Maio 18, 2025
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Nesta sexta-feira (6), às 11h, tem tuitaço contra as demissões nos bancos. Você tem bons motivos para participar. A pandemia atingiu milhões de pessoas e negócios em todo o Brasil. A exceção nesse cenário são os bancos, que lucraram bilhões em nove meses deste ano.

O Santander lucrou R$ 10 bilhões; o Bradesco, 12,7 bilhões, e o Itaú, 13 bilhões. Mesmo assim, esses bancos demitiram milhares de pais e mães de família. Não respeitaram o acordo firmado com os bancários, no começo do ano, de não demitir durante a pandemia.

O tuitaço é uma forma de se contrapor aos bilhões de reais que estão sendo gastos pelos bancos em campanhas publicitárias para mostrar uma falsa imagem humana dessas instituições. Clientes dos bancos precisam conhecer a realidade dos mais de 12 mil de bancários que perderam seus empregos este ano.

Lembre-se, amanhã, às 11h, divulgue a hashtag #QuemLucraNãoDemite.

Fonte: Contraf-CUT

O banco Itaú obteve um Lucro Líquido Recorrente de R$ 13,148 bilhões, nos primeiros nove meses de 2020, redução de 37,6% em relação ao mesmo período de 2019 e alta de 19,6% no trimestre (o lucro do 3º trimestre foi de R$ 5,030 bilhões). Segundo análise feita pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), com base nos relatório apresentados pelo banco, a rentabilidade (retorno recorrente consolidado sobre o Patrimônio Líquido médio anualizado – ROE) do Itaú ficou em 14,1%, queda de 9,5 pontos percentuais (no Brasil ficou em 14,4%, com queda de 10,3 p.p.).

“O ano de 2020 tem sido atípico por causa da pandemia de Covid-19. Muitas empresas registraram prejuízo e uma grande quantidade chegou a baixar as portas. Mas, não é o caso dos bancos”, observou o coordenador da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú, Jair Alves, ao destacar que o lucro do Itaú superou os R$ 13 bilhões nos nove primeiros meses do ano e chegou aos R$ 5 bilhões no terceiro trimestre. “Não há motivo para que o banco reclame. Ainda mais no atual contexto”, disse.

Jair disse, ainda, que 2020 também é atípico devido à queda nos lucros registrada pelos bancos. “Os bancos registram, ano após ano, recordes nos resultados de alta nos lucros. As quedas neste ano são comparadas aos astronômicos resultados que obtiveram em 2019. E mesmo assim, devido às enormes reservas de provisões para cobrir dívidas duvidosas (PDD), que cresceram 74,8%, mesmo com queda no índice de inadimplência, que está em apenas 2,6%”, ressaltou o dirigente.

Demissões

A receita que o banco obtém com prestação de serviços e tarifas bancárias totalizou R$ 29,1 bilhões. As despesas de pessoal, por sua vez, somaram R$ 17,9 bilhões. Isso quer dizer que, a apenas com o que arrecada com estas fontes secundárias, que representam um valor irrisório frente ao arrecadado com outras transações, o banco conseguir cobrir todas as despesas que teve com seus funcionários no período e ainda sobrou 63% do valor arrecadado.

Mesmo assim, o Itaú segue demitindo. Ao final do 3º trimestre de 2020, a holding contava com 84.272 empregados no país, 71 postos a menos do que que no trimestre encerrado em junho. “Precisamos analisar a movimentação de pessoal com atenção, uma vez que os trabalhadores da ZUP (1.448 empregados, empresa de tecnologia adquirida em outubro de 2019) foram incluídos no quadro de pessoal do banco. Veremos que as demissões são ainda maiores”, observou Jair.

Outro ponto que merece destaque é o fechamento de agências. Em doze meses, foram fechadas 203 unidades (sendo 28 no trimestre).

Veja abaixo a tabela resumo do balanço, ou, se preferir, leia a íntegra da análise feita pelo Dieese.

