Junho 08, 2025
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O Brasil é um país violento. A triste e conhecida afirmação foi uma vez mais confirmada pelo Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2023, na 17ª edição do levantamento. A publicação, produzida pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, traça o mapa da violência durante o ano de 2022, organizado por tipo de crime e agressão aos direitos humanos e regiões do Brasil.

Mortes violentas

No ano passado, foram registradas 47.508 mortes violentas no país. O número vem diminuindo desde 2018 e é o menor em 12 anos, mas o ritmo de queda nos casos desacelerou: entre 2020 e 2021, a redução foi de 4%, e entre 2021 e 2022, de 2,4%. A contagem inclui homicídios dolosos, latrocínios, lesão corporal seguida de morte e mortes decorrente de intervenção policial. Esse patamar é alarmante, pois, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), em estudo de 2020, com 2,7% da população global, o país tem cerca de um quinto dos homicídios no mundo.

Entre as vítimas, 91,4% eram do sexo masculino, 76,9% eram pessoas negras e 50,2% tinham entre 12 e 29 anos. Em 76,5% do total, esses crimes extremos foram cometidos com arma de fogo, e por isso um dos grandes questionamentos feitos pelo Anuário é sobre a facilitação do acesso às armas letais durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). Em 2022, havia 783,3 mil pessoas registradas como colecionadores de armas, atiradores desportivos e caçadores, conhecidos como CACs (número sete vezes maior do que em 2018) e foram vendidas 420,5 milhões de munições (alta de 147% em relação a 2017).

Para o secretário de Combate ao Racismo da Confederação Nacional de Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Almir Aguiar, o racismo estrutural é um dos responsáveis por grande parte desses números. “Desde que os primeiros negros sequestrados do continente africano chegaram ao Brasil nos navios negreiros, em 1535, a população negra enfrentou a escravidão, fruto da visão etnocêntrica branca, europeia, e ainda hoje, o negro vive subjugado”, disse ele.

Almir ressalta que “o Anuário de Segurança Pública mostra essa realidade cruel, basta observar que do total de 47.508 homicídios, 76,9% eram pessoas negras, os registros de racismo saltaram de 1.464 casos em 2021 para 2.458 no ano passado, os registros de injúria racial chegaram a 10.990”.

O Nordeste foi a região em que houve a maior queda na quantidade de mortes violentas (4,5%), seguida pelo Norte (2,7%) e Sudeste (2%). O Sul e o Centro-Oeste apresentaram alta de 3,4% e 0,8%, respectivamente. Os números indicam uma taxa de 23,4 mortes por 100 mil habitantes. Por estado, São Paulo tem o índice mais baixo, de 8,4, e o Amapá, o mais alto, de 50,6. No ano, ocorreram 6.429 mortes em intervenções policiais, uma média de 17 por dia.

Violência sexual

O número de estupros foi o maior já registrado na história: foram 74.930, e 56.820 vítimas eram vulneráveis. Em relação a 2021, a alta foi de 8,2%. Nesse tipo de crime, 88,7% das vítimas eram do sexo feminino e 56,8%, pessoas negras. Mais de dois terços, ou 68,3% dos casos, ocorreram na própria residência da vítima, e 9,4% em vias públicas.

As crianças são as mais afetadas, com 61,4% das vítimas com até 13 anos e 10,4% com menos de quatro anos. Dos agressores desse contingente, 86,1% são conhecidos e 64,4%, familiares. As pessoas com 14 anos ou mais foram vítimas principalmente de conhecidos (77,2%) e parceiros ou ex-parceiros íntimos (24,3%).

Para a secretária da Juventude da Contraf-CUT, Bia Garbelini, a Bia, “é gritante o abandono que a juventude sofreu nos últimos anos. Os dados do anuário mostram que 50% das mortes foram crimes contra jovens. Isso é alarmante quando olhamos para o quadro de violência sexual, pois as maiores vítimas também são as mulheres jovens, e pior, muitas vezes crianças”.

Bia reforça que “as políticas públicas precisam ser transversais e considerar essas pessoas todas, precisam considerar as questões de gênero, de raça, mas sempre lembrando que há muitas pessoas jovens. Isso é muito triste, porque o Brasil tem uma quantidade de jovens muito grande, diferentemente de outros países europeus, por exemplo”.

O Anuário aponta que 22.527 crianças e adolescentes foram vítimas de maus tratos – 60% tinham de zero a nove anos. O crescimento do abandono de incapaz foi de 14%; dos maus tratos, de 13,8%; e da exploração sexual infantil, de 16,4%.

Mulher, lar e crianças

Em 2022, foram registrados 1.437 feminicídios (alta de 6,1%) e 4.034 homicídios femininos (alta de 1,2%). Entre as vítimas de feminicídios, 61,1% eram negras e 71,9% tinham entre 18 e 44 anos. A cada dez dessas mulheres, sete perderam a vida dentro de casa, 53,6% delas assassinadas pelo parceiro íntimo, 19,4% por ex-parceiro e 10,7% por algum familiar.

