Maio 13, 2025
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Todos os estados do país e o Distrito Federal organizam manifestações para o Dia Nacional de Luta em Defesa da Previdência, nesta sexta-feira (22), em resposta à proposta de "reforma" apresentada pelo governo de Jair Bolsonaro. Ao todo, atos, panfletagens e outras ações contra a retirada de direitos devem ocorrer ao menos em 78 cidades brasileiras.

Na capital paulista, a concentração está marcada para as 17h, em frente ao Masp, na Avenida Paulista. Na região do ABC, haverá passeata logo cedo saindo da fábrica da Ford, em São Bernardo do Campo. No Rio de Janeiro, o ato ocorre às 16h, na Candelária, região central. Em Belo Horizonte, a manifestação começa também às 17h na Praça Sete, no centro da cidade. Há ainda na parte da manhã atividades nos bairros Barreiro e Venda Nova.

Reunião, seminários, assembleias, atos e paralisações estão previstas para denunciar os riscos dos trabalhadores com a "reforma" da Previdência em Brasília, além do ato agendado para as 17h, na Praça Zumbi dos Palmares, no Setor de Diversões Sul. Em Manaus, a concentração está prevista para as 15h, na Praça da Polícia e deve seguir até a Praça da Matriz, no centro.

Além das capitais, outras 51 cidades das regiões metropolitanas e no interior também programam atos contra a "reforma" da Previdência. As adesões às atividades também acontecem por categorias, como os bancários, que abrirão o dia de manifestações com diversas atividades em agências e concentrações de trabalhadores do ramo financeiro, de acordo com informações da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT). Desde terça-feira (19), por meio do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, a categoria tem se articulado na região central da cidade para alertar a população sobre os riscos da proposta de destruição da Previdência pelo governo Bolsonaro.

Com o mesmo intuito, a CUT lançou ainda uma campanha e um site "Reaja agora" informando sobre os pontos da "reforma" e seus impactos sobre os trabalhadores, além de peças e materiais informativos que podem ser acessados por aqui

Toda a mobilização é, no entanto, um "esquenta" para uma greve geral, caso a proposta de retirada dos direitos trabalhistas seja levada adiante pelo Congresso. A exemplo das paralisações que ocorreram em 28 de abril de 2017, os dirigentes sindicais e movimentos sociais avaliam a campanha como um passo essencial para frear os retrocessos do governo Bolsonaro.

Com informações da CUT

Confira a programação completa dos atos

Acre
Boa Vista: Palácio do Rio Branco, às 8h

Alagoas
Maceió: Praça Centenário, às 15h
Arapiraca: Praça da Prefeitura, às 9h

Amapá
Macapá: ato às 9h, em frente a agência do INSS, na Avenida Marechal Rondon

Amazonas
Manaus: concentração na Praça da Polícia, às 15h, seguindo em passeata para a Praça da Matriz (Centro) às 16h

Bahia
Salvador: ato na Rótula do Abacaxi, às 9h

Ceará
Fortaleza: ato na Praça da Imprensa (Dionísio Torres), às 8h
Juazeiro do Norte: ato no Giradouro, às 16h
Iguatu: ato com concentração na Praça da Caixa Econômica, às 8h
Sobral: Praça de Cuba, às 7h30
Chorozinho: Praça da EEF Padre Enemias, às 8h
Morada Nova (ato regional): Praça da Matriz, às 7h
Russas: Praça Monsenhor João Luiz, às 7h
Aracati: Praça do Prazeres, às 8h
Jaguaruana: Praça da Prefeitura, às 9h
Itaiçaba: EEF Dulcineia Gomes Dinis, às 7h
Solonopole: Ginásio Poliesportivo, às 9h30
Pereiro: Praça da Matriz, às 7h
Itapipoca: Praça dos Motoristas, às 8h
Tianguá: Praça dos Eucaliptos, às 8h
Acopiara: Praça da Matriz, às 8h
Paracuru: Sindicato Rural, às 8h
Crateús: Coluna da Hora, às 7h
Camocim: Pracinha do Amor, às 8h
Paraipaba: Praça do Hospital, às 15h30
Martinópole: Galpão dos Feirantes, às 16h
Jaguaribe: Praça do Fórum, às 16h

Distrito Federal
Praça Zumbi dos Palmares (SDS), às 17h

Espírito Santo

Vitória: Caminhada de Jucutuquara até o Palácio Anchieta, às 8h

Goiás
Goiânia: ato perto da Serra Dourada, na altura do Km 153 da BR, às 6h

Maranhão 

São Luís: INSS no Parque Bom Menino (Centro), às 8h
Imperatriz: Praça de Fátima, às 8h

Mato Grosso
Cuiabá: Praça Ipiranga, às 16h

Mato Grosso do Sul
Campo Grande: Praça do Rádio Clube, às 9h

Minas Gerais
Belo Horizonte: Ato na Praça Sete, às 17h
Montes Claros: Praça do Automóvel Clube, às 16h
Cidade de Timóteo: Praça 1º de Maio, às 17h
Coronel Fabriciano: Praça da Rodoviária, às 9h
Ipatinga: Praça 1º de Maio, às 14h
João Monlevade: Praça do Povo, às 9h 

