crescimento de quase 2% no ano, aumento de 3,2 milhões de clientes e mesmo assim promove redução de pessoal e de unidades de atendimento, está fazendo mais com menos. Os esforços dos funcionários, que resistem bravamente, e conseguem fazer com que o banco obtenha esses excelentes resultados, precisam ser reconhecidos”, observou a coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Bradesco, Erica de Oliveira. “Não pode ser uma política que apenas precariza as condições de trabalho e prejudica o atendimento aos clientes e não reconhece os esforços dos empregados que conseguem manter seus empregos”, completou.
A Carteira de Crédito Expandida do banco apresentou expansão de 11,9% em doze meses, somando R$ 981,7 bilhões em dezembro de 2024. A carteira pessoa física cresceu 13,3% no período, totalizando R$ 414,1 bilhões. Os destaques desse segmento foram o crédito pessoal (+24,8%), o imobiliário (+14,9%) e crédito rural (51,2%). O segmento pessoa jurídica apresentou crescimento de 10,9% no período, totalizando R$ 567,6 bilhões. O saldo da carteira de grandes empresas cresceu 2,5%, enquanto o das micro, pequenas e médias empresas, registrou expansão de 28% em 12 meses. A taxa de inadimplência superior a 90 dias ficou em 4% ao final de 2024, com queda de 1,2 p.p. em comparação a 2023.
Veja abaixo a tabela resumo do balanço ou, se preferir, leia a íntegra da análise elaborada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
Fonte: Contraf-CUT
O setor bancário eliminou 6.198 postos de trabalho em 2024, segundo dados da Pesquisa do Emprego Bancário elaborada pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) com base no Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged). O setor caminha em sentido contrário ao do mercado de trabalho geral do país, que no mesmo período abriu 1.693.673 postos de trabalho, 16,3% a mais do que em 2023.
Contabilizando apenas as atividades econômicas com mais de 10 mil trabalhadores e excluindo a categoria bancária, nota-se que, de 458 atividades, 407 abriram novas vagas (+ 1,7 milhão de postos de trabalho) e 51 atividades reduziram vagas (-44,9 mil). Isto é, 88% com saldo positivo o que enfatiza o bom desempenho das demais categorias perante a bancária.
“Os bancos batem recordes consecutivos de lucro e rentabilidade. E, mesmo com lucros que crescem sem parar, demitem seus funcionários, num total descaso com os trabalhadores, suas famílias e as consequências sociais e econômicas para o país”, avaliou a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira, que é também vice-presidenta da Central Única dos Trabalhadores (CUT). “Em contrapartida, vemos a categoria adoecida em decorrência da sobrecarregada e das cobranças abusivas pelo cumprimento de metas e a população a cada dia pagando tarifas mais caras por serviços que ela mesma precisa se virar para realizar. São operações pelas quais ela paga e que deveriam ser realizadas por um trabalhador bancário”, completou. “E não se engane com bancos e fintechs que dizem não cobrar tarifas. Eles cobram pelos serviços por meio de taxas de juros mais altas”, continuou.
Durante todo o ano de 2024, apenas em janeiro e fevereiro os bancos contrataram mais do que demitiram. Nos 10 meses seguintes o número de demissões superou o de contratações, resultando no saldo de quase 6,2 mil postos de trabalho a menos no setor no ano. Em dezembro o saldo negativo foi 771 postos a menos, mas em outros três meses do ano (março, julho e agosto) a perda de postos de trabalho foi ainda maior, quando foram fechados 815, 1.424 e 1.684 postos de trabalho, respectivamente.
“A maior responsabilidade pelo fechamento de vagas no setor está associada aos Bancos Múltiplos com Carteira Comercial, atividade em que estão inseridos os principais bancos privados e o Banco do Brasil, com a extinção de 3.608 vagas, e a Caixa Econômica com a eliminação de 3.198 vagas bancárias”, observa o Dieese no texto da pesquisa. “Importante ressaltar que ao longo do ano, o número de desligamentos realizado pela CEF foi ampliado consideravelmente motivados pela adesão dos trabalhadores ao Plano de Desligamento Voluntário (PDV)”, lembra a pesquisa em outro trecho.
De maneira geral, as vagas abertas no setor bancários estão associadas à Tecnologia da Informação, área na qual os bancos realizam grandes volumes de investimentos, como a ocupação Analista de Desenvolvimento de Sistemas, que sozinha foi responsável por 1.601 vagas abertas no setor.
Por outro lado, as ocupações tradicionalmente ligadas às agências físicas foram as que mais sofreram com a eliminação de vagas, como é o caso, por exemplo, de gerente de contas, gerente de agência e escriturário de banco, que juntos tiveram mais de 6,5 mil postos de trabalho encerrados.
O setor bancário fechou vagas de trabalho em todas as regiões do país em 2024. Em números absolutos, a Região Sudeste perdeu o maior número de postos de trabalho (-3.133 vagas), seguido pela região Sul (-1.835 vagas), Nordeste (-557 vagas), Centro-Oeste (-475 vagas) e Norte (-198 vagas). Na análise pela proporcionalidade, observa-se que o estoque para cada região encolheu cerca de 1%, exceto para a região Sul, onde a queda foi superior a 3%.
