Maio 23, 2025
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A Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB) se reuniu, na segunda-feira (30), com representantes do BB, que apresentaram o Plano Estratégico Corporativo da empresa, para o período 2024-2028. A exposição contou com um balanço das mudanças recentes do sistema financeiro brasileiro e que impactam na posição do banco em relação às demais empresas do setor.

Se em 2016 cada pessoa (PF e PJ) tinha, em média, relacionamento com duas instituições financeiras, atualmente, cada pessoa tem, em média, com cinco instituições. Parte da explicação para isso estaria com a ampliação de novos agentes no sistema financeiro, que passaram a competir espaço com os bancos tradicionais, como as fintechs (empresas que fornecem serviços financeiros por meio do uso da tecnologia).

Diante desse cenário, no qual a digitalização permite maior eficiência e escalabilidade nos serviços bancários, o plano estratégico considera a continuidade nos investimentos em transformação digital e processos e, em relação aos trabalhadores da empresa, “desenvolvimento de liderança engajadora e o aprendizado contínuo de todos os funcionários”.

“O que o banco apresentou foi bem claro: que tudo está em mudança e que o funcionário precisa estar preparado para se requalificar. Esse foi o recado”, resume o representante da Federação dos Empregados em Estabelecimento Bancários de São Paulo e Mato Grosso do Sul (Feeb-SP/MS) na CEBB, David Zaia.

“Sim, o setor financeiro enfrenta mudanças decorrentes da digitalização e o Banco do Brasil está inserido neste cenário. Disso não temos dúvidas. Mas o que ressaltamos no encontro é que o BB é um banco público e, como tal, tem um papel estratégico no desenvolvimento do país, tem papel estratégico e social na democratização financeira e, portanto, deve manter estrutura para assegurar igual atendimento, tanto aos mais velhos, quanto aos mais jovens, tanto nas regiões urbanas, quanto nas rurais, tanto em cidades grandes, quanto em pequenas. Nos últimos anos, o BB perdeu espaço para cooperativas nas zonas agrícolas e isso aconteceu porque fechou unidades”, pontua o representante da Federação dos Bancários no Estado de São Paulo (Fetec-CUT/SP) na CEBB, Getúlio Maciel.

Um dado importante, apresentado logo no início da apresentação do banco, para ilustrar a proposta do plano estratégico 2024-2028, foi que metas que haviam sido estabelecidas para este ano, 2023, já tinham sido superadas no primeiro semestre.

“Nos preocupa, no âmbito da estratégia, a questão das metas por resultados. Na apresentação, o banco ressalta que o plano inclui ‘assegurar um ambiente de trabalho psicologicamente saudável’. Isso está ligado ao que nós, do movimento sindical, temos chamado a atenção como ‘adoecimento psicológico no trabalho’. Então, essa questão colocada no plano estratégico é positiva”, ressalta a representante da Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Instituições Financeiras do Rio Grande do Sul (Fetrafi-RS) na CEBB, Priscila Aguirres. “Entretanto, no mesmo plano, o banco usa muito o termo ‘engajamento’ dos funcionários, dos gestores, o que nos remete a um cuidado de como isso será feito, sem que redunde na continuidade ou fortalecimento de uma gestão adoecedora, e que coloca em primeiro lugar as metas”, completa.

“Preocupação com os funcionários, com o desenvolvimento do país, através das políticas sociais, e com o atendimento da população. Essas devem ser as prioridades do BB, e não ficar disputando com quem lucra mais. Foi isso o que destacamos na mesa: o espírito público do BB tem que ser fortalecido”, pontua o representante da Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro de Minas Gerais (Fetrafi/MG) na CEBB, Rogério Tavares.

Os representantes do banco reconheceram que, na gestão anterior, ocorreram reduções de agências, principalmente em cidades pequenas, e redução de funcionários. Foi dito que a diminuição do quadro de pessoal e de estrutura não está no plano estratégico pensado para 2024-2028 e, ainda, que há expectativa de posse de 6 mil funcionários até 2025.

“O balanço geral que temos do que nos foi apresentado é positivo, incluindo a questão da promoção à diversidade dentro da empresa. Mas ressaltamos nossa preocupação com as metas aplicadas para os funcionários, que possam levar ao adoecimento e também funcionar como ferramenta de assédio moral. Também ressaltamos o papel da empresa como um banco público. Então, continuaremos olhando com atenção o plano para garantir a proteção dos trabalhadores, proteção dos direitos do acordo coletivo de trabalho e fortalecimento do BB, institucionalmente”, conclui Getúlio Maciel.