Ouro Preto: Panfletagem

Pará
Belém: concentração no Banco do Brasil da Ponte Vargas às 7h30, com caminhada até o INSS da Av. Nazaré às 9h
Marabá: em frente ao INSS (manhã), seminário sobre reforma da Previdência na Faculdade Carajás, às 15h
Parauapebas: Praça de eventos no bairro Cidade Nova, às 6h

Paraíba
Campina Grande: Praça da Bandeira, 10h

Paraná
Curitiba: concentração na Boca Maldita, às 9h; ato e panfletagem no INSS da Rua João Negrão, às 11h

Pernambuco
Recife: Praça do Derby, às 15h

Piauí
Teresina: INSS (Praça Rio Branco), às 8h

Rio de Janeiro
Rio de Janeiro: Candelária, com caminhada até a Central do Brasil, 16h

Rio Grande do Norte
Natal: INSS da Rua Apodi, 2.150, às 15h e segue para a Praça dos Três Poderes
Mossoró: Manifestação na base da Petrobrás, às 6h e, concentração no INSS, às 8h e seguem pelas ruas do centro da cidade

Rio Grande do Sul
Porto Alegre: Esquina Democrática, às 18h
Caxias do Sul: Praça Dante Aligheri, às 17h
Santa Maria: Praça Saldanha Marinho, às 17h30
Pelotas: Mercado Público às 18h
Passo Fundo: Esquina Democrática, às 17h

Rondônia

Porto Velho: Praça Marechal Rondon, a partir das 17h

Roraima

Boa Vista: debate sobre a “reforma” da Previdência no auditório Jornalista Alexandre Borges, na Universidade Federal de Roraima (UFRR). Ato em frente à Assembleia Legislativa, às 16h

Santa Catarina
Florianópolis: Ticen, às 17h
Blumenau: em frente ao INSS, às 10h
Joinville: Praça da Bandeira, às 14h
Criciúma: Calçadão da Praça Nereu Ramos, às 13h30
Itajaí: ato em frente à Igreja Matriz, às 16h
Lages: "aulão" popular sobre a "reforma", no Calçadão Tiago Fiúza de Carvalho, às 17h

São Paulo
São Paulo: Masp, Avenida Paulista, às 17h
São Bernardo do Campo, 10h Largo Rudge Ramos, Praça São João Batista, em frente à igreja; saída da porta da Mercedes-Benz e da Ford, às 7h

São Carlos: praça em frente ao Mercado Municipal, às 9h
Bauru: audiência Pública na Câmara, às 14h
Campinas: ato dos Servidores Públicos no Largo do Rosário, às 10h; Concentração para o ato e panfletagem na rua 13 de Maio e terminais de ônibus, às 16h30; ato político às 18h
Mogi das Cruzes: Largo do Rosário (Praça da Marisa), às 10h
Ribeirão Preto: Concentração na Esplanada Dom Pedro II, às 17h
Osasco: ato público em frente à Estação de trem de Osasco, às 9h
Carapicuíba: ato público em frente à estação de Carapicuíba, às 5h30 e Ato público no Calçadão, às 9h
Ubatuba: ato no Ipiranguinha, Posto BR, às 10h, e no calçadão do Centro, das 11h30 às 18h
São José dos Campos: Praça Afonso Pena, às 10h

Sergipe
Aracauju: ato com concentração em frente à Deso, na Rua Campo do Brito, às 15h

Tocantins
Palmas: em frente ao INSS, às 8h

 

Fonte: Rede Brasil Atual

reforma da Previdência vem sendo apresentada como uma espécie de elixir capaz de curar todos os males da economia brasileira. Alega-se de tudo a esse respeito: desde assegurar o equilíbrio contábil atuarial da própria Previdência Social até ser o alicerce para a construção de um próspero futuro para o país. Atribui-se à reforma poderes quase sobrenaturais. Não faz muito tempo, em 2016, o santo remédio consistia em outra proposta de emenda à Constituição Federal, que estabelecia o congelamento dos gastos não financeiros da União por vinte anos. A argumentação era semelhante, e os propalados benefícios, a começar pela retomada do crescimento econômico, também. Em 2017, o novo milagre seria produzido pela retirada de direitos e flexibilização das relações de trabalho, através da reforma trabalhista. Até agora esperamos, em vão, pelos resultados prometidos. A economia, após uma profunda recessão, segue andando de lado. E os empregos... ah!, os empregos. Esses não deram o ar de sua graça. Quando muito, são criadas ocupações de baixíssima qualidade.

Agora, no balaio da argumentação pró-reforma da Previdência, vale destacar a reiterada promessa de geração de empregos. Há quem diga até que não apenas a reforma vai gerar empregos, mas que se trata de uma condição necessária para evitar que o país entre novamente em recessão e, consequentemente, leve a uma piora do mercado de trabalho.