Os registros de assédio sexual também subiram 49,7% e totalizaram 6.114 casos. A importunação sexual teve um crescimento de 37%, com 27.530 casos. Todos os indicadores de violência doméstica tiveram aumento: foram 245.713 agressões violentas (alta de 2,9%) e 613.529 ameaças (mais 7,2%).

Ao todo, foram feitas 899.485 chamadas ao 190 – ou 102 acionamentos à Polícia Militar por hora, em média. No ano, foram concedidas 445.456 medidas protetivas de urgência, 13,7% a mais do que no período anterior.

A secretária da Mulher da Contraf-CUT, Fernanda Lopes, aponta que “a alta no número de violência contra a mulher, de assédio e estupros é principalmente devida à falta de políticas públicas eficazes voltadas às mulheres nesses últimos anos recentes, quando não havia sequer um ministério que cuidasse da questão”.

Por isso, para Fernanda, “são de suma importância as ações que o governo Lula vem fazendo, como a Patrulha Maria da Penha e as medidas anunciadas recentemente pelo Ministério da Mulher exatamente para acolhimento dessas mulheres vítimas de violência”. Outra política pública contra violência de gênero, colocada em prática pelo governo federal, é a expansão de unidades da Casa da Mulher Brasileira, iniciativa que oferece atendimento integrado e humanizado para mulheres em situação de violência, anunciada recentemente pela Ministra da Mulher, Cida Gonçalves.  

LGBTQIAPN+

Os casos de transfobia, que são enquadrados na lei do racismo desde 2019, passaram de 316 em 2021 para 488 em 2022, um salto de 54%. Nas ocorrências não classificadas como racismo, foram relatados 2.324 casos de lesão corporal, 163 homicídios dolosos e 199 estupros contra pessoas da comunidade LGBTQIAPN+.

Quadro social

Houve queda nos roubos em 2022 em todas as categorias pesquisadas: a instituições financeiras (redução de 21,9%), a estabelecimentos comerciais (15,6%), a residências (13,3%), a transeuntes e de cargas (ambos, 4,4%). No entanto, os chamados “crimes da moda” foram bastante significativos: houve 1.819.409 estelionatos (alta de 326,3% desde 2018) e 999.223 roubos ou furtos de celulares (16,6% a mais que 2021). Também foram registrados 208 golpes por hora em 2022, além de 200.322 fraudes eletrônicas ao longo do ano.

Havia 832.295 pessoas encarceradas no país, ou seja, 230.578 acima da capacidade do sistema prisional, além de 91.362 presos com monitoramento eletrônico (tornozeleira). Dessa população privada de liberdade, 95% eram do sexo masculino, 68,2% eram pessoas negras e 62,6% tinham entre 18 e 34 anos. Ocorreram 390 assassinatos dentro do sistema previdenciário no ano passado. Por outro lado, no sistema socioeducativo eram 12.154 os adolescentes em meio fechado, redução de 6,3% em relação a 2021 e de 50,4% desde 2018.

Mudança exige luta

A mudança desse quadro, em especial no que diz respeito às questões raciais, segundo Almir, requer postura afirmativa em várias esferas sociais. “Está claro que a sociedade precisa rever seus conceitos e entender que o enfrentamento a esses crimes passa pela educação familiar, por uma política de inclusão de negros e negras nas universidades e nos trabalhos mais qualificados, com salários iguais, além de punições mais severas para racistas”, diz o secretário.

A falta de atenção aos jovens tem consequências negativas de longo prazo para a sociedade, como observa Bia. “Temos aí uma grande força de trabalho, que poderia ser uma vantagem para a construção de um Brasil mais justo, só que os jovens estão sem perspectiva de futuro, sem emprego, sem estudo e seguem sendo mortos, vítimas de violência. É um quadro deprimente, e todas as forças progressistas precisam lutar para mudá-lo, para exigir do atual governo investimento em formação e empregabilidade, para que esses jovens tenham perspectiva melhor”.

Com relação às mulheres, Fernanda enfatiza que “o assunto precisa ser debatido exaustivamente para que esses números baixem, para que as pessoas entendam o que é a agressão de gênero, o que é o assédio sexual. Não é um tema fácil de conversar, é um tema que machuca, mas todos precisam ter os olhos abertos, porque aqueles que violentam as mulheres estão entre nós, muitas vezes são familiares ou colegas de trabalho. Então é um debate que tem que ser constante, pois todos nós precisamos aprender a denunciar, para que esses agressores sejam efetivamente punidos”.

Acesse aqui o Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2023.

Fonte: Contraf-CUT

Cobrança por uma política efetiva de valorização dos empregados, respeito à diversidade e uma gestão verdadeiramente humanizada. A mesa de negociação entre a Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa Econômica Federal e o banco sobre o Plano de Funções Gratificadas (PFG) foi marcada por reivindicações da comissão sobre pautas ainda não resolvidas pela Caixa. A reunião aconteceu nesta quinta-feira (27).

