Maio 09, 2025
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Presidente da Contraf-CUT diz que é fundamental os trabalhadores se organizarem internacionalmente para lutarem contra práticas que os atingem como classe e como categoria

Representantes dos trabalhadores de bancos com atuação nos países das américas realizam de terça a quinta-feira (15 a 17), em Assunção (Paraguai), a XIIIª Reunião Conjunta das Redes Sindicais de Bancos Internacionais. O objetivo é apresentar o quadro geral de cada um dos bancos nos respectivos países onde estes atuam e suas políticas de relacionamento com os trabalhadores. Os bancos brasileiros com atuação internacional são o Banco do Brasil e o Itaú, além do espanhol Santander, que tem atuação no Brasil e em outros países americanos.

“É fundamental os trabalhadores se organizarem internacionalmente para, juntos lutarmos contra práticas que nos atingem como classe e como categoria, independente do país”, disse Roberto von der Osten, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).

O dirigente da Contraf-CUT citou como exemplo as mudanças realizadas ou em andamento em diversos países que dificultam ou acabam com as aposentadorias. “No Brasil e no Paraguai, lutamos contra a reforma da Previdência. No Chile, os trabalhadores já passaram por essa situação e podem nos dizer como foi a luta e quais são as consequências das mudanças. Esses debates podem nos ajudar a organizar nossa ação”, explicou.

Na manhã do último dia da reunião, haverá protestos dos trabalhadores em Assunção contra a reforma da previdência. Na parte da tarde, o Comitê Executivo da UNI Américas Finanças se reúne.

Veja abaixo a programação completa

XIIIª Reunião Conjunta das Redes Sindicais de Bancos Internacionais
Reunião Comitê Executivo UNI Américas Finanças

Dia 15 de agosto
9:30 às 10:30 – Abertura
10h30 às 13h – Conjuntura Política e Sindical na Região
14h30 às 17h30 – Conjuntura Política e Sindical na Região (continuação)

Dia 16 de agosto
11h às 13h – Reunião de Redes Sindicais por Banco
14:30 às 17h – Reunião de Redes (continuação)
19h às 22h – Ato Lançamento Aliança Latino-americana em Defesa da Previdência Social

Dia 17 de agosto
8h30 às 12h – Mobilização contra reforma da Previdência
12h às 13h30 – Almoço
13:30 às 16:00 – Reunião Comitê Executivo UNI Américas Finanças
16h às 16h30 – Parada para café
16h30 a 17h30 – Continuação Reunião Comitê Executivo UNI Américas Finanças

Fonte: Contraf-CUT

​Terceira Turma do TRT11 manteve inalterada a sentença por entender que o banco não conseguiu afastar a presunção de dispensa discriminatória, nos termos da Súmula 443 do TST

O Itaú foi condenado a reintegrar um bancário demitido durante tratamento de câncer, pagar os salários do período compreendido entre as datas da dispensa e da efetiva reintegração, além de indenizá-lo por danos morais, conforme sentença mantida na íntegra pela Terceira Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 11ª Região - AM/RR (TRT11). A condenação, confirmada por unanimidade de votos, totalizou o valor de R$ 100 mil.

Na sessão de julgamento, em que o reclamado pretendia a improcedência da ação, enquanto o reclamante buscava aumentar o valor indenizatório por danos morais fixado em R$ 30 mil, a decisão colegiada rejeitou os recursos das partes e manteve todos os termos da sentença de origem.

De acordo com a desembargadora relatora Ormy da Conceição Dias Bentes, a dispensa imotivada de empregado portador de doença grave autoriza presumir, em tese, seu caráter discriminatório e arbitrário, cabendo ao empregador produzir prova da existência de outros motivos lícitos para a prática do ato. Entretanto, ela entendeu que o banco não conseguiu afastar a presunção da Súmula 443 do Tribunal Superior do Trabalho (TST), pois não fez prova da ausência de discriminação na demissão sem justa causa do funcionário.