Mas, afinal, que mecanismo explicaria essa relação entre emprego e Previdência, segundo a visão daqueles que defendem a reforma? Apesar de não muito claro, é possível identificar, no rol anunciado de virtudes, dois supostos efeitos positivos que levariam à elevação do emprego: um, o crescimento do investimento privado, e outro, o aumento do investimento público.

O crescimento do emprego, decorrente do aumento do investimento privado (decorrente, por sua vez, da reforma), se daria devido à retomada da confiança empresarial. Um ambiente macroeconômico supostamente mais estável, previsível e favorável, proporcionado por contas públicas em equilíbrio intertemporal e taxas básicas de juros mais baixas, atiçaria o “espírito animal” do empresariado (residente e não residente no país), que faria as inversões em ampliação da capacidade produtiva, geraria empregos, renda, ampliação da arrecadação tributária, num ciclo virtuoso que nos colocaria na rota do crescimento sustentável. Aqui, o elemento-chave seria o retorno da confiança empresarial, que estaria abalada atualmente pela insustentabilidade das contas públicas. Por esse raciocínio, a confiança empresarial, e portanto o nível de investimentos, é função, fundamentalmente, da percepção sobre a situação das contas públicas.

Em primeiro lugar, cabe questionar essa subentendida explicação sobre as motivações relacionadas às decisões de investimento dos capitalistas. Tal decisão resulta fundamentalmente da comparação entre a receita necessária a viabilizar o investimento (que cubra os custos e remunere o capital) e a receita esperada com a realização desse investimento (que, por sua vez, passa pelas expectativas empresariais quanto às vendas futuras). Obviamente, um ambiente macroeconômico estável favorece a decisão de investir, mas jamais é razão suficiente. É preciso que as expectativas quanto à demanda (venda) futura sejam favoráveis. E isso passa, necessariamente, mas não apenas, por expectativas favoráveis quanto ao emprego, à renda e ao crédito.

Ora, todas as políticas que vêm sendo adotadas nos anos recentes, e também as anunciadas pelo atual governo, apontam no sentido contrário: contratos de trabalho mais precários, informalidade, restrição do crédito de longo prazo (por meio de bancos públicos), eliminação das políticas industrial e tecnológica, eliminação de barreiras alfandegárias sem qualquer contrapartida etc. são os elementos do contexto atual. Esperar que o emprego, especialmente aquele de qualidade, seja criado a partir da crença num suposto ajuste das contas públicas é ignorar o que ocorre no mundo real: acirradas disputas comerciais e tarifárias, adoção de programas governamentais ostensivos de estímulo à inovação tecnológica (a exemplo da indústria 4.0), de restrições à venda de empresas – mesmo privadas – a estrangeiros, de políticas abrangentes de compras governamentais, de afrouxamento monetário e de aumento do déficit público. E o que a reforma da Previdência tem a ver com isso?

Em segundo lugar, e talvez o mais relevante: quem disse que essa reforma da Previdência tornará o ambiente macroeconômico mais favorável? Os processos de consolidação fiscal experimentados por diversos países no período pós-crise de 2008 redundaram, via de regra, em um rotundo fracasso. As chamadas políticas de austeridade produziram uma enorme penúria social e não foram capazes de promover a retomada do emprego e do crescimento econômico, nem o ajuste das contas públicas. Ao contrário, como sucedeu na Espanha, na Itália, na Irlanda e em Portugal. Aliás, nesse último, a partir de 2015, houve uma guinada na política econômica e o gasto público passou a ser elemento central na recuperação. Mais que isso, foi a própria recuperação que permitiu a estabilização da relação dívida/PIB e a eliminação dos déficits públicos, pelo incremento da receita fiscal. Recentemente, temos a experiência argentina, até agora malsucedida.

O Brasil, por sua vez, produziu superávits primários durante mais de uma década, e apenas a partir do período da recessão, em 2015, passou a ter problemas significativos, mas conjunturais. A resposta, iniciada ainda sob a gestão Dilma/Levi e aprofundada sob Temer e seu “dream team”, foi a de tentar promover um forte corte de gastos públicos e estabelecer regras estruturais para um novo regime fiscal, com vistas a restaurar a confiança empresarial na política econômica. O resultado tem sido desastroso. Como dito, as políticas de austeridade não têm logrado promover a retomada da atividade econômica. Com o apelido simpático de “fadinha da confiança”, essa estratégia passou a ser questionada até por órgãos de viés ortodoxo no espectro teórico, como a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e o próprio Fundo Monetário Internacional (FMI).