Fonte: Contraf-CUT

O Santander vai efetuar o pagamento da 13ª cesta alimentação, no vale-alimentação, dia 30 de novembro. Os bancários poderão acompanhar o pagamento pelo aplicativo do cartão Ben.

A 13ª cesta alimentação consiste em um crédito a mais, pago em dezembro, no vale-alimentação. Ou seja, os bancários recebem o dobro do valor do vale-alimentação, no último mês do ano.

É uma conquista da Campanha Nacional dos Bancários de 2007, garantida na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) desde então. A atual CCT tem validade até 31 de agosto de 2024.

Fonte: Contraf-CUT

Após as manifestações ocorridas na segunda-feira (30), em defesa do Saúde Caixa, a Caixa Econômica Federal atendeu pedido das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários e marcou reunião para retomada das negociações sobre o plano de saúde das empregadas e empregados da Caixa para esta quarta-feira (1/11), às 11h30. A reunião será presencial, em Brasília.

As negociações estão travadas, e as projeções da assessoria atuarial da Caixa apontam que o plano se torne inviável economicamente aos usuários, caso não haja a revogação do teto de custeio, pelo banco, de 6,5% da folha de pagamentos, que impede que a Caixa cubra os 70% dos custos do Saúde Caixa, como está previsto no acordo coletivo específico do plano.

“Se a gente não conseguir avançar nas negociações o plano se tornará inviável, porque colegas vão sair e quem ficar terá que suportar os aumentos dos custos. Precisamos destravar as negociações para conseguirmos avançar. Por isso, temos que manter a mobilização”, disse a coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados (CEE) e do Grupo de Trabalho Saúde Caixa, Fabiana Uehara Proscholdt.

“O nosso debate, em mesa de negociação, precisa ir além do modelo de custeio. Precisamos falar sobre a melhoria da qualidade do plano e a descentralização para credenciamento de novos profissionais de saúde, clínicas e hospitais para atender os colegas de diversas cidades e regiões que não conseguem ter atendimento”, completou.

Fonte: Contraf-CUT

A Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB) cobrou resolução sobre o repasse de valores das “reclamatórias trabalhistas” (ações ganhas na Justiça por funcionários contra o BB) à Caixa de Assistência dos funcionários do BB (Cassi). A exigência aconteceu na última quinta-feira (26), em encontro de representantes da Cassi e do banco, por meio da Dipes (Diretoria de Gestão da Cultura e de Pessoas).

“O banco pagou essas reclamatórias aos funcionários, mas não fez o repasse correspondente à Cassi, como deveria ter feito”, explicou o representante da Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro de Minas Gerais (Fetrafi/MG) na CEBB, Rogério Tavares, que participou do encontro.

Segundo dados da Cassi, existem cerca de 10 mil processos trabalhistas. Na reunião, a porta-voz da Dipes disse que a empresa está próxima de resolver a questão, apesar de não ter determinado uma data próxima e nem o montante calculado que será repassado para a Cassi.

“Então, não sabemos ainda o montante que será repassado para a Cassi pelo banco. Mas o que podemos destacar é que a caixa de assistência tem direito de receber e que os valores dessas reclamatórias trabalhistas têm reflexo nos salários anteriores recebidos pelo funcionário, uma vez que a contribuição da Cassi é de acordo com o salário dos funcionários”, explicou Rogério Tavares.

Cobranças à Cassi

O representante da Federação dos Bancários no Estado de São Paulo (Fetec-SP) na CEBB, Getúlio Maciel, que também acompanhou o encontro, destacou que, além do repasse das reclamatórias trabalhistas à Cassi, exigida há anos pelos funcionários, “a comissão também cobrou da caixa de assistência respostas sobre o fechamento de unidades da rede CliniCassi e que os funcionários possam contar com o atendimento de médicos da família, no âmbito da Estratégia Saúde da Família”.