"Nas hipóteses em que o empregado encontra-se acometido por enfermidade grave, o empregador tem o dever de assumir uma postura condizente com os princípios constitucionais da dignidade da pessoa humana e de valorização do trabalho", argumentou em seu voto.

Leia mais no site do TRT11.

O INSS deixou de arrecadar pelo menos R$ 30,4 bilhões em 2015 devido a sonegação ou inadimplência, de acordo com estudo do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho (Sinait). Esse valor representa pouco mais de um terço (35%) do chamado "déficit da Previdência", que naquele ano foi de R$ 85 bilhões.

Os valores são relativos a contribuições previdenciárias do trabalhador retidas na hora do pagamento do salário, que variam de 8% a 11% da folha salarial. A arrecadação desse tipo foi de R$ 60,2 bilhões em 2015, mas deveria ter sido de R$ 90,6 bilhões, segundo o cálculo dos auditores com base nos dados de empregos formais do Ministério do Trabalho e Emprego. Ou seja, 33% do que deveria ter sido pago como contribuição previdenciária do trabalhador em 2015 não chegaram aos cofres da Previdência.

A chamada “ineficiência arrecadatória” tem crescido ao longo dos anos. Esse percentual, que inclui dívidas e sonegação, subiu de 22% em 2012 para 33% em 2015, segundo o Sinait. Nesses quatro anos, R$ 92 bilhões referentes a contribuições previdenciárias do trabalhador deixaram de ser arrecadados.

Entre os sonegadores, há duas fraudes mais comuns, segundo o presidente do Sinait, Carlos Silva. Em uma delas, empresários pagam contribuições menores do que a realmente devida. Isso é feito desconsiderando parte do salário do cálculo, como bonificações e outros auxílios.

Na outra fraude recorrente, grandes empresas transferem funcionários para subsidiárias optantes pelo Simples, onde as contribuições sobre a folha têm alíquotas menores, sem, na verdade, poder fazer isso.

Por fim, há ainda empresas que descontam a contribuição previdenciária do salário do trabalhador e não a repassam ao INSS – o que é crime de apropriação indébita. Silva destaca que a Receita normalmente fiscaliza grandes empresas, e muitos dos sonegadores são pequenos e médios empresários.

Redução da fiscalização
Os valores desviados seriam ainda maiores se não fosse a ação de fiscalização e cobrança da Receita Federal, órgão responsável por evitar a sonegação e cobrar devedores. Essa fiscalização, porém, tem reduzido nos últimos dois anos. O valor cobrado caiu 19% desde 2014, segundo conta da Receita Federal que inclui a fiscalização previdenciária e a cobrança automática (cruzamento de dados). Em 2014, foram cobrados R$ 27,4 bilhões e, em 2016, essa cobrança foi de R$ 22,1 bilhões.

A Receita informa que a queda se deve à reivindicação de aumento salarial dos auditores fiscais. Durante o segundo semestre de 2015 e o início de 2016, eles reduziram as autuações como forma de pressionar o governo por aumento salarial. O órgão disse ainda que “os valores não lançados nesse período devem ser compensados com as autuações em 2017”.

O Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Sindifisco Nacional) afirma que a reivindicação dos auditores teve reflexo na redução da fiscalização, mas não explica sozinha a queda das cobranças. “Ano a ano, a Receita sofre com reduções expressivas no orçamento, falta de concursos para recomposição de quadros, redução gradativa no pessoal especializado e sobrecarga de trabalho”, diz Cláudio Damasceno, presidente do sindicato. No ano passado houve corte de R$ 433 milhões no orçamento da Receita. De acordo com dados do Sindicato, existem 9,7 mil auditores fiscais (para fiscalizar todos os desvios, não apenas previdenciários), enquanto o Ministério do Planejamento recomenda que sejam 20 mil auditores.

Enquanto as fiscalizações minguam, a inadimplência relacionada às contribuições previdenciárias é crescente no Brasil, segundo auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre as contas da Previdência Social. “A inadimplência referente a essas contribuições apresentou tendência de elevação, saindo da faixa de 7% [em 2010] para alcançar 10,5% em 2016”, afirma o relatório final do TCU, publicado no dia 22 de junho.

