Julho 14, 2025
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Desde 1992, o dia 25 de julho se transformou em um marco internacional de luta e de resistência da mulher negra. A data foi criada no primeiro Encontro de Mulheres Afro-Latino-Americanas e Afro-Caribenhas, na cidade de Santo Domingos, na República Dominicana. Com o objetivo de dar visibilidade às lutas das mulheres negras contra o racismo, o sexismo e a discriminação de classe, mulheres de todo o Brasil, celebram a data para fortalecer a resistência contra retrocessos e violência de gênero. 

A Marcha das Mulheres Negras de São Paulo, neste ano terá como tema: “Sem violência. Sem racismo. Sem discriminação. Sem fome. Com dignidade, educação, trabalho, aposentadoria e saúde.”   

Para o secretário de Combate ao Racismo da Contraf-CUT, Almir Costa de Aguiar, os temas abordados relacionam com a atual conjuntura política e social que os brasileiros estão vivenciando. “A postura fascista desse governo tem aumentado a crise social. O Brasil voltou a figurar no mapa da fome, cortes de gastos nas universidades, perseguição aos reitores, desemprego chegando ao patamar de 14 milhões de desempregados, 5 milhões de desalentados e mais de 30 milhões de pessoas na informalidade. Esses números assustam”, ressaltou Almir. 

Segundo o secretário, diante dos números alarmantes, é preciso lutar contra todos os retrocessos em nosso país, entre eles está a Reforma da Previdência, que também causará enormes prejuízos aos cidadãos brasileiros. “A aposentadoria deixa de ser um sonho, e a luta será pela sobrevivência, pois sem emprego, saúde, salário digno e a dificuldade para se aposentar, tudo fica ainda mais difícil”, explicou. 

“Na atual conjuntura, é importante resistir para criarmos as condições necessárias para que o atual presidente não se reeleja, e assim, lutar para resgatar as políticas afirmativas e sociais que tiraram mais de 40 milhões de pessoas da extrema pobreza e inserir cada vez mais negros e negras nas universidades e com mais empregos”, disse Almir.

Para ele este dia 25 de julho é uma data marcante. “O povo negro está lutando com mais força contra essa política discriminatória, em especial as mulheres negras, que lutam contra o preconceito, por direitos iguais e contra a violência. Chega de feminicídio, chega de discriminação, por esse motivo, todos e todas devemos lutar por uma sociedade mais justa”, concluiu.

Brasil

No Brasil, quando analisados fatores como, por exemplo, taxa de homicídios, inclusão no mercado de trabalho, disparidade salarial, condições de trabalho e desemprego, as mulheres negras encontram-se em uma das posições mais vulneráveis da nossa sociedade. De acordo com o estudo Atlas da Violência 2018, realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), a taxa de homicídios de mulheres negras ficou em 5,3 a cada 100 mil habitantes. Entre mulheres não negras, esse índice cai para 3,1 a cada 100 mil habitantes, uma diferença de 71%.

Outros dados do Ipea revelam que mulheres negras estão 50% mais suscetíveis ao desemprego do que outros grupos. Segundo o Instituto, enquanto o desemprego entre mulheres negras subiu 80% em relação ao período anterior à crise econômica, entre homens brancos o aumento foi de 4,6 pontos percentuais – entre homens negros, houve crescimento de 7 pontos percentuais.

De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 39,8% de mulheres negras compõem o grupo submetido a condições precárias de trabalho – homens negros abrangem 31,6%; mulheres brancas, 26,9%; e homens brancos, 20,6% do total.

Nos bancos 

O fato de ser uma mulher negra também coloca as trabalhadoras do setor bancário em posição de desvantagem frente aos demais trabalhadores e trabalhadoras. Analisando a média salarial, uma bancária negra ganha em média 26% menos do que um bancário branco. 

Mesmo com mais anos de escolaridade, representando praticamente metade da categoria bancária (48,3%) e sendo a maioria no Sudeste (51,9%), as mulheres enfrentam maiores barreiras para ascender na carreira no setor financeiro. 

Novo Censo da Diversidade

Com o objetivo de traçar um perfil da categoria bancária e fazer com que os agentes da diversidade promovam reflexões e debates capazes de transformar o quadro de desigualdade de gênero e racial no setor bancário e na sociedade, está sendo realizado o Censo da Diversidade Bancária, uma conquista dos bancários na Campanha Nacional de 2018. 