Outra cobrança feita pelos funcionários foi a integração dos trabalhadores egressos de bancos incorporados, incluindo os aposentados e seus dependentes, ao Plano Associados da Cassi. “Se faz urgente o início das negociações no âmbito do grupo de trabalho (GT), que ainda não foi implementado e que trata dos bancos incorporados, notadamente a situação dos colegas egressos do Banco Nossa Caixa, cujas demandas já foram apresentadas também na esfera judicial. Esperamos que, com essa atual administração do BB, possamos resolver essa situação o mais breve possível”, pontuou Getúlio.

Diante da demanda apresentada pelos trabalhadores sobre os funcionários de bancos incorporados, o BB se comprometeu a avaliar a melhor data para a implementação do GT.

Fonte: Contraf-CUT

As coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários solicitaram à direção da Caixa Econômica, nesta segunda-feira (30), a retomada imediata das negociações sobre o Saúde Caixa, cujo acordo coletivo vence no final deste ano. O Comando aguarda o retorno do banco.

O pedido ocorre na sequência dos novos protestos realizados pelos empregados e empregadas de todo o país em mais um dia nacional de luta em defesa do plano de saúde, numa grande demonstração de força e unidade, com paralisações nos locais de trabalho, além de um tuitaço com a hashtag #QueremosSaúdeCaixa.

As negociações estão num impasse e o cenário, conforme projeção feita pela assessoria atuarial da Caixa, é que o plano se torne inviável economicamente aos usuários.

Fonte: Contraf-CUT

Nesta segunda-feira, 30 de outubro, o Sindicato dos Bancários da Baixada Fluminense fez um ato na agência São João de Meriti da Caixa Econômica Federal, localizada no Centro do município, para mostrar sua indignação com a falta de negociações pelo banco para a renovação do Acordo Coletivo de Trabalho específico do plano de saúde, o Saúde Caixa. O acordo tem vigência somente até o final deste ano.

As manifestações ocorreram em todo o Brasil, com agências e departamentos administrativos da Caixa amanhecendo sob protestos.

Além do protesto, os diretores e diretoras do Sindicato, num ato simbólico, levaram um bolo para "festejar" os nove meses em que a agência permanece em obras, com instalações inacabadas e sem terminal de auto atendimento para seus clientes.

Tuitaço

Além dos protestos nas unidades da Caixa, também houve manifestações nas redes sociais. Os bancários vestiram branco e postaram fotos nas redes sociais com a hashtag #QueremosSaúdeCaixa

Dia histórico

O dia 30 foi escolhido para recordar o histórico 30 de outubro de 1985, data em que praticamente 100% dos empregados da Caixa paralisaram as atividades para reivindicação da jornada de seis horas e pelo direito à sindicalização. Estas conquistas são decorrentes desta manifestação.

Entenda

Em 2017, depois do golpe que tirou Dilma Rousseff da Presidência da República, a Caixa fez uma alteração em seu Estatuto Social, sem qualquer tipo de negociação com os empregados e sua representação sindical, e impôs um teto de custeio que limita os gastos da empresa com a saúde dos seus empregados em até 6,5% da folha de pagamento.

O ACT específico do Saúde Caixa define que a Caixa arque com 70% dos custos do plano de saúde. Mas o teto de 6,5%, imposto pelo Estatuto, limita os gastos da Caixa e a impede de cumprir o modelo de custeio 70/30 (70% de responsabilidade do banco e 30% dos empregados) definido no ACT.

Assim, as despesas que excedem os 6,5% são transferidas aos empregados, que acabam pagando mais do que os 30% definidos no acordo com o banco. Por enquanto, isso estava sendo coberto pelo fundo de reserva do plano, mas as projeções mostram que isso não será mais possível.

Nessas condições, as projeções realizadas pela Caixa apontam que o aumento médio das mensalidades dos empregados seria de 85% em 2023 e de 107% em 2024, e com isso voltam as pressões para que a Caixa adote a cobrança por faixa etária, que foi implementada nas demais estatais por força da CGPAR 23.

A cobrança por faixa etária não resolve o problema principal, que é a redução da participação da Caixa no custeio. Seu efeito, na verdade, seria a quebra dos princípios da solidariedade e do pacto intergeracional, instituídos desde a criação do plano para garantir o direito ao plano de saúde para todas as empregadas e empregados da ativa e aposentados, já que a constante transferência de custos para os empregados faria com que os sucessivos aumentos de mensalidade fossem bem superiores à inflação e o valor da mensalidade comprometeria a renda dos trabalhadores a um nível em que a permanência no plano ficaria insustentável, e estes usuários sairiam do plano (como ocorreu nas autogestões que implementaram a cobrança por faixa etária, como o plano dos Correios, que tinha 400 mil usuários e passou a 219 mil).