Ao dar início à reunião, a coordenadora da CEE, Fabiana Uehara Proscholdt, fez críticas à postura do banco em divulgar mudanças que impactam o trabalho dos empregados sem discussão com a comissão. “Mesa de negociação não é informe. O propósito é debater e construir coletivamente os assuntos que afetam os empregados”, ressaltou.

Durante a discussão sobre o Plano de Funções Gratificadas (PFG), o banco ouviu as recomendações dos representantes dos empregados. Para Fabiana Proscholdt, a Caixa precisa debater o PFG integralmente e tornar a rede mais atrativa para os empregados, com funções que valorizem as características individuais de cada um. Uma das possibilidades, destacou a coordenadora, é a carreira em Y, cujo objetivo é permitir que o empregado cresça na empresa também em papéis técnicos e não apenas de gestão.

“O PFG, hoje, é excludente. Nossa empresa tem diversidades e tudo gira em torno de perfil padrão. Temos pessoas com deficiência, neurodivergentes e outras com habilidades específicas que deveriam ser valorizadas. Mas infelizmente ficam na dependência de um gestor mais humano que enxergue o potencial dos empregados em toda sua diversidade para que tenham oportunidade de ascensão”, observou a coordenadora.

O representante da Federação das Trabalhadoras e Trabalhadores no Ramo Financeiro do Estado do Rio de Janeiro (Federa-RJ), Rogério Campanate, confirmou o que foi dito por Fabiana. “Nossos gestores precisam aprender a lidar com a diversidade. E para isso, são necessários cursos presenciais para que desenvolvam essas habilidades”, acrescentou.

Na avaliação dos representantes dos trabalhadores, o encarreiramento do banco não oferece oportunidades de reconhecimento para profissionais técnicos bancários, por exemplo. “Queremos que nossos colegas sejam valorizados. Por exemplo, hoje não há nenhuma atratividade para permanecer nas agências. E os colegas que estão na rede precisam ser valorizados porque são a cara da Caixa por desempenharem a função mais social do banco no atendimento à população, logo é importante ter possibilidades de encarreiramento dentro do seu perfil e que nem sempre é gerencial”, frisou Fabiana Proscholdt.

A comissão também informou que é necessário corrigir algumas distorções do PFG que existem hoje, a exemplo do Gerente de Varejo, onde o empregado tem muitas atribuições, inclusive carteira, e não recebe como um gerente de carteira. Os gerentes corporativos (GCN2) não recebem pelo porte de unidade, enquanto os superintendentes da mesma área fazem jus à verba. Eles fazem o relacionamento com cliente da mesma forma que os empregados da rede física e percebem discriminação de tratamento. “São muitas inconformidades que precisam ser revistas. Essas são só algumas amostras e só reforça o descontentamento dos bancários”, lembrou o representante da Federação dos Empregados em Estabelecimentos Bancários da Bahia e Sergipe (Feeb-BA-SE), Emanoel Souza de Jesus.

Representantes dos empregados em negociação com o banco. Foto: Augusto Coelho

Fim da dependência das funções

Os integrantes da comissão criticaram a estrutura de função, que mantém o empregado dependente, uma vez que o salário está vinculado a ela e a sua perda resulta em uma remuneração significativamente menor. “Infelizmente muitos empregados dependem da função. Para alguns, perder a função é equivalente a perder o emprego. É preciso criar um mecanismo para diminuir essa dependência”, sugeriu o representante da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Centro-Norte (Fetec-CUT/CN), Antônio Abdan.

A Comissão também criticou a prerrogativa dada aos gestores de retirar funções sem critérios claros. “Não é possível que o empregado se prepare tanto para receber uma função e, no dia seguinte, perca-a por uma decisão intempestiva do gestor”, exemplificou representante da Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Fetrafi) do Rio Grande do Sul, Rachel Weber.

“As situações a que os empregados acabam se submetendo para manter suas funções são adoecedoras”, endossou o diretor da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae) e da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Rafael de Castro.

Outras demandas

Os integrantes da comissão destacaram outros assuntos que precisam ser resolvidos pelo banco. Em relação ao Saúde Caixa, ressaltaram o fim do teto de 6,5% dos gastos do banco com o plano de saúde e a manutenção dos princípios de solidariedade, mutualismo e pacto intergeracional, além do modelo de custeio 70/30.

Fabiana Proscholdt defendeu um Processo de Seleção Interna (PSI) mais inclusivo, universal e transparente, que permita a participação de todos os empregados em pé de igualdade.

A Comissão reivindicou, mais uma vez, o retorno da das gerências regionais de Pessoas (Gipes), de Logística (Gilog), de Segurança (Giseg) e outras estruturas que permitem a resolução de problemas específicos e pontuais dos empregados de forma mais rápida. A representação também cobrou o debate sobre teletrabalho visto que existem assuntos a serem melhor definidos.

