Julho 14, 2025
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O Banco do Brasil anunciou na segunda-feira (29) uma reestruturação com ajustes de quadros, redução de agências e corte de 2.300 vagas em agências e setores administrativos internos.

A reestruturação ainda inclui o fechamento de mais de 300 agências, que serão transformadas em postos de atendimento, sem autonomia e sem gerente administrador.

O anúncio foi feito por meio comunicado oficial aos funcionários nos canais internos de comunicação, com critérios e prazos da reestruturação e do plano de desligamento.

O pacote prevê:

  • o redimensionamento da estrutura organizacional, com ajustes nas dotações na sede, nas unidades táticas, nas áreas de apoio e na rede (na prática esse redimensionamento significa corte de 2.300 vagas, entre escriturários, caixas e funções comissionadas. Os funcionários que não se realocarem, perderão cargos com corte nos salários);
  • a classificação de nível de unidades de negócios (com a reclassificação, 634 agências foram rebaixadas e apenas 76 subiram de nível. Mais de 600 gerentes gerais terão uma redução considerável nos salários, chegando em alguns casos a mais de 50% de perda);
  • a transformação de 333 agências em postos de atendimento (PAs) e de 49 postos de atendimento (PAs) em agências (o número de agências que serão fechadas e transformadas em PAs é muito maior, significando menos autonomia para fazer negócios, corte de vagas e de salários dos funcionários);
  • a criação de 42 agências-empresa (o BB ainda não informou onde e quantas agências-empresa serão criadas);
  • ajustes na abrangência de atuação em algumas superintendências de varejo (algumas superintendências estaduais e GEPES Estaduais serão fechadas e fundidas com outras, novamente haverá corte de cargos e pessoas terão que se realocar em outro estado se não tiver vaga no local).

Desligamentos

O Banco do Brasil lançou ainda, atrelado à reestruturação, um Plano de Ajuste de Quadros – PAQ, com incentivo ao desligamento.

A Comissão de Empresa dos Funcionários do BB solicitou ao banco que fosse realizada uma reunião para mais esclarecimentos, com os membros da CEBB e Sindicatos do Comando Nacional dos Bancários.

A reunião, por videoconferência, aconteceu das 15h às 19h. Os representantes dos sindicatos fizeram vários questionamentos sobre os pacote de reestruturação e como será a realocação dos funcionários, já que centenas perderão os cargos e terão salários reduzidos.

O BB informou que os funcionários que não forem realocados em cargos equivalentes receberão, durante os quatro meses, uma Verba de Caráter Pessoal (VCP), que completa o rendimento. Os caixas não serão contemplados.

A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) prontamente cobrou do banco que, assim como negociado com os sindicatos em reestruturação anterior, que os caixas também tenham direito ao completo salarial. “Para nós, se vai ser com VCP, prorrogação da gratificação de caixa ou outra verba, o importante é que o tratamento seja igual para todos recebem quaisquer adicionais pela função exercida”, disse o coordenador da CEBB, Wagner Nascimento.

As entidades de representação também questionaram sobre o processo de remoção compulsória para os funcionários que continuarem em excesso nas unidades. O banco afirmou que não haverá remoção compulsória para outro município.

A Contraf-CUT solicitou ao banco que seja fornecida a listagem das agências que serão transformadas em postos de atendimento, assim como todos os setores que serão reduzidos, e a respectiva quantidade de funcionários que serão afetados em cada uma das unidades.

O Banco do Brasil disse que vai analisar o fornecimento das informações detalhadas. Os representantes dos funcionários ficaram indignados com a possibilidade de não serem passadas as informações, uma vez que quanto mais informação, melhor será o atendimento e a agilidade na realocação dessas centenas de pessoas que terão salários reduzidos.

Os sindicatos cobraram do BB que as homologações de quem se desligar no PAQ sejam feitas nos sindicatos, para melhor acompanhamento e orientação aos funcionários.

“Vários sindicatos, no Brasil inteiro, tem recebido reclamações de diferenças e erros em rescisões contratuais. A recusa do BB em fazer a homologação no sindicato contradiz o discurso da transparência e da proteção aos funcionários”, afirmou João Fukunaga, diretor Jurídico do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região.

Plano de desligamento

O plano de desligamento oferecido via PAQ, conta com incentivo à demissão de escriturários ou caixas que ficarem excedentes no município e dos funcionários em excesso no cargo, no prefixo em que trabalham. Os seja, os demais funcionários que não se enquadram no excesso não poderão se desligar no PAQ.