A alternativa para a sustentabilidade do Saúde Caixa, que foi concebido como uma política de assistência à saúde (e não meramente como um plano), passa pelo aumento da participação da Caixa no custeio e pela manutenção de seus princípios de solidariedade e do pacto intergeracional.

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Nota de pesar

Outubro 28, 2023

O Sindicato dos Bancários da Baixada Fluminense lamenta profundamente a morte de Josimar Campo de Souza, mais conhecido como Mazinho do Sindicato, Presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil, Montagem Industrial, Mobiliário, Mármore e Granito e do Vime de Duque de Caxias, São João de Meriti, Nilópolis, Magé e Guapimirim (SITICOMMM).

O Sindicato presta solidariedade à família, amigos e colegas de Josimar neste momento de profunda dor.

Mazinho, presente!

Sindicatos de bancários de todo o país realizarão manifestações na segunda-feira (30) nas agências e departamentos administrativos da Caixa Econômica Federal, em protesto pela imobilidade do banco nas negociações para a renovação do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) do Saúde Caixa, o plano de saúde das empregadas e empregados. O ACT tem efeito somente até o final do ano.

“Iniciamos as negociações para a renovação do acordo em junho. A Caixa vem endurecendo as negociações e não se posiciona quanto à exclusão do teto de custeio do plano pelo banco, definido no estatuto da Caixa em 6,5% da folha de pagamentos”, disse a coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados (CEE) e do Grupo de Trabalho que discute soluções para o plano de saúde, Fabiana Uehara Proscholdt. “Pior do que isso, o banco não apresenta propostas para o Saúde Caixa e se nega a negociar outras pautas enquanto não há acerto para o acordo do plano de saúde”, criticou Fabiana, ao acrescentar que, apesar de não apresentar propostas, o banco apresentou projeções para o futuro do plano com pressões para o estabelecimento da cobrança por faixa etária.

“Isso é um ataque aos princípios da solidariedade e ao pacto intergeracional do Saúde Caixa, que foi criado de forma que todos possam ter acesso ao plano, desde o início da carreira até à aposentadoria. A cobrança por faixa etária transforma o Saúde Caixa em mais um plano de mercado, inacessível aos empregados com mais idade e aos aposentados”, explicou a coordenadora da CEE.

Visibilidade

Para dar visibilidade e identidade às manifestações, as empregadas e empregados foram orientados a usar roupas brancas, em referência à saúde. Para ampliar a visibilidade, todos devem fotografar e filmar sua participação e postar as imagens redes sociais (com preferência para o Twitter), entre 11h e 12h, sempre usando a hashtag #QueremosSaúdeCaixa e marcando a Contraf-CUT (@Contraf_CUT) e a Caixa (@Caixa).

Dia histórico

O dia 30 foi escolhido para recordar o histórico 30 de outubro de 1985, data em que praticamente 100% dos empregados da Caixa paralisaram as atividades para reivindicação da jornada de seis horas e pelo direito à sindicalização. Estas conquistas são decorrentes desta manifestação.

Entenda

Em 2017, depois do golpe que tirou Dilma Rousseff da Presidência da República, a Caixa fez uma alteração em seu Estatuto Social, sem qualquer tipo de negociação com os empregados e sua representação sindical, e impôs um teto de custeio que limita os gastos da empresa com a saúde dos seus empregados em até 6,5% da folha de pagamento.

O ACT específico do Saúde Caixa define que a Caixa arque com os 70% dos custos do plano de saúde. Mas o teto de 6,5%, imposto pelo Estatuto, limita os gastos da Caixa e a impede de cumprir o modelo de custeio 70/30 (70% de responsabilidade do banco e 30% dos empregados) definido no ACT.

Assim, as despesas que excedem os 6,5% são transferidas aos empregados, que acabam pagando mais do que os 30% definidos no acordo com o banco. Por enquanto, isso estava sendo coberto pelo fundo de reserva do plano, mas as projeções mostram que isso não será mais possível.