Segundo a Receita informou ao TCU, dos R$ 313 bilhões declarados em 2016, R$ 32,78 bilhões não foram recolhidos por inadimplência (empresas que assumem a dívida mas não pagam). A Receita Federal informou à Repórter Brasil e também ao TCU que não tem projeções sobre a sonegação de contribuições previdenciárias.

No seu trabalho de fiscalização, a Receita tenta cobrar administrativamente os empresários inadimplentes, aplicando multas e juros. No caso dos sonegadores, nem sempre o órgão fiscalizador os identifica, já que eles usam recursos fraudulentos. A Receita informou que, nos casos em que descobre que há apropriação indébita das contribuições do trabalhador, encaminha denúncia ao Ministério Público Federal.

Após as cobranças administrativas da Receita, se o empresário continua sem pagar suas obrigações previdenciárias, o caso é enviado à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) para que a empresa seja inscrita na dívida ativa da União. A PGFN, então, aciona a Justiça para cobrar os valores devidos acima de R$ 20 mil. A recuperação das dívidas, porém, é baixa. Em 2016, somente 0,9% delas foram recuperadas, segundo a Procuradoria.

As contribuições previdenciárias sonegadas são ainda maiores do que apontam os auditores fiscais do trabalho. O levantamento só leva em conta a contribuição previdenciária do trabalhador. Mas, além dela, existe a contribuição patronal e a contribuição sobre a comercialização de produtos agrícolas. Segundo relatório do TCU, a sonegação do regime rural chega a 70%.

O problema da sonegação e da inadimplência ganha atenção neste momento em que, sob o argumento do déficit, o Congresso discute a reforma da Previdência, que dificulta o acesso à aposentadoria e estabelece uma idade mínima para ter direito ao benefício.

Para o presidente da CPI da Previdência, senador Paulo Paim (PT-RS), a sonegação e a inadimplência mostram que a Previdência Social tem um problema de gestão – e não de reforma. “Temos que dar mais estrutura para a Receita e para os auditores fiscais, porque eles têm condições de recuperar recursos que foram desviados da Previdência, e dali para a frente, com uma fiscalização dura, resolvemos a questão”, analisa.

O presidente do TCU, ministro Raimundo Carreiro, é outro a defender publicamente um ‘choque de gestão’ na Previdência, classificando como “inadmissíveis” o aumento da inadimplência das contribuições previdenciárias, a ausência de estudos sobre sonegação e a recuperação de apenas 1% da dívida previdenciária.

O relatório do órgão denuncia ainda a chamada ‘cultura do inadimplemento’, gerado pela edição sucessiva de programas de refinanciamento da dívida, com redução de juros, multas e encargos, o que estimularia empresários a deixarem de pagar os tributos na esperança de fazê-lo com descontos no Refis seguinte.

Já na avaliação de Fernando de Hollanda Barbosa Filho, economista da FGV (Fundação Getúlio Vargas), os valores relativos à inadimplência e à sonegação são altos e o governo deveria tomar medidas para reduzi-los. “Mas, mesmo se conseguíssemos zerar a inadimplência, continuaríamos precisando de uma reforma na Previdência, por conta do alto déficit e da sua perspectiva de aumento ao longo dos anos”, afirma.

Fonte: Repórter Brasil

Mobilização acontecerá na próxima terça-feira (15), data de mais uma rodada de negociação da mesa permanente com a direção do banco

Empregados da Caixa Econômica Federal de todo o país vão realizar, na próxima terça-feira (15), Dia Nacional de Luta por valorização e respeito aos seus direitos. O objetivo é cobrar da direção da empresa a suspensão das medidas em curso, que são prejudiciais aos trabalhadores e que precarizam o atendimento à população e o papel social do banco.