Outra suposta razão para a reforma produzir efeitos benéficos ao emprego seria o aumento do investimento público, que decorreria da redução de despesas correntes ensejada pela reforma. O raciocínio é: gasta-se menos com a Previdência, tem-se mais para a realização de investimentos em infraestrutura. Nesse caso, estamos falando de qual horizonte temporal? Curto prazo? Longo prazo? Podemos supor que a queda na demanda agregada provocada pela queda no valor pago de benefícios fará o Estado dispor de recursos adicionais para investir mais? Se é assim, por que isso não está ocorrendo agora? Afinal, temos a Emenda Constitucional 95/16, e desde sua implementação o investimento público só despenca. E por que logramos crescer e gerar superávits por anos a fio sem que essas reformas tivessem sido feitas? Quem garante que esses recursos (a anunciada “economia” de R$ 1 trilhão), se forem subtraídos dos beneficiários da Previdência, serão utilizados para o investimento público? Quem garante que não serão apropriados na forma de serviço da dívida pública ou de redução de impostos?

É importante salientar que não havia e não há uma trajetória explosiva do gasto público no período recente da história econômica do país. Há, sim, uma queda brusca da receita fiscal associada a questões de ordem conjuntural no início, e acentuada posteriormente pelas medidas implementadas que só intensificaram a crise econômica. E isso ocorre, sobretudo, em razão da queda na atividade econômica. O corte nas despesas, nesse contexto, só agravará a situação de debilidade da demanda agregada.

Por fim, cabe dizer que, de fato, há um envelhecimento da população brasileira. Há, também, um aumento da longevidade. Isso é indiscutível. Mas não se trata de um cavalo de pau demográfico. É um processo lento e, neste momento, estamos no auge do chamado bônus demográfico, com a maior parcela da população em idade para trabalhar. Contudo, estamos desperdiçando essa potencialidade.

Em vez de mobilizarmos nossa energia no debate de uma reforma proposta de forma abrupta, que exclui ou dificulta o acesso ao direito à proteção social, reduz os valores dos benefícios e, no longo prazo, aponta para o fim da Previdência pública, com sua substituição pelo sistema de capitalização, deveríamos estar engajados para assegurar o pleno emprego de nossa força de trabalho e promover o aumento da produtividade. Esses elementos, sim, constituiriam o caminho para a acumulação de recursos que, posteriormente, permitiriam o financiamento da Previdência em outras bases.

O debate necessário sobre as mudanças em nosso sistema previdenciário, como de resto em nosso sistema fiscal, deve ser feito de outra maneira, envolvendo primordialmente o principal ator social por ela afetado, qual seja, a classe trabalhadora organizada. Além disso, caberia, respeitando-se os marcos regulatórios/institucionais de uma economia com as características da brasileira, que esse processo se desse no âmbito de uma grande negociação nacional, num ritmo compatível com essa participação e sem o apelo fácil a ameaças infundadas de fim de mundo, que estão longe de aportar a racionalidade necessária para lidar com algo tão relevante para a maior parte de nossa população.

Clemente Ganz Lúcio, sociólogo, é diretor-técnico do Dieese. Paulo Jager, economista, é supervisor técnico da entidade

infelicidade tomou conta do Brasil, segundo o ranking do Instituto Gallup em parceria com a Organização das Nações Unidas (ONU) e fundações internacionais. A crise econômica e a desconfiança em relação aos líderes da política, principalmente, fizeram o país perder 16 posições em relação ao ranking de 2015, quando era o 15º país mais feliz do mundo, na frente de Luxemburgo, Irlanda e Bélgica, entre outros.  O ranking tem o objetivo de influir em políticas públicas.

De lá para cá muita coisa mudou. Depois de assistir à gestação do golpe com as molecagens do candidato derrotado Aécio Neves (PSDB), o Brasil parou para assistir às chantagens do ex-presidente da Câmara, o deputado Eduardo Cunha (MDB-RJ). Vieram então o processo de impeachment, o golpe, as malas de dinheiro, as conversas com políticos gravadas por Joesley Batista e a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Tudo isso em meio ao desemprego, aos ataques aos direitos trabalhistas comandados por Michel Temer e à crescente reverberação do discurso fascista do então deputado Jair Bolsonaro.

O Brasil está hoje em 32º lugar entre os 156 países avaliados no ranking. A população da Costa Rica, México, Chile, Guatemala e Panamá se considera mais feliz que os brasileiros em termos de questões políticas, econômicas e sociais – como PIB per capita e expectativa de vida – e até em aspectos subjetivos, como bem estar, liberdade, generosidade e percepção de corrupção.

A julgar por esses parâmetros, o sociólogo Laymert Garcia dos Santos, da Unicamp, acredita que a felicidade do brasileiro vai continuar a despencar com a "necropolítica" ou "política de morte" adotada pelo presidente Bolsonaro e seus auxiliares, que os seus eleitores demoram a começar a perceber.

"A tendência é de sermos mais infelizes, se consideramos o que estamos vivendo, e sobretudo os efeitos da política de destruição crescente, cujos efeitos ainda não se concretizaram completamente. A infelicidade vai aumentar. E muito", acredita.