Nestas condições, as projeções realizadas pela Caixa apontam que o aumento médio das mensalidades dos empregados seria de 85% em 2023 e 107% em 2024, e com isso voltam as pressões para que a Caixa adote a cobrança por faixa etária, que foi implementada nas demais estatais por força da CGPAR 23.

A cobrança por faixa etária não resolve o problema principal que é a redução da participação da Caixa no custeio. Seu efeito, na verdade, seria a quebra dos princípios da solidariedade e do pacto intergeracional, instituídos desde a criação do plano para garantir o direito ao plano de saúde para todos as empregadas e empregados da ativa e aposentados, já que com a constante transferência de custos para os empregados faria com que os sucessivos aumentos de mensalidade fossem bem superiores à inflação, e o valor da mensalidade comprometeria a renda dos trabalhadores a um nível em que a permanência no plano ficaria insustentável e estes usuários sairiam do plano (como ocorreu nas autogestões que implementaram a cobrança por faixa etária, como o plano dos Correios, que tinha 400 mil usuários e passou a 219 mil).

A alternativa para a sustentabilidade do Saúde Caixa, que foi concebido como uma política de assistência à saúde (e não meramente como um plano), passa pelo aumento da participação da Caixa no custeio e pela manutenção de seus princípios de solidariedade e do pacto intergeracional. Apenas desta forma o plano será economicamente sustentável e financeiramente viável aos empregados.

Fonte: Contraf-CUT

O banco Santander obteve lucro líquido recorrente de R$ 7,2 bilhões nos nove primeiros meses de 2023, queda de 36% em relação ao mesmo período de 2022, e crescimento de 18,2% no trimestre, tendo em vista que o lucro líquido recorrente no 3º trimestre foi de R$ 2,7 bilhões, frente aos R$ 2,3 bilhões do trimestre imediatamente anterior. A apuração pelo lucro líquido recorrente exclui efeitos extraordinários.

A rentabilidade (retorno sobre o patrimônio do banco –ROE) ficou em 13,1%, o que representou decréscimo de 7,4 pontos percentuais (p.p.) em doze meses. O lucro obtido até setembro de 2023 na unidade brasileira do banco representou 17,5% do lucro global, que foi de € 8,143 bilhões, com alta de 11,3% em doze meses.

“A primeira observação é que o banco teve um lucro altíssimo de R$ 7,2 bilhões em nove meses. E esse lucro poderia ser ainda maior, mas o banco, mesmo com uma taxa de inadimplência de apenas 3% e em queda, optou por aumentar a provisão para créditos de liquidação duvidosa, a chamada PDD. E isso impacta negativamente no resultado”, explicou a coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander, Wanessa Queiros. No acumulado dos nove primeiros meses do ano, o Santander aumentou 23,8% a provisão para créditos de liquidação duvidosa (PDD).

Maquiagem

Outro dado do balanço do banco que é questionado por Wanessa é com relação a criação de empregos. Segundo dados apresentados pelo Santander, a holding encerrou o 3º trimestre com 55.739 empregados, 4.525 postos de trabalho a mais do que tinha no final de setembro de 2022 e 568 a mais do que tinha em julho deste ano.

“É preciso observar que estes números se referem ao grupo Santander. Ou seja, inclui os bancários que trabalham nas outras empresas do grupo, que o banco insiste em falar que não são bancários. Mas, na hora do balanço, para dizer que está criando novas vagas, estes trabalhadores são incluídos no total. O banco deveria divulgar quem ele considera bancário separado de quem ele não considera bancário”, disse a coordenadora da COE. “Estes trabalhadores são precarizados e a Justiça vem dando decisões contra as terceirizações ilegais promovidas pelo Santander”, completou.

Lucro acima de tudo

“Apesar desse lucro astronômico, o Santander continua demitindo trabalhadores. Não podemos aceitar que o Santander coloque sua ganância por lucros cada vez maiores em prejuízo dos trabalhadores, que estão sobrecarregados e adoecidos devido à cobrança abusiva de metas inatingíveis que são impostas pelo banco”, disse a bancária do Santander e secretária de Relações Internacionais da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Rita Berlofa. Os bancos estão investindo cada vez mais em tecnologia e ampliando as operações via internet, fechando agências de atendimento e reduzindo o quadro de pessoal.

