Maio 09, 2025
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Imprensa

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O desrespeito às empregadas da Caixa, vítimas de assédio sexual e moral cometidos pelo ex-presidente do banco, Pedro Guimarães agora partiu do atual presidente da República. Em entrevista ao portal Metrópoles nesta segunda-feira (24), o chefe do Executivo declarou não existir “nada de contundente” nas denúncias das trabalhadoras.

“Não vi nenhum depoimento mais contundente de qualquer mulher. Vi depoimentos de mulheres que sugeriram que isso poderia ter acontecido. Está sendo investigado”, afirmou o presidente do país.

Em nota publicada pelo portal G1, da Globo, os advogados das vítimas repudiam a declaração do presidente e dizem ser motivo de tristeza que “condutas como apalpar seios e nádegas, beijar e cheirar pescoços e cabelos, convocar funcionárias até seus aposentos em hotéis sob pretextos profissionais diversos e recebê-las em trajes íntimos [...] sejam naturalizados” pelo presidente.

O Movimento Sindical, através da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae) mais uma vez se solidariza com as empregadas e se coloca em permanente defesa das vítimas. “A declaração do presidente é repulsiva. Embora sua falta de empatia não seja novidade, vista a sua indiferença em relação aos quase 700 mil mortos pela Covid no país, não deixa ser assustador ouvir um presidente relativizar as denúncias das mulheres e o sofrimento de cada uma delas”, disse o presidente da Fenae, Sergio Takemoto. “A Fenae se solidariza com as empregadas e com todas as mulheres que sofrem assédio e são desacreditadas por quem deveria defendê-las”, concluiu.

A diretora de Políticas Sociais da Fenae, Rachel Weber também se manifestou sobre o assunto. “Não encontrou nada de contundente, mesmo depois das declarações estarrecedoras das mulheres porque, para ele, parece normal usar a expressão ‘pintou um clima’ para meninas de 14 anos”, disse. “É uma fala repugnante, mas compatível com outras tão graves que demonstram seu desprezo às mulheres. Não à toa elas são o público de maior rejeição ao presidente. Se foi uma tentativa de nos intimidar, não deu certo. Essas mulheres não estão sozinhas e sabem que têm todo nosso apoio. Elas não vão se calar!”

A nota traz, ainda, a manifestação das vítimas acerca do comentário do chefe do executivo. “[...] Assim como em suas duras e desprezíveis palavras, fomos desacreditadas e relegadas à nossa própria sorte pela instituição que deveria garantir nossa integridade. Mas não nos calamos e não iremos nos calar”, declararam.

Fonte: Fenae

Faltando menos de uma semana para o segundo turno das eleições, é importante ressaltar que a corrupção eleitoral, também conhecida como captação de sufrágio ou ainda simplesmente como compra de votos, é crime, segundo a legislação eleitoral 9.504/97. Mas você sabe quais as práticas que configuram compra de votos?

Segundo a legislação, é proibido qualquer ato que vise “dar, oferecer, prometer, solicitar ou receber, para si ou para outrem, dinheiro, dádiva ou qualquer outra vantagem, para obter ou dar voto e para conseguir ou prometer abstenção, ainda que a oferta não seja aceita”.

Ou seja, configura crime eleitoral de compra de votos oferecer, prometer ou realizar qualquer benefício ao cidadão eleitor em troca de voto, mesmo que este não aceite a proposta. 

De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral, caso você seja alvo dessa prática ou saiba de alguma ocorrência que vise a compra de votos, deve denunciar no Ministério Público Eleitoral, informando provas e solicitando que o promotor eleitoral local investigue o caso. 

É importante ressaltar que a compra de votos não necessariamente pode envolver dinheiro vivo. Por exemplo, se um candidato oferecer carona aos eleitores no dia da votação, essa atitude pode configurar compra de votos. Da mesma forma, a entrega de cestas básicas, oferecimento de emprego público e todo e qualquer benefício pessoal que possa ser trocado por voto é configurado compra de votos. 