O incentivo será de cerca de um salário por ano trabalhado com piso de R$20.000,00 (vinte mil reais) e teto de 7,8 salários para quem tiver até 20 anos de banco e até 9,8 salários para quem tiver mais de 20 anos de banco. Nos dois casos o valor do teto será de R$200.000,00 (duzentos mil reais).

Os funcionários que não estiverem em excesso e quiserem sair no PAQ poderão tentar fazer uma permuta (remoção) com outro em excesso para tentar o incentivo. Isto não significa a garantia de saída com incentivo, pois a validação se dará após a regularização dos excessos.

“Todos os funcionários podem se inscrever no PAQ, mas a efetivação somente se dará após a verificação da situação de excesso na praça ou no cargo. Portanto a opção de permuta deve ser feita com muito cuidado, para não gerar frustração e perda de cargo desnecessária e sem volta”, explicou o coordenador da CEBB.

Consulta à Previ e Cassi

Os funcionários interessados e em se deligar no PAQ deverão consultar sua situação na Previ, para que não saiam sem o benefício de aposentadoria e sem o plano de saúde. O PAQ contém modalidades diferentes para cada situação dos funcionários e isso deve ser observado.

Para Wagner Nascimento, reestruturação com corte de pessoas e redução de salários nunca é coisa boa. “Para nós, o banco falha em não garantir os salários nas mudanças radicais que a empresa faz, desestruturando a vida dos funcionários. Não bastasse a pressão por metas, que tem descomissionado e cortado salários todos os meses, agora o corte é de ofício”, criticou Wagner, lembrando que a reivindicação da Contraf-CUT sempre foi a incorporação da gratificação de função para proteção aos trabalhadores.

“Aguardaremos o banco fornecer as informações completas e detalhadas da reestruturação. Vamos acompanhar o andamento da realocação dos funcionários e nossos sindicatos estarão à disposição dos funcionários para dar orientações administrativas e jurídicas de acordo com cada caso”, disse o coordenador da CEBB.

Fonte: Contraf-CUT

No mesmo dia em que teve divulgado um lucro R$ 13,9 bilhões no primeiro semestre de 2019, o Banco Itaú anunciou o lançamento de um Programa de Desligamento Voluntário (PDV), que terá início no dia 1º de agosto e duração até o dia 31 do mesmo mês. O anúncio foi feito em comunicado divulgado ao mercado, e vale para “todas as empresas controladas exclusivamente pelo Itaú Unibanco Holding S.A. no Brasil”.

Segundo reportagem do UOL, o PDV espera atingir 6.900 funcionários. De acordo com o informe passado à Confederação Nacional dos Trabalhadores no Ramo Financeiro (Contraf-CUT), os desligamentos ocorrerão de acordo com a programação da empresa, até novembro/2019 na modalidade sem justa causa.

“Nós queremos entender o motivo deste PDV. Ele é uma opção de cada funcionário aderir ou não. Mas, nossa preocupação é com os bancários que não aderirem ao programa e permanecerem no banco. Eles não podem ser prejudicados com sobrecarga de trabalho e aumento da pressão e do assédio, que pode afetar a saúde. Os clientes também não podem ser prejudicados com a piora na qualidade do atendimento”, afirmou Jair Alves, coordenador da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú. “Esta postura do banco de lançar esse PDV, no atual cenário da economia brasileira, vem na contramão da política de gerar emprego, e aumenta o risco de terceirização e precarização. Ela só aumenta mais o desemprego e a miséria que está vigente atualmente no Brasil”, completou Jair.

Lucro do Itaú

De acordo com o relatório feito pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) em cima do balanço, o lucro do Itaú representa um crescimento de 8,7% em relação ao mesmo período de 2018 e de 2,3% no trimestre. A receita com prestação de serviços e tarifas bancárias cresceu 2,4% em doze meses, totalizando R$ 19,3 bilhões. As despesas de pessoal, por sua vez, subiram 5,8%, somando, aproximadamente, R$ 12 bilhões. Com isso, a cobertura destas pelas receitas secundárias do banco foi de 160,9% em junho de 2019.

A holding encerrou o 1º semestre de 2019 com 85.161 empregados no país, com fechamento de 983 postos de trabalho em doze meses, porém, foram fechados 1.043 postos somente no último trimestre do ano.

De acordo com o relatório do banco, “no Brasil, a redução anual do quadro de colaboradores está relacionada ao encerramento de agências físicas”. Em doze meses, foram fechadas 199 agências físicas, sendo 195 somente no 2º trimestre do ano e abertas 36 agências digitais abertas (apenas uma aberta no trimestre), totalizando 3.332 agências e 196 agências digitais, respectivamente).