“As medidas tomadas pela atual direção da Caixa tem gerado insegurança entre os empregados. Mas, as ações prejudicam toda a sociedade, na medida em que afetam o atendimento aos clientes e os investimentos do banco em habitação, além de abrir a possibilidade da transferência da gestão dos recursos do FGTS para bancos privados”, afirmou Dionísio Siqueira, coordenador da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa Econômica Federal (CEE/Caixa).

Neste dia, os membros da CEE/Caixa terão nova rodada de negociação da mesa permanente, na qual vão reafirmar o posicionamento da categoria contra a reestruturação e a ampliação do programa de Gestão de Desempenho de Pessoas (GDP), em defesa da revogação do RH 037, que abre espaço para a contratação de bancários temporários, pela contratação de mais empregados e em defesa da Caixa 100% pública.

A mobilização foi definida pela CEE/Caixa, que assessora a Confederação Nacional dos Trabalhadores (Contraf-CUT) nas negociações com o banco. Para ajudar na mobilização, Contraf-CUT e Fenae produziram uma carta aberta que será distribuída aos empregados e à população. A orientação é para que federações e sindicatos reproduzam o material.

Outra recomendação é que fotos e relatos das atividades nos estados sejam postados nas redes sociais (utilizando a hashtag #caixarespeiteoempregado), bem como enviados às entidades representativas, a exemplo da Contraf-CUT (Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.) e da Fenae (Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.).

O documento destaca que a mobilização visa cobrar do governo Temer e da direção da Caixa mais respeito à população e aos empregados. “Nossas manifestações visam alertar os brasileiros para o processo de desmonte ao qual está sendo submetida a Caixa, uma instituição financeira centenária que tem contribuído para o desenvolvimento do país, por meio de programas de geração de emprego e renda, financiamento habitacional, incentivo ao turismo, redução da desigualdade regional, dentre outras”, relata a Carta Aberta à População.

A mobilização da categoria acontece em um momento que a Caixa está sendo atacada, visando o desmonte do banco público. “Não vamos admitir retrocessos e prejuízos aos trabalhadores. É fundamental que eles que se sintam prejudicados procurem seus sindicatos e repassem os problemas que estão ocorrendo. O momento é de intensificar a nossa luta”, ressalta Fabiana Uehara, representante da Contraf-CUT na CEE/Caixa.

Precarização
A Caixa, que já chegou a ter 101 mil empregados em 2014, poderá ficar com menos de 90 mil, após a reabertura do Programa de Desligamento Voluntário Extraordinário (PDVE), em 20 de julho. Além da redução do quadro de pessoal, que gera sobrecarga de trabalho e adoecimento, a direção do banco está impondo, de forma unilateral, uma reestruturação e ampliação do GDP, que mexe com postos de trabalho e atinge os direitos dos trabalhadores.

“Essas medidas são contrárias à importância do banco para o país e caminham na contramão da necessidade de fortalecer a empresa e assegurar melhorias nas condições de trabalho. É contra isso que entidades e empregados vão lutar sempre”, destaca o presidente da Fenae, Jair Pedro Ferreira.

Fonte: Fenae, com edições da Contraf-CUT

As tradicionais feijoadas mensais que acontecem em nossa Sede de Duque de Caxias e SubSede de Nova Iguaçu já tem datas definidas:

Dia 18/08 - SubSede de Nova Iguaçu

Dia 31/08 - Sede de Duque de Caxias

Esperamos todos nossos associados para mais dois eventos imperdíveis e deliciosos.

Até lá!

Com a desculpa de que precisava cobrir o rombo nos cofres, o governo Temer congelou os gastos públicos por 20 anos, inviabilizando serviços em áreas como saúde e educação. Na época, prometeu, em rede nacional, “colocar as contas do país em dia” e não aumentar tributos.

Enganou os brasileiros. Está descumprindo a promessa.

Nesta terça-feira, Temer anunciou a criação de uma nova alíquota de imposto de renda para pessoa física, que pode variar de 30% a 35% para salários acima de R$ 20 mil, além da tributação de lucros e dividendos, entre outras medidas, com o objetivo de aumentar a receita em 2018.