A proposta foi apresentada pelos trabalhadores à Fenaban (federação dos bancos) na mesa de igualdade de oportunidades e já começou a ser implementada com a finalidade de embasar políticas de inclusão, de combate à discriminação e de promoção da igualdade de oportunidades no setor bancário.

Lançada no site da Febraban na segunda-feira 15, e disponível também no site da Contraf, a campanha se prolongará até outubro, quando também se encerrará a fase de questionário do Censo, que iniciará no final de agosto. Os dados serão tabulados e analisados entre novembro e janeiro, e os resultados serão divulgados em fevereiro de 2020. O censo deste ano vai além da coleta de dados: também será realizada uma campanha de sensibilização da categoria para o tema, que inclui a formação de agentes da diversidade nas agências e departamentos.

Fonte: Contraf-CUT

A previsão de crescimento da economia brasileira foi cortada a menos da metade pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). Em relatório divulgado nesta terça-feira (23), o fundo rebaixou, pela terceira vez consecutiva, a estimativa sobre a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) em 2019. Em janeiro, o FMI previa um crescimento de 2,5%, que caiu para 2,1% em abril, e agora foi a 0,8%.

“Uma queda bastante acentuada”, avalia o diretor-técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio, na Rádio Brasil Atual. Em nível global, o cenário econômico também não é positivo: a previsão de crescimento também foi rebaixa pelo fundo, mas em um patamar bem menor que o Brasil – de 3,3% para 3,2%. As projeções mais pessimistas sobre a economia brasileira se alinham às estimativas feitas por outras instituições como o Banco Central, que, em seu relatório semanal Focus, prevê a expansão de 0,82% para o PIB.

“Isso ocorre porque nós temos um travamento estrutural para o nosso crescimento, desemprego extremamente elevado, uma queda nos salários e na massa salarial, uma diminuição no poder de consumo das famílias. Há uma queda nos investimentos tanto públicos como privados, como uma diminuição nos cortes dos gastos do governo”, aponta Clemente à jornalista Marilu Cabañas.

O FMI diz, no entanto, que a expectativa se enfraqueceu diante das incertezas que pairam sobre a aprovação da “reforma” da Previdência e de outras “reformas” estruturais. “Acentuar todas essas causas em cima dessa dimensão é na verdade nos enganar”, rebate o diretor-técnico do Dieese.

De acordo com Clemente, “é evidente que a confiança é elemento fundamental”, mas o que garante uma economia pujante para recepcionar os investimentos é a capacidade de consumo. Nesse sentido, o analista diz que as medidas do governo Bolsonaro como contingenciamento de orçamentos públicos, para fazer frente à receita do país, “não são adequadas”.”O essencial é efetivamente em termos de emprego, salário, consumo, capacidade de investimento e capacidade de consumo do governo, dimensões todas essas que nós não estamos vendo operar e funcionar de forma adequada para o país sair dessa crise econômica”, afirma Clemente. Para a economia de 2020, já há também um recuo anunciado: a expectativa de crescimento passou de 2,5% para 2,4%.

Fonte: Rede Brasil Atual

O movimento sindical foi pego de surpresas com dezenas de demissões que estão ocorrendo no Itaú por todo o Brasil. Depois da regulamentação do Programa de Revisão de Benefícios por Incapacidade, também conhecida como operação pente-fino nos benefícios pagos pelo Instituto Nacional de Seguro Social (INSS), diversos trabalhadores afastados tiveram que voltar ao seu local de trabalho.

Depois de passar o prazo de estabilidade, o banco tem demitido esses trabalhadores. “Nós fomos pegos de surpresa. Queremos saber qual o motivo da demissão unilateral em massa. Alguns trabalhadores acreditavam que iriam voltar ao trabalho. Outros nem tem essa condição´. Todos estão sendo demitidos, sem nenhum critério negociado com o movimento sindical”, disse Jair Alves, coordenador da Comissão de Organização Empresa (COE) do Itaú.

Uma bancária demitida, que não quis se identificar, declarou. “Pensei que fosse voltar ao trabalho, mas, quando cheguei lá, era para assinar minha demissão, não assinei. Acreditei que seria realocada.”

Fonte: Contraf-CUT

O 3º Censo da Diversidade Bancária é uma das conquistas da categoria na Mesa de Negociação com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban). Realizado em 2008 e 2014, o levantamento traça o perfil da categoria por gênero, orientação sexual, raça e PCDs (pessoas com deficiência). O objetivo é analisar as políticas de inclusão dos bancos e promover a igualdade de oportunidades no setor bancário. Para isso, também foi criada a Campanha de Valorização da Diversidade.