“O Resultado já era esperado e teve um grande custo para os trabalhadores, já que veio com o fechamento de agências e a diminuição no quadro de funcionários. Os números mostram que está na hora de iniciar uma movimentação contrária, com a contratação de mais trabalhadores”, completou Jair.

Fonte: Contraf-CUT

A venda de 30% das ações da BR Distribuidora mostra que o governo Bolsonaro quer que a Petrobras atue, cada vez mais, apenas como empresa privada, sem se preocupar com a soberania e o desenvolvimento do Brasil. Essa é a análise do professor Giorgio Romano, da Universidade Federal do ABC (UFABC), em entrevista a Glauco Faria e Marilu Cabañas, na Rádio Brasil Atual.

“O único objetivo é valorizar as ações no mercado, o interesse financeiro a curto prazo”, opina Romano. Para ele, os interesses de quem atua nesse mercado e passa a tomar conta do transporte, do gás ou da petroquímica, significa que as decisões serão tomadas no exterior, levando em conta interesses que não necessariamente são os do desenvolvimento do Brasil. O percentual de 30% em ações da BR Distribuidora foi vendido a 160 investidores, oriundos de diversos países. Outros 28,75% da empresa já havia sido vendido durante o governo de Michel Temer.

Assim, a partir de agora, a Petrobras tem apenas 41,25% da BR Distribuidora. “O desmonte do Estado virou uma coisa positiva em si, sem considerar a vontade estratégica. Na verdade, eles querem privatizar a Petrobras, isso está claro na cabeça do Paulo Guedes, só que não há ainda força política para fazer isso de uma vez, por isso vão por partes”, afirma.

Giorgio Romano avalia que a venda da BR Distribuidora se insere no contexto de desmonte da Petrobras como uma empresa integrada, um processo iniciado após o impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff. “A empresa tem seu poder de mercado e sua capacidade de contribuir com o desenvolvimento do Brasil por controlar a cadeia toda, do poço ao posto”, explica. Ele destaca que a BR Distribuidora, ao ser desmembrada da Petrobras, se torna a quarta maior empresa do Brasil, atrás da própria Petrobras, da JBS e da Vale. Em 2018, a BR Distribuidora obteve mais de R$ 3 bilhões de lucro.

Para o professor, a questão daqui em diante é analisar o que acontecerá com a “pulverização” da venda das ações da BR Distribuidora. Segundo ele, ainda não está claro se a venda pulverizada das ações da empresa tem ou terá um único controlador por trás. Caso não tenha, a Petrobras pode permanecer como acionista majoritária por ainda deter 41,25% da empresa, mas se houver uma empresa ou grupo financeiro controlando as ações vendidas a Petrobras deixa de ser a acionista majoritária.

“Tudo indica que não é isso que vai se concretizar mais à frente. É um cenário plausível, ainda a se verificar, que essas ações depois passem para o controle de uma empresa, provavelmente estrangeira”, pondera Giorgio, ressaltando que essas empresas provavelmente serão estrangeiras e concorrentes da Petrobras.

Fonte: Rede Brasil Atual

Ontem, 29 de julho, foi o Dia da Sobrecarga da Terra, alertaram os ambientalistas em todo o mundo. Isso quer dizer que de hoje (30) a 31 de dezembro deste ano todos os recursos naturais utilizados pela atividade humana estão além da capacidade de renovação sustentável do planeta. Por isso, ontem foi considerado também o dia em que o planeta “entrou no vermelho”, já que os recursos usados a partir de agora não serão mais recuperados.

Em relação ao ano passado, esse limite foi atingido três dias antes – em 2018, a data foi registrada em 1º de agosto. O cálculo da data é feito pela entidade internacional Global Footprint Network (GFN). Para chegar ao resultado, o total de recursos que o planeta é capaz de produzir em um ano é dividido pela demanda da humanidade no mesmo ano, considerando o número de dias do ano.

29 de julho representa a data mais recuada desde que o planeta entrou em déficit ecológico no início dos anos 70. “Com o dia chegando cada vez mais cedo no ano, e com o volume crescente de emissões de CO2, a importância de ações decisivas fica cada vez mais evidente”, adverte a ministra do Meio Ambiente do Chile, María Carolina Schmidt Zaldívar, que é também presidente da Conferência das Partes da Convenção do Clima das Nações Unidas (COP25), que será realizada em Santiago em dezembro.

