Maio 20, 2025
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Imprensa

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Em abril de 2021, o Santander informou que mais de 700 bancários estavam acumulando horas negativas por causa da pandemia do novo coronavírus, que obrigou muitos empregados a ficarem em casa impossibilitados de trabalhar. Segundo o banco, cerca de 100 destes trabalhadores estão devendo mais de 1.000 horas de trabalho.

Diante da situação que levou muitos bancários a ficarem sem função por conta da pandemia, o movimento sindical firmou um acordo de banco de horas negativo com o Santander em setembro de 2020, que foi renovado em janeiro e teria de ser novamente revalidado em abril. Contudo, o acordo tinha uma cláusula que impedia a compensação dessas horas negativas aos finais de semana. O Santander condicionou a renovação do acordo à retirada desta cláusula que impedia o trabalho aos finais de semana.

“Ou seja, se revalidasse o acordo sem esta cláusula, o movimento sindical daria respaldo para o banco convocar os empregados para trabalharem aos fins de semana, caso o banco julgasse conveniente, infringindo e alterando, desta forma, a jornada de trabalho do bancário”, alertou a coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE), Lucimara Malaquias.

A COE solicitou ao Santander que fornecesse os dados desses trabalhadores com horas negativas, para que a entidade pudesse entrar em contato com eles a fim de entender a real situação visando a construção de um acordo que pudesse atender da melhor forma possível as necessidades deste empregados.

Além disto, o Sindicato também reivindicou que o Santander encontrasse função para estes trabalhadores no home office.

“O Santander tem totais condições financeira, logística e sistêmica de dar função para estes trabalhadores em casa sem que eles ficassem com hora negativa e acumulando dívida com o banco de forma interminável. Contudo, não foi possível avançar na negociação porque o banco se recusou a repassar as informações e toda e qualquer negociação pressupõe transparência. E o movimento sindical precisa ter clareza sobre todas as questões envolvidas para tomar uma decisão assertiva que contemple os trabalhadores”, explicou Lucimara.

Diante do impasse, o acordo não foi renovado em abril.

Ministério Público do Trabalho entra na jogada

O Ministério Público do Trabalho (MPT), acionado por um trabalhador anônimo, convocou o Santander e o movimento sindical para uma mediação sobre as horas negativas.

Foram realizadas ao menos cinco reuniões ao longo de junho e julho, nas quais o movimento sindical reforçou a necessidade de ter acesso a esses trabalhadores para que pudesse construir um acordo que melhor os atendesse.

Ao longo das mediações com o MPT, o Santander novamente se recusou a encaminhar ao movimento sindical os dados desses trabalhadores. Contudo, o banco assumiu o compromisso e a responsabilidade de fazer a intermediação entre o movimento sindical e os trabalhadores.

Diante do compromisso, a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) elaborou um comunicado que será encaminhado entre os dias 5 e 10 de agosto pelo banco a todos os trabalhadores que acumularam horas negativas ao longo da pandemia.

Procure seu sindicato

É fundamental que esses trabalhadores entrem em contato com o seu sindicato e/ou com a Contraf-CUT, por meio do e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..

“Os trabalhadores que tiverem qualquer dúvidas sobre o saldo de horas e seus direitos, devem procurar seu sindicato. Nós queremos te ouvir para tentar uma negociação que corresponda da melhor forma sua relação e condição com o banco. Não fique sozinho, não se isole, nós estamos aqui para atendê-los. O movimento sindical fará tudo que estiver a seu alcance, tanto pela via negocial quanto pela via jurídica, para resolver a situação destes trabalhadores. No entanto a participação deles é fundamental”, disse a coordenadora da COE do Santander.

Fonte: SPBancários, com edições da Contraf-CUT

O Banco do Brasil obteve lucro líquido ajustado de quase R$ 10 bilhões no 1º semestre de 2021, crescimento de 48,4% em relação ao mesmo período de 2020, segundo análise elaborada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). No 2º trimestre, o lucro foi de R$ 5 bilhões, aumento de 52,2% em relação ao mesmo trimestre de 2020. Segundo o banco, a redução das provisões para lidar com devedores duvidosos (PCLD Ampliada) e o crescimento da carteira de crédito destacam-se no resultado do semestre. A rentabilidade (retorno sobre o patrimônio líquido ajustado) cresceu 3,9 pontos percentuais (p.p.) em doze meses, chegando em 14,1%.