Fonte: Contraf-CUT

O Senado aprovou na terça-feira (3) Projeto de Lei Complementar que dá autonomia ao Banco Central (BC). A decisão pode representar prejuízo para a política econômica brasileira. A proposta desvincula os mandatos de diretores do BC do período de governo do presidente da República. Também deixa o BC fora da política de geração de empregos. A proposta segue agora para discussão na Câmara dos Deputados.

“Esse Projeto de Lei aprovado pelo Senado tira do governo a elaboração da política econômica. É o que eles sempre quiseram, isto é, o Banco Central fica ligado exclusivamente aos interesses do mercado, independente do projeto político que vença nas urnas. No projeto, ainda se reafirma o compromisso do Banco Central com a estabilidade de preços, ignorando as necessidades do povo, como a geração de empregos e o crescimento. Ou seja, será um BC ‘livre’ da sociedade, para atender somente ao mercado financeiro”, afirmou a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeira (Contraf-CUT), Juvandia Moreira.

Para a presidenta da Contraf-CUT, o próprio desenvolvimento do Brasil está em risco com a proposta aprovada pelo Senado. “A justificativa do projeto deixa claro quais são as intenções: coibir a execução de uma política econômica que não siga a cartilha do mercado. Junto com o tripé, as travas fiscais, o teto de gastos, a autonomia do BC vai impedir que haja uma política de desenvolvimento no país. Não importa quem será o presidente e qual a vontade da população, a política econômica será sempre de orientação neoliberal”, alertou Juvandia Moreira.

Desvinculação do governo

A gestão do BC fica desvinculada, de acordo com o projeto aprovado, do período de governo do Poder Executivo. “O Projeto de Lei propõe que o presidente da República indique o novo presidente do BCB apenas em 1º de janeiro do terceiro ano do mantado presidencial. Além disso, os diretores serão indicados de maneira intercalada: serão dois indicados todo primeiro de janeiro durante os quatro anos de mandato presidencial. Assim, o presidente eleito tem esvaziado seu poder de agir sobre a política monetária”, observa Bárbara Vallejos, doutoranda em Desenvolvimento Econômico e técnica do Departamento Intersindical de Estudos e Estatísticas Socioeconômicas (Dieese).

Também foi aprovada uma emenda que estabelece como “objetivos secundários” do BC “suavizar as flutuações do nível de atividade econômica”. A emenda também estabelece a meta de zelar pela solidez e eficiência do sistema financeiro.

Fonte: Contraf-CUT

A decisão do juiz Rudson Marcos, da 3ª Vara Criminal de Florianópolis, de absolver o empresário André de Camargo Aranha, acusado de estuprar a influencer Mariana Ferrer, provocou protestos em todo o país. Mariana foi atacada por André Aranha em 2018, quando tinha 21 anos, durante uma festa. O juiz, em sua sentença, acolheu a tese de que o empresário cometeu um “estupro culposo”, crime que não existe na legislação brasileira.

Imagens feitas no local da festa mostram o ataque de André Aranha, corroborando a acusação de estupro. A decisão provocou revolta nos meios jurídicos e gerou protestos generalizados. A Central Única dos Trabalhadores (CUT) emitiu nota de repúdio à decisão (veja a íntegra da nota ao final do texto).

“É assustador uma decisão como essa, de estupro culposo, que não existe. Na semana passada, outro juiz absolveu um homem que matou uma mulher alegando a legítima defesa da honra, uma alegação que também não existe na lei brasileira. Assusta porque corremos o risco de perder décadas de conquistas das mulheres. Lutar contra essa cultura da violência contra a mulher é tarefa de todos”, declarou Elaine Cutis, secretária da Mulher da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramos Financeiro (Contraf-CUT).

Em novembro, a Contraf-CUT organiza, com outras entidades, uma campanha para marcar o Dia Internacional de Combate à Violência Contra a Mulher, que é dia 25. “É uma campanha para debater a violência contra a mulher. O Brasil certamente precisa estar nessa campanha”, afirmou Elaine Cutis.