Na análise por unidade da federação, houve aumento das vagas apenas no Distrito Federal (+73 vagas), Maranhão (+26 vagas) e Acre (+12 vagas). Nas demais 24 unidades, verificou-se saldo negativo, sendo Rio de Janeiro (-1.273 vagas), São Paulo (-931 vagas) e Minas Gerais (-832 vagas) os estados mais afetados.
Mais uma vez, há prevalência de saldo negativo entre as mulheres. Dos 6.198 empregos eliminados, 72,8% eram ocupados por mulheres, refletindo a menor contratação feminina, que representou apenas 44% das admissões.
Deve-se enfatizar que essa dinâmica está relacionada a mudanças estruturais ocupacionais, especialmente com a ampliação de vagas em áreas de Tecnologia da Informação, tradicionalmente dominadas por homens.
“Já acompanhamos há algum tempo esse movimento de redução de vagas para as mulheres e buscamos solução para resolver o problema, o que gerou, inclusive, a inclusão de cláusulas na Convenção Coletiva de Trabalho voltadas à equidade de gênero na tecnologia”, afirmou a presidenta da Contraf-CUT, que coordena as negociações do Comando Nacional dos Bancários com a Federação Nacional dos Bancos.
No que diz respeito à movimentação segundo a faixa etária, há saldo positivo para as faixas até 29 anos (+8.190 vagas) e negativa para faixas superiores (-14.388 vagas).
Em seguida, as informações sobre Raça/Cor (nomenclatura utilizada nas bases de dados do Ministério do Trabalho, cujo registro parte de autodeclaração do trabalhador) revelam que, em 2024, o saldo para pessoas pretas e pardas foi positivo em 904 vagas.
As admissões de pessoas negras representaram 35% do total e os desligamentos foram 28,3% da totalidade. A ampliação de vagas para pessoas pretas e pardas é pauta histórica e habitual das negociações da categoria bancária.
Mas, ao analisarmos a remuneração salarial, a maior diferença salarial na categoria ocorre entre homens não negros (R$ 8.298,49 na admissão e R$ 9.756,27 no desligamento) e mulheres negras (R$ 5.000,02 na admissão e R$ 5.771,76 no desligamento) que possuem remunerações 39,7% e 40,8%, respectivamente, menores na admissão e no desligamento.
“A discrepância evidencia desafios estruturais na equidade salarial e fortalece a relevância da Lei de Igualdade Salarial, Lei 14.611/2023, promulgada em julho de 2023 e regulamentada em novembro do mesmo ano pelo presidente Lula. A Mesa de Igualdade de Oportunidades da Categoria Bancária, firmada há mais de duas décadas, trata de forma frequente e persistente a temática”, ressalta o Dieese no documento da pesquisa.
Mais informações na íntegra da pesquisa do Dieese.
Fonte: Contraf-CUT
O Sindicato dos Bancários da Baixada Fluminense, através da Diretora Elizabeth Paradela e do Diretor Fernando Sá, participou do Curso de Formação Sindical: “Introdução à História do Movimento Sindical e as Ferramentas de Luta – Módulo I”, em Itaperuna (RJ), no último sábado, dia 8 de fevereiro.
O evento foi realizado pela Secretaria de Formação da Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro dos Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo (Fetraf RJ/ES) e pela Secretaria de Formação da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), e é direcionado aos dirigentes sindicais da base da Fetraf RJ/ES, principalmente novos e novas dirigentes, ou que ainda não participaram de atividades formativas.
O Sindicato dos Bancários de Itaperuna e Região, filiado à Fetraf RJ/ES, foi o anfitrião do evento, que representou um marco na história sindical da região, e teve como objetivo proporcionar formação crítica e histórica sobre o movimento sindical.
Além disso, discutir e capacitar os participantes no uso de ferramentas de luta, para que possam fortalecer as relações e conquistas da categoria.
O CURSO
Foi um dia inteiro de atividades, com a participação de especialistas em história sindical e lideranças atuantes na área, com debates e trocas de experiências entre os Sindicatos presentes.
O surgimento do movimento sindical no Brasil e no mundo; Principais conquistas históricas da classe trabalhadora; Estratégias e ferramentas de luta no contexto contemporâneo, foram alguns dos assuntos tratados no curso.
Nesta quinta-feira, 6 de fevereiro, funcionárias e funcionários do Banco Itaú, base do Sindicato dos Bancários da Baixada Fluminense, aprovaram, em assembleia, o Acordo da Comissão de Conciliação Voluntária (CCV).
A assembleia ocorreu, presencialmente, na Sede do Sindicato, em Duque de Caxias.
A primeira convocação ocorreu às 18 horas; e a segunda convocação, às 18h30.
O que é CCV do Itaú
A Comissão de Conciliação Voluntária (CCV) do Itaú é um fórum tripartite – que reúne o ex-funcionário que pleiteia direitos devidos, representantes do Sindicato e representantes do banco – que tem como objetivo a realização de acordos para pendências trabalhistas antes que sejam levadas à Justiça.
Qualquer trabalhador pode recorrer à CCV, exceto demitidos por justa causa, uma vez que o fórum atua na reivindicação dos direitos trabalhistas que possam ter sido violados durante o contrato de trabalho.