“Os resultados são muito bons e os funcionários precisam mesmo ser reconhecidos. Mas, é preciso dizer que estes mesmos funcionários pintados como se estivessem no ‘mundo das maravilhas’, na verdade são estrangulados pelas metas impostas pela atual gestão, principalmente com vice-presidente de varejo, quase um capataz cruel”, disse o coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), João Fukunaga, se referindo ao vídeo enviado pelo presidente do banco aos funcionários na manhã desta quinta-feira para anunciar os resultados do balanço semestral.

Redução do pessoal e sobrecarga

“Os funcionários, supostamente valorizados, precisam se desdobrar para cumprir as metas. Ainda mais com as constantes reduções do quadro de pessoal. Uma realidade que leva à sobrecarga de trabalho e ao consequente adoecimento”, afirmou Fukunaga.

Em um ano, o banco fechou 6.956 postos de trabalho e, do primeiro para o segundo semestre de 2021, essa redução de pessoal se acentuou ainda mais. Somente neste segundo trimestre, no escopo do Programa de Adequação de Quadros (PAQ) e do Programa de Desligamento Extraordinário (PDE), o banco reduziu seu quadro de pessoal em 2.358 funcionários. Além disso, em 12 meses, foram fechadas 390 agências e 33 postos de atendimento bancário e o número de clientes aumentou em 2,9 milhões.

“São menos funcionários, menos agências, mais clientes e mais lucro. Não é difícil de se perceber quem são os prejudicados. O discurso de valorização dos funcionários cai por terra. E os clientes também são afetados, com maior dificuldade para se encontrar uma agência e pelas filas que se alongam. Pagam cada vez mais caro pelas tarifas para ter um atendimento cada vez mais precário, devido à política de desestruturação que é implantada, pelo menos, desde 2016”, observou o coordenador da CEBB.

As receitas com prestação de serviços e tarifas bancárias alcançaram R$ 14,1 bilhões no ano, enquanto as despesas com pessoal, incluindo o pagamento da PLR, somou R$ 12 bilhões no período. Ou seja, somente com a receita de tarifas e serviços bancários, que representa uma parte ínfima de toda a arrecadação do banco, é possível cobrir todas as despesas com funcionários e ainda sobram 17,4% do valor.

Veja abaixo a tabela resumo do balanço, ou, se preferir, leia a íntegra da análise do Dieese.

Fonte: Contraf-CUT

Nesta última quinta-feira, 5 de agosto, bancárias e bancários do Banco Itaú realizaram o Encontro Nacional dos Trabalhadores do Itaú, onde definiram sua pauta de reivindicações específica.

Os principais pontos da pauta específica de reivindicações, definidos no Encontro Nacional dos Trabalhadores, foram: emprego, saúde e melhores condições de trabalho.

No total, 159 delegados e delegadas participaram do encontro. Alcyon Costa, membro efetivo da COE Itaú, representou o Sindicato dos Bancários da Baixada Fluminense e a Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro dos Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo (Fetraf RJ/ES). 

Saúde do trabalhador foi o tema da primeira mesa de trabalho do encontro nacional.

Os trabalhos continuaram com o painel sobre Emprego. Os delegados e delegadas debateram os números apresentados pela economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Cátia Uehara, no início do encontro.

O terceiro ponto debatido na pauta foi remuneração. Os delegados e delegadas mostraram que instabilidade e medo de demissões são os resultados da implementação do GERA, programa de remuneração variável criado para substituir o AGIR.

O Grupo de Trabalho (GT) de Saúde do Itaú foi o tema da quarta mesa de debate do encontro nacional.

E o Último tema debatido pelos delegados e delegadas do encontro foi Fundação Itaú. Foi feito um breve relato sobre todos os planos e um resgate das últimas eleições, realizadas em maio. 