Realizado nos anos de 2008 e 2014, o Censo fornece resultados que refletem a realidade do setor bancário e possibilitam a criação de estratégias de inclusão e promoção da diversidade no ambiente de trabalho. 

De acordo com a secretária de Políticas Sociais, Rosalina Amorim, O Censo deste ano reafirma ainda mais a importância da avaliação sobre o tema. “Na comparação dos últimos censos, já conseguimos observar alguns resultados positivos entre um e outro. Por isso, é importante a aplicação do Censo para que possamos construir políticas inclusivas e promover a igualdade nos locais de trabalho”, disse. 

O questionário do Censo será iniciado no final de agosto e vai até outubro. Os dados do questionário serão tabulados e analisados entre novembro e janeiro, e os resultados serão divulgados em fevereiro de 2020. 

Ao mesmo tempo em que é aplicado o 3º Censo da Diversidade, será realizada a Campanha de Valorização da Diversidade, lançada no dia 15 de julho, no site da Contraf-CUT. A proposta foi apresentada pelos trabalhadores à Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) na mesa de igualdade de oportunidades e já começou a ser implementada. “O censo deste ano vai além da coleta de dados. Também será realizada uma campanha de sensibilização da categoria. Ela inclui a formação de agentes da diversidade nas agências e departamentos bancários. Por isso é importante entender que cada trabalhador é peça fundamental nesse processo e que ele se envolva no projeto, responda o censo e seja um agente diversidade”, explicou Elaine Cutis, secretária da Mulher da Contraf-CUT.

Números revelados pelos últimos Censos

O 1º Censo foi realizado em 2008 pela Febraban em conjunto com a Contraf-CUT, Organização Internacional do Trabalho (OIT), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA) e Ministério Público do Trabalho. Foi respondido por 204,1 mil bancários de todo o país. 

A iniciativa contou com a assessoria do Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (CEERT) e foi tema de várias audiências públicas na Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados. 

O levantamento revelou que a maioria dos empregados nos bancos era do sexo masculino (52%), brancos (77%) e estavam alocados em funções de caixa ou de escriturário (68%). Apenas 19,5% dos trabalhadores do sistema financeiro eram negros ou pardos e ganhavam, em média, 84,1% do salário dos brancos. 

O 2º Censo foi respondido por 187.411 bancários, de 18 instituições financeiras, o que representa 41% da categoria.  

De acordo com os dados as mulheres apresentam melhor qualificação educacional em comparação aos homens nos bancos. No 1º Censo, 71,2% das bancárias tinham curso superior completo e acima. No levantamento de 2014, as bancárias com essa formação subiram para 82,5%. Para os homens, esse aumento foi de 64,4% para 76,9%. 

Os dados apontam, porém, que as mulheres continuam ganhando menos que os homens. Nos seis anos que separam os dois censos, a diferença entre o rendimento médio das mulheres e dos homens caiu somente 1,5 ponto percentual. O rendimento médio mensal delas em relação ao deles era de 76,4% em 2008 e agora é de 77,9%. 

Conforme os dados do 2º Censo, houve avanço no número de negros no setor bancário. Eram 19% de negros na primeira pesquisa. Agora os funcionários que se auto definiram foram 24,7% dos entrevistados. A grande falha, no entanto, é que não há um indicador voltado para a situação das mulheres negras nas instituições bancárias. 

De acordo com os dados apresentados, 1,9% dos entrevistados se declararam homossexuais e 0,6%, bissexuais. O II Censo mostra que 85% dos bancários são heterossexuais. Apenas 12,4% não responderam, o que significa baixa rejeição ao tema. 

Apesar de a Fenaban divulgar que ampliou as contratações de pessoas com deficiência, passando de 1,8% para 3,6% nos últimos seis anos, o número de bancários com deficiência motora caiu de 61,4% em 2008 para 60,7% em 2014. 

No entanto, os dados do 2º Censo mostram que houve crescimento na admissão de pessoas com deficiência auditiva, a qual subiu de 12,2% para 22,8% e com deficiência visual de 3,9% para 11,8%.