Motivo alegado: as contas do país devem fechar o ano com um resultado primário negativo de R$139 bilhões - valor que pode subir se a arrecadação não aumentar. Como o país continua mergulhado em uma profunda crise, não há luz no fim do túnel.

A CUT sempre defendeu a ampliação do número de faixas de imposto de renda para quem ganha mais e também defende ampliação da faixa de renda isenta de tributação, o que beneficiaria os mais pobres.

Para a CUT, a tabela de imposto de renda deve ser atualizada anualmente pela inflação. Mas, Temer não atualizou a tabela em 2017 nem mexeu na faixa de isenção, o que vem penalizando os trabalhadores com menores salários.

Nesse sentido, a CUT entende que as medidas de Temer têm mais o caráter de desespero de um governo incompetente e sem rumo, frente ao cenário nacional desastroso na economia e nas contas públicas. Desastre esse provocado pelo próprio governo golpista.

Para a CUT, Temer quer ampliar gastos de forma imoral em troca de favores para se manter no cargo a qualquer preço.

Ampliar impostos para esse fim é inaceitável.

Toda ampliação de recurso deve ser utilizada para garantir o crescimento econômico, geração de emprego e renda. O governo Temer privilegia pagar juros para os banqueiros em detrimento da saúde, educação, programa Bolsa Família, crédito para o pequeno agricultor, entre outros programas, que beneficiam o conjunto dos brasileiros.

Vagner Freitas, presidente da CUT

Fonte: CUT

​Órgão no Mato Grosso, expediu “Notificações Recomendatórias” para que os sindicatos evitem negociar cláusulas menos benéficas aos empregados

O Ministério Público do Trabalho em Mato Grosso (MPT-MT) expediu Notificações Recomendatórias a cinco federações e 33 sindicatos profissionais do estado para evitar a negociação de cláusulas menos benéficas aos empregados. O objetivo do MPT é antecipar-se à entrada em vigor da Lei 13.467/2017 (reforma trabalhista), aprovada em 14 de julho, e aos prejuízos que um de seus principais pontos, a prevalência do negociado sobre o legislado, poderá acarretar na vida dos trabalhadores, ao permitir que a entidades celebrem acordos ou convenções coletivas que precarizem, reduzam direitos e ofereçam menos proteção em relação às garantias hoje estabelecidas em lei.

“A iniciativa é excelente! Já estamos nos preparando enfrentar os ataques que esta reforma vai tentar desferir aos direitos dos trabalhadores e estamos dando as mesmas recomendações. Não negociem a redução de direitos dos trabalhadores, tampouco permitam a precarização e deixem a categoria sem proteção!”, ressaltou Roberto von der Osten, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).

Durante a 19ª Conferência Nacional dos Bancários, realizada de 28 a 30 de julho, a categoria debateu, entre outros pontos, os prejuízos que a nova legislação trabalhista pode causar aos trabalhadores e estratégias para lutar contra eles. Depois disso, durante seminário do Comando Nacional dos Bancários, o assessor jurídico da Central Única dos Trabalhadores (CUT), José Eymard Loguércio, apresentou em detalhes cada um dos pontos que podem prejudicar os trabalhadores, em especial a categoria bancária.

Uma das medidas já tomadas pelos bancários foi a entrega de uma proposta de calendário de reuniões para Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), com o objetivo de buscar entendimento e construir um termo de compromisso que evite a aplicação das desastrosas mudanças propostas pelo governo Temer e aprovadas pelo Congresso, formado majoritariamente por representantes do empresariado. “Iniciamos o documento dizendo que não concordamos com o negociado sobre o legislado se isso for só para reduzir direitos”, disse von der Osten.

A Contraf-CUT também já agendou um seminário Jurídico para tratar do assunto.

Mudanças
O MPT-MT observa que, com as alterações trazidas pela Lei nº 13.467/2017, passam a ser negociáveis normas ligadas diretamente à saúde e segurança do trabalho, com possibilidade de diminuição de intervalo para descanso e alimentação, enquadramento do grau da insalubridade a patamar inferior ao definido pelo Ministério do Trabalho, flexibilização do registro de ponto e prorrogação de jornada em ambientes insalubres, sem licença prévia das autoridades competentes.