Alcyon Costa sintetizou a importância da unidade neste momento que os trabalhadores estão atravessando: "o Encontro Nacional dos Trabalhadores do Itaú demonstrou que a unidade é a alternativa para combater tantas mudanças que estão ocorrendo no banco".

Fonte: Fetraf RJ/ES

 

A Caixa comunicou aos empregados que o Grupo de Trabalho Saúde Caixa, criado para discutir propostas de modelos de custeio e de gestão que garantissem a sustentabilidade do plano, foi encerrado na sexta-feira (30). A representação dos empregados discorda da maneira como o banco informou sobre o encerramento do grupo, que não foi consensual.

“A forma como a Caixa comunicou leva à interpretação que todos concordamos com o fim dos trabalhos, e o que aconteceu foi o contrário. Pedimos prorrogação do prazo porque entendemos que deveríamos ampliar o debate e, em conjunto, levar boas propostas aos empregados. Não foi o que aconteceu. A Caixa recusou nosso pedido e deu fim ao grupo oferecendo uma proposta vergonhosa aos beneficiários”, destacou a coordenadora do GT e da Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa), Fabiana Uehara Proscholdt, que também é secretária da Cultura da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT). Ela também acrescenta que o grupo não debateu a gestão do plano, que era um dos objetivos do grupo.

A proposta da Caixa aplicou o limitador de 50% para os custos do plano previstos na Resolução 23 da Comissão Interministerial de Governança Corporativa e de Administração de Participações Societárias da União (CGPAR). A medida, que não tem força de lei e não está prevista no Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) 2020/2022, estabelece que a contribuição da empresa não pode exceder a dos empregados. Dessa forma, a gestão Pedro Guimarães tenta economizar sacrificando os empregados da ativa e aposentados, para os quais ela pretende transferir os custos, e assim abre espaço para reduzir as provisões do chamado “benefício pós-emprego”, acelerando a devolução do IHCD para o governo Bolsonaro.

Segundo a nota do banco, “o grupo cumpriu o compromisso com os mais de 280 mil beneficiários do Saúde Caixa em oferecer alternativas de custeio que garantam a sustentabilidade do plano de saúde em curto, médio e longo prazos”.

Leonardo Quadros, presidente da Apcef/SP e integrante do GT, rebateu a afirmação do banco. “Quando a Caixa diz que cumpriu o compromisso do GT, o que parece é que o objetivo do banco era impor aos empregados da ativa e aposentados um modelo de custeio que atendesse somente aos interesses da empresa, já que a proposta apresentada por ela é extremamente onerosa aos usuários do plano”, disse. 

Na avaliação da representação dos empregados, outro ponto que não ficou claro na nota divulgada pela Caixa refere-se ao assessoramento técnico, insinuando que foi fornecido pelo banco. “A Caixa não deixou claro que o assessoramento técnico que tivemos foi contratado por nós porque discordamos das projeções realizadas pelo banco. As dificuldades de acesso aos dados, inclusive, atrasaram bastante os trabalhos. O relatório atuarial, por exemplo, que é um documento fundamental para as análises, deveria ter sido fornecido até novembro, e somente foi disponibilizado em março/abril”, lembrou Márcia Krambeck, representante da Federação Nacional das Associações de Aposentados e Pensionistas da Caixa Econômica Federal (Fenacef) no GT.

A proposta apresentada pela representação dos empregados mantém o modelo de custeio atual, com 70% dos custos financiados pela Caixa e 30% pelos empregados. As projeções da consultoria que assessora os representantes dos empregados não apontam a necessidade de reajustes, mesmo considerando a aplicação do teto previsto no Estatuto. Também preserva os princípios de solidariedade, mutualismo, pacto intergeracional e a autogestão por RH.

Fonte: Fenae

Em negociação com a Comissão de Organização dos Empregados (COE), o Santander não apresentou respostas razoáveis e muito menos soluções para problemas detalhados em uma pauta em posse do banco desde o dia 22 de junho.