Veja a nota da CUT

Nota de Repúdio: Estupro culposo não existe

A CUT, por meio de sua Secretaria de Mulheres, vem a público repudiar a ação da justiça de Santa Catarina no caso do estupro de Mariana Ferrer.

O Brasil tem se tornado em um dos piores países para mulheres e meninas. A cada 11 minutos, uma mulher sofre estupro, 30% das vítimas são menores de 13 anos de idade.

Realidade essa reforçada por instituições que deveriam combater a violência e proteger as vítimas.

Exemplo disso é a vergonhosa decisão da Justiça de Santa Catarina que por meio do juiz Rudson Marcos e do promotor Thiago Cariço, ao julgar o caso de estupro de Mariana Ferrer optam por não cumprir a lei e punir o estuprador, numa tentativa de  tornar a vítima em ré.

As ações para inibição da vítima durante o processo, por meio do advogado Claudio Gastão, deixam claro como as vítimas de violência são tratadas pela sociedade machista e patriarcal, representada por homens brancos, ricos que culpam as mulheres e meninas, por suas atrocidades, exemplo do empresário, André de Camargo Aranha.

Até quando ficaremos gritando por justiça? Até quando a mulher vítima de violência será julgada por seus algozes? Porque não são julgados os estupradores, mas sim as vítimas? Até quando seremos vítimas de homens brancos e ricos que usam do dinheiro pra perpetuar suas violências e injustiças? Até quando seremos vítimas da impunidade?

A CUT repudia mais essa injustiça e exige que a Justiça seja feita em toda a sua plenitude, com a punição nos rigores da Lei, do estuprador André de Camargo Aranha, bem como a reparação da injustiça cometida contra Mariana Ferrer.

Estupro culposo não existe!!!

Justiça para Mariana e todas as mulheres e meninas!!!

Fonte: Contraf-CUT

Por 56 votos a favor e 12 contra, o Senado aprovou, em sessão remota realizada na noite desta terça-feira (3) o Projeto de Lei Complementar (PLP) 19/2019, que confere autonomia ao Banco Central (BC). A proposta segue agora para discussão na Câmara dos Deputados.

Sob pretexto de “blindar” a instituição de “ingerências políticas”, o que os parlamentares aprovaram foi a “autonomia” em relação à soberania popular, denunciou o líder Rogério Carvalho (SE), líder do PT no Senado.

O projeto estabelece mandatos de quatro anos para o presidente e os diretores do Banco Central. Para assumir eles deverão passar, ainda, por votação secreta no Senado.

Pela proposta, o novo chefe do banco deverá assumir no terceiro ano de governo do presidente da República, de modo que o seu no comando da política monetária não coincida com o mandato do chefe do Executivo.

“Estamos dando autonomia em relação ao governo, mas não estamos dando autonomia em relação ao mercado. Ou seja, haverá autonomia com relação à vontade popular, ao governo eleito. Mas não haverá autonomia em relação ao mercado e aos interesses comerciais para quem vai dirigir a política monetária do país”, afirmou o líder petista.

Carvalho destacou ainda que a proposta foi aprovada pelos senadores sem debate com a sociedade. Além dos seis dos seis senadores do PT, também votaram contra Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Fabiano Contarato (Rede-ES), Regufe (Pode-DF), Weverton Rocha (PDT-MA), José Serra (PSDB-SP) e Zenaide Rocha (Pros-RN).

Distância da política

Relator da proposta, o senador Telmário Mota (Pros-RR), defendeu a autonomia concedida ao Banco Central. Segundo ele, serviria para evitar “interpretações equivocadas” sobre decisões na política monetária, principalmente em anos eleitorais. O PLP 19/2019 é de autoria do Plínio Valério (PSDB-AM).