“Para o MPT, a reforma Trabalhista contém diversos dispositivos que contrariam a Constituição Federal e que são incompatíveis com as Convenções Internacionais da Organização Internacional do Trabalho (OIT), da Organização dos Estados Americanos (OEA) e da Organização das Nações Unidas (ONU). Desta forma, a expedição de recomendação aos sindicatos de categorias profissionais poderá prevenir irregularidades” diz um trecho de matéria publicada no site do MPT-MT.

O MPT enumera Termos de Ajuste de Conduta (TACs) e decisões judiciais favoráveis em face de empresas que empregam os trabalhadores representados pelos sindicatos notificados. “Esses TACs ou ações civis públicas contêm obrigações de fazer e não fazer que poderão vir a ser descumpridas, sob o equivocado pretexto de que houve autorização por convenções ou acordos coletivos futuramente celebrados”, diz o texto no site do MPT-MT.

O texto diz ainda que a "intenção é evitar que o sindicato, com a reforma Trabalhista, firme cláusula diminuindo intervalo intrajornada, permitindo prorrogação de jornada em local insalubre e outras cláusulas que estão sendo permitidas com a Reforma Trabalhista, mas que já estão vedadas em Termos de Ajuste de Conduta ou ações civis públicas".

Leia mais no site do MPT-MT.

No 1º semestre de 2017, o Banco do Brasil obteve um Lucro Líquido Ajustado de R$ 5,2 bilhões, que representou um crescimento de 67,3% em doze meses e 5,3% no semestre. A rentabilidade (retorno sobre o Patrimônio Líquido Médio Anualizado – ROE) ficou em 10,4%, com alta de 3,8 pontos percentuais. Uma análise feita pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), com base no relatório do banco, aponta que o resultado foi consequência principalmente pelo aumento das rendas de tarifas e redução da despesa de provisão, quando comparado ao primeiro semestre do ano anterior.

“É um absurdo o que estão fazendo com o banco. Mesmo com queda nas operações, tanto com pessoas físicas quanto jurídicas, foi anunciado que o aumento do lucro foi influenciado pelo crescimento da receita com tarifas. Ou seja, o banco está esfolando seus clientes, da mesma forma que os bancos privados. Onde está o caráter público da instituição?”, questionou Roberto von der Osten, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).

Os dados do relatório mostram que a Carteira de Crédito Expandida do banco caiu 7,6% em doze meses e atingiu R$ 696,1 bilhões (ligeiro crescimento de 1,1% no semestre). As operações com pessoas físicas caíram 2% em relação ao 1º semestre de 2016, mas ficaram estáveis nos seis primeiros meses de 2017, chegando a R$ 185,9 bilhões. As operações com pessoas jurídicas alcançaram R$ 277,2 bilhões, com queda de 15,4% em doze meses e de 1,3% no semestre. Já as operações com o agronegócio cresceram 2% em doze meses e, em relação ao primeiro semestre, o crescimento foi de 4,5%. O Índice de Inadimplência superior a 90 dias apresentou alta de 0,85 pontos percentuais no período, ficando em 4,11%. As despesas com provisões para créditos de liquidação duvidosa (PDD) caíram 5,7%, totalizando R$ 13,4 bilhões.

A receita com prestação de serviços e a renda das tarifas bancárias cresceram 10% no período, totalizando R$ 12,4 bilhões. Enquanto isso, as despesas de pessoal, já considerando o pagamento da Participação nos Lucros ou Resultados (PLR), caíram 1,8%, atingindo R$ 10,9 bilhões. Portanto, a cobertura dessas despesas pelas receitas secundárias do banco foi de 113,5%.