Na reunião realizada virtualmente na tarde desta quarta-feira 4, os representantes dos trabalhadores cobraram mais contratações; respostas para descontos relacionados à gastos nos plano de saúde feitos diretamente na conta corrente dos bancários; retorno ao trabalho presencial e utilização do WhatsApp Business. 

 

Mais contratações

A COE, que representa os trabalhadores nas negociações frente ao banco, enfatizou a urgência de mais contratações, devido ao grave quadro de sobrecarga de trabalho causado por falta de funcionários.

Foi enfatizado que os lucros do banco aumentam a cada período, assim como a carteira de clientes. Em contrapartida, o número de bancários está sendo reduzido – pela primeira vez desde 2012 o Santander possui menos de 45 mil empregados –, em um contexto de aumento de pressão pelo cumprimento de metas abusivas para obtenção de lucros cada vez maiores, o que está resultando em uma epidemia de adoecimentos relacionados ao trabalho.

O Santander alegou que promoveu duas mil contratações. O número foi questionado porque o último balanço do banco mostra que houve apenas 78 contratações no semestre.

“Essas duas mil contratações, se realmente ocorreram, foram de trabalhadores terceirizados e não de bancários. Ou seja, o Santander está fatiando trabalhadores por categorias, retirando direitos e precarizando cada vez mais o trabalho. E é revoltante o banco alegar, em mesa de negociação, que a automatização e a mudança de processos internos dentro nas agências resultou em redução de trabalho para os bancários, porque não é isso que constatamos diariamente. As agências estão lotadas e os trabalhadores estão sobrecarregados e cada vez mais adoecidos.”

Lucimara Malaquias, coordenadora da COE Santander e diretora do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região

Mensalidade de assistência médica para trabalhadores afastados sem complementação salarial

Muitos trabalhadores têm procurado o Sindicato porque o Santander passou a fazer o desconto do convênio médico em conta corrente, e não em folha de pagamento. O banco alegou que isso só ocorre quando não há saldo na folha de pagamento e que, no seu entendimento, sempre que utilizado, o convênio médico precisa ser pago. Ou seja, é uma relação de consumo.

A COE respondeu que esses trabalhadores já se encontram em uma situação extremamente delicada causada pela doença, e enfatizou que utilizar o convênio médico não é uma opção. Os trabalhadores são obrigados recorrer ao plano de saúde. É uma situação que está acima da escolha e é justamente nestes momentos da vida que eles mais utilizam o convênio médico. Também afirmou que, ao contrário do trabalhador, o banco tem totais condições de arcar com esse custo durante o afastamento sem complementação, e só efetuar os descontos quando o trabalhador retornar ao trabalho, com os devidos parcelamentos que facilitem a vida do trabalhador.

“O argumento aqui é humanitário. O trabalhador está adoecido, na grande maioria das vezes por causa do trabalho exercido no banco. Portanto, o Santander tem responsabilidade e plenas condições financeiras de ajudar o trabalhador nesse momento”, afirma Lucimara.

O Santander alega que é responsabilidade do funcionário prever este custo e, portanto, ter dinheiro em conta para efetuar esse pagamento. Os representantes dos trabalhadores discordaram da justificativa. O RH se comprometeu a retomar discussão interna na empresa e dar uma resposta sobre este tema nos próximos dias.

Retorno ao trabalho presencial

O Santander informa que, a partir da segunda quinzena de agosto, fará o retorno gradual dos trabalhadores para atividades presenciais. Permanecerão em casa os trabalhadores de maior risco, mesmo os que tiverem sido vacinados com as duas doses da vacina contra o novo coronavírus.

Os representantes do banco disseram que não é possível informar o percentual de retorno presencial agora, porque o número pode variar muito, considerando as condições de cada área e a necessidade do trabalho presencial. O Santander se comprometeu a levar em consideração casos de pais e mães cujos filhos ainda não tenham retornado para a escola, além de outras questões de mobilidade.