Outros itens sem resolução

  • Home office com cumprimento efetivo da legislação, sendo prioridade aos empregados com deficiência e aos empregados com filhos ou criança sob sua guarda judicial até 6 anos (art. 75-F CLT);
  • Jornada reduzida para os pais de filhos PCDs (analogia a Lei nº 8.112/90);
  • Fim das funções por minuto, com efetivação dos empregados que executam hoje essas atividades;
  • Fim do banco de horas negativo e dotação orçamentária necessária para as horas extras;
  • Atualização do RH184, com a garantia que o empregado permaneça com a função enquanto estiver de licença médica.

Mesa específica sobre metas

A CEE solicitou uma mesa específica para discutir metas, assédio e o Conquiste. Para os representantes, o Conquiste continua sendo uma ferramenta de assédio. “É um programa que incentiva a competição entre os colegas. Temos que competir com o mercado financeiro e não estimular uma competição interna”, afirmou Rafael de Castro. “Além disso, as metas devem fazer sentido pra quem vai executar, muitas vezes vemos metas inatingíveis e que, inclusive, comprometem a sustentabilidade do próprio banco. Qual é a lógica?”, questionou a diretora executiva da Contraf-CUT, Eliana Brasil. A mesa específica será marcada em breve.

Fonte: Fenae, com edições da Contraf-

O Brasil apresenta sinais de melhora econômica com queda no índice de desemprego de 8,3% para 8%, aumento de mais de 1 milhão de vagas formais de trabalho abertas, estabilidade da renda do trabalhador e reajustes salarias acima da inflação. Os dados são de pesquisas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), do Ministério do Emprego e Trabalho (MTE) e do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), respectivamente. Veja os números abaixo.

Apesar dessa melhora, o país ainda tem de conviver com o arrocho econômico provocado pelo Banco Central (BC), que mantém a taxa básica de juros, a Selic, em 13,75%, que proporciona a maior taxa de juro real do mundo, na casa dos 10%. Para o presidente da CUT, Sérgio Nobre, Campos Neto já deveria ter sido afastado da presidência da entidade pelo Senado Federal. Com a independência do BC criada pelo governo de Jair Bolsonaro (PL), aprovada pelo Congresso Nacional, apenas os senadores podem retirá-lo do cargo.

“O país já não aguenta mais a taxa elevada de juros. Todos perdem, o governo que tem de pagar R$ 38 bilhões a cada 1% que o BC cobra de juros, dinheiro que poderia ir para a saúde, a educação; perdem os empresários por não ter crédito para investir e gerar empregos, e perdem especialmente as famílias brasileiras por estarem cada vez mais endividadas com cartão de crédito, juros de cheque especial e prestações”, diz Nobre.

O presidente da CUT ressalta, no entanto, que a queda no índice do desemprego e os reajustes salariais acima da inflação são vitórias do movimento sindical. “Nós lutamos para eleger o presidente Lula, um homem forjado no movimento sindical, que já comandou o Brasil com êxito em dois outros mandatos. Mas, hoje existem adversários como o bolsonarista Campos Neto, que trabalham contra o governo atual e, para isso, boicotam a economia do país”, critica.

Nobre avalia que a previsão de baixar os juros em 0,25%, segundo analistas econômicos, ainda é pouco para o país se reerguer economicamente com mais rapidez. O Comitê de Política Econômica (Copom), do BC, responsável por definir os juros, se reúne nos dias 1º e 2 de agosto, para apresentar nova proposta ou manter a atual taxa. “O povo brasileiro precisa se mobilizar e ir às ruas para manifestar a sua insatisfação com os juros altos. A CUT integra comitês de luta que farão até o próximo 2 de agosto mobilizações por juros baixos”, diz.

Desemprego, vagas e reajustes

O nível de desemprego no país está em 8%, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada nesta sexta-feira (28) pelo IBGE. É o menor índice para o segundo trimestre, encerrado em junho, desde 2014. Houve um recuo de 0,3 ponto percentual (p.p.) em relação ao 1º trimestre do ano, quando estava em 8,3%. Na série histórica trimestral, foi o melhor resultado desde o 4º trimestre do ano passado (7,9%).

A queda no desemprego em relação ao mesmo período do ano passado foi de 1,3 p.p. Em 2022 estava em 9,3%. Em 12 meses a queda do desemprego é ainda maior, de 14,2%. A renda do trabalhador ficou estável em comparação ao trimestre passado, mas com ligeira queda, de R$ 2.923 para R$ 2.921.

Na comparação anual da pesquisa IBGE, os dados são os seguintes:

Ocupados: 98,910 milhões (+0,7%);

Desempregados: 8,647 milhões (-14,2%);

Desalentados: 3,672 milhões (-13,9%);

Renda média: R$ 2.921 (+6,2%).

Aumento no emprego

Outro dado positivo em relação ao emprego é do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado pelo MTE. O número de vagas formais, com carteira assinada, chegou a 1.023.540, nos seis primeiros meses deste ano. Embora o saldo tenha sido positivo, o número é 26% menor que o registrado no 1º semestre do ano passado, que chegou a 1.388.010. Somente em junho deste ano o saldo positivo foi de 157.198 empregos.