Desemprego
A holding encerrou o primeiro semestre de 2017 com 99.603 empregados, com fechamento de 10.012 postos de trabalho em relação a 30 de junho de 2016. O expressivo fechamento de postos de trabalho se deveu à adesão de mais de 9,4 mil trabalhadores ao Plano Extraordinário de Aposentadoria Incentivada (PEAI), anunciado em novembro de 2016. O número de agências se reduziu em 543 unidades, em virtude do plano de reorganização institucional que previa, no decorrer de 2017, o fechamento de 402 agências, com outras 379 passando a ser postos de atendimento (PABs). Não há no relatório, porém, menção ao número de PABs, mas verifica-se que a rede própria do banco foi reduzida em 1.083 pontos de atendimento.

“O próprio ministro da Fazenda reconhece que o desemprego impede a retomada do crescimento econômico. Mas, o Banco do Brasil, que é controlado pelo governo, demonstra não ter qualquer responsabilidade com a recuperação da economia, ao reduzir postos de trabalho e suspender os concursos para contratação de mais funcionários. Assim, o próprio governo contribui para a manutenção da crise”, observou Wagner Nascimento, coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB).

Movimento sindical precisa estar unido para se fortalecer na luta contra a retirada de direitos

A Lei 13.467/2017 (reforma trabalhista), sancionada por Michel Temer (PMDB) no dia 13 de julho, entrará em vigor em três meses e inaugurará a CLT dos patrões, com todas as principais reivindicações dos empregadores e uma artilharia pesada contra o trabalho decente.

O Coletivo Jurídico da Central da CUT observou na quinta-feira (10), em São Paulo, durante reunião entre assessores e dirigentes de organizações da CUT que as organizações sindicais terão de apostar na solidariedade, na parceria entre ramos e categorias e em negociações coletivas para enfrentar os ataques autorizados pela nova legislação trabalhista.

“Diversas organizações sindicais do ramo financeiro estão participando desta reunião com o objetivo de traçarmos juntos estratégias jurídicas e políticas para combater esta ‘contrarreforma’, que traz enormes prejuízos para a classe trabalhadora”, afirmou Mauri Sergio Martins de Sousa, secretário de Assuntos Jurídicos da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT). “O movimento sindical precisa estar unido para se fortalecer na luta contra a retirada de direitos”, completou o dirigente.

Os dirigentes apontaram ainda que o cenário vai exigir a aproximação entre a classe trabalhadora, desembargadores, representantes do Ministério Público do Trabalho (MPT) e do Tribunal Superior do Trabalho (TST) para discutir uma jurisprudência capaz de manter condições dignas na relação entre trabalhadores e empregadores.

As informações são da CUT.

Os trabalhadores de cooperativas de crédito aprovaram em assembleia realizada nesta quinta-feira (10) a proposta feita pela entidade patronal de reajuste de 5,99% para salários e demais verbas como vales refeição, alimentação, 13ª cesta e auxílios (veja valores no quadro abaixo).

“Um dos melhores reajustes do semestre foi conquistado pelas cooperativas”, avalia Jair Alves, diretor da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), responsável pelo segmento. O dirigente sindical observou ainda que somente as cláusulas econômicas foram renovadas e os demais direitos continuam valendo até 31 de maio de 2018.

Entenda
A categoria celebrou em 2016 uma Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) com vigência de dois anos, sendo que as cláusulas econômicas seriam renovadas em um ano. Assim, após longa negociação, a entidade patronal apresentou o índice de 5,99%, que equivale ao INPC/IBGE acumulado do período de junho/2016 a maio/2017 (3,35%) mais aumento real de 2,55%.

Assistencial
A contribuição assistencial autorizada no ano passado também terá reajuste, passando a R$ 27,97. Os trabalhadores que forem contra o desconto deverão registrar sua contrariedade junto ao seu sindicato.

“Após essa reforma trabalhista, aprovada pelo Congresso, será ainda mais necessária a aproximação dos trabalhadores junto aos sindicatos, a fim de combater os prejuízos trazidos pela lei e para manutenção dos direitos já conquistados pelos acordos coletivos celebrados há mais de 20 anos. Vamos ter um novo desafio pela frente e precisamos estar unidos e bem organizados”, destacou o dirigente.

Fonte: Contraf-CUT, com SPBancários