A COE discordou do retorno presencial tencionado pelo banco, pois entende que é um risco grande para todos os envolvidos, já que, mesmo quem tenha tomado as duas doses, poderá não estar imunizado, ou contaminar outras pessoas. Foi enfatizado que a variante delta, mais transmissível, já responde por 45% das contaminações em alguns estados, o que causa muita preocupação.

Essa discussão será retomada entre o Comando Nacional dos Bancários e a Fenaban, mas a COE já ressaltou ao Santander o risco que o banco assume ao obrigar os trabalhadores ao retorno presencial. E reforçou que, mais uma vez, a empresa não ouve o movimento sindical e nem os trabalhadores, que também expressam grande preocupação com o retorno presencial.

“Ou seja, o banco ignora os riscos e preocupações e coloca esses trabalhadores em uma situação de risco permanente, quando nós sabemos que o trabalho remoto está funcionando muito bem”, afirma Lucimara.

WhatsApp Business

O Santander informou que está proibida a utilização do aplicativo WhatsApp Business para tratar de assuntos relacionados ao banco, devido a uma questão de segurança da informação. Também informou que o número de telefone fixo da mesa, que antes era no banco, agora foi transferido para os notebooks e computadores, e que disponibilizou um guia com orientações para utilização do WhatsApp, disponível na academia do Santander, para o caso de o bancário utilizar o aplicativo para conversas com o cliente.

O Sindicato, contudo, recomenda que os bancários não utilizem os WhatsApp para conversar com o cliente, porque isso envolve segurança da informação e uma porção de questões que podem resultar em responsabilização do trabalhador.

Diante dos riscos, o Sindicato orienta que os bancários utilizem apenas os canais institucionais disponibilizados pelo Santander. Caso o gestor continue pressionando para que faça atendimento pelo WhatsApp pessoal, ou para que permaneça utilizando o WhatsApp Business, os bancários devem denunciar ao Sindicato, que irá informar o RH para que oriente o gestor. A identidade do bancário que fizer a denúncia será mantida em sigilo.

“Essa pauta foi encaminhada ao banco no dia 22 de junho. O banco desmarcou negociação em duas ocasiões e hoje, finalmente, vem para a mesa de negociação sem respostas concretas e principalmente sem apresentar contrapropostas para os problemas colocados. Ele simplesmente nega que existe uma situação de insatisfação dos trabalhadores. O RH do banco continua pintando um quadro que não existe e que está cada vez mais distante da realidade dos trabalhadores. É um desrespeito com o movimento sindical e com os trabalhadores abandonar cada vez mais a via negocial.”

Lucimara Malaquias, coordenadora da COE Santander e diretora do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região

A dirigente lembra da sentença que condenou o banco em R$ 50 milhões de reais por demissões na pandemia e por condutas antissindicais. No despacho, o juiz da 60ª Vara do Trabalho de SP, Jeronimo Azambuja Franco Neto, mencionou a obra Trabalhadores do mundo: Ensaios para uma História Global do Trabalho, do historiador holandês Marcel Van Der Linden.

“Nessa obra, a classe trabalhadora é definida por uma força centrípeta cuja base central para caracterização da subalternidade é definida pela ‘mercantilização coagida de sua força de trabalho’. A atuação sindical e a negociação coletiva são inversamente proporcionais à coação mercantilista: quanto menos atuação sindical e negociação coletiva, maior será a coação mercantilista – como no exemplo do trabalho escravizado.”

Fonte: SEEB SP

O Itaú obteve Lucro Líquido Recorrente Gerencial, que exclui efeitos extraordinários, de R$ 12,941 bilhões, no 1º semestre de 2021. O resultado representa alta de 59,4% em relação ao mesmo período do ano passado. No 2º trimestre de 2021, o banco obteve um Lucro Líquido Recorrente Gerencial de R$ 6,543 bilhões, alta de 55,6% em relação ao mesmo período de 2020 e de 2,3% no trimestre. Já a rentabilidade (retorno recorrente consolidado sobre o Patrimônio Líquido médio anualizado – ROE) do banco foi de 18,8% no semestre, com alta de 5,7 pontos percentuais em doze meses.