Na sua avaliação, se a população brasileira fosse melhor informada e menos "desentendida e infantil", estaria se sentindo muito mais infeliz do que já está. "Esse posicionamento no ranking é muito bom em vista da situação de destruição que o país está vivendo".

O mais preocupante, segundo ele, é que não se pode dizer que a população esteja desinformada sobre a situação, porque Bolsonaro nunca fez e não faz mistério sobre sua política. "E agora, nessa viagem aos Estados Unidos, disse que não veio (ao governo do Brasil) para construir, mas para 'desconstruir'. No caso dele, na verdade, é destruir", afirma o sociólogo, que está analisando as falas de Bolsonaro ao longo dos últimos 30 anos. 

Leve despertar

Para o sociólogo, a queda da popularidade do presidente apontada esta semana pelo Ibope é ainda muito tímida e reflete um "leve despertar". A aprovação em queda ainda estaria alta mesmo para um governante que em menos de três meses já fez muitos estragos. "Acho que, embora esteja despencando, caiu pouco diante do nível de destruição em todos os setores. Na saúde, na educação, nas propostas de reforma da Previdência, violência, política externa, de gênero, econômica, política, cultural, social, ambiental. Só tem surgido destruição. Não aconteceu nada de positivo, absolutamente nada", avalia.

A queda da popularidade e essa infelicidade, conforme  Laymert, são sintomas de que as pessoas estão se decepcionando. "Mas para mim isso acontece em câmera lenta. O grande problema é o descompasso entre a percepção da destruição, muito lenta, e a velocidade do processo destrutivo. O temor é que, quando despertarem, as instituições estarão destruídas e não seja possível salvar mais nada. Esse descompasso é o que mais espanta; não existe reação à altura. A classe média é infantil. Todo mundo vai pra rua no carnaval e manda o Bolsonaro 'tomar no cu'. O problema é que é só na festa. Não há mobilização. Quando despertarem, não sei se vai dar tempo".

 

RBABrasileiro era mais feliz no tempo de Lula
Reconhecido como o 'O Cara' pelo então presidente dos EUA Barack Obama, Lula era 'disputado' por chefes de estado de diversas partes do mundo na hora da foto oficial; Bolsonaro se contentou com a cara de quem comeu e não gostou de Trump

 

Felicidade

A infelicidade recorde dos brasileiros foi divulgada na mesma semana em que Bolsonaro visitou os Estados Unidos. A expressão semelhante à de quem comeu e não gostou de Donald Trump, ao receber a camisa 10 do Brasil, deixa a impressão de que o mandatário estadunidense foi contagiado pelo sentimento que prevalece no Brasil segundo o ranking do Instituto Gallup.

Coincidentemente, em 2010, quando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi elogiado pelo então presidente Barack Obama, que o chamou de "o cara" diante de diversas autoridades, durante encontro do G20, o povo brasileiro era tão feliz como jamais tinha sido antes.

Uma reportagem da revista IstoÉ chegou a estampar na capa da edição de 20 de agosto daquele mesmo ano a manchete "Nunca fomos tão felizes". A matéria mostrava a história de vários brasileiros que, com a economia a todo vapor e os avanços sociais no país, descobriram uma felicidade que nunca tinham vivido. Estavam tomados pelo sentimento de bem-estar, comprando mais carros, viajando mais, adquirindo a casa própria e realizando sonhos.

Na época a felicidade era tanta que o brasileiro se sentia mais pleno do que as pessoas de países ricos apesar de ocupar a 32ª posição entre 36 no Índice para Viver Melhor, da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). O Brasil estava atrás de todos os países desenvolvidos no índice que somava 11 indicadores com o mesmo peso, indo de renda a emprego, satisfação de vida e segurança, para capturar a diversidade da sociedade e as prioridades de cada um.

"O Brasil está relativamente bem, há uma melhor dimensão de bem-estar no país", disse na ocasião Romina Boarini, assessora da OCDE ao jornal Valor de maio de 2012. Uma época que já deixou saudade.

 

Fonte: Rede Brasil Atual

Em sua 24ª reunião, o Conselho Diretivo da UNI Américas fez os encaminhamentos para a realização da 6ª Conferência Regional da UNI Américas, que ocorrerá em Lima, Peru, em dezembro de 2019. A reunião aconteceu na terça-feira (19), em Montevidéu, no Uruguai.
Entre os temas definidos para a Conferência, estão “big data e novas tecnologias”, “o futuro do mundo do trabalho”, “direitos sociais, laborais e humanos”, “imigração”, “plano para uma América sustentável”, “a questão das mulheres, dos jovens, da diversidade” e a “defesa da democracia no continente”.

Para o secretário de Relações Internacionais da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Roberto von der Osten, a reunião reafirmou que a agenda sindical, ao contrário do que as estruturas patronais afirmam, não pode ser separada da agenda política continental. “As derrotas de partidos de centro esquerda no continente trouxeram um cenário de perdas de direitos sociais, trabalhistas e humanos em diversos países de nossa região. As eleições foram antecedidas de ampla propaganda de má fé para fazer parecer que o papel do Estado é atrapalhar a economia e a geração de empregos. Propagaram que as políticas sociais são onerosas, que as empresas e serviços públicos são de baixa qualidade e que o liberalismo e o mercado são bons para o povo pobre”, disse von der Osten.