Pelo artigo 229 do Código Eleitoral, o responsável pela proposta de compra de voto pode ser condenado a até quatro anos de pena de reclusão mais o pagamento de multa. Segundo o TSE, o candidato, além da multa, pode ter o registro da candidatura cassado. 

O Tribunal também informa que “a prática de atos de violência ou grave ameaça à pessoa, com o fim de obter-lhe o voto, também constitui captação ilícita de sufrágio”.

Fonte: Brasil de Fato

Funcionários que atuam como gerentes gerais (GG) no Banco do Brasil denunciam forte assédio e pressão para atingir metas como nunca enfrentado anteriormente. “As cobranças são realizadas de duas formas: reuniões de áudio várias vezes ao dia, principalmente no fim de expediente, cobrando o que já foi cobrado; além da exigência de entrega de uma planilha de produção ao término do expediente”, contou o funcionário do BB e diretor do Sindicato de Jundiaí, Álvaro Pires da Silva.

Os gerentes pontuam que o banco possui tecnologia para acompanhar todo o processo online. Portanto, a exigência de produzir uma planilha, além do sistema usual, é avaliada pelos funcionários como “um instrumento de tortura” e para produzir provas contra o gestor a respeito de sua capacidade. “Alguns gerentes não repassam para os subordinados as exigências, mas muitos acabam repassando a cobrança, inclusive para escriturários”, destacou Álvaro.

O coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), João Fukunaga, alertou que “a gestão pelo assédio”, com base em metas cada vez mais abusivas e inatingíveis, impacta diretamente a saúde de todos os bancários, não só dos gerentes gerais. “Todos acabam sendo submetidos às mesmas pressões”, explicou. “A direção do BB precisa esclarecer a razão de estar acontecendo esse tipo de cobrança, várias vezes ao dia, e por que essa obrigação de uma planilha, além dos mecanismos de acompanhamento de funções que já existem na empresa”, completou.

Álvaro pontuou ainda que, até mesmo gerentes que vinham respondendo às exigências cada vez maiores das lideranças, estão agora se manifestando contra o novo e surpreendente modelo de cobrança. “Poucos funcionários conseguem, tranquilamente, fazer a planilha. Mas, os que não conseguem ficam constrangidos e sofrem psicologicamente”, pontuou.

Enfraquecimento do BB

Fernanda Lopes, secretária de Mulher da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e bancária do BB, enfatiza que está ocorrendo uma redução de agências e funcionários, junto à escalada de pressão por metas:

“Nos últimos quatro anos, temos sofrido com o encolhimento do banco. No período, foram fechadas mais de 1.500 agências e reduzido em mais de 10.500 o número de funcionários. As metas, por outro lado, continuam subindo. Por isso nós defendemos a volta do fortalecimento do BB como um banco público, alinhado com o desenvolvimento do país e presente nas regiões onde os bancos privados não querem atuar, que são as pequenas cidades e periferias”, concluiu.

Fonte: Contraf-CUT

A Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro dos Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo (Fetraf-RJ/ES), da qual o Sindicato dos Bancários da Baixada Fluminense é filiado, lançou uma carta aberta à população, onde alerta sobre os riscos dos empréstimos consignados vinculados ao Auxilio Brasil, regulamentado pelo governo federal e oferecido, exclusivamente, pela Caixa Econômica Federal. Além disso, se solidarizou com aos clientes e funcionários do banco.

Confira na íntegra:

"O governo federal regulamentou os empréstimos consignados vinculados ao Auxilio Brasil. Embora exista uma vertente de economistas que alerte sobre os riscos para quem contrate esse crédito consignado, já que o benefício assistencial é basicamente destinado para combater a fome, é importante ressaltar que os encargos financeiros para amortização do principal e os juros, poderá agravar o endividamento de famílias que já se encontram em situação de vulnerabilidade.