Fonte: Contraf-CUT

A Central Única dos Trabalhadores (CUT) decidiu se somar à mobilização da Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação (CNTE) no dia 13 de agosto, Dia Nacional de Mobilização, Paralisações, Assembleias e Greves Contra a Reforma da Previdência, em Defesa da Educação Pública e por Empregos. A ideia é repetir as grandes mobilizações que a CUT, demais centrais, UNE e movimentos sociais vêm fazendo desde abril contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 06/2019 e cortes na educação, nos últimos meses.

Segundo o secretário-geral da CUT, Sérgio Nobre, ficou claro que a pressão e a luta feitas até agora foram importantes para amenizar as maldades do governo de Jair Bolsonaro (PSL) contra a classe trabalhadora, mas a reforma ainda tem pontos muito cruéis e a luta precisa continuar. “E para fazer uma grande mobilização no dia 13 é preciso manter o ritmo de pressão nos parlamentares em suas bases, nos municípios onde eles moram e foram eleitos, nos aeroportos e no Congresso Nacional”, reforçou Sérgio.

O dirigente disse, ainda, que é preciso continuar intensificando a coleta de assinaturas para o abaixo-assinado contra a reforma da Previdência porque é uma ferramenta importante de diálogo com a população.

Segundo Sérgio, nas conversas com a sociedade os dirigentes e militantes não podem dizer apenas que a reforma da Previdência é ruim, tem de dar detalhes, exemplos de como as mudanças podem afetar a vida de cada um.

Confira 5 pontos da reforma da Previdência que vão tirar dinheiro do seu bolso

O Portal CUT selecionou os cinco pontos mais cruéis do texto aprovado na Câmara dos Deputados no primeiro turno da votação: fim da aposentadoria por tempo de contribuição e idade mínima obrigatória, fim do abono salarial do PIS/Pasep para quem ganha mais de R$ 1. 364,43; redução no valor da aposentadoria por invalidez, no auxílio doença e na pensão de viúvas, viúvos e órfãos.

Para entrar em vigor, as mudanças têm de ser votadas duas vezes na Câmara dos Deputados e duas vezes no Senado. Em agosto, tem votação em segundo turno na Câmara e os senadores ainda precisam avalizar ou não a reforma de Bolsonaro, lembra o presidente da CUT, Vagner Freitas.

“Ainda dá tempo de reverter a tragédia e salvar os direitos da classe trabalhadora”, alerta Vagner, que convoca todos os trabalhadores e trabalhadoras e a sociedade para a luta no dia 13 de agosto Dia Nacional de Mobilizações, Paralisações e Greves contra a Reforma da Previdência.

Bolsonaro fortalece Dia Nacional

O Dia Nacional de Mobilizações, Paralisações e Greves contra a Reforma da Previdência e em Defesa da Educação, em 13 de agosto, que começou com a Confederação Nacional da Educação (CNTE) convocando uma greve nacional da educação, ganha mais força e adesões cada vez que o governo de Jair Bolsonaro (PSL) anuncia uma nova medida contra educação pública e os direitos da classe trabalhadora. O Ministério da Educação e Cultura (MEC) anunciou no último dia 17 de julho o programa Future-se, que planeja privatizar todo ensino universitário, e a Câmara dos Deputados aprovou em primeira votação a reforma da Previdência, intensificando a organização e mobilizações para o dia 13.

Fonte: Contraf-CUT

Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 108/2019, elaborada pelo governo de Jair Bolsonaro, pode levar à extinção dos conselhos profissionais ao definir que a filiação a essas entidades deve ser opcional, diferentemente da exigência atual. Na prática, a PEC levaria a uma redução significativa da arrecadação em anuidades – fonte de receita dos conselhos –, inviabilizando o trabalho de regulação e fiscalização das respectivas atividades, possibilitando que profissionais antiéticos ou com formação precária fiquem livres para atuar. “A proposta ceifa um dos mais importantes instrumentos de defesa da sociedade na fiscalização profissional, com o claro e único propósito de engessar e silenciar as entidades”, avaliou a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

Conselhos de Medicina, Farmácia, Engenharia, Química, Contabilidade, Administração, Psicologia, além da OAB, estão entre as que seriam afetadas pela PEC 108. O texto altera o artigo 174-A da Constituição Federal, definindo que “a lei não estabelecerá limites ao exercício de atividade profissional ou obrigação de inscrição em conselho profissional”.

A proposta do governo também torna as entidades pessoas jurídicas de direito privado. Atualmente elas são enquadradas como de direito público, tendo poder regulamentador e de punição a maus profissionais, assim como a entes governamentais. A justificativa principal para a medida é reduzir a burocracia e estimular a economia.