Reajustes acima da inflação

Das categorias profissionais com data-base em junho, analisadas pelo Dieese até 9 de julho, 85,9% conquistaram aumentos reais nos salários, na comparação com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do IBGE.

Outras 12,3% alcançaram reajustes iguais a esse índice, e apenas 1,8% não conseguiram recompor as perdas para a inflação. O Dieese destaca que 21% das negociações de 2023 obtiveram ganhos reais superiores a 2% sobre o índice da inflação. A variação real média dos salários fica 1,07% acima do INPC.

Para o Dieese, é possível que o mais recente reajuste do salário-mínimo, concedido em maio pelo governo Lula, tenha influenciado positivamente o resultado das negociações nas últimas duas datas-bases, acentuando tendência positiva que vem desde o final do ano passado. Os dados são do boletim De olho nas negociações nº 34.

Leia a reportagem completa no Portal da CUT.

Fonte: Contraf-CUT

A festa dos Bancários e das Bancárias já tem data para acontecer.

Será no dia 26 de agosto (sábado).

Fiquem ligados em nosso site e em nossas redes sociais para maiores informações.

NÃO PERCAM!

O Grupo de Trabalho de Promoção por Mérito da Caixa Econômica Federal se reuniu, na quarta-feira (26), para dar continuidade às negociações para definição dos critérios para pagamento dos deltas do período 2023-2024 às empregadas e empregados do banco. Os critérios são debatidos todos os anos pelo GT, que é formado por representantes do banco e dos trabalhadores.

Os representantes dos trabalhadores apresentaram à Caixa os princípios que defendem que sejam considerados na avaliação por mérito realizada pelo banco anualmente. “Pudemos fazer diversas observações e avançamos nas linhas gerais do que esperamos da avaliação por mérito na Caixa”, disse o coordenador do GT, João Paulo Pierozan.

Pontos a serem considerados

“A avaliação não pode levar em conta apenas a nota dada pelo gestor. É preciso fazer uma avaliação cruzada balanceada, sem as distorções de anos anteriores, que dava maior peso à que era feita pelo gestor, em detrimento da que era realizada pela equipe da unidade e da autoavaliação”, observou o representante da Federação dos Empregados em Estabelecimentos Bancários (Feeb) dos estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul, Marcelo Lopes.

Os trabalhadores também apontaram a necessidade de critérios objetivos, como a assiduidade, cursos oferecidos pela Universidade Caixa na Trilha de Desenvolvimento e participação nas atividades do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), desconsiderando avaliações subjetivas, ou que sejam atreladas apenas aos resultados comerciais.

“É preciso equalizar a avaliação entre o atendimento social e comercial, pois como há atividades diferentes dentro do banco é necessário comparar pessoas com atividades parecidas para efeito da distribuição dos deltas”, disse a representante da Federação dos Bancários da CUT do Estado de São Paulo (Fetec-CUT/SP), Luiza Hansen.

Outra reivindicação é que seja distribuído 1,1 delta por empregado elegível, para que seja viabilizada a distribuição do segundo delta para um grupo maior de empregadas e empregados.

Período de avaliação

“Também avaliamos que seja necessário dilatar o prazo para execução dos critérios, até próximo do pagamento, que ocorre somente em março. Isso dará mais tempo para que os empregados possam cumprir as exigências estabelecidas para o recebimento do segundo delta”, disse Pierozan.

Próxima reunião

A próxima reunião do GT de Promoção por Mérito ficou agendada para o dia 17 de agosto.

Fonte: Contraf-CUT

O banco Santander Brasil apresentou nesta semana os resultados do primeiro semestre do ano. O lucro líquido recorrente (que exclui feitos extraordinários no resultado) foi de R$ 4,449 bilhões, o que significa queda de 45% em relação ao mesmo período de 2022. Por outro lado, o banco apresentou crescimento de 7,9% no segundo trimestre de 2023, período em que obteve lucro líquido recorrente de R$ 2,3 bilhões.

O conglomerado espanhol também apresentou no semestre lucro líquido gerencial (que considera as operações normais do banco) de R$ 4,399 bilhões, o que representa queda de 45,6% em doze meses, entretanto alta de 5,5% no trimestre.

“Efeitos extraordinários no resultado são fatores que impactaram no lucro, mas que não são da operação tradicional do banco. Então, é algo que ocorreu no semestre específico, mas não é da operação normal, como, por exemplo, o resultado da venda da participação acionária do Santander na Webmotors, que concedeu ao banco um impacto positivo bruto de R$ 1,105 bilhão, no primeiro semestre deste ano”, explicou a economista do Dieese, subseção da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Vivian Machado.

O balanço mostra que as unidades brasileiras são responsáveis por 15,7% do lucro global do Santander, que foi de € 5,241 bilhões – alta de 7,1% em doze meses.

Dentre os fatores que causaram os impactos negativos registrados no semestre, estão a provisão adicional para créditos de liquidação duvidosa (PDD) que, por outro lado, apresentou melhoras no segundo trimestre, e as despesas com a provisão de riscos fiscais envolvendo a decisão judicial da Lei 9.718/1998, no primeiro trimestre de 2023, que impactou negativamente o banco no trimestre seguinte em R$ 2,672 bilhões.

