Nenhuma surpresa. O Brasil superou hoje (28) a marca de 9 milhões de pessoas que atingidas pela covid-19 desde o início do surto, em março passado. Com 61.811 novos casos nas últimas 24 horas, o número oficial de infectados chegou a 9.058.687. O dia também foi de um grande número de mortos pelo novo coronavírus, com 1.386 óbitos por covid-19 oficialmente registrados. A mortalidade é superior mesmo à média da pandemia no até então pico, entre junho e setembro.
Com a atualização dos números, o país soma 221.547 mortos, de acordo com o Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass). A média móvel de mortes calculada em sete dias está em 1.057 vítimas por dia. O número é similar ao pior momento da pandemia. Assim, considerando o elevado número de casos diários, superior aos meses de maior mortalidade, a covid-19 segue descontrolada no Brasil. E em ritmo crescente. Fevereiro começará com o país em estado máximo de atenção para a aceleração dos números de casos e mortes pela infecção.
Números da covid-19 no Brasil. Fonte: Conass
Fator Bolsonaro
O país é o segundo com mais mortes no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. A tragédia é agravada pelo conduta desastrosa do presidente da República, Jair Bolsonaro. Apesar dos 220 mil brasileiros mortos, ele persiste em negar a ciência, estimular e promover aglomerações e confundir a sociedade com mentiras sobre a pandemia.
Em uma condução lenta e apática da busca por vacinas, Bolsonaro também chegou a fazer campanha aberta contra imunizantes. Hoje (28) em Alagoas, recebido pelo ex-presidente, hoje senador, Fernando Collor de Mello (Avante), o presidente voltou a desdenhar da covid-19. “O povo brasileiro é forte, não tem medo do perigo. Nós sabemos quem são os vulneráveis: os mais idosos e os com comorbidade. O resto tem que trabalhar (…) reformulem essa política. Entendam que isolamento, o confinamento nos leva para a miséria”, disse.
Foram analisadas as medidas tomadas em 98 países a partir de critérios técnicos envolvendo ações federais em relação à Saúde. Providências como capacidade de testagem, estratégias de contenção do vírus, entre outras. Outro país que figurou entre os piores do mundo, logo à frente do Brasil, foram os Estados Unidos. Em comum, ambos os países contaram, em 2020, com presidentes populistas, que ridicularizaram mortes, rejeitaram até mesmo o uso de máscaras e receitaram medicações comprovadamente sem eficácia contra a covid.
No topo dos 10 países que melhor combatem o vírus estão a Nova Zelândia, Vietnã, Taiwan, Tailândia, Chipre, Ruanda, Islândia, Austrália, Letônia e Sri Lanka. O estudo não inclui os resultados da luta pela contenção da pandemia em Cuba.
Os países que obtiveram sucesso em suas políticas públicas praticamente erradicaram o vírus com medidas intensas de isolamento social, proteção econômica às populações, aplicação massiva de testes e rastreio de contágio.
Chama atenção no relatório que na lista dos mais bem sucedidos estão tanto alguns países ricos, como também emergentes e pobres. Ou seja, status econômico não impede governos responsáveis de preservar vidas.
Uma das conquistas da Campanha Nacional 2020, os funcionários do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) votaram nesta quarta-feira (27) para a escolha dos quatro trabalhadores que ocuparão a vaga de Delegado Representante Sindical (DRS) e seus suplentes.
O vice-presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Vinícius de Assumpção, lembrou que a criação deste cargo foi a solução para resolver o impasse gerado pelos ataques que a direção do banco vem fazendo ao funcionalismo e suas organizações. “Devemos considerar uma grande vitória na mais dura negociação já enfrentada pelos trabalhadores com a direção do banco, fruto da atual conjuntura política em que vivemos.”
Os candidatos mais votados foram Pauliane das Virgens de Oliveira, com 25,40%, Arthur Cesar Vasnconcelos Koblitz, com 22,66% dos votos, Paulo Rebouças Monteiro Filho, com 11,98% dos votos, e Fernando Henrique de Araújo Góes e Fabio da Rocha Pais, ambos com 10,58% dos votos.
Arthur, porém, já enviou uma carta à Contraf-CUT abrindo mão da posse como Delegado titular e ficará como suplente, neste mandato de um ano. Em breve, a Contraf-CUT enviará a solicitação de liberação dos eleitos, como rege o regulamento específico do DRS.