“Uma situação que está empobrecendo cada vez mais a terra e quebra o equilíbrio da natureza e do futuro do próprio homem”, afirma ao site Vatican News Alfonso Cauteruccio, presidente da Greenaccord, uma entidade não governamental cristã que trabalha pela sensibilização da questão ambiental.

Oficialmente o primeiro Dia da Sobrecarga da Terra foi 21 de dezembro de 1971, quando a terra registrou 10 dias “no vermelho”. Depois desta data a tendência foi sempre de antecipar o dia, chegando a 1º de agosto em 2018.

Na situação atual do planeta, atualmente sua capacidade regenerativa é consumida 1,7 vez por ano. A continuar nesse ritmo, em 2050 a humanidade consumirá o dobro do que o planeta produz. “Somos uma geração de cigarras e não de formigas – explica Cauteruccio ao Vatican News – de fato exageramos nos consumos e não temos a sobriedade que a Terra nos implora. Com a natureza não se brinca porque quando o dano é grave não se pode arrepender”.


* Com informações do Vatican News e da GFN

Em sua rápida tramitação pela Câmara e pelo Senado, até ser aprovado, há dois anos, o projeto do Executivo que resultou na Lei 13.467, de “reforma” trabalhista”, foi apresentado como solução para o mercado de trabalho, que precisava se modernizar para permitir a criação de empregos, algo que a legislação “atrasada” não permitia. O então ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, chegou a declarar que esperava a abertura de 2 milhões de vagas no ano passado e neste, em consequência de postos de trabalho que deixariam a informalidade. Então ministro, Henrique Meirelles falou em 6 milhões, sem especificar período. Os dados do próprio governo apontam no sentido contrário: neste um ano e meio, a “modernização” mais fechou do que abriu empregos no país.

Se comparadas as três modalidades surgidas com a lei, que entrou em vigor em novembro de 2017, o fechamento de vagas é duas vezes maior que a abertura. A “reforma” implementou duas formas de contratação, mais precárias, o trabalho intermitente e o parcial. Ao mesmo tempo, surgiu o desligamento por “acordo” entre patrão e empregado.  Este último supera de longe as duas formas novas de contratação de mão de obra.

De janeiro de 2018 a junho deste ano, o saldo total de postos de trabalho formais no país foi de 938.054, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que com a extinção do Ministério do Trabalho passou a ser divulgado pela pasta da Economia, comandada por Paulo Guedes, um entusiasta da flexibilização. Já o saldo somado de trabalho intermitente (88.437) e parcial (33.315) é de 121.752 vagas no período. Enquanto isso, os desligamentos por acordo totalizaram 276.284 – 2,27 vezes mais.

Mesmo considerando apenas o trabalho intermitente ou parcial, o número fica distante dos milhões imaginados pelo ministro ou parlamentares governistas, que insistiam nesse argumento durante a tramitação do projeto. Essas duas modalidades representam apenas 13% do saldo total do Caged em um ano e meio. O próprio saldo integral, até agora, não chega a 1 milhão.

Sem jornada fixa

O contrato de trabalho intermitente não tem jornada fixa. Pode ser por mês, dia ou hora. Deve ser especificada o valor da remuneração por hora, que não pode ficar abaixo do equivalente a um salário mínimo mensal ou do que é pago para quem exerce a mesma função. A chamada para o serviço precisa ser feita com pelo menos três dias de antecedência e o trabalhador precisa responder até um dia (útil) antes. Em caso de descumprimento, a lei prevê multa equivalente a 50% do valor da remuneração combinada. Já o trabalho parcial é aquele cuja duração não supera 30 horas semanais, sem horas extras, ou 26 horas, com acréscimo de até seis (pagas com adicional de 50%).

Apenas em junho, último dado disponível, o trabalho intermitente teve saldo de 10.177 vagas (diferença entre contratações e demissões). Desse total, 417 trabalhadores foram admitidos mais de uma vez. O total de estabelecimentos envolvidos chegou a 2.691. No parcial, o saldo foi de 1.427. E os desligamentos somaram 17.951.

Sem contar o resultado comparativo desfavorável, o Caged aponta ainda outro dado negativo, este referente aos salários. Todos os meses, o ganho de quem entra no mercado de trabalho é invariavelmente menor em relação ao rendimento daquele que saiu. No mês passado, os contratados tinha salário médio de R$ 1.606,62, enquanto quem foi demitido recebia  em média R$ 1.766,67. No acumulado do ano, o rendimento dos admitidos corresponde a 88,6% dos demitidos.