Carteira de crédito

O saldo total de carteiras de crédito do Santander Brasil apresentou alta de 10,6%, em doze meses, somando R$ 617,2 bilhões em junho de 2023.

Todos os segmentos apresentaram crescimento na comparação anual. A carteira pessoa física, que representa 37% do saldo total das operações de crédito do banco, cresceu 6,5% no período. Outras carteiras que tiveram bom desempenho foram as de consignado (+13,1%), leasing/veículos (+12,9%) e imobiliário (+6,4). No segmento pessoa jurídica, o saldo das grandes empresas cresceu 9,7%, o de pequenas e médias empresas 6,6% e o financiamento ao consumo 0,9%, nos doze meses.

Inadimplência

A taxa de inadimplência superior a 90 dias ficou em 3,3%, em junho de 2023, com alta de 0,4 ponto percentual (p.p) em comparação ao mesmo período de 2022. Sendo que, entre as pessoas físicas, a taxa de atrasos acima de 90 dias foi de 4,8%, contra 4,1% há um ano e 4,5% no trimestre anterior.

Menos agências

No período de doze meses, a holdingSantander fechou, no Brasil, 145 unidades, sendo 102 agências e 43 Postos de Atendimento Bancário (PABs). No trimestre, foram fechadas 51 agências e 24 PABs. “Nesse processo de reestruturação com o enxugamento de unidades, o Santander concentra o fechamento de postos em regiões periféricas e prioriza o atendimento nas áreas centrais, que já contam com boa estrutura de atendimento bancário”, alertou a bancária do Santander e secretária de Relações Internacionais da Contraf-CUT, Rita Berlofa.

Nos doze meses, concluídos em junho, foram criados 3.122 postos de trabalho, sendo que, no último trimestre desse período, 1.615 vagas. E a base de clientes, em junho de 2023, apresentou aumento de 7,2 milhões, em relação a junho de 2022, totalizando 63,3 milhões.

“Esse número de postos abertos ainda é muito pouco se pensarmos na relação entre empregados e clientes”, explicou a coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander, Wanessa de Queiroz, completando que boa parte das vagas criadas foi para terceirizados.

Recentemente, o banco espanhol foi condenado na 11ª Vara do Trabalho de São Paulo por uma manobra relacionada à terceirização. Apesar de continuar atuando com as mesmas atividades e no mesmo espaço físico, o trabalhador, que havia sido contratado pelo Santander em setembro de 2018, em janeiro de 2022 foi transferido para a SX Tools. “A justiça reconheceu essa manobra como fraude, porque visa unicamente enfraquecer a representação sindical bancária, retirar direitos e rebaixar salários de trabalhadores bancários. Tudo em nome do lucro”, completou a coordenadora da COE.

Fonte: Contraf-CUT

A Caixa Econômica Federal relançou, nesta quinta-feira (27), o Programa de Diversidade e Inclusão Caixa, que visa fortalecer o diálogo com as empregadas e empregados e promover ações de inclusão tendo como princípio os eixos temáticos da equidade de gênero – mulheres na liderança, raça/cor, geracional, pessoas com deficiência e LGBTQIAPN+.

“O programa de diversidade na Caixa já existiu durante a gestão da Maria Fernanda e foi extinto nas últimas gestões. Estamos retomando este programa e, até 2026, queremos ter em cargos de chefia a mesma proporcionalidade de mulheres, negros, PCDs, indígenas e LGBTQIA+ que temos no nosso quadro de pessoal. E também vamos debater a questão geracional”, disse a presidenta da Caixa, Maria Rita Serrano.

“O respeito à diversidade e a criação das comissões específicas sobre o tema é uma reivindicação antiga do movimento sindical. Para nós essa parceria com os sindicatos é fundamental para caminharmos rumo a um banco plural, que respeita as diferenças existentes na sociedade”, ressaltou a presidenta da Caixa.

O ministro chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macêdo, lembrou que o Brasil é um país construído estruturalmente com preconceito. “A sociedade brasileira foi construída em bases escravocratas, paternalistas, machistas, preconceituosas. Nós lutamos por um país diferente de tudo isso, que seja economicamente viável, socialmente justo, politicamente democrático e ambientalmente sustentável”, afirmou.

Para a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira, o Programa de Diversidade e Inclusão da Caixa é um marco de luta antiga contra a discriminação e o preconceito no mercado de trabalho. “Nós, mulheres, tivemos que lutar até pelo direito de trabalhar. Por isso, estou muito feliz de estar aqui hoje, representando o movimento sindical, pois este é um momento especial que marca mais uma etapa desta luta árdua que é a busca por igualdade”, disse. “Mas, é também uma vitória contra o retrocesso civilizatório que vivemos nos últimos quatro anos, com a reclusão das políticas de diversidade. Agora estamos retomando a reconstrução de um país feliz para todos e todas, com igualdade, sem discriminação, com respeito e sem violência”, continuou.