Os bancários do Itaú conquistaram reajuste no Programa Bolsa Auxílio Educação para 2021. O acordo foi firmado na reunião desta quinta-feira (28), realizada por videoconferência, entre a Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú e a direção do banco.
Serão 5.500 bolsas de estudo, no valor de R$450, um reajuste de aproximadamente 10%, na comparação com o valor do ano passado. Para 2022, o reajuste do programa será o mesmo da categoria para os salários, ou seja, a reposição do INPC, mais 0,5%. A estimativa é o valor seja de aproximadamente R$480.
O banco Itaú anunciou ainda a permissão de acessos à plataforma digital com uma diversidade de cursos, vídeos, palestras e fóruns abertos para todos os funcionários, dependentes, trabalhadores desligados e dirigentes sindicais.
“É importante ressaltar que a concessão dessas bolsas de estudo é uma conquista dos trabalhadores, desde 2009, e estão previstas no acordo aditivo de trabalho (ACT). Elas são fruto de reivindicações e negociações da categoria. Ou seja, é mais um exemplo de que os trabalhadores organizados conseguem avanços”, lembrou Jair Alves, coordenador da COE do Itaú.
Funcionários do Banco do Brasil fazem nesta sexta-feira (29) uma paralisação contra o pacote de reestruturação que a direção do banco pretende aplicar. A mobilização foi discutida e organizada em sindicatos de norte a sul do país. A reestruturação prevê o fechamento de centenas de agências, postos de atendimento e escritórios, além da demissão de 5 mil funcionários.
“Os sindicatos têm passado nas agências, levando faixas e conversando com os bancários, para que a gente faça uma grande mobilização no dia de amanhã, contra essa reestruturação. Só assim iremos forçar o banco a negociar” disse o coordenador nacional da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), João Fukunaga.
O plano que prevê milhares de demissões e fechamento de centenas de agências e outras unidades do BB não foi discutido com os funcionários e seus representantes. A reação à reestruturação vem crescendo desde o seu anúncio, no dia 11 deste mês. Na semana passada, dia 21, houve um Dia Nacional de Luta contra a Reestruturação, que mobilizou funcionários em todo o Brasil. Foram realizadas reuniões nas agências e escritórios, distribuição de uma carta aberta à população, colagem de cartazes e um tuitaço com a hashtag #MeuBBvalemais, que figurou entre os 10 assuntos mais comentados no Twitter.
Para João Fukunaga, a paralisação desta sexta acontece em um momento grave do país, que vive o impacto da segunda onda da pandemia. “É uma luta de dentro do BB para fora, para a população. É uma luta para preservação da vida das pessoas, de quem é grupo de risco. Estamos convocando o pessoal que está em home office a não bater o ponto, para fazermos uma grande mobilização. Essa é uma greve de dentro para fora, por conta, inclusive, da pandemia, da grande parte dos funcionários estarem em home office”, explicou o coordenador da CEBB.
Lucros
Outro ponto destacado por Fukunaga é que, para a direção do BB, a demissão de milhares de funcionários e o desmonte do banco é feito para ampliar os lucros aos acionistas. Na segunda-feira (25), a direção do banco anunciou sua distribuição de dividendos em 2021, em documento enviado ao mercado. De acordo com o documento, o percentual do lucro pago aos acionistas (payout) será de 40%. Sobre o resultado de 2020, o BB aprovou um payout de 35,29%.
“Para a direção do banco, o que vale nessa reestruturação, com a desestruturação de famílias, retirada de comissão, forçando as pessoas a saírem no PDV é o pagamento dos acionistas. é para isso que está sendo feita essa reestruturação. com isso, a gente vê o quanto o funcionário vale para o banco”, completou.
O Brasil é o pior país do mundo no combate à pandemia de covid-19, segundo um estudo divulgado nesta quinta-feira (28) na Austrália. A estratégia da Nova Zelândia é considerada a melhor, embora o país tenha confirmado dois novos casos da variante sul-africana do coronavírus nas últimas horas.
As informações são da agência de notícias RFI, publicadas pelo Uol. O Lowy Institute, de Sydney, analisou quase 100 países de acordo com seis critérios, como casos confirmados, mortes e capacidade de detecção da doença.
No total, o Brasil tinha 8.996.876 de infecções confirmadas e 220.161 mortes ontem, para uma população de 209,5 milhões de habitantes, segundo dados do ministério da Saúde. A Nova Zelândia registrou 2.299 casos do novo coronavírus e 25 mortes desde o início da pandemia, em uma população de cerca de 5 milhões de pessoas.