“Foi um equívoco alguém um dia dizer que essa lei ia criar empregos. Foi um equívoco”, disse em junho, em entrevista à BBC Brasil, o presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Brito Pereira. “O que cria empregos são os programas de incentivo à produção, que gera bens, permite o consumo e faz girar a economia”, acrescentou o ministro, reverberando o que dizem vários economistas, refratários à “reforma” da forma como foi implementada.

Fonte: Rede Brasil Atual

As duras regras para concessão de benefícios previdenciários, o desmonte da educação pública de qualidade e os desmandos do governo de extrema-direita de Jair Bolsonaro (PSL) serão os principais alvos das manifestações marcadas para 13 de agosto, Dia Nacional de Mobilizações, Paralisações e Greves Contra a Reforma da Previdência.

Para o presidente da CUT, Vagner Freitas, o trabalhador está mais atento aos riscos de perda de direitos depois que a Câmara dos Deputados aprovou em primeira votação itens como obrigatoriedade da idade mínima (65 para nos homens e 62 para as mulheres), mudança nos cálculos dos benefícios para reduzir os valores, das pensões para as viúvas e até para os aposentados por invalidez, além de tirar da boca de mais 13 milhões de trabalhadores e trabalhadoras com carteira assinada o abono salarial.

“Nós alertamos o trabalhador sobre o que representa a reforma da Previdência e os cortes na educação. Ele está mais informado do que significa essa proposta do governo, aprovada por maioria na Câmara. Eles têm informações detalhadas dos malefícios que a reforma representa”, diz Vagner ressaltando a série de matérias publicadas no Portal CUT e as ações sindicais nas bases dos deputados que veem sendo feitas pelas CUT’s estaduais e pelos dirigentes da Nacional em todo o país.

Segundo Vagner, a CUT se soma à uma mobilização da Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação (CNTE) contra a “Reforma da Previdência, em Defesa da Educação Pública e por Empregos” que já estava programada. “É importante ressaltar que essa é a principal luta da Central. Não podemos esquecer que o governo Bolsonaro continua com seu processo de desmonte de todas as políticas públicas”.

O Dia 13 é importantíssimo para darmos o recado de que o povo não concorda com as propostas que estão sendo encaminhadas pela maioria dos parlamentares, por orientação do governo Bolsonaro

O presidente da CUT avalia que Bolsonaro toma medidas que prejudicam a educação pública no país porque é mais fácil manipular um povo sem educação. “Quanto mais informação as pessoas tiverem, menos apoio esse governo vai ter. Eles querem acabar com a educação de qualidade no Brasil, justamente para ter cidadãos sem consciência, e aí passar as imbecilidades desse governo fascista, sem resistência, sem luta”.

Orientação aos sindicatos

Vagner diz que os sindicatos filiados à CUT estão orientados a realizar paralisações e, caso não tenham condições de parar, devem realizar manifestações, de acordo com a capacidade de cada um.

Outra orientação aos trabalhadores e a militância é a pressão junto aos deputados que devem votar o segundo turno da reforma da Previdência.

“Os deputados reagem quando você faz manifestação nas suas bases, onde têm mais votos. Por isso, os sindicatos têm de continuar com seus movimentos nas ruas e denunciar que esses deputados que estão votando a favor da reforma são contra os trabalhadores e não devem ser reeleitos”, lembra Vagner.

O presidente da CUT reforça, ainda, a necessidade dos sindicatos utilizarem as redes sociais, o WhatsApp, promoverem manifestações nos aeroportos, mas fundamentalmente, pressionar os deputados em suas cidades e bases.

“Vamos fazer manifestações na praça, no coreto da cidade em que eles têm mais votos, espalhar cartazes mostrando que são contra a classe trabalhadora. Nessas cidades de pequeno ou médio porte os deputados se sentirão mais pressionados. E se a base dele for uma cidade maior, nos grandes centros, vamos aos bairros onde também tem votação. Ele se sentirá muito mais pressionado do que irmos à Brasília, onde será mais um dos 513 deputados que compõem a Câmara Federal”.

Mobilização da classe trabalhadora barrou maldades da reforma da Previdência

A mobilização dos trabalhadores e da população conseguiu barrar muitas maldades contidas na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 006/2019, nome oficial da reforma da Previdência, como as que atingiam os trabalhadores e as trabalhadoras rurais e os idosos em condição de miséria que recebem o  Benefício de Prestação Continuada (BPC), além da capitalização, a principal mudança que o governo queria fazer, avalia Vagner.