Juvandia destacou ainda os avanços obtidos na categoria graças à conquista da Campanha Nacional dos Bancários de 2000, que foi a criação da mesa de negociações com os bancos sobre igualdade de oportunidades. “De lá pra cá já obtivemos muitos avanços, mas ainda temos muito o que avançar, pois as bancárias ainda têm salários 22% menor do que os homens da categoria, e estão na base da pirâmide da carreira”, observou. “Por isso, dou parabéns à Rita, aos ministérios envolvidos e ao presidente Lula por colocar essa pauta na ordem do dia das políticas no Brasil. Porque só vamos construir um país justo socialmente se combatermos as desigualdades em todos os aspectos”, concluiu a presidenta da Contraf-CUT.

Durante a cerimônia, a Caixa assinou protocolo de intenções com o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) com o intuito de promover ações de diversidade e formalizou parcerias com a Secretaria-Geral da Presidência da República e com os ministérios da Mulher (MM), da Igualdade Racial (MIR) e dos Povos Indígenas (MPI), além de dar posse às Comissões de Diversidade Caixa formadas com a participação de entidades sindicais.

Fonte: Contraf-CUT

Na última terça-feira, 25 de julho, o Sindicato dos Bancários da Baixada Fluminense obteve mais um grande vitória: a anulação da demissão de um funcionário do Banco Bradesco, após decisão da 8ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho – 1ª Região.

Jorge Luis Ferreira Lobato havia sido demitido, pela primeira vez, em 2020. Logo após, foi reintegrado. Entretanto, o banco o demitiu novamente em 2021.

Com a nova decisão, foi comprovado que não houve, por parte do bancário, nenhuma falta grave, nenhum ato de insubordinação ou indisciplina às normas internas do banco.

Sendo assim, sua demissão foi anulada, juntamente com o pagamento de salários e demais direitos trabalhistas, inclusive, de danos morais.

Os diretores Rúbio Barros, Renata Soeiro e Pedro Batista, acompanharam a comunicação da decisão ao bancário na Sub-Sede do Sindicato, em Nova Iguaçu.

Jorge Luis agradeceu o apoio e suporte: "Gostaria de agradecer a Deus que, nos momentos difíceis, me deu forças para continuar. Também agradecer as pessoas que estiveram ao meu lado, ajudando, e não me deixando desistir. Passar por uma demissão, especialmente, após tantos anos dedicados a uma empresa, pode ser uma experiência extremamente desafiadora e emocionalmente abaladora. A depressão é uma doença séria e afeta muitas pessoas em situações de estresse e adversidade. É importante buscar apoio e tratamento adequado durante esses momentos. Encontrar forças para superar essa fase e seguir em frente, requer muita luta. Isso só é possível com o apoio dos familiares, companheiros e amigos. A injustiça no local de trabalho pode ser devastadora, mas é encorajador saber que você teve o apoio do Sindicato dos Bancários e de um advogado competente para reverter a situação e restaurar minha dignidade. A luta por justiça e pelo respeito aos direitos do trabalhador é essencial para construir uma sociedade justa e humanizada. Apesar das dificuldades, o trabalhador é uma pessoa valiosa e merecedora de respeito e dignidade. A vida pode nos apresentar desafios mas, com força, perseverança e o apoio daqueles que nos amam, podemos superá-los e encontrar um caminho melhor. Um lembrete importante: valorize a saúde mental e o bem-estar emocional, além de destacar a necessidade contínua de lutar por condições de trabalho justas e respeitosas. Para encerrar, gostaria de exaltar mais uma vez o apoio que recebi do Sindicato, em especial na Sub-Sede de Nova Iguaçu, que esteve sempre ao meu lado. E ao Dr. Luiz Paulo, que lutou bastante para conseguir reverter a injustiça de uma demissão arbitrária, com intuito de vingança, face a reversão e reintegração ocorrido pela primeira demissão. Que minha história inspire outras pessoas a persistirem em busca de seus direitos, que tenham a certeza que podemos contar com o nosso Sindicato, pois todos que lá estão, são profissionais, íntegros, competentes, e de um valor humano indescritível. Em toda minha caminhada, pude sempre contar com meus amigos do Sindicato: me orientando, motivando e me fazendo acreditar que a injustiça seria reparada."

IMPORTANTE

O trabalhador bancário é sindicalizado e, logo após seu desligamento, procurou atendimento no Sindicato dos Bancários da Baixada Fluminense, onde foi prontamente atendido pelo Departamento Jurídico, através do advogado Luiz Paulo do Escritório Baptista & Reis Advogados Associados, e pelo Departamento de Saúde.

É fundamental que bancárias e bancários, logo que sejam informados de suas demissões, procurem imediatamente atendimento no Sindicato.

ATENDIMENTO JURÍDICO PRESENCIAL

Nova Iguaçu - às terças-feiras, das 11 horas às 17 horas / intervalo para almoço das 13 horas às 14 horas (telefone: 21 - 2658-8041)

Duque de Caxias - às quintas-feiras, das 10 horas às 13 horas (telefone: 21 / 26710-110)

SINDICALIZE-SE

A Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB) se reuniu na segunda-feira (24) com o Grupo Matricial da Diversidade, responsável pela implementação das ações para promoção da diversidade e igualdade de oportunidades dentro do BB.