“Sob o manto da liberdade e estímulos econômicos, da racionalização do Estado, bandeiras que também defendemos, [o governo Bolsonaro] quer acabar com um segmento social que tem procuração do Estado para proteger o cidadão. Não é aceitável sequer acreditar que, desregulamentando profissões, o Estado ou o mercado darão conta de conter os abusos cometidos por leigos e uns poucos maus profissionais e empresas contra a população brasileira. Os noticiários informam diariamente o quanto, de maneira geral, o mercado atua para favorecer os próprios interesses”, defendeu o Conselho Federal de Administração (CFA).

A função dos conselhos é submeter os profissionais a uma série de exigências éticas e técnicas, definidas em leis e em regulamentos próprios. Os órgãos têm poder para instaurar processos disciplinares na apuração de responsabilidades e, se necessário, aplicar penas de suspensão e até de exclusão de membros de suas respectivas categorias. Eles também fiscalizam estabelecimentos comerciais em que os profissionais atuam, podendo impor sanções e obrigações.

“Desregulamentar todas essas atribuições é atentar contra o interesse da sociedade. Além disso, desobrigar os profissionais da inscrição em seus respectivos conselhos é apostar na desordem a um custo econômico e social muito alto. Se hoje já existe uma desvalorização das atividades técnicas em nosso país, com o fim desses órgãos, haverá uma precarização dos serviços, e a insegurança será generalizada”, avaliou o Conselho Federal de Engenharia e Agronomia(Confea).

Alvo de críticas de Bolsonaro, desde o tempo que ele era deputado federal, a OAB avalia que a PEC 108 tem por objetivo enfraquecer um órgão que atua como um “anteparo à força desproporcional do Estado e dos grupos detentores de poder efetivo contra o cidadão comum, individual ou coletivamente”.

“Mas a proposta apresentada pelo governo também significa a tentativa de desmonte de todo um sistema que zela pela qualidade da advocacia. A Ordem é responsável por uma rede protetiva para os advogados, que hoje sofrem as consequências da grave crise econômica que atinge o país – e que não dá sinais de trégua. Da mesma forma, a PEC 108 busca atingir um dos maiores mecanismos de fomento da excelência profissional, que é o Exame de Ordem. Diante da multiplicação sem precedente dos cursos de graduação em Direito, nem sempre amparados nos devidos parâmetros de qualidade, o exame é hoje a forma de garantir o mínimo de qualidade dos profissionais que vão servir à sociedade”, defendeu a OAB.

O vice-presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Mauro Luiz Britto Ribeiro, afirmou, em entrevista ao jornal O Globo, que a proposta do governo de acabar com a obrigatoriedade de filiação vai levar os conselhos à asfixia financeira. “Se desobrigarem médicos, advogados e outros de se inscreverem nos conselhos vão acabar com o CFM e com a OAB, entre outros”, disse. Ribeiro garantiu que a entidade vai atuar pela rejeição da PEC 108 no Congresso Nacional.

Fonte: Rede Brasil Atual

Banco Santander lucrou R$ 7,120 bilhões no 1º semestre de 2019, um crescimento de 21,0% em relação ao mesmo período de 2018, e de 4,3% no trimestre. O retorno sobre o Patrimônio Líquido Médio Anualizado (ROE) ficou em 21,3%, com alta de 2,0 p.p. em doze meses. O lucro obtido no Brasil representou 29% do lucro global que foi de € 3,231 bilhões (queda de 13,9% em relação ao 1º semestre de 2018). A holding encerrou o 1º semestre com 48.912 empregados, com abertura de 904 postos de trabalho em doze meses. Foram abertas 40 agências entre junho de 2018 e junho de 2019.

A Carteira de Crédito Ampliada do banco teve alta de 7,0% em doze meses e de 1,9% no trimestre, atingindo R$ 394,1 bilhões. As operações com pessoas físicas cresceram 18,0% em relação a junho de 2018, chegando a R$ 141,4 bilhões, impulsionado por cartão de crédito (22,3%), crédito consignado (23,2%) e crédito imobiliário (12,0%). A Carteira de Financiamento ao Consumo, originada fora da rede de agências, somou R$ 53,2 bilhões, com crescimento de 17,2% no período. Do total desta carteira, R$ 44,2 bilhões (83,1% da carteira) referem-se a financiamentos de veículos para pessoa física, que cresceu 17,0% no período.