Conjuntura

Os presentes debateram sobre a conjuntura política e econômica dos países membros no continente americano a partir de reflexões trazidas pelo diretor regional da UNI Américas, Marcio Monzane, que relatou conjunturas de países da América do Sul, pelos relatos sobre os Estados Unidos feitos por Stanley Gacek da UFCW, pelas informações sobre a situação do Caribe e América Central trazidas por Trevor Jonhson da BIGWU de Trinidad & Tobago.

Os comentários sobre o Brasil foram apresentados pela presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira, que relatou a difícil situação em que vive o povo e o movimento sindical brasileiro. “O governo quer realizar uma reforma da Previdência extremamente prejudicial aos trabalhadores, às mulheres e à população mais pobre. Uma proposta que contempla a famigerada capitalização, que gerou uma população de idosos miseráveis no Chile. Além disso, diz que o trabalhador tem que escolher entre ter emprego ou ter direitos”, disse Juvandia, lembrando da proposta de ‘carteira verde-amarela’, que retira todos os direitos trabalhistas.

“Isso é uma tragédia para os trabalhadores. O governo sabe que os sindicatos não vão deixar passar isso sem protestos. Por isso, publicou uma Medida Provisória, que entra em vigor desde a publicação, sem necessidade de aprovação pelo parlamento, que visa acabar com as entidades de representação dos trabalhadores ao dificultar todo e qualquer tipo de arrecadação de receitas sindicais”, completou ela, se referindo à MP873/2019.

Plano de trabalho

Durante a reunião a UNI Américas também apresentou o balanço do Plano de Trabalho desenvolvido durante 2018, contemplando o monitoramento e relatórios dos planos setoriais e políticos, campanhas de sindicalização desenvolvidas no Peru, Chile, El Salvador, Caribe, Estados Unidos, Costa Rica, Uruguai e Brasil.

Foi apresentado a seguir, o Plano de Trabalho para 2019 e as prioridades destacadas nas reuniões que a UNI Américas realizou em cada país com sindicatos afiliados, sendo aprovado pelos membros do Conselho Executivo.

Também estiveram presentes à reunião a Secretária Geral da UNI Global Union Christy Hoffman, a presidenta da UNI Global Finance, Rita Berlofa, o Head do Departamento da UNI Global Finance, Angelo di Cristo, e a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Ivone Silva.

 

Fonte: Contraf-CUT

Na rodada da Mesa de Negociação da Cassi desta quarta-feira (20), foi retomado os debates com a pauta de governança.

A negociação continua amanhã (21) quando se espera uma proposta de custeio para debates.

Os representantes das entidades continuam no esforço concentrado para se chegar numa proposta final para levar a votação.

 

Fonte: Contraf-CUT

O Banco do Brasil apresentou, na terça-feira (19), os detalhes da ampliação dos escritórios digitais para mais de cem novas praças, sendo basicamente no interior e regiões metropolitanas, em reunião com os representantes dos trabalhadores.

O banco informou sobre o processo de migração de carteiras para os novos prefixos, o que inclui a mudança de localidade para muitos funcionários.

Os sindicatos solicitaram informações sobre como está acontecendo o processo de nomeação e posse e impacto para os funcionários.

O banco informou que somente no primeiro dia, mais de 80% dos funcionários envolvidos já haviam feito a opção de migração de prefixos e que o processo está tranquilo até o momento, e que os problemas que surgirem nas bases sejam reportados para tentativa de solução.

Foram apresentadas as tabelas de migração de carteiras, bem como a lista das praças envolvidas.

Condições de trabalho

Os sindicatos apresentaram as reclamações dos funcionários em relação ao clima organização e a piora das condições de trabalho nos escritórios digitais. Foram apresentadas reclamações quanto ao grande número de clientes por carteira, bem como a pressão em relação às metas e ameaças de descomissionamento.

Também foram relatados os problemas detectados nas plataformas PJ, que tem dificultado a execução dos serviços de forma satisfatória.

Descomissionamentos

Os sindicatos apontaram a deterioração das condições de trabalho atrelada ao grande número de descomissionamentos, o que cria uma sensação de insegurança muito grande para bancárias e bancários.

Foi citada a manifestação dos funcionários em São Paulo em frente à Gepes, com participação de mais de 100 funcionários de escritórios digitais.

Um dos itens apontados pelos funcionários dos escritórios digitais é que a distância das Superintendências, na nova configuração, tem ocasionado cobranças mais exageradas e aumento das ameaças de descomissionamento, trazendo uma relação distante e descompromissada com o clima e saúde dos funcionários, por parte dos novos superintendentes nacionais.