Por isso é que no cenário atual, onde 78% das famílias brasileiras possuem dívidas, e que 29% não conseguem pagar as contas em dia, as instituições financeiras estão reticentes a conceder o crédito. Bradesco, Santander e Itaú, os maiores bancos privados do país, e o Banco do Brasil não operaram o empréstimo consignado do Auxílio Brasil. Assim, restou apenas a CEF, o único banco público a oferecer a modalidade, porém sem os insumos necessários no atendimento aos clientes.

Paralelamente, ao aumento da demanda pelo empréstimo consignado do Auxílio Emergencial, a Caixa Econômica Federal tem lançado diversos outros produtos, e por consequência aumentado a procura pelos serviços. Para piorar a Caixa cortou os recursos para melhor atender aos clientes, tendo gerado revolta com o tempo de espera para atendimento que em média tem durado mais de três horas. Os funcionários, já totalmente sobrecarregados, e trabalhando em condições precárias têm sido agredidos injustamente. Importante lembrar que desde a pandemia de COVID 19 não há novas contratações. Bom que se saiba, que são os próprios empregados que colocam dinheiro do bolso para comprar café, açúcar, grampos de papel e até papel higiênico. Somos conscientes da gravidade da situação econômica do nosso país, tão pouco estamos aqui para julgar a situação de desespero das famílias mais humildes, e nem fazer uso político disso. Achamos justa a reclamação da população, mas clamamos para que compreendam que a precariedade do atendimento não é de responsabilidade dos funcionários, e sim da direção do banco.

A Caixa Econômica falha em sua responsabilidade social no que diz respeito ao cumprimento dos deveres e obrigações das empresas com a sociedade em geral. Pedimos encarecidamente para que os clientes
usem os meios institucionais para registrarem sua insatisfação, e jamais a agressão física ou verbal, que em nada contribui para um mundo melhor.

Nossa solidariedade aos clientes e funcionários da CEF.

Nilton Damião Esperança
Presidente da FETRAF RJ/ES"

Fonte: Fetraf RJ/ES

A menos de 10 dias para o segundo turno das eleições, o total de denúncias de assédio eleitoral já supera os números de 2018, quando o Ministério Público do Trabalho (MPT) registrou 212 denúncias contra 98 empresários. De acordo com novo balanço do órgão, divulgado ontem (20), o Brasil acumula 903 casos contra 750 empresas. 

A quantidade de denúncias registradas pelo MPT tem subido diariamente neste pleito. Na segunda (17), por exemplo, eram 376 denúncias de assédio eleitoral. Dois dias depois, já se somavam 706 queixas. E, somente de quarta para ontem, mais 197 casos de coação foram registrados em todo o país. Aumento de 27,9% em apenas um dia. 

O assédio eleitoral ocorre na tentativa de empresas e/ou empregadores de influenciar no voto dos empregados, seja por meio de ameaças, como demissão, ou oferecendo algum tipo de benefício, nesse caso, folgas e bônus. A conduta, no entanto, pode caracterizar crime. Segundo o MPT, a região Sudeste é a que mais contabiliza casos até o momento, com 382 denúncias. O estado de Minas Gerais é o segundo com maior número de registros, totalizando 254. 

Ameaças no Rio Grande do Sul

O ranking é seguido pela região Sul, com 261 casos de coação eleitoral no ambiente de trabalho. Nos episódios que vieram a público até agora, o denominador comum é o pedido de votos no atual presidente, Jair Bolsonaro (PL), ou contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Como ocorreu na empresa Stara, de máquinas e implementos agrícolas sediada no Rio Grande do Sul. No local, o empresário Marcelo Dominici, do Grupo Terra Boa, foi filmado fazendo um discurso de 15 minutos para os trabalhadores pedindo votos em Bolsonaro. 

Durante sua fala, o empregador repetiu mentiras de que Lula “implantaria o comunismo” e “transformaria o Brasil em uma Venezuela”. Ameaçando também os trabalhadores para não comprarem nada pela companhia. “Vamos ver o que vai dar. Essa é a realidade da empresa que vocês trabalham hoje”, afirmou Dominici. 