“Foi com greve geral e nossas manifestações que barramos a capitalização,  que era de grande interesse do ministro da Economia, Paulo Guedes. O interesse em entregar para os bancos a aposentadoria do trabalhador e acabar com a Previdência pública e universal, com seguridade social e transformar isso num produto a ser comprado por 10% da população que teria condições de pagar por uma Previdência privada. Isto nós barramos”, lembra o presidente da CUT.

Embora tenha sido uma grande vitória, alerta Vagner, o governo pode, obviamente, dependendo da relação de forças, trazer a capitalização num outro momento para ser votada pelo Congresso Nacional, daí a importância do dia Nacional de Luta da CUT.

O importante, prossegue, é saber que as paralisações e manifestações apoiadas pela CUT, pelos trabalhadores e estudantes têm surtido efeito e que podem surtir mais ainda com o engajamento de todos os sindicatos.  “Temos condições, enquanto tiver votação tramitando no Congresso, de diminuir mais os aspectos negativos da reforma em relação aos trabalhadores. Vamos lutar para barrar a idade mínima imposta para a aposentadoria e outras questões”, finaliza.

Fonte: CUT

Alguns dos bancos que entraram na oferta de ações da BR Distribuidora ou coordenaram a operação na Bovespa, na terça-feira (23), também podem ter estado com o procurador do Ministério Público Federal Deltan Dallagnol, em reunião privada em 13 de junho de 2018, organizada pela XP Investimentos, para comentar sobre o tema ‘Lava Jato e Eleições’.

XP Asset Management, do Grupo XP, e Itaú, que compraram ações na privatização da distribuidora, e os bancos JP Morgan, Citi e Credit Suisse, como coordenadores da operação, segundo apuração do jornal Valor Econômico, também são citados como convidados dessa reunião de caráter privado e clandestino, conforme vazamento do Intercept, divulgado ontem (26) no blog do jornalista Reinaldo Azevedo.

“Queria te convidar para um bate papo com investidores brasileiros e estrangeiros aqui em SP”, afirma a Deltan a assessora da XP Investimentos, Débora Santos, em 17 de maio de 2018. “Me passa uma lista de quem são?”, pede Dallagnol.

“JP Morgan Morgan Stanley Barclays Nomura Goldman Sacha Merrill Lynch Cresit Suisse Deutsche Bank Citibank BNP Paribas Natixis Societe Generale Standard Chartered State Street Macquarie Capital UBS Toronto Dominion Bank Royal Bank of Scotland Itaú Bradesco Verde Santander”, diz Débora. E depois: “Esses seriam os convidados. Nem todos comparecem”, afirmou.

Na sequência do diálogo pelo smartphone, Débora esclarece sobre o espírito do encontro. Esse bate-papo é privado, com compromisso de confidencialidade, onde o convidado fica à vontade para fazer análises e emitir pareceres sobre os temas em um ambiente mais controlado”, afirma a assessora da XP.

Na operação de compra da BR Distribuidora, os investidores arremataram as ações da empresa por R$ 9,6 bilhões, em dois lotes. A operação foi feita sem agregar o valor do controle do mercado de combustíveis no país, que é do que se trata quando se fala de BR Distribuidora. “Foi uma simples venda de ações na Bolsa de São Paulo cujo resultado ao fim do dia foi a Petrobras “vender” o controle da BR Distribuidora, pelo preço de ações no varejo, SEM CONSIDERAR O VALOR DO CONTROLE”, escreveu neste sábado Andre Motta Araujo, em artigo no site GGN.

A Petrobras detinha 71,24% das ações da distribuidora, e com a operação desta semana deve ficar com 37,5%, o que significa que a empresa deixa de ser estatal para ter seu capital pulverizado em bolsa.

Fonte: Rede Brasil Atual

O “Blog do Servidor”, do jornal Correio Braziliense, publicou na semana passada um texto afirmando que “Impasse pode provocar a venda da Cassi, plano de saúde dos funcionários do BB” (Banco do Brasil).

O texto traz informações sobre a reunião ocorrida no dia 24, na qual a diretoria da Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil apresentou números e esclarecimentos sobre intervenção da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) à Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e demais entidades de representação dos funcionários do banco.

O risco de a Cassi, instituição privada sob a forma de associação sem fins lucrativos, mudar de mãos é real, de acordo com Wagner Nascimento, coordenador da Comissão de Empresas dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB) e representante da Contraf-CUT na mesa de negociações com o BB e a Cassi.