PDG

Os representantes dos funcionários cobraram do BB atenção e retorno aos bancários e bancárias quanto aos pedidos de revisão do pagamento de PDG, pois tem chegado reclamações que os critérios são revisados sem comunicação prévia.

O Banco informou que tem procurado dar retorno aos funcionários.

A Contraf-CUT mais uma vez cobrou do Banco que haja negociação e contratação do PDG em acordo, algo que já acontece com diversos bancos, o que dá mais segurança sobre o modelo e regras utilizadas.

Para Wagner Nascimento, coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB, a preocupação principal em todo processo de mudança de prefixos é com a mobilidade e garantia dos cargos dos funcionários. “Estamos fazendo o acompanhamento das movimentações agora e continuaremos o monitoramento das condições de trabalho nessas unidades.”

 

Fonte: Contraf-CUT

As centrais sindicais e os movimentos populares vão realizar manifestações em diversas cidades do país na sexta-feira, 22 de março, em protesto contra a proposta de reforma da Previdência, apresentada ao Congresso Nacional pelo governo Bolsonaro. Já estão confirmados atos em quase 100 cidades em todo o país. Os bancários vão aderir às atividades e realizarão atividades próprias da categoria.

Se a proposta de reforma da Previdência apresentada pelo governo for aprovada as pessoas serão obrigadas a trabalhar e contribuir por mais tempo, mas receberão menos. Ao mesmo tempo, o governo e as empresas serão isentas de dar suas contribuições.

Os trabalhadores vão às ruas para defender seu direito de se aposentar e receber um valor justo pela contribuição que dão para o desenvolvimento do país.

O governo quer estipular a idade mínima de 62 anos para mulheres e de 65 anos para homens se aposentarem e extinguir o direito da aposentadoria por tempo de contribuição. Além disso, a idade mínima aumentará a cada quatro, de acordo com o aumento da expectativa de vida da população brasileira.Dados do IBGE mostram que, na maioria dos estados do Norte e Nordeste a expectativa de vida ao nascer em 2017 era de 70 anos a 73 anos. Nos estados do Sul e Sudeste chegava a 79 anos. Mesmo em uma mesma cidade a expectativa pode sofrer muita variação, dependendo da qualidade de vida da pessoa. O Mapa da Desigualdade 2017, elaborado pela Rede Nossa São Paulo, mostra que enquanto, o morador dos Jardins vive 79,4 anos, em média, o morador do Jardim Ângela vive 55,7 anos.

Tempo de contribuição

Além da idade mínima, o governo quer aumentar o tempo contribuição. As pessoas terão que contribuir por 20 anos para receber apenas 60% do benefício. Se quiser receber 100% do benefício, terão que contribuir por 40 anos. Mesmo assim, não receberão o valor integral da aposentadoria. É que o governo quer alterar a forma de cálculo da contribuição. Hoje o cálculo é feito sobre os 80% dos maiores valores pagos. Com a nova proposta, o cálculo levará em conta a totalidade das contribuições, desde quando a pessoa começou a trabalhar.

Mulheres

A reforma será prejudicial para todos os trabalhadores, mas ainda mais para as mulheres. Hoje, a idade mínima para aquelas que vivem abaixo da linha da pobreza e não conseguiram contribuir por 15 anos é de 60 anos. Vai subir para 62 anos.

Veja programação das atividades

 

Fonte: Contraf-CUT

Os empregados da Caixa de todo o Brasil vão vestir preto no próximo dia 26 e postar fotos com a hashtag #ACaixaédoBrasil. No dia, também haverá reunião nas agências e atividades de ruas com a população para preparar o ato do dia 26 de abril, contra o fatiamento da Loteria Instantânea Exclusiva (Lotex).

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) adiou novamente, nesta semana, o leilão de concessão da Lotex. A nova data agora é dia 26 de abril, e não mais 26 de março. Esta é a quarta prorrogação da data do certame e a quinta tentativa do governo federal para conceder a exploração da Lotex à iniciativa privada.

“É importante que no período que antecede esta data intensifiquemos a mobilização dos empregados e da sociedade em defesa da Caixa para mostrar ao governo que não interessa a ninguém está privatização. Não tem sentido privatizar a Lotex. Por isso, a resistência das entidades representativas dos trabalhadores e da sociedade é fundamental para barrar as ameaças contra o patrimônio do povo brasileiro”, afirmou Sérgio Takemoto, secretário de Finanças da Contraf-CUT.

 

Fonte: Contraf-CUT

A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e a Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú cobraram a redução da rotatividade de trabalhadores no banco (turnover), durante reunião entre a COE do Itaú e o banco, realizada nesta quarta-feira (20), na sede da Contraf-CUT, em São Paulo. Na ocasião, o banco apresentou os números de admissões de demissões ocorridas em 2018.

“O banco nos apresentou um saldo positivo de postos de trabalho, mas o turnover ainda permanece alto. Cobramos a redução desta rotatividade para um dígito”, disse Jair Alves, dirigente da Contraf-CUT e coordenador da COE do Itaú.