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP) também destacou “benefícios notáveis” da suposta “blindagem” aos diretores do BC. Segundo ele, haveria aumento da credibilidade da autoridade monetária, que manteria compromisso “inarredável” no combate à inflação. “Livre das injunções e disputas políticas para atingir tal objetivo”, afirmou.

Objetivo secundário

Também foi aprovada uma emenda do senador Eduardo Braga (MDB-AM) que estabelece como “objetivos secundários” do BC “suavizar as flutuações do nível de atividade econômica”. Além de zelar pela solidez e eficiência do sistema financeiro. Mota incluiu, ainda, o fomento ao “pleno emprego”. No entanto, essas metas devem ficar subordinadas ao objetivo principal, que continua sendo o combate à inflação, tendo a taxa básica de juros (a Selic) como principal mecanismo.

Fonte: Rede Brasil Atual

O Banco do Brasil enviou, na semana passada, um comunicado às unidades que realizam atendimento presencial aos clientes (agências e Postos de atendimento – PAAs) informando a ampliação do horário, a partir desta terça-feira (3), para até às 15h. Desde março, quando foi decretada a pandemia no Brasil, a pedido do movimento sindical, os bancos tinham reduzido o horário para até 14h. Antes da pandemia o atendimento ocorria até 16h.

“A redução do horário de atendimento tinha a função de diminuir a lotação dos transportes públicos nos horários de pico e a exposição dos funcionários ao risco de contágio. Estamos vendo um novo aumento dos casos de Covid-19, por isso, acreditamos que haveria a necessidade de manter a redução do horário por mais algum tempo”, defendeu a secretária de Juventude e representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) nas negociações com o BB, Fernanda Lopes. “Além disso, a ampliação do horário de atendimento pode aumentar, ainda mais, a sobrecarga sobre os funcionários que estão na linha de frente”, completou.

Falha na comunicação

A dirigente da Contraf-CUT também critica a falta de comunicação prévia ao movimento sindical. “Temos um comitê que debate as questões relacionadas à Covid-19. E, mesmo que não existisse este comitê, temos uma mesa permanente de negociações. Não haveria qualquer problema, ou atraso em comunicar-nos, antecipadamente, tal decisão”, disse. Para ela, ao não passar a informação com antecedência à representação dos funcionários, o banco prejudica sua própria comunicação. “Funcionários entram em contato conosco perguntando sobre a medida e não temos como informá-los corretamente”, completou.

Segundo o comunicado do banco, a ampliação do horário foi uma deliberação tomada em reunião com a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban). Mas, Fernanda diz que o BB omitiu que a decisão foi de que os bancos teriam a opção de aumentar ou não o horário de atendimento.

Quem é atingido

O BB informou em seu comunicado que as agências e PAAs ficarão abertas ao público das 9h às 15h (horário de Brasília – DF), sendo das 9h às 10h para atendimento exclusivo para idosos, gestantes, pessoas portadoras de deficiência e pagamento de benefícios do INSS. Nas agências do Distrito Federal o atendimento será das 11h às 16h (horário de Brasília – DF).

Os novos horários não se aplicam aos “Escritórios de Negócios” do BB, uma vez que estes não realizam atendimento presencial. Também não afetam as unidades localizadas em shoppings, órgãos públicos, aeroportos ou universidades, que deverão obedecer ao horário do estabelecimento, com o atendimento mínimo de cinco horas.

O banco informou, ainda, que, para evitar sanções dos órgãos reguladores, todas as unidades devem estar em conformidade com a Portaria de Aprovação do Plano de Segurança, incluindo, dentre os demais requisitos, o quadro completo de vigilância durante todo o horário de atendimento ao público.

Fonte: Contraf-CUT

Neste mês de novembro, a luta contra a violência à mulher será tema de uma campanha desenvolvida pela Secretaria de Mulheres da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT). As atividades culminam no dia 25, o Dia Internacional de Combate à Violência Contra a Mulher. A secretária da Mulher da Contraf-CUT, Elaine Cutis, fala sobre a campanha e como é a luta dentro da categoria bancária, que já registrou conquistas importantes este ano.