O crédito pessoa jurídica apresentou queda de 1,8% em doze meses e leve alta de 0,2% no trimestre, alcançando R$ 123,0 bilhões. Entre junho de 2018 e junho de 2019, o segmento de pequenas e médias empresas cresceu 10,0%, enquanto o de grandes empresas caiu 6,1%. Desconsiderando-se o efeito cambial, a queda da carteira para grandes empresas foi de 5,9% em relação a junho de 2018. O Índice de Inadimplência superior a 90 dias ficou em 3,0%, com crescimento de 0,2 p.p. As despesas com provisões para créditos de liquidação duvidosa (PDD), por sua vez, caíram 2,0%, somando R$ 6,4 bilhões.

A receita com prestação de serviços mais a renda das tarifas bancárias cresceu 9,2% em doze meses, totalizando R$ 9,2 bilhões, enquanto as despesas de pessoal mais PLR subiram apenas 0,8%, atingindo R$ 4,6 bilhões no período. Assim, a cobertura dessas despesas pelas receitas secundárias do banco foi de 198,3%.

Fonte: Contraf-CUT

A Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro dos Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo (Fetraf-RJ/ES ) realizou nos dias 19 e 20 de Julho a 21ª Conferência Interestadual, no auditório do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, e reuniu diversas bancárias e bancários dos dois estados.

O evento foi marcado pela pluralidade de opiniões que, somadas à unidade da categoria, são essenciais diante um quadro tão adverso como o que se apresenta atualmente como os ataques aos direitos dos trabalhadores, Reforma Trabalhista, terceirização irrestrita, PEC do Teto de Gastos e, agora, com a Reforma da Previdência.

“Nosso papel, mais que nunca, se faz necessário contra este desmonte promovido pelo atual governo e a mobilização da categoria bancária é de fundamental importância”, declarou p oresidente da Fetraf-RJ/ES, Nilton Esperança, que ainda completou: “Demissões, terceirizações e precarização nos serviços são a tônica dos banqueiros e temos a obrigação, como sempre, em manter todas as nossas conquistas e barrar as tentativas de ataque”.

Para ele, as ações conservadoras e neoliberais do Governo também têm gerado retrocessos nas liberdades democráticas e ameaças aos direitos da classe trabalhadora, cuja implementação depende a sobrevivência do próprio governo. “Com isso teremos como objetivo organizar uma metodologia de amplo e profundo debate, para além da nossa categoria. Os desafios são grandes, mas o movimento sindical já superou outros momentos de crise e irá superar o atual.”

Estrutura Sindical

Na mesa sobre a Estrutura Sindical, o secretário Geral da CUT Nacional, Sérgio Nobre, falou dos desafios do movimento sindical para enfrentar não somente a atual conjuntura política adversa, mas também as transformações do capitalismo e do mundo do trabalho. Para o cutista é necessário pensar em um novo modelo de campanha salarial, que vá além das questões econômicas e da data-base.

Recessão econômica

Em consequência da política econômica do governo Bolsonaro, a economia brasileira tende a se contrair cada vez mais, a curto e médio prazos, trazendo queda da produção e da oferta de emprego. Mesmo que o ministro da Economia, Paulo Guedes, tome medidas de incentivo ao consumo que sempre criticou, os efeitos, se houver, só serão sentidos daqui a dois anos.

A avaliação foi feita pelo economista e ex-técnico do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Adhemar Mineiro, em palestra neste sábado, pela manhã, no segundo dia da 21º Conferência Interestadual dos Trabalhadores do Ramo Financeiro do Rio e Espírito Santo. O encontro teve início na sexta-feira (19/7), no auditório do Sindicato dos Bancários do Município do Rio.

Mídia Alternativa

O bancário e jornalista Paulo Salvador, editor da Rede Brasil Atual, lembrou que todo trabalhador é também consumidor das informações massificadas pela grande mídia e, mais recentemente, das redes sociais, especialmente o whatsapp e que é preciso fortalecer a chamada mídia alternativa, do campo progressista, para disputar as narrativas das versões dos fatos. Ele citou como exemplo de manipulação da imprensa tradicional, o chamado “não-fato”, ou seja, fatos que a mídia esconde das pautas do noticiário cotidiano. Um exemplo citado pelo palestrante foi a própria Conferência dos bancários. Segundo ele, “não interessa a imprensa burguesa divulgar o que os trabalhadores estão pensando da conjuntura política e econômica do país”, então este acontecimento simplesmente passa “a não existir” para a opinião pública. 