Para a dirigente da Contraf-CUT, os avanços tecnológicos não podem ser usados apenas em benefício do banco, precisam também favorecer os trabalhadores e a sociedade. “Precisa haver uma contrapartida social das empresas, e neste caso do Santander, para a manutenção do emprego e da economia. A solução passa pela redução da jornada de trabalho, pela semana de quatro dias, enfim, o trabalhador e a sociedade também tem que usufruir dos benefícios dos avanços tecnológicos. Eles não podem ser apropriados apenas pelos donos do capital”, disse. “Mas, o Santander, ao invés de melhorar as condições de trabalho e valorizar seus funcionários, caminha no sentido contrário. Demite seus funcionários e os recontrata de forma terceirizada em outras empresas de sua holding, para poder pagar salários menores e reduzir os direitos que são garantidos pela CCT (Convenção Coletiva de Trabalho) da categoria bancária”, criticou Rita.

Veja abaixo a tabela resumo ou, se preferir leia a íntegra do documento de análise do balanço do banco elaborado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

Fonte: Contraf-CUT

As condições de trabalho insalubres nos bancos e os altos índices de adoecimento da categoria bancária foram o tema de audiência pública realizada pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado Federal, nesta quinta-feira (26).

O debate foi pedido pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) à senadora Augusta Brito (PT/CE). “É muito bom ter uma mulher senadora conduzindo essa audiência pública. Nos sentimos representadas. Somos 52% da população brasileira e no parlamento temos uma presença pequena ainda. Nós esperamos que essa realidade mude e que, de fato, todos os espaços representem o que é a sociedade brasileira”, afirmou Juvandia Moreira, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e vice-presidenta da CUT Nacional.

A senadora, por sua vez, lamentou o fato de algumas pautas prejudicarem mais as mulheres. “Ela [a mulher] é sempre julgada, em qualquer espaço que seja, e percebi que também entre os bancários isso acontece. Como ela se veste, como pinta o cabelo, se faze a unha, se fala alto, se fala baixo, como se comporta. Esse julgamento sobre nós, mulheres, e a nossa participação, seja em qual espaço for, é um fator que adoece, por ser uma grande violência contra nós”.

Augusta Brito disse que o debate foi muito importante para a construção de ações de combate à violência contra as mulheres dentro das instituições financeiras. “Assédio moral, assédio sexual acontece também, exatamente por essa construção do machismo, que obriga à mulher a ter sempre que provar mais do que o homem, provar que ela pode estar naquele espaço, que ela está ali porque ela realmente tem capacidade e competência para estar e não porque ela vai ser uma figura decorativa”. 

Adoecimento mental

Para a presidenta da Contraf-CUT, “é importante debater nessa casa legislativa a situação da saúde do trabalhador e da trabalhadora, mesmo que olhando para o aspecto de uma categoria. Um debate que nos faça ver o todo e refletir sobre soluções, políticas públicas e avanços na legislação, nas próprias relações de trabalho e nas negociações coletivas”, completou.

Juvandia lembrou que os trabalhadores do ramo financeiro têm uma mesa única de negociação para debater a renovação da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), que é complementada por reuniões temáticas para acompanhar a evolução dos problemas de saúde na categoria. “Nós já avançamos em algumas [dessas reuniões] e, em muitas outras estamos longe de avançar, principalmente no reconhecimento do adoecimento mental na categoria. É impossível que seja uma mera coincidência que a principal causa de afastamento dos bancos seja adoecimento mental”, apontou. “Não dá para culpar o mundo moderno, como é dito reiteradamente na mesa [de conversa com os bancos], onde dizem ‘não, o mundo moderno é assim, tem muita depressão’, mas na categoria temos muito mais casos de adoecimento mental, em comparação a outras categorias”.

Gestão dos bancos adoece

Mauro Salles, secretário de Saúde da Contraf-CUT, destacou a relevância do tema e a gravidade da situação de adoecimento que passa a categoria vivencia. “É um tema que não tem a visibilidade necessária, não só na nossa categoria, mas em toda a sociedade. Acidente de trabalho e doenças ocupacionais não têm a visibilidade necessária e mata mais do que outras doenças”, reforçou.