Em 25 de novembro de 1960, três irmãs, Pátria, Minerva e Maria Teresa Mirabal, foram assassinadas na República Dominicana, por forças militares do então ditador Rafael Leónidas Trujillo. A data foi assumida pelo movimento de mulheres de todo o mundo. “Dos anos 1960 para cá, tivemos importantes conquistas, mas as mulheres ainda hoje são as grandes vítimas de uma cultura patriarcal e machista que permanece fortemente enraizadas na sociedade. Os altos índices de violência contra a mulher registrados é a prova cabal disso. A questão da violência ainda permanece um grave problema a ser enfrentado”, disse Elaine Cutis.

A secretária, porém, faz uma observação sobre a atual situação. “A despeito dos números, o atual governo brasileiro, com suas posições conservadoras, preconceituosas e misóginas, reforça esta cultura machista. Além de promover um verdadeiro desmonte das redes de enfrentamento à violência contra a mulher com drásticos cortes no orçamento destinado à essa política específica”, alerta.

Conquista

A categoria sempre teve uma forte atuação nas questões de gênero, tanto que foi a primeira a conquistar Cláusula de Igualdade de Oportunidades em acordo coletivo e uma mesa de negociação permanente. A mais recente conquista ocorreu em março deste ano, a assinatura de acordo nacional entre a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) e o Comando Nacional dos Bancários que garante a prevenção, apoio e acompanhamento à mulher que for vítima de violência doméstica e familiar. Também estabelece canal de atendimento às mulheres vítimas de violência doméstica. Esse acordo foi incorporado na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), em setembro.

“A violência doméstica afeta principalmente a habilidade e produtividade da vítima no emprego, se manifestando através de episódios de absenteísmo, atrasos no trabalho, redução momentânea capacidade decisória e concentração, aumento do nível de estresse, reduz momentaneamente a produtividade, começa a não cumprir as metas”, observa a secretária de Mulher da Contraf-CUT.

Até 2019, os bancos não possuíam um programa para acolher e apoiar as trabalhadoras vítimas de violência doméstica. “A falta de orientação por parte dos bancos contribui para a continuidade da cultura de violência e uma punição da própria vítima do processo. Se ela não cumpre a meta, é mandada embora”, ressalta Elaine Cutis. Essa dupla punição sofrida pela bancária (violência e demissão) foi discutida com a Fenaban na mesa de negociações de Igualdade e Oportunidades.

Avaliação positiva

“Mostramos para eles que algumas empresas já têm esse canal e a avaliação é bastante positiva. Pode ser uma ótima trabalhadora que está sendo afetada em um momento crítico e é demitida porque não havia na empresa um olhar adequado para essa situação”, afirma a secretária da Mulher da Contraf-CUT.

Na CCT assinada em setembro, está estabelecido um programa de combate à violência. Além da criação do canal, a cláusula trata de ações de caráter preventivo para lidar com a questão como, por exemplo, o treinamento de gestores para lidar com a situação e identificar sinais de que uma bancária possa estar sendo vítima de violência. Elaine Cutis lembra que existem condições especiais para as vítimas de violência. “O canal faz acolhimento das vítimas, oferece atendimento psicológico, social, para orientar sobre os caminhos para romper com o ciclo da violência. Também prevê a possibilidade de um acompanhamento, para eventualmente transferir aquela mulher do local de trabalho, para um endereço sigiloso. Prevê também a possibilidade de uma linha de crédito ou financiamento especial para as mulheres. Têm muitas vítimas que não conseguem sair da situação porque têm uma dependência financeira do marido”, explica a secretária.