Reportagem de Guilherme Oliveira, do Seu Jornal, da TVT, mostra que de fato os relatos de assédio eleitoral são frequentes no Rio Grande do Sul. Mais de 50 empresas já haviam sido denunciadas. Mas apenas três delas assinaram termos de ajuste de conduta (TACs) propostos pelo MPT se comprometendo a se retratar pelo crime contra os trabalhadores. 

Sindicalistas se mobilizam

Os sindicatos, contudo, também estão atuando para combater o assédio eleitoral nas empresas. Na manhã dessa quinta, o Sindicatos dos Metalúrgicos de Canoas, no estado gaúcho, realizou uma atividade de conscientização nas portas de fábricas da região. 

“Nós estamos apresentando um material e fazendo assembleia mostrando a diferença de cada candidato. O trabalhador tem que ter consciência de quem está defendendo o patronal e quem está defendendo os trabalhadores. E nós estamos fazendo esse debate nas portas de fábricas a respeito das reformas trabalhista, para revogá-la, assim como a reforma da previdência. É preciso aumentar a isenção do imposto de renda. É um absurdo o trabalhador, que ganha a partir de R$ 2,2 mil, pagar 27% do imposto de renda. O trabalhador tem que votar consciente e votar para retomar os direitos dos trabalhadores”, defendeu o presidente do sindicato, Paulo Chitolina. 

Metalúrgico de uma das empresas visitadas, a AGCO, Sílvio Roberto Bica avalia que a pressão patronal ocorre em favor de Bolsonaro “porque os empresários, de uma certa forma, estão sendo beneficiados com a política desse atual governo. Quando (Bolsonaro) retira direitos dos trabalhadores, alguém tem que se beneficiar. E esse alguém são os empresários”, observa.

Como denunciar

O senador Paulo Paim (PT-RS) destaca, no entanto, que a alta ocorrência de assédio eleitoral expõe “o fascismo e a barbárie contra todo o processo democrático que lutamos tanto”. À TVT, o parlamentar destacou que nunca tinha visto a quantidade de empresários ameaçando os trabalhadores como nesse pleito. “Eu diria que dia 30 de outubro é um plebiscito. Você vai votar qual a sua opção entre a democracia e a barbárie e o fascismo. Claro que temos que votar pela democracia”, destacou Paim. 

As centrais sindicais também criaram um canal para receber denúncias de assédio eleitoral e encaminhá-las ao Ministério Público. O site pode ser conferido aqui.  

Fonte: Rede Brasil Atual

O sistema de comunicação interna do Banco do Brasil, também conhecido como intranet Corporativa, publicou, na terça-feira (18), um texto intitulado “Empatia e proximidade” usando uma foto de produtores rurais fazendo o sinal de arma com as mãos para ilustrar o texto da entrevista com uma gerente de uma das unidades Estilo Agro. O gesto se tornou marca do presidente Jair Bolsonaro.

Em menos de duas horas e após comentários de bancários denunciando a possível apologia à violência e propaganda política, a imagem da matéria foi alterada.

“Lamentável! Entre tantas imagens de produtor rural, do campo, dos meios de produção, escolheu-se uma imagem que instiga violência (simulando uso de armas)”, escreveu um funcionário. “Esse tipo de coisa é totalmente contra a vida e o objetivo do Banco de valorizar a vida e as pessoas. Fazer arminha é privilegiar uma cultura de morte e violência”, destacou outro bancário.

Marca política

Em artigo onde analisou os procedimentos midiáticos de Jair Bolsonaro, a mestre em Comunicação e Informação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Gabriela Dávila, escreveu sobre o uso das mãos para simbolizar armas: “Tal gesto virou uma singularidade durante a campanha de Bolsonaro, sendo sua marca registrada até como presidente eleito, tendo em vista sua promessa de campanha da liberação do uso de armas para todos os cidadãos”.