No evento, ficaram definidas pautas prioritárias:

– Defesa da democracia e soberania nacional;

– Defesa dos bancos públicos;

– Defesa da previdência social pública;

– Defesa dos direitos dos trabalhadores;

– Resistência contra as privatizações.

 

Fonte: Contraf-CUT

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), “prévia” da inflação oficial, foi de 0,06%, em junho, para 0,09% neste mês, segundo informou o IBGE nesta terça-feira (23). Com isso, está acumulado no ano em 2,42%. Em 12 meses, vai a 3,27%, abaixo do período imediatamente anterior (3,84%).

De acordo com o instituto, o grupo Transportes teve a maior influência no resultado, com variação de -0,44% e impacto de -0,08% percentual. Do lado das altas, Habitação subiu 0,43% e representou 0,04 ponto no mês.

No primeiro grupo, o IBGE destaca a queda nos preços dos combustíveis (-3%). A gasolina recuou 2,79% em julho e representou impacto de -0,12 ponto, enquanto o etanol voltou a cair (-4,55%), com menos 0,04 ponto. Também tiveram diminuição o óleo diesel (-1,59%) e o gás veicular (-0,49%), após altas em junho.

Ainda em Transportes, a tarifa de ônibus urbanos subiu em média 0,38% e a dos intermunicipais, 0,08%. O interestadual subiu mais, 2,56%.  As passagens aéreas tiveram aumento de 18,10%, com 0,07 ponto de impacto.

Já o item energia elétrica teve aumento de 1,13%, mais do que em junho, e registrou a sexta alta seguida. O gás encanado subiu 4,01% e a taxa de água e esgoto, 1,50%.

Grupo de maior peso na composição do índice, Alimentação e Bebidas teve ligeira alta, de 0,03%, após queda de 0,64% em junho. O IBGE destaca os aumentos de batata inglesa (8,30%) e cebola (12,81%), que representaram 0,02 ponto cada. Caíram os preços de feijão carioca (-12,47%), frutas (-1,22%) e leite longa vida (-0,96%).

Saúde e Cuidados Pessoais subiu menos (de 0,54% para 0,34%). Mas, com alta de 0,80%, o plano de saúde contribuiu com 0,03 ponto no resultado do mês. E Despesas Pessoas foi de 0,11% para 0,48%, com aumentos em preços de serviços, como cabeleireiro (0,82%), empregado doméstico (0,24%) e manicure (0,25%).

Entre as regiões pesquisadas, duas tiveram deflação: o município de Goiânia (-0,19%) e a Grande São Paulo (-0,06%). O maior resultado foi apurado na região metropolitana do Rio de Janeiro (0,26%).

Os resultados do IPCA e do INPC deste mês serão divulgados em 8 de agosto.

fonte: Rede Brasil Atual

Em encontro realizado pelos jovens empregados da Caixa de até 35 anos de idade, no último dia 20, em Brasília, o #prontofalei, promovido pela Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), em parceira com as Apcefs, destacou a reflexão dos impactos da inovação tecnológica na vida da sociedade e os desafios da experiência coletiva.

Segundo o presidente da Fenae, Jair Pedro Ferreira, o evento foi um importante mecanismo de troca de experiências com o público mais jovem. “O #prontofalei é esse grande projeto pensado para os jovens trabalhadores e trabalhadoras da Caixa”, disse. Para ele foi um espaço para falar sobre tecnologia, futuro, comunicação, inovação e para saber o que pensam os jovens empregados Caixa que compõem o quadro de quase 85 mil profissionais do banco público. 

Com o objetivo de instigar os participantes a pensarem sobre o futuro e conhecer melhor o jovem que faz o banco 100% público acontecer, o encontro começou com uma rodada de entrevistas cheias de provocações feitas pelos convidados sobre internet das coisas, o impacto de transformações no futuro, comunicação digital, comportamento social e inteligência artificial, o apresentador de televisão e jornalista Serginho Groisman abriu o evento. “Estamos vivendo um momento de muitas inovações tecnológicas e transformações. E é sobre isso que vamos falar hoje aqui”, disse Serginho. O evento foi transmitido, ao vivo, pelo youtube. 

Bem ao estilo do programa “Altas Horas”, Groisman chamou os especialistas convidados e intermediou as perguntas feitas, ao vivo, pelo público aos entrevistados. Segundo a diretora de Juventude da Fenae, Rachel Weber, esse evento não é apenas uma demonstração de que a Fenae quer abrir espaço para o jovem da Caixa, até porque esse espaço já é nosso, “mas é uma demonstração que queremos interagir mais”, disse.