Fonte: Contraf-CUT

A explosão de manifestações antirracistas desencadeadas pelas mortes de George Floyd, 27 anos, homem negro-americano, assassinado por um policial branco, e João Pedro, de 14 anos, que levou um tiro dentro da própria casa durante uma operação policial no Rio de Janeiro, em maio deste ano, colocaram em evidência as discussões sobre o racismo estrutural.

Os dois casos de violência praticada por agentes do Estado contra pessoas negras são exemplos de racismo estrutural, denunciado há décadas pelo movimento negro e intelectuais negros, mas invisibilizadas pela mídia comercial.

Mas, afinal o que é racismo estrutural, que por muitas vezes é confundido com racismo institucional? Ainda existe? Como ele funciona? Como atinge a vida das pessoas?

Em um bate papo com a filósofa Djamila Ribeiro sobre o tema, o professor de direito Silvio Almeida afirmou que “não existe racismo que não seja estrutural”.

“É estrutural [o racismo] porque estrutura todas as instituições”, pontuou o professor, que também é presidente do Instituto Luiz Gama e autor do livro “O que é racismo estrutural?”, da coleção Feminismos Plurais, coordenada por Djamila.

“[Racismo estrutural] não é só uma questão moral, não é uma questão jurídica, não é uma questão somente econômica”, continuou Silvio, lembrando que o racismo está em todas as estruturas da sociedade.

A importância da história para entender o conceito

Para entender as raízes do racismo estrutural no Brasil e como essa história começou e se perpetua até hoje, é necessário voltar ao período do século XVI ao século XIX, onde a escravidão foi marcada principalmente pela exploração forçada da mão de obra de negros e negras trazidos do continente africano e transformados em escravos pelos europeus colonizadores no Brasil.

Os três séculos de escravidão no Brasil, situação que só teve fim por conta da resistência dos negros escravizados, somado ao interesse econômico internacional, deixaram marcas profundas de desigualdade em todas as estruturas de poder no Brasil. Disparidade que deixou, orienta e conduz, até hoje, as relações econômicas, sociais, culturais e institucionais do país.

No pós-abolição, em 1888, pessoas negras não tiveram acesso à terra, indenização ou reparo por tanto tempo de trabalho forçado. Muitos permaneceram nas fazendas em que trabalhavam em serviço pesado e informal. Foi a partir daí que se instalou a exclusão de pessoas negras dentro das instituições, na política, e em todos os espaços de poder.

Todo o racismo é estrutural porque o racismo não é um ato, o racismo é processo em que as condições de organização da sociedade reproduzem a subalternidade de determinados grupos que são identificados racialmente- Silvio Almeida

A definição do que é racismo estrutural

Racismo estrutural é um conjunto de práticas discriminatórias, institucionais, históricas, culturais dentro de uma sociedade que frequentemente privilegia algumas raças em detrimento de outras. O termo é usado para reforçar o fato de que há sociedades estruturadas com base no racismo, que favorecem pessoas brancas e desfavorecem negros e indígenas.

Falar de racismo estrutural, é lembrar questões centrais que mantém esse processo longo de desigualdade entre brancos e negros que se desdobram no genocídio de pessoas negras, no encarceramento em massa, na pobreza e na violência contra mulheres.

O racismo tem diversas maneiras de se manifestar, diz a doutora em Educação pela Universidade de São Paulo (USP), Adriana Moreira, alertando que é necessário pensar em estratégias e instrumentos para combatê-lo.

Um exemplo que ela dá é o quesito cor. De acordo com a doutora, o sistema, que controla as matrículas e as informações das crianças nas cidades, foi implementado sem que nenhum funcionário da rede passasse pela formação para debater o quesito cor.

“Precisamos entender porque os meninos negros saem mais cedo da escola do que os garotos brancos, o que acontece no ambiente escolar, quais são as trajetórias desses meninos, porque que esses meninos são mais colocados numa trajetória de morte na adolescência do que os meninos brancos. São questões fundamentais, que quando a gente discute a estruturação dos processos, constrói a racionalização das instituições e das relações institucionais e interpessoais, ajuda a pensar em possibilidades de desfazer os processos”, argumenta Adriana.