O diretor de arte da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Alexandre Rolim, explicou que não se deve desprezar o impacto dos símbolos:

“Nosso cérebro, naturalmente, faz o arquivamento dos elementos que recebe de todos os sentidos do corpo. Os sonhos, por exemplo, são maneiras de lidar com a quantidade de informações que vamos arquivando ao longo do dia. Então, o que tem de grave na popularização do gesto de arma com as mãos? Primeiro, o fato de a arma, em si, ser um objeto que remete muito mais à violência do que à própria segurança. O segundo agravante é o fato de o próprio chefe de Estado ter como símbolo a arma. Isso pode contribuir para a naturalização mental do uso da violência e da coação como saída para resolução de problemas”, completou.

Alexandre, que também é doutorando em Comunicação e Semiótica (ciência que estuda como o indivíduo atribui significado a tudo o que está ao seu redor), pela Escola de Comunicação da USP, observa que a propagação do sinal da arma pode também prejudicar a imagem que os trabalhadores constroem em relação ao Banco do Brasil, em termos de valores e missão. “O que a empresa quer dizer com isso? Ela apoia a violência? Ela apoia a violência no campo? Que mensagem subliminar pode acabar sendo induzida entre seus funcionários?”, questionou.

Promoção de assédio eleitoral

Para o coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), João Fukunaga, a escolha da imagem que remete ao bolsonarismo é preocupante, sobretudo após recente denúncia de trabalhadores que foram solicitados, pelos superiores, a usar camisas de cor amarela durante as atividades do MPE Week e coagidos a postar fotos com a vestimenta em seus próprios perfis nas redes sociais, algo inédito desde que o evento voltado às micro e pequenas empresas foi criado, em 2018.

“Estamos vendo agora, nos noticiários, o registro do Ministério Público do Trabalho sobre o aumento de 58% das denúncias de assédio eleitoral. Ou seja, de empregadores exigindo dos funcionários o voto em determinado candidato, sob ameaça de demissão”, destacou. “Então, nossa avaliação é que essas atitudes da direção e da comunicação do banco acabem resvalando para a promoção do assédio”, concluiu.

Fonte: Contraf-CUT

O ministro Paulo Guedes planeja enviar uma proposta de emenda à Constituição (PEC) ao Congresso Nacional, caso Jair Bolsonaro (PL) seja reeleito, que prevê salário mínimo e benefícios previdenciários, como a aposentadoria e o Benefício de Prestação Continuada (BPC), sem correção pela inflação do ano anterior.  Atualmente, os benefícios são corrigidos anualmente pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do ano anterior, o que garante a estabilidade do salário em relação ao aumento de preços para famílias que ganham até cinco salários mínimos.  

Segundo o plano de governo de Guedes, que contém a proposta e ao qual o jornal Folha de S.Paulo teve acesso, o piso será calculado a partir da “expectativa de inflação e é corrigido, no mínimo, pela meta de inflação”. Com isso, o governo pode corrigir os benefícios abaixo da inflação, diminuindo o poder de compra da população mais pobre. O governo ainda estuda a utilização do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que costuma ser menor do que o INPC, para medir as correções.  

A despeito da Constituição Federal que garante a correção pela inflação, o governo federal enviou a proposta orçamentária de 2023 para o Congresso Nacional sem reajuste além da inflação pelo quarto ano consecutivo.

Teto de gastos

Com as mudanças que planeja, a intenção do ministro de Bolsonaro é reformular o teto de gastos e frear o crescimento de despesas que hoje pressionam o Orçamento — entre elas, os benefícios previdenciários ou atrelados ao salário mínimo.

O ministro trata o assunto como um legado de sua gestão, mas a proposta só deve ser oficializada no caso de uma vitória de Bolsonaro no próximo dia 30. Nesse caso, uma PEC seria apresentada no dia seguinte à eleição.

A permanência de Guedes em eventual segundo mandato do presidente, afirmam interlocutores, estaria condicionada à disposição do Palácio do Planalto de abraçar os planos para o que ele chama de “novo marco fiscal”, visto pelo ministro como um reforço ao chamado tripé macroeconômico — câmbio flutuante, metas de inflação e metas fiscais. Bolsonaro já declarou que, se quiser, o ministro permanecerá na equipe na hipótese de reeleição.