Segundo os dados do banco, o turnover em 2018 foi de 10% (3.618 funcionários). Os dados mostram ainda que foram contratados 9.870 novos funcionários e demitidos 8.618, gerando um saldo de 1.252 postos de trabalho a mais no quadro de pessoal.

Redução das agências

Os representantes dos trabalhadores também cobraram a criação centro de realocação e qualificação, uma conquista da Campanha Nacional de 2016. “Esta é uma discussão que foi transferida para as comissões de empresas. A ideia é que os bancos, antes de demitir seus funcionários, busque requalificá-los e os realoque em outras áreas onde tenham vagas. Assim conseguiremos reduzir o número de demissões e o turnover que deixam os funcionários apreensivos com o medo do desemprego”, explicou Jair.

Segundo o dirigente da Contraf-CUT, as contratações são direcionadas para pessoas mais jovens e com conhecimentos na área de tecnologia da informação. Já as demissões são de caixas, gerentes e demais cargos da área operacional das agências.

“Eles estão aperfeiçoando os processos digitais, em preparação para a ampliação das agências digitais. O banco nega que seja uma orientação a demissão de pessoas com mais tempo de casa. Se não há uma orientação neste sentido, então é necessário orientar os gestores do contrário, pois muitas demissões atingem pessoas que estão prestes a adquirir a pré-estabilidade para a aposentadoria a que a categoria tem direito”, disse Mauri Sergio Martins de Souza, secretário de Assuntos Jurídicos da Contraf-CUT e funcionário do Itaú.

Os itens “e” e “f” da cláusula 27 da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria garante a estabilidade de “pré-aposentadoria” de 12 meses antes de se completar o tempo para a aposentadoria aos empregados com, no mínimo, cinco anos de vínculo empregatício com o banco. Para os empregados com 28 anos de vínculo empregatício com o banco a estabilidade aumenta para os 24 meses anteriores ao tempo de se completar a aposentadoria pela Previdência Social.

Proposta

A COE e a Contraf-CUT vão elaborar uma proposta para enviar ao banco sobre a questão do emprego, da remuneração, incluindo os programas próprios. A proposta também tratará sobre a retomada das reuniões do GT de Saúde e de questões envolvendo o convênio médico.

 

Fonte: Contraf-CUT

Diferente da propaganda anterior à "reforma" trabalhista, segundo a qual era necessário mudar a lei para que o país voltasse a criar vagas, o mercado apenas esboçou uma reação, voltando a mostrar pouco dinamismo. O crescimento, quando ocorre, é apenas em setores informais da economia. Uma em cada quatro vagas é de trabalho parcial ou intermitente. Os dados são de análise do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgada nesta quarta-feira (20), com um dado agravante: cresce o número de domicílios sem nenhum rendimento do trabalho. São 16 milhões de casas sem renda proveniente do trabalho, de um total de quase 72 milhões de domicílios.

Segundo o Ipea, a "lenta recuperação do mercado de trabalho – traduzida na manutenção de uma taxa de desemprego alta e persistente, principalmente entre os menos escolarizados –" leva ao aumento do número de domicílios sem renda de trabalho ou renda muito baixa. No quarto trimestre de 2017, conforme informações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad, do IBGE), em 21,5% dos locais pesquisados ninguém havia desempenhado atividade remunerada. Essa parcela subiu para 22,2% em igual período de 2018. Era de 18,6% no final de 2013.

"Essas famílias até podem possuir outra renda, como aposentadoria ou proveniente de programas sociais, mas nenhuma fruto do trabalho", afirma uma das autoras do estudo, Maria Andréia Lameiras, pesquisadora do Grupo de Conjuntura do Ipea. Em relação aos domicílios com renda considerada baixa, a participação subiu de 29,8% para 30,1%, na mesma de comparação. E era de 27,5% no último trimestre de 2013.

Os dados analisados pelo instituto apontam ainda crescimento da desigualdade salarial. No quarto trimestre de 2014, a renda domiciliar na faixa mais alta (superior a R$ 16 mil por mês) era 27,8 vezes maior que a média da renda muito baixa (menor que R$ 1.601,18). No final do ano passado, a proporção tinha aumentado: era 30,3 vezes maior.

O índice de Gini, que mede a desigualdade, subiu de 0,514 no último trimestre de 2014 para 0,533 em igual período do ano passado, no caso da renda domiciliar do trabalho. Quanto mais perto de zero, menor a desigualdade. Já na renda individual, o índice foi de 0,495 para 0,509.

O Brasil tem aproximadamente 12,7 milhões de desempregados, "que têm permanecido cada vez mais tempo nessa situação", diz o Ipea, lembrando que os trabalhadores jovens continuam sendo os mais atingidos. No período mais recente, o desemprego cresceu principalmente entre trabalhadores com menor escolaridade. Aqueles com ensino médio ou superior têm tido mais sucesso na busca por uma nova colocação no mercado.

 

Fonte: Rede Brasil Atual