Para Anatalina Lourenço, secretária nacional de Combate ao Racismo da CUT, o racismo é o principal instrumento de exclusão da sociedade brasileira, onde é impossível negar todas as suas formas e consequências para o povo negro. Por isso, afirma, não se aprofundam no país os instrumentos para entender tudo isso que a doutora Adriana pontuou.

“Que o Brasil é um país racista, isso ninguém nega. Que o racismo é estrutural nas relações socioeconômicas, de trabalho, institucionais e afetivas, isso também ninguém nega. Que o racismo mata a partir da ação principalmente da Polícia Militar, isso é evidente. Que o Brasil na sua conjuntura se constituiu não só como racista, mas como principal instrumento de exclusão, isso também é impossível de negar, mas alguns ainda negam”.

Exemplos de racismo estrutural

A ausência de negros e negras em cargos de lideranças nas maiores empresas do país mostra que o racismo estrutural atua em diversas dimensões e camadas. Ele estrutura a sociedade a partir da desvalorização e restrição de oportunidades de pessoas negros a na ascensão social.

Um dos exemplos de caso de racismo estrutural, no qual o Brasil está assentado, foi a morte do menino Miguel Otávio Santana da Silva, deixado no elevador por Sarí Côrte Real, patroa da mãe de Miguel, enquanto a doméstica passeava com o cachorro da família. A patroa apertou o botão de um andar alto, liberou a porta e, indiferente, retornou ao lar para continuar fazendo as unhas.

Miguel, de 5 aninhos, desembarcou em outro andar, passou por uma porta e, á procura da mãe, acabou chegando em uma área sem tela de proteção, despencou de altura de 35 metros. Era filho único da empregada doméstica Mirtes Renata que o levou ao trabalho por a escola estava fechada por causa da pandemia do novo coronavírus.

Outro exemplo de racismo estrutural que não se pode esquecer, foi a morte da empregada doméstica de 63 anos no Rio de Janeiro, a primeira vítima da Covid-19 no estado, que trabalhava num apartamento no Alto Leblon, bairro da zona sul do Rio, que tem o metro quadrado mais valorizado do país. Foi negado a ela o direito de ficar em casa durante a quarentena, já que ela fazia parte do grupo de risco. A patroa que havia chegado da Europa se contaminou e sobreviveu, a doméstica não.

A pandemia do novo coronavírus explicitou o racismo estrutural no Brasil, onde os maiores afetados pela maior crise sanitária do século são, além das pessoas em situação de vulnerabilidade social, a população negra, indígena e a classe trabalhadora, como a doméstica do Rio de Janeiro e o menino de Pernambuco.

Estudo do Núcleo de Operações e Inteligência em Saúde, grupo da PUC-Rio, confirmam que pretos e pardos morreram mais de Covid-19 do que brancos no Brasil. O grupo analisou a variação da taxa de letalidade da doença no país de acordo com variáveis demográficas e socioeconômicas da população.

“É um racismo abissal que se evidência em diferentes formas. O vírus se alastrou pelas periferias do país e passou a ter endereço. E se entendemos que no Brasil a grande maioria população é negra e pobre, nós já sabemos quem foi que morreu”, afirma Anatalina, que também é cientista social formada pela Universidade Estadual Paulista (UNESP).

Considerando esses casos, quase 55% de pretos e pardos morreram, enquanto, entre pessoas brancas, esse valor ficou em 38%. A porcentagem foi maior entre pessoas negras do que entre brancas em todas as faixas etárias e também comparando todos os níveis de escolaridade.

Para combater o racismo e essas desigualdades, é necessária uma disposição política de reconhecimento, diz a doutora Adriana. “Quando a gente discute racismo, a gente está discutindo uma possibilidade de readequação e de distribuição de bens materiais que são simbólicos na sociedade brasileira. Isso é uma questão central”, finaliza.