Com informações da Folha de S.Paulo e Brasil de Fato

A Caixa Econômica Federal tem lançado, nos últimos meses, diversos produtos voltados para as classes mais baixas e para as mulheres, como a concessão de empréstimos consignados para beneficiários do Auxílio Emergencial. Tais medidas têm aumentado a demanda pelos serviços. Em contrapartida, o banco vem reduzindo os recursos para a aquisição de insumos utilizados no dia a dia do atendimento aos clientes. Para as entidades de representação dos empregados, como a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e a Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae), o banco está sendo utilizado com finalidades políticas e as condições de trabalho precarizadas.

“As empregadas e empregados, que já estavam sobrecarregados, estão tendo que trabalhar ainda mais. Em alguns casos, o tempo de espera para atendimento é de mais de três horas”, observou a bancária da Caixa e diretora executiva da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Eliana Brasil.

Para a diretora da Contraf-CUT, o aumento da demanda está sendo realizada sem o devido cuidado. “Vem ocorrendo de uma forma atabalhoada. Não há contratação proporcional para atendê-la, nem dotação para o pagamento de horas-extras e tampouco melhora da estrutura de atendimento. Ao contrário, o banco vem reduzindo os recursos do ‘caixinha’ para a compra, em ‘pronto pagamento’ pelas agências, de materiais descartáveis, café, açúcar e até grampos de papel e papel higiênico. Os próprios empregados precisam colocar dinheiro do bolso para estes produtos”, explicou Eliana, ao lembrar que a falta destes materiais prejudica o bom atendimento.

Em entrevista concedida pela presidenta da Caixa, Daniella Marques, ao programa Pânico, da Jovem Pan, o apresentador Emílio Surita elogiou o atendimento da gerente de sua agência, mas reclamou do “café frio”. “O que ele não sabe, é que, como o pó de café é comprado pelos empregados, não dá para fazer café a toda hora. O mesmo acaba ficando frio. Café quente tem em Brasília, na matriz do banco, como observou a própria Daniella. Lá o dinheiro para a compra do pó não sai do bolso dela e tem copeira para fazer café na hora, o que não tem nas agências”, disse.

Uso político da Caixa

Entidades de representação dos empregados, como a Contraf-CUT e a Fenae, vêm denunciando o uso da Caixa para finalidades políticas desde a gestão de Pedro Guimarães e, após a sua queda, a continuidade deste mal-uso pela atual gestão, com a criação de produtos voltados às mulheres.

Agora, desde o dia 11, a Caixa passou a conceder empréstimo consignado aos beneficiários do Auxílio Emergencial. Na segunda-feira (17), a presidenta do banco afirmou que, até sexta-feira (14), a Caixa havia concedido R$ 1,8 bilhão de crédito consignado a 700 mil beneficiários do Auxílio Emergencial. Ou seja, bastaram três dias para que houvesse tamanha disponibilização de recursos.

Outros bancos também foram liberados para conceder empréstimos consignados para este público, mas consideram a operação arriscada e não abriram esta linha de crédito.

Coincidência ou não, a população de baixa renda e as mulheres compõem justamente os públicos onde a rejeição ao presidente da República e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), é maior. Isto fez com que o Ministério Público visse o possível “desvio de finalidade” e uso “meramente eleitoral” da Caixa e pedisse a suspensão da concessão pelo banco de empréstimo consignado aos beneficiários do Auxílio Emergencial.

“Estamos denunciando o uso político da Caixa desde quando Pedro Guimarães estava à frente do comando do banco e, como vemos, a atual gestão manteve esta mesma postura”, disse a diretora da Contraf-CUT.

O diretor do Sindicato dos Bancários do ABC, Hugo Saraiva, reforça a crítica de Eliana Brasil. “O governo federal faz uso eleitoreiro da Caixa a favor da candidatura do atual presidente e, em alguns locais, a procura de informações e pedidos de empréstimo consignado já se compara à demanda do Auxílio Emergencial como um todo, levando até mesmo gerentes de contas empresariais (PJ) a ter que realizar atendimentos para este público”, concluiu.