“Coletivamente, esses indicadores indicam quão bem ou mal os países administraram a pandemia”, diz o relatório desta instituição independente.
Além da Nova Zelândia – que praticamente erradicou o vírus com fechamentos de fronteira “precoces e drásticos”, bloqueios e testes de diagnóstico – ,Vietnã, Taiwan, Tailândia, Chipre, Ruanda, Islândia, Austrália, Letônia e Sri Lanka estão entre os dez principais países que melhor responderam à pandemia. No final da lista estão Brasil (98), México, Colômbia, Irã e Estados Unidos.
Em número total de mortes, o Brasil perde apenas para os Estados Unidos. As duas nações mais populosas do continente americano tiveram em comum governos de líderes populistas nacionalistas – Jair Bolsonaro e Donald Trump – que minimizaram ativamente a ameaça da covid-19, ridicularizaram o uso de máscaras, opuseram-se a lockdowns e fechamentos, enquanto os países eram altamente infectados pelo vírus.
A China – onde o vírus surgiu no final de 2019 – não está incluída na lista por falta de dados de diagnóstico disponíveis ao público, segundo os autores.
Embora a maior parte das campanhas salariais em 2020 tenha resultado em reajuste igual ou superior à inflação, na média os acordos tiveram variação abaixo do INPC. Os dados, reunidos pelo Dieese, analisam 11.738 reajustes no ano passado.
Desse total, 38,5% resultaram em aumento real (acima da inflação). Outros 34,3% foram equivalente à variação do INPC, enquanto 27,2% ficaram abaixo. A média dos reajustes foi de -0,11% em relação ao índice de referência. O ano de 2020 também foi marcado por acordos de redução de jornada e salário, em torca de manutenção do emprego, devido à pandemia.
Campanhas salariais sem reajuste
O Dieese registrou 8,8% de acordos sem reajuste em 2020, ante 0,3% no ano anterior. Em números absolutos, o total de reajustes zero passou de 39, em 2019, para 1.036. Isso aconteceu com mais frequência em maio, julho e dezembro.
Entre os setores de atividade, a indústria teve maior incidência de acordos com reajustes acima do INPC: 44,2%. No comércio, apenas 30,9%. E o maior percentual de reajustes abaixo da inflação foi registrado nos serviços (33,3%). Resultados que se explicam, também, pelos efeitos da pandemia.
No recorte por data-base, “fevereiro e junho apresentaram as maiores incidências de aumentos reais no ano, superiores a 50% em cada uma”, aponta o Dieese. “Maio, julho e setembro também se destacaram, com registros de aumentos reais em proporções superiores a 40%”, acrescenta o instituto. Em setembro estão categorias como a dos bancários, que conseguiram fechar acordo por dois anos, além de metalúrgicos e petroleiros.
Inflação subiu
“O desempenho dos reajustes salariais guarda certa correspondência com a evolução da taxa de inflação no período, ou seja, quanto maior o índice de inflação, mais difícil a negociação da reposição da perda salarial”, observa o instituto. “Note-se que é expressiva a proporção de reajustes salariais inferiores ao INPC-IBGE nas datas-bases que ocorreram em situação de aceleração da inflação – em especial, as do último trimestre do ano.” Em junho, o INPC em 12 meses somava 2,05%. Em novembro, havia subido para 4,77%.
Entre as regiões, o Sul teve 45% de campanhas salariais com acordos acima do INPC. As demais ficaram próximas, oscilando entre 35% e 36%. A maior incidência de reajustes abaixo da inflação foi registrada no Centro-Oeste (39,3%).
Bancárias e bancários do Banco do Brasil em todo o país, aprovaram em assembleias ocorridas nos últimos dias, manifestações (em muitas cidades serão paralisações e retardamento na abertura das agências) contra os cortes e desmontes promovidos pelo governo Jair Bolsonaro, na próxima sexta-feira (29). A ação foi aprovada em assembleias virtuais. Os trabalhadores criticam a reestruturação anunciada pela direção do banco, que prevê fechamento de centenas de unidades e a demissão de milhares de trabalhadores.
A paralisação é uma resposta ao governo federal que vem promovendo o desmonte do banco e atacando os direitos dos funcionários.