Fonte: CUT

A Comissão de Organização dos Financiários assinou nesta sexta-feira (30) com a Federação Interestadual das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Fenacrefi) a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) 2020/2022 e CCT-PLR 2020/2021. “Agora, as financeiras têm prazo de 10 dias para pagar a antecipação da Participação nos Lucros e Resultados (PLR). Todas as diferenças salariais e de tíquete, assim como o abono de R$ 1.000,00, têm que ser pagos no salário de outubro”, destacou Jair Alves, coordenador da Comissão.

Jair informou que a orientação dada pela Fenacrefi às financeiras era para acertar as diferenças nos salários de outubro, até 30/10. “Qualquer problema de atraso nesses pagamentos, a orientação é entrar em contato com as entidades sindicais e com a Contraf-CUT”, afirmou o coordenador da Comissão. Jair também colocou seu e-mail à disposição para esclarecimentos e informações: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..

Fonte: Contraf-CUT

A taxa de desemprego atingiu 14,4% no trimestre encerrado em agosto, batendo mais um recorde na série histórica do IBGE, iniciada em 2012. Agora, o número de desempregados foi estimado em 13,794 milhões – 1,083 milhão a mais em apenas um trimestre (alta de 8,5%) e 1,229 milhão a mais em relação a igual período de 2019 (9,8%), quando a taxa média era de 11,8%.

A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua trouxe outros recordes, todos negativos. O total de ocupados (81,666 milhões), por exemplo, é o menor da série. Caiu 5% no trimestre (menos 4,270 milhões de pessoas) e 12,8% em 12 meses (11,965 milhões a menos). O nível de ocupação (46,8%) também é o mais baixo da pesquisa.

Fora do mercado

Por outro lado, a população fora da força de trabalho chegou a 79,141 milhões. Mais um recorde que agrava o problema do desemprego. Crescimento de 5,6% em um trimestre (4,177 milhões) e de 21,9% (14,213 milhões) em um ano.

Assim, o número de empregados com carteira assinada no setor privado (29,067 milhões) também foi o menor da série. A queda é de 6,5% em relação ao trimestre anterior (menos 2,036 milhões de pessoas) e de 12% (menos 3,975 milhões) ante agosto de 2019.

Queda também nos informais

Nem o trabalho informal escapou. Estimado em 8,755 milhões, o número de empregados sem carteira caiu 5% (menos 463 mil pessoas) no trimestre e 25,8% (menos 3,041 milhões) ante igual período do ano passado. E o total de trabalhadores por conta própria (21,521 milhões) caiu 4% (menos 894 mil) e -11,4% (2,773 milhões), respectivamente. Além disso, o número de trabalhadores domésticos (4,597 milhões) também chegou ao menor nível. Em 12 meses, caiu 27,5% (menos 1,745 milhão).

Outro recorde está no contingente de desalentados, pessoas que desistiram de procurar trabalho. Eles agora somam 5,9 milhões. Crescimento de 8,1% em três meses (440 mil) e de 24,2% em 12 meses (1,1 milhão). Em relação à força de trabalho, os desalentados representam 5,8% – mais um recorde.

Menos R$ 12 bi circulando

E os chamados subtilizados agora são 33,3 milhões, também o maior número da série histórica. São as pessoas que gostariam de trabalhar mais. Acréscimo de 3 milhões em um trimestre (aumento de 9,7%) e de 5,6 milhões em 12 meses (20%). A taxa de subutilização, também a maior, é de 30,6%.

Estimado em R$ 2.542, o rendimento médio cresceu: 3,1% no trimestre e 8,1% sobre 2019. Mas, considerando o menor numero de pessoas no mercado, a massa de rendimentos caiu 2,2% e 5,7%, respectivamente. Em um ano, isso representa R$ 12,3 bilhões a menos circulando na economia brasileira.

Fonte: Rede Brasil Atual