“Os números mostram que o banco apresenta grande crescimento mesmo com a economia do país em frangalhos”, afirmou Jair Alves, coordenador da Comissão de Organização dos Empregados (COE) Itaú. “Está na hora de o Itaú colocar em prática seu lado bonzinho que mostra nas propagandas de TV, parar de demitir trabalhadores das agências e não contratar apenas funcionários de tecnologia. Passar a valorizar todo o seu corpo de funcionários, com garantia de emprego e melhores condições de trabalho”, completou.

Precarização do atendimento

Ao final de junho de 2021, a holding contava com 85.611 empregados no país, com abertura de 1.268 postos de trabalho em doze meses e 1.196 no trimestre. “Esse saldo positivo, no entanto, se deve a contratações para a área de TI e à incorporação, a partir do segundo trimestre de 2020, dos empregados da ZUP (empresa de tecnologia adquirida em outubro de 2019). Não houve a criação de novos postos de trabalhadores bancários. Infelizmente eles foram fechados e isso precisa acabar”, explicou o coordenador da COE. Além disso, o banco fechou 114 agências físicas no Brasil, em doze meses.

Leia aqui os destaques feito pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) em cima do balanço oficial do banco.

Fonte: Contraf-CUT

O Bradesco obteve Lucro Líquido Recorrente de R$ 12,834 bilhões, no 1º semestre de 2021, alta de 68,3% em relação ao mesmo período de 2020. O resultado impressiona ao lembrar que o período é o mesmo da segunda fase da pandemia do coronavírus (Covid-19). Chama ainda mais atenção o fato de o banco ter fechado 9.425 postos de trabalho em doze meses, mesmo com o aumento do número de casos e, principalmente, de mortes.

“Esses números deixam claro que o que importa para o banco é o lucro. Eles não têm a menor preocupação com a saúde, vida ou família dos trabalhadores. É uma completa falta de responsabilidade social”, lamentou Magaly Fagundes, coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Bradesco.

Outro dado assustador é o de fechamento de agências, foram 999 em doze meses, com a abertura de 601 unidades de negócios, totalizando 3.168 agências e 877 unidades de negócio. “As unidades de negócios só são boas para o banco. Elas têm menos funcionários e nenhuma vigilância. Muitos trabalhadores perderam o emprego por essa mudança e os que ficaram correm sérios riscos de segurança”, completou a coordenadora da COE. O assunto foi um dos principais pontos do Encontro Nacional dos Trabalhadores do Bradesco, realizado nesta terça-feira (3), de forma virtual.

Clientes também sofrem

Os clientes também são diretamente atingidos com as mudanças realizadas pelo Bradesco. Não bastasse a óbvia piora no atendimento, com a diminuição de funcionários, e a dificuldade de encontrar agências, com o fechamento de tantos pontos, eles também têm de pagar mais por tudo isso. O relatório do próprio banco justifica o crescimento observado no resultado, em relação ao 1º semestre de 2020, em “função de diversos fatores, tais como maiores receitas com prestação de serviços, crescimento da margem financeira com clientes, menores despesas operacionais e menores despesas com PDD”.

A receita com prestação de serviços e tarifas bancárias cresceu 3,4% em doze meses, totalizando R$ 13,344 bilhões. As despesas de pessoal considerando a PLR teve leve crescimento de 0,8%, somando R$ 9,632 bilhões. Com isso, a cobertura destas despesas pelas receitas secundárias do banco aumentou para 138,5% no período.

Leia aqui os destaques feito pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) em cima do balanço oficial do banco.

Fonte: Contraf-CUT

 

O Encontro Nacional dos Funcionários do Banco Itaú-Unibanco acontece nesta quinta-feira (5), por webinário na plataforma Zoom. A partir das 14h, os trabalhadores debaterão emprego, remuneração, saúde, condições de trabalho e previdência complementar.

“Nosso objetivo é tirar uma estratégia para negociar com o banco nossa pauta de reivindicações específicas, fruto desse encontro”, afirmou Jair Alves, coordenador da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú.