“A imprensa tem nos procurado e divulgado mais textos sobre o assunto. Isso mostra que a venda ou a alienação da carteira da Cassi encontra eco dentro do banco. Ou seja, que a medida é possível”, observou.

Intervenção

O texto informa que, no mesmo dia em que entrou com o processo de regime fiscal, o primeiro passo do processo de intervenção, a ANS nomeou Maria Socorro de Oliveira Barbosa como diretora fiscal. Lembra também que a Cassi ainda não apresentou um projeto de saneamento das contas, porque a operadora, maior instituição de autogestão de saúde do país, precisa resolver o impasse interno que provocou a intervenção.

O Blog do Servidor diz que o governo propôs extinguir os planos de saúde para os novos empossados por concurso público – somente quando se aposentassem – e elevar o percentual de contribuição (hoje o BB arca com 60% do total e os funcionários, com 40%) para 50% para as partes, a partir de 2022, entre outros itens de governança. Além disso, na prática, a proposta aumentava a contribuição dos servidores de 3% do salário para 4%. O banco, que arcava com 4,5%, passou a dispor de R$ 23 milhões por mês para cobrir o déficit crescente, que aumentou de R$ 109 milhões, em 2014, para R$ 378 milhões, em 2018, segundo dados da Cassi.

Os beneficiários do plano não aceitaram o acordo. Como não houve consenso, a ANS instaurou o processo de intervenção fiscal. Chegamos a esse impasse. A Cassi não tem dívida no mercado. Há um descasamento entre custo assistencial e receita, o que gera insuficiência de margem de solvência em torno de R$ 800 milhões”, explicou Wagner Nascimento. “Não queremos a venda da carteira e sim a reabertura do processo de negociação”, completou.

A Contraf-CUT, seus sindicatos e federações filiadas e demais prepararam materiais explicando a proposta e as consequências da não aprovação da mesma que, segundo o Blog do Servidor.

Fonte: Contraf-CUT / Paulo Flores

Terminou na última sexta-feira (26), a 18ª Conferência Internacional de Direitos Humanos e Civis, em Minneapolis, Minnesota, EUA. Realizada pela Confederação de Trabalhadores Unity and Strenght foUR Workers – USW, que representa trabalhadores dos Estados Unidos e Canadá, o evento levanta debates sobre o combate ao racismo desde Martin Luther King.

O tema deste ano “Não nos impeça agora! Caminhemos juntos” vai além do combate ao racismo e aborda também o preconceito contra as mulheres, LGBTQ+ e a situação dos imigrantes no país.

No total, 580 delegados e delegadas participaram do evento, incluindo delegações internacionais, como: dirigentes do Reino Unido; e do Brasil, representados por Almir Aguiar, Secretário de Combate ao Racismo da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro e Rosane Fernandes, Secretária Adjunta da Secretaria Nacional de Combate ao Racismo da CUT-Brasil.

“Para o Secretário de Combate ao Racismo da Contraf-CUT, Almir Aguiar, a realidade de uma parcela da população americana, não difere da população negra brasileira: discriminação, salários menores que os brancos, e, principalmente, a violência policial, que persegue e mata pessoas, pela cor de sua pele. Mas, os debates deixaram claro que os trabalhadores estão organizados pelos direitos sociais, com políticas de negociações e enfrentamentos”, disse.

Durante o evento, também foi realizada uma passeata com todos os participantes até a prefeitura Minneapolis para denunciar os abusos contra a população negra.

Representação Importante

A Conferência contou com a participação de Keith Maurice, que foi deputado e atualmente é o Procurador Geral do Estado de Minnesota, nos EUA. Keith criticou o Partido Democrata e atribuiu o insucesso nas eleições ao afastamento das bases e por terem se aproximado somente no ano eleitoral. Ele destacou também que quem mais fez pelos Direitos Humanos não foi o governo e nenhum bilionário americano, mas, as lutas dos sindicatos e dos trabalhadores por melhores acordos. Ele também citou como exemplo a situação dos refugiados Somálios, que trabalham na Amazon e que lutaram e levaram a empresa para a mesa de negociação.

O Governador de Minnesota, Tim Walz, também participou da conferência e destacou a importância dessa realização. O parlamentar disse que é fundamental a luta por direitos sociais e alertou que muitas pessoas saem para trabalhar pela manhã e no final do dia não sabe se têm seus empregos.

A procuradora, Marilyn Mosby, da cidade de Baltimore, indiciou em 2015, seis policiais pela morte do jovem negro chamado Freddie Gray. Ela comentou que o número de presos negros nos Estados Unidos é maior do que presos brancos e 30% dos jovens negros americanos vivem abaixo da linha da pobreza.