Mauro resgatou uma citação do Papa Francisco que, há algumas semanas, afirmou que “as tragédias no local de trabalho começam quando o foco não está mais no homem, mas na produtividade e o homem se transforma numa máquina de produção”. De acordo com ele, o Papa atribui a culpa dos acidentes de trabalho à procura excessiva por lucros e à idolatria ao mercado. “A reponsabilidade para com os trabalhadores é uma prioridade. A vida não pode ser negociada por qualquer motivo, especialmente se for a vida dos pobres, precários, frágeis. Somos seres humanos e não máquinas, somos pessoas únicas e não peças sobressalentes”.

O secretário justificou a citação por entender que o Papa resume bem que “o problema que nós tratamos não são os indivíduos, não é a pandemia, não é um problema individual do trabalhador. É [um problema] da gestão. A gestão dos bancos é um verdadeiro mecanismo adoecedor”, arrematou.

O que é assédio?

Rachel de Araújo Weber, diretora de Políticas Sociais da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), apresentou uma pesquisa realizada pela entidade e que mostra o agravamento da situação de saúde dos empregados da Caixa, entre 2018 e 2022.

“Lançamos uma campanha de conscientização do que é assédio, pois a percebemos que as pessoas nem sabem o que é assédio. Elas não sabem nem o que elas estão praticando. Porque, muitas vezes, é um processo silencioso, não é uma questão individual. Geralmente acontece como uma questão cíclica, institucional. É a forma como os bancos atuam e a forma como a gente aprende como cumprir as metas e dar aquele lucro necessário. E isso vai passando de cima para baixo”, explicou.

Maria Maeno, pesquisadora da Fundacentro, disse que “para muitos segmentos sociais, os bancários podem parecer trabalhadores privilegiados, na comparação com outros, que enfrentam perigos e insalubridade tradicionais. No entanto, estudos mostram que os trabalhadores do banco, ao longo dos últimos mais de 30 anos, são vítimas diretas de sistemas econômico-financeiros onipresentes em nossa sociedade, que também penalizam a maioria dos segmentos sociais”.

Observatório de Saúde e Segurança do Trabalho

A procuradora do Trabalho Cirlene Luiza Zimmermann, representante da Coordenadoria Nacional de Defesa do Meio Ambiente do Trabalho (Codemat), do Ministério Público do Trabalho (MPT), disse que “a saúde dos trabalhadores dessa categoria é algo que nos tem preocupado muito, especialmente num cenário em que o setor é ainda caracterizado com um grau de risco 1, mesmo sendo o oitavo setor com o maior número de afastamento acidentários pelo INSS”.

Cirlene revelou que os dados de adoecimento do setor estão fortemente retratados pelo Observatório de Saúde e Segurança do Trabalho, que traz informações que podem subsidiar políticas públicas em todo o Brasil. “É muito importante que a gente reforce que esses dados estão à disposição de todas as pessoas que têm interesse e, principalmente, de todos os gestores que queiram adotar políticas públicas e no que se a saúde dos trabalhadores. É importante que essa ferramenta seja difundida e utilizada”.

Assédio moral organizacional

A auditora-Fiscal do Trabalho Odete Reis, representante do Ministério do Trabalho e Emprego, disse que, até o ano passado, nunca tinha visto um programa de saúde e segurança do trabalho que abordasse fatores de risco psicossociais. “A partir deste ano, a gente começou a ver alguns programas, mas ainda de forma muito inadequada ou muito superficial, que não trazem nenhuma mudança”, lamentou. “Por isso, precisamos chamar atenção para o assédio moral organizacional, que é a forma de gestão adotada pela empresa, pautada por cobrança de metas abusivas e aspectos que geram adoecimento dos trabalhadores”.

Para Luciene de Aguiar Dias, coordenadora-geral de Vigilância em Saúde do Trabalhador do Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador, do Ministério da Saúde, todas as vezes que o trabalho for pauta de discussão, é muito importante que o Ministério da Saúde e o SUS tenham acento no debate. “A gente considera o trabalho como um determinante social da saúde”.

Luciene lamentou a falta de eficácia do método de trabalho para o controle de notificações de doenças dos trabalhadores nos últimos anos. “Para debater a questão do adoecimento dos trabalhadores do setor bancário, demanda uma abordagem muito maior do que a abordagem atual. Também é preciso fazer o reconhecimento de que a saúde no trabalho é um direito humano”, concluiu.

Fonte: Contraf-CUT