Confira abaixo a programação:

  • 14h – Abertura e apresentação da programação
  • 14h10 – Apresentação dos dados do balanço do banco Itaú-Unibanco
  • 14h40 – Painel 1: Emprego
  • 15h40 – Painel 2: Remuneração
  • 16h40 – Painel 3: Saúde e Condições de Trabalho
  • 17h40 – Painel 4: Previdência Complementar
  • 18h – Encaminhamentos e encerramento

Fonte: Contraf-CUT

Nesta última terça-feira, 3 de agosto, funcionárias e funcionários dos Bancos Bradesco e Santander, realizaram Encontros Nacionais onde definiram planos de lutas contras ataques dos bancos e formalizaram pauta específica de reivindicações.

Confira abaixo o que foi definido nos encontros, banco a banco.

Santander

O Encontro Nacional dos Funcionários do Santander, realizado nesta última terça-feira (3) pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e pela Comissão de Organização dos Empregados (COE) do banco, trouxe aos delegados o debate sobre os planos de previdência fechados, os ataques que os mesmos vêm sofrendo, tanto da parte dos bancos quanto do governo, e a análise dos resultados do balanço do banco e da holding de empresas grupo.

O debate sobre os ataques aos planos de previdência continuou com apresentações sobre os planos fechados do Santander (Banesprev, Sanprev, SantanderPrevi e Bandeprev).

No período da tarde, a economista Catia Uehara, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), apresentou dados sobre o balanço do banco e informações importantes sobre empresas que fazem parte da holding do Santander.

No segundo trimestre de 2021, o Santander obteve lucro líquido gerencial de R$ 4,171 bilhões, crescimento de 98,4% em relação ao obtido no mesmo período do ano passado. O lucro obtido nos primeiros seis meses no Brasil representou 22,5% do lucro global do conglomerado, que foi de € 4,205 bilhões.

Ao final do encontro, os delegados apresentaram propostas de ações para resistir aos ataques contra os direitos dos trabalhadores e avançar na conquista de novos direitos.

Claudio Merçon (Cacau), membro efetivo da COE Santander, disse que “o encontro foi muito importante para esclarecer os pontos em relação às previdências e traçar o plano de lutas para os desafios que teremos daqui pra frente”.

Tanto o plano de lutas, quanto os documentos e apresentações feitas durante o encontro serão disponibilizadas aos representantes da COE e das entidades sindicais que fazem parte do Comando Nacional dos Bancários, que se encarregarão de fazer o repasse para suas bases.

Bradesco

Emprego, saúde e segurança são os principais pontos da minuta específica de reivindicações do Encontro Nacional dos Trabalhadores do Bradesco, realizado nesta última terça-feira (3), digitalmente. O documento será encaminhado à direção do banco.

Os trabalhos do dia começaram pela manhã com uma análise de conjuntura feita pela presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira, que é uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários. “Nós temos que discutir o Brasil que a gente quer, para pensar numa solução para este mundo que está tão doente. É importante falar do geral, para depois falarmos do específico. Olhando o geral para saber como vamos atuar por banco”, salientou.

Na sequência, o reflexo da pandemia na saúde do trabalhador entrou em debate.

A Secretária de Bancos Privados da Fetraf RJ/ES, Renata Soeiro, relatou que “o Encontro foi importantíssimo para reunirmos as propostas surgidas nas reuniões regionais de todo o país, e elencar prioridades na construção da nossa minuta de revindicações nas mesas especificas”.

O coordenador do Coletivo de Segurança Bancária da Confederação, Elias Jordão, foi o convidado especial da mesa sobre unidades de negócio e segurança bancária. Para ele, “o ano de 2022 será fundamental para a segurança do bancário dentro das agências”.

Gustavo Cavarzan, técnico da subseção do Dieese da Contraf-CUT, mostrou que o fechamento dos postos de trabalho e o de agências são dois dos principais pontos do lucro do Bradesco nos últimos meses.

O teletrabalho também entrou na pauta. Os delegados e as delegadas do encontro nacional debateram a necessidade de negociar com o banco sobre o acordo de teletrabalho, assinado em 2020.

Fonte: Fetraf RJ/ES