O Banco do Brasil anunciou, no último dia 11, que pretende demitir 5 mil funcionários até o início de fevereiro e desativar 361 unidades, entre as quais 112 agências e 242 postos de atendimento. Além do ataque aos direitos dos trabalhadores, que estão sendo removidos dos seus pontos, com comissões reduzidas, esse desmonte também deve afetar o atendimento à população.
Calendário de lutas
Nesta última terça (26), uma plenária foi realizada por centrais sindicais e as Frentes Brasil Popular e Povo sem Medo, onde decidiram pela união de todos os setores que defendem o impeachment de Bolsonaro, a vacina e o retorno do auxílio emergencial.
Durante a reunião, que contou com quase 500 integrantes, foi definido um calendário de lutas, que inicia com a paralisação no Banco do Brasil e vai até o dia 8 de março, o Dia Internacional da Mulher. No próximo dia 31, será realizada uma nova carreata em todos os municípios contra o presidente da República.
O vice-presidente da CUT, Vagner Freitas, explicou que a diferença da conjuntura dos últimos meses é que setores conservadores também começam a reivindicar o “Fora Bolsonaro”. Segundo ele, a saída do presidente se tornou necessária para que o país retome o seu crescimento.
“Defender o Fora Bolsonaro é defender a vida, o emprego. Ele é o grande empecilho para que o país saia da crise econômica. Seu negacionismo da doença e seu desempenho frente à pandemia da Covid-19 impedem que a vacina chegue a todos, e sem vacina haverá uma paralisia na economia e o aumento do desemprego”, afirmou Freitas.
A pandemia de covid-19 aliada às políticas de desmonte do Estado vão aprofundar a pobreza e a miséria no Brasil. Essa é a conclusão da diretora técnica adjunta do Dieese Patrícia Pelatieri, durante participação em um debate intitulado “Previdência Social Pública e Classe Trabalhadora”. O evento foi organizado pela Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT) como parte das atividades do Fórum Social Mundial Virtual 2021.
Patrícia faz relação direta entre a falta de políticas públicas de geração de emprego e renda e de amparo ao trabalhador durante a pandemia pelo governo do presidente Jair Bolsonaro com a reforma da Previdência, aprovada no fim de 2019. “Antes da pandemia os dados já apontavam para isso (crescimento da pobreza). Agora, o sentimento dos trabalhadores e das trabalhadoras será de urgência por um Brasil sem miséria. É uma tragédia nacional, essa é a real dimensão”, disse.
País de miseráveis
A especialista explicou que o sistema da Previdência foi fragilizado, e que com o derretimento dos empregos formais, ela pode se tornar cada vez mais insignificante. “Existe um sistema de compensações. Quem está no mercado de trabalho hoje mantém os aposentados e pensionistas. É um sistema de repartição. Esse formato permanece mesmo com as reformas. Isso é importante porque, como a Previdência é contributiva, o que acontece no mercado de trabalho hoje impacta diretamente sobre ela no futuro.”
“Se pudéssemos sintetizar o que pode acontecer com os trabalhadores olhando para o desemprego, a pandemia e as mudanças na Previdência, seria a imagem da miséria. Pode acontecer um aumento muito acelerado da miséria e da pobreza. Inclusive de pessoas mais velhas que perdem a proteção social. Podemos ter um país de miseráveis”, continuou Patrícia.
Olhar para o futuro
Diante do cenário, considerado preocupante, o presidente da CNM/CUT, Paulo Cayres, conclama a sociedade para manter a luta sobre a Previdência ativa. “Que os trabalhadores não desistam da Previdência. Dependendo de como ela estiver, muitos trabalhadores vão deixar de querer pagar a Previdência, pensando somente na aposentadoria em si”, disse.
Paulo alertou sobre os impactos nefastos do desmonte do Estado a partir de urgências de hoje. “Temos o maior sistema de Saúde do mundo. O único que tem uma plataforma capaz de vacinar todos. Querem destruir. A Previdência é a maior carteira de benefícios do mundo também. Conquistamos tudo isso e agora querem destruir. Precisamos mobilizar para que possamos refletir sobre tudo isso. Fundamentalmente como reverter esses ataques”, disse.
A partir deste pensamento, Patrícia pediu a mobilização em torno da revisão de reformas prejudiciais aos trabalhadores. “Desde 2016 tivemos uma redução da proteção social, redução nos investimentos em áreas sociais, desestruturação do mercado de trabalho, economia desaquecida, baixo dinamismo, tudo isso em razão das reformas feitas. A Emenda Constitucional 95 – do Teto de Gastos –, as reformas trabalhista e da Previdência e as privatizações”, citou.