Participação Brasileira

O secretário de Combate ao Racismo da Contraf-CUT participou do Workshop “Fighting for Worker – Rights in the Global Economy”. Em sua apresentação, afirmou que o Brasil tem um histórico de discriminação, que reflete no trabalho e na vida social, fruto de um período escravocrata que se reflete até os dias atuais.

Almir relatou ainda a luta histórica do movimento sindical bancário por igualdade e oportunidades, que iniciou em 2000 com a realização de uma pesquisa com foco em gênero e raça, junto com Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). A partir daí muitos avanços foram possíveis. Porém, de acordo com o secretário de Combate ao Racismo da Contraf-CUT, a realidade ainda é cruel. “São poucos negros na categoria, são poucos em cargos de comando, quase nenhum em cargo de direção, as mulheres, em especial as mulheres negras são discriminadas e a cor da pele é um empecilho para ascensão profissional. Hoje, estamos discutindo o terceiro Censo da Diversidade, num outro formato. Criamos o agente da diversidade, que estará em cada agência e departamento nos bancos para fazer o debate contra o preconceito e a discriminação”, explicou.

Rosana Fernandes, destacou que este ano tem sido um ano de luta e resistência. “O Brasil teve a mais longa e numerosa escravidão do mundo. Foi o último país a botar fim a esse regime e instituiu há exatos 130 anos a Lei Áurea, que em tese acabou com a escravidão. O racismo é o projeto político e ideológico que congela mulheres e homens negros na base da pirâmide social brasileira e que ao fim os levam para a morte física ou simbólica, o que o movimento negro nacional caracteriza como um projeto genocida”, disse.

Fonte: Contraf-CUT

O dia 25 de julho, no qual se comemora o Dia Internacional da Mulher Latino Americana e Caribenha, foi marcado por várias manifestações contra o racismo e preconceito que predominam na sociedade.

Em São Paulo, uma roda de conversa com as mulheres na região do ABC destacou a importância da luta. No centro da cidade, um ato começou na República e seguiu pelas ruas até a igreja dos homens pretos. Durante todo o trajeto, as mulheres recitaram poesias e dançaram ritmos africanos como forma de denúncia contra todos os preconceitos que elas sofrem na sociedade devido a cor de sua pele.

As crianças também marcaram presença na marcha. A coordenadora do Coletivo de Igualdade Racial do Seeb SP, Osasco e região, Ana Marta Lima, ressaltou a importância das mulheres levarem as crianças na marcha.  “Foi lindo e emocionante ver as crianças participando. É importante as mães explicarem logo cedo, ensinar seus filhos a valorizar a sua ancestralidade e a história das mulheres negras na sociedade. Deixar claro que estar nas ruas, lutando, tem um significado muito grande.”, disse.

Para a secretária da Mulher da Contraf-CUT, Elaine Cutis, esse preconceito também pode ser percebido nos locais de trabalho. “Os números do censo deixam muito claro a realidade das mulheres negras, quando observa o número pequeno de funcionárias negras dentro dos bancos.  Ainda há muita discriminação nas contratações e o governo só faz reforçar essas práticas com seu discurso conservador e falta de políticas públicas”, disse.

O fato de ser uma mulher negra coloca as trabalhadoras do setor bancário em posição de desvantagem frente aos demais trabalhadores e trabalhadoras. Analisando a média salarial, uma bancária negra ganha em média 26% menos do que um bancário branco.  

Mesmo com mais anos de escolaridade, representando praticamente metade da categoria bancária (48,3%) e sendo a maioria no Sudeste (51,9%), as mulheres enfrentam maiores barreiras para ascender na carreira no setor financeiro. 

Campanha UniSororidad

Para combater o racismo presente na sociedade e no ambiente de trabalho, a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) escolheu o dia 25 de julho para dar início a campanha #UniSororidad. O movimento acontece no dia 25 de cada mês, pela rede social Twitter e reúne informações e protestos sobre a realidade do gênero na sociedade. 

“A campanha foi definida no último encontro da Rede Uni América Mulheres, no qual constatamos que é extremamente importante reforçar a nossa luta de combate à violência contra a mulher. O nosso objetivo é sensibilizar e dar ainda mais visibilidade contra este grave problema e salientar a importância de ações efetivas para o combate à violência”, afirmou Elaine Cutis, secretária da Mulher da Contraf-CUT.

Fonte: Contraf-CUT