A inovação nas relações interpessoais e trabalho foi o assunto do primeiro bloco, onde foram entrevistados: a publicitária formada em tecnologia e empreendedorismo, Daniela Klaiman, o sociólogo brasileiro, Sérgio Amadeu da Silveira, e a secretária de Juventude Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro da CUT (Contraf-CUT), Fernanda Oliveira.

O questionamento apresentado por, Fernanda Oliveira, da Contraf-CUT, aos empregados da Caixa foi sobre o impacto das startups financeiras e novas tecnologias no trabalho dos bancários, além da importância da manutenção do papel da Caixa como banco público. “Como vai ser o nosso futuro? Vocês acham que essas empresas vão acabar com o nosso emprego?”, questionou.

O sociólogo Sérgio Amadeu disse acreditar que as políticas dos bancos públicos estão bem evoluídas no mundo. “Treinamos e usamos muitas tecnologias. A preocupação que a Caixa tem com os dados é impressionante. Temos preocupação com o que farão com esses dados. Nós trabalhamos com tecnologia de ponta. O problema é que não chega na ponta”, opinou Murilo Timo, 34 anos, Brasília.

O vice-presidente da Fenae, Sérgio Takemoto, a designer com mestrado em comunicação e semiótica e com mais de 12 anos de experiência de mercado Carla de Bona e a instrutora oficial LinkedIn Learning e Top Voice, Flávia Gamonar desenvolveram a temática “Mundo digital e comportamento social: da comunicação a educação digital”.

Carla de Bona, falou sobre os novos empregos que surgem, a cada dia, e o despreparo da educação para lidar com as novas tecnologias e transformações. 

Segundo Sérgio Takemoto, a Caixa também sofre ataques nas redes e que a comunicação é algo que precisa estar alinhada para não gerar ruídos. “Na Caixa estamos sendo muito atacados. O presidente diz que vai fortalecer a empresa e ao mesmo tempo diz que vai vender parte da Caixa. Temos que ser responsáveis por fazer a nossa narrativa e temos que mostrar isso para a sociedade”, apontou.

Com a temática “O futuro e o trabalho”, os especialistas falaram sobre tendências, mudanças que estão acontecendo e como elas afetam o mundo do trabalho, do trabalhador e suas conquistas ao longo da história.

A força do coletivo

A força do coletivo foi o destaque dos debates finais do #prontofalei. As mudanças previstas para o mundo corporativo, como trabalho remoto, trouxeram importantes questionamentos na plateia formada por jovens trabalhadores da Caixa. Entre os palestrantes, a resposta foi unânime: as mudanças são inevitáveis, mas o trabalho coletivo pode reduzir os impactos. 

Quem reforçou o pensamento foi o sociólogo e supervisor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Victor Pagani. Para ele é preciso resgatar os princípios da coletividade e da solidariedade e uma saída a curto prazo é a União das pessoas. “Não existe saída sem o coletivo, temos que resgatar tudo isso”. Victor afirmou ainda que Caixa cumpre o papel de ajudar o coletivo. “A Caixa tem esse papel, diferente do banco público, não apenas gerar lucro, mas ter um compromisso social com o país.”

O professor de história e representante do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), Gabriel Simeone, questionou ao público se a sociedade é capaz de trazer o sucesso individual para todos. Para Simeone, é preciso ter pessoas que lutem para que todos conquistem seus direitos. “O que transforma o coletivo é a esperança e aceitar o pensamento do outro. Entender que outras pessoas pensam diferente de você”, afirmou.

O público apoiou a defesa da Caixa e o apoio do coletivo. Tácio Pinheiro, 27 anos, de Maceió, questionou o que os empregados estão fazendo para apoiar a instituição. “Essa defesa é a partir do coletivo, de nós. As pessoas que mais reclamam são aquelas que nunca aparecem em um encontro, no sindicato ou nas Apcefs. Se ficarmos esperando as outras pessoas resolverem, tudo vai acontecer sem a gente saber. A mudança vem de nós”, reforçou o empregado. Além de ter servido como um evento de capacitação, no espaço totalmente interativo, o jovem empregado Caixa participou de dinâmicas, interações nas redes sociais, intervenções e bate-papos.

Fonte: Contraf-CUT