“Tudo isso nos levou a uma mais alta concentração de renda e fragilização dos (direitos dos) trabalhadores. É urgente a implementação de ampliação e financiamento do gasto público. Existem opções. Precisamos de uma reforma tributária que eleve impostos dos super ricos e a torne mais progressiva, retirar imediatamente o teto de gastos. O cenário é muito preocupante. Precisamos de renda cidadã urgente. Precisamos elevar as parcelas do seguro desemprego. Estimular o investimento público para que a economia retorne. Precisamos de políticas ativas no mercado de trabalho. Urgentemente, precisamos repactuar os direitos trabalhistas”, completou.
Ampla gama de estudos econômicos realizados desde o início da pandemia de covid-19 no mundo desmascaram os problemas do capitalismo neoliberal e o agravamento da desigualdade social no mundo. O abismo entre classes é um dos principais temas do Fórum Social Mundial (FSM), desde sábado (23). Para Oded Grajew, idealizador do evento e presidente emérito do Instituto Ethos de Responsabilidade Social, é urgente discutir um novo modelo econômico para o mundo pós-crise sanitária.
Realizado de maneira virtual, o FSM chega à sua 20º edição. Além das desigualdades de renda e seus recortes de raça e de gênero, o evento debate a defesa da democracia e a preservação do meio-ambiente. O Fórum ocorre até o próximo dia 31 e pode ser acompanhado em seu portal.
A Oxfam Brasil aponta que os mil maiores bilionários do mundo já conseguiram reaver as perdas financeiras provocadas na pandemia. Entretanto, os mais pobres, deverão levar pelo menos 14 anos para recuperar o nível de pobreza que tinham antes da covid. A entidade mostra também que as grandes corporações lucraram muito mais com a crise sanitária.
Oded Grajew afirma que o modelo econômico global se alimenta dessa desigualdade e deixa a população pobre cada vez mais vulnerável. “Diante da pandemia e sua escassez, os super-ricos detém a maior parte do poder político, então submete as decisões aos seus interesses, deixando seus recursos mais protegidos. A pandemia escancarou a enorme desigualdade do mundo, que tem suas raízes no modelo capitalista neoliberal, desconectada com os direitos humanos”, afirmou ao jornalista Gilberto Nascimento, na Rádio Brasil Atual.
Brasil no FSM21
Governado por Jair Bolsonaro, o Brasil vive um cenário inédito desde a criação do Fórum Social Mundial. Sob um governo autoritário, os brasileiros podem buscar mudanças para o país, no FSM, avalia Grajew.
Na avaliação do idealizador do Fórum, a conexão do Brasil ao autoritarismo também está ligada ao aumento da desigualdade social. “Nós menosprezamos, ao longo dos anos, a questão da desigualdade, que é responsável por originar regimes autoritários”, explicou Oded. Porém, ele acredita que a ficha da população está caindo. “Com 200 mil mortos e ameaças do presidente, estamos vendo uma mobilização social no sentido de reagir a essa situação do Brasil”, acrescentou.
Outra pauta que precisa ser debatida no evento, ao analisar o cenário brasileiro, é a volta do país ao Mapa da Fome, após o impeachment de Dilma Rousseff. “Demoramos muitos anos, foram várias ações e políticas públicas, para que o país saísse do Mapa da Fome. Somos um dos países mais ricos do mundo, o que deixa nossa desigualdade e nossa fome mais humilhante. Temos tantas riquezas, tantos recursos para alimentar nosso povo, que nos deixa mais triste”, criticou.
Nesta quarta-feira (27), a reestruturação do Banco do Brasil e a reação dos funcionários serão temas de uma live às 18h. Participam da live Ramon Peres, presidente do Sindicato dos Bancários de Belo Horizonte e Região; Rogério Tavares, diretor do Sindicato dos Bancários de BH e funcionário do BB; a assessora jurídica do Sindicato dos Bancários de BH, Giovana Meireles; e o coordenador nacional da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), João Fukunaga.
Não perca o debate sobre a reestruturação, que movimenta os funcionários do BB neste início de 2021. A live começa às 18h desta quarta-feira (27) pela página da Contraf-CUT (https://www.facebook.com/contrafcut/).