Fonte: Contraf-CUT

De janeiro de 2019 a agosto de 2022, a cesta básica subiu 71% em Curitiba, Florianópolis e Recife. Essas foram as maiores elevações medidas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) que acompanha esse valor em 17 capitais do país. Com essa alta, a compra dos alimentos fundamentais para uma família média alcançou nessas cidades R$ 685,69, R$ 746,21 e R$ 598,14, respectivamente.

São Paulo, com variação de 60% no mesmo período, é a cidade com a cesta mais cara: R$ 749,78. Logo a seguir, estão Florianópolis (R$ 746,21), Rio de Janeiro (R$ 717,82) e Curitiba (R$ 685,69). Mesmo em Aracaju, onde se compra a cesta mais barata, a situação não é nada fácil, pois o índice foi de 51%, o que elevou o preço de R$ 356,56 para R$ 539,57 no período.

A inflação oficial do país, medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por meio do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é a base para correções salariais, foi de 25,26% nesse intervalo de janeiro de 2019 a agosto de 2022. Outro indicador básico do comportamento da inflação no país, também medido pelo IBGE, o Índice Nacional de Preços ao Consumido (INPC) ficou em 27,01%, igualmente bem abaixo da alta que sofreram os alimentos.

O salário mínimo, a principal referência de renda para as famílias que enfrentam mais dificuldades financeiras no Brasil, também teve correção muito abaixo da alta dos alimentos. Seu valor, que era de R$ 954 em 2018, está hoje em R$ 1.212. Ou seja, no período em questão teve um reajuste de parcos 27,04%.

Básico do básico

Nessa situação tão adversa, em que os ganhos reduzem e os preços sobem sem parar, é de se esperar que as famílias, sem dinheiro suficiente para consumir uma cesta básica completa por mês, tenham que escolher muito o que podem comprar, para fugir da fome. Mas isso também tem ficado a cada dia mais difícil, pois os preços dos itens mais básicos da alimentação também não dão uma trégua.

Todos os itens ficaram muito caros, mas entre os que mais chamam a atenção estão o óleo de soja, que subiu entre 188% (em Vitória) e 138% (Rio e Belo Horizonte); o leite, entre 151% (Florianópolis) e 82% (Belém); o café, entre 127% (Goiânia) e 63% (Rio); a carne, entre 103% (Belém) e 57% (Aracaju). Com essa carestia do preço dos alimentos, nem banana se encontra mais a preço de banana: a fruta, por exemplo, subiu 107% em Campo Grande, 91% em Brasília e 83% em Natal.

Fonte: Contraf-CUT

Nesta quarta-feira, 19 de outubro, o Sindicato dos Bancários da Baixada Fluminense percorreu agências do Santander de sua base, em Duque de Caxias, para protestar contra a terceirização em curso no banco espanhol.

Com essa manobra, funcionários que são realocados nas empresas terceirizadas deixam de ter os benefícios conquistados na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria bancária, como jornada de seis horas, a Participação nos Lucros e Resultados (PLR), além de redução no auxílio-creche/babá.

Gentil Ramos, Diretor do Sindicato e funcionário do Banco Santander, lembrou da luta para barrar o Projeto de Lei (PL) nº 4330, que escancarava a possibilidade de terceirização de qualquer processo e etapa do trabalho, sem distinguir entre atividade fim e meios. "A categoria bancária já viveu essa situação há tempos atrás. Essa prática, a pretexto de regulamentar a terceirização, escancara a porteira para a desregulamentação do trabalho. Estaremos atentos e lutando para que isso não ocorra, e protegendo os direitos dos trabalhadores e trabalhadoras".

Solange Ribeiro, que também é diretora do Sindicato e funcionária do banco, finalizou: "O banco não quer respeitar o processo negocial coletivo e não vem dialogando com a categoria. Falta respeito aos trabalhadores que sofrerão alterações profundas nos seus contratos de trabalho, podendo ter perdas de salário e de direitos".

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