“É reconhecido que, ao longo da sua trajetória, o Banco do Brasil foi pioneiro em alguns aspectos, como, por exemplo, a utilização do nome social para funcionários e funcionárias trans e, agora, diante da apresentação feita pelo banco, vemos uma busca de protagonismo e aprimoramento das práticas de Diversidade, Equidade e Inclusão (DE&I), o que avaliamos como muito positivo. Mas precisamos que isso alcance os gestores e as bases, para que o tratamento igualitário de mulheres, negros, pessoas com deficiência (PCDs) e LGBTQIA+ realmente aconteça dentro da empresa”, destacou a coordenadora da CEBB, Fernanda Lopes.

O BB tem hoje 42% de mulheres, 24,6% de negros e negras e 2% de PCDs, longe de representar o percentual da sociedade brasileira, que possui 51% de mulheres, 56% de negros e negras e 7% PCDs. “Quando olhamos os cargos gerenciais e de liderança dentro do banco, esse percentual é pior ainda”, ressaltou Fernanda.

Outro fator alarmante, colocado nas mesas de negociação pelo movimento sindical, por diversas vezes, é a grande diferença salarial entre os funcionários, dependendo do gênero e da cor. A remuneração média das mulheres bancárias é 22% inferior a dos homens bancários. Enquanto a remuneração média das mulheres pretas bancárias é 40,6% inferior ao dos homens brancos (em outras palavras elas recebem 59% do que os homens bancários recebem), conforme análise feita pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), com base nos dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) de 2021.

Escuta ativa

Escutas realizadas pelo banco com diversos grupos, incluindo BB Black, PCDs, autistas, neuro divergentes, LGBTQIA+ e mulheres, revelou que todos apontaram a questão do encarreiramento como um problema comum. Ou seja, todos os grupos afirmaram que sofrem resistência para ascender dentro do banco.

Os representantes das federações na CEBB trouxeram no encontro diversos casos de funcionários e funcionárias altamente capacitados, mas que tiveram o processo de encarreiramento prejudicado, seja por falta de equipamentos adequados, como no caso das pessoas com deficiência, seja por misoginia, racismo, homofobia ou capacitismo, por parte de lideranças que reproduziram preconceitos nas relações de trabalho.

“O movimento sindical bancário sempre destacou essa realidade nas mesas por igualdade de oportunidades. Temos que entender que o BB está presente num país de dimensão continental, que abriga diversas realidades, onde todo esse posicionamento público e de marketing, que o BB faz em favor da diversidade, precisa ser interiorizado e aplicado de fato dentro da empresa e em todas as regiões”, pontuou Fernanda Lopes.

O banco afirmou que está em andamento um estudo para diagnóstico da diversidade no BB, paralelo a um trabalho para infundir melhores práticas de respeito e relacionamento, plano de comunicação integrado e criação de programas específicos, “considerando a transversalidade do tema”, ou seja, as dificuldades comuns aos grupos que reivindicam igualdade de oportunidades dentro da empresa. Além disso, estão sendo realizados encontros sobre o tema diversidade em unidades de todo o país, não só nas capitais, com o objetivo de capacitar as lideranças sobre o respeito às diferenças e como não reproduzir a violência do preconceito.

Balanço

“Nosso balanço do encontro é que houve avanço na pauta diversidade, com as propostas que estão sendo colocadas em andamento pelo banco. E acreditamos que a evolução desse tema no BB deve incentivar outras empresas e outros bancos a valorizar a questão da diversidade”, disse a coordenadora da CEBB. “Esse encontro também ressalta a importância de mantermos essa ponte entre o movimento sindical e o banco, até porque são os sindicatos que estão no dia a dia, acompanhando as demandas das funcionárias e funcionários e que foram responsáveis por criar a mesa por igualdade de oportunidades no campo das negociações com o banco”, completou.

Entenda:

•             O Grupo Matricial da Diversidade, responsável dentro do banco pela implementação das ações para promoção da diversidade e igualdade de oportunidades, apresentou o plano de atividades sobre o tema.
•             Entre as ações que o banco apresentou, estão:
– Escuta ativa dos grupos BB Black Power, PCDs, BB Azul, Autistas no BB, Neuro divergentes, LGBTQIA+, Liderança Feminina, Mulher na TI.
– Estudo do diagnóstico da diversidade no BB e melhores práticas.
– Plano de comunicação integrado.
– E criação de programa específico.
•             O movimento sindical avaliou como positivo o resultado da mesa de negociação e exigiu celeridade na realização das ações.

Fonte: Contraf-CUT

Folha de S. Paulo publicou na coluna da Mônica Bergamo de domingo (23) um levantamento realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) a pedido da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae), que revela um preocupante aumento no número de afastamentos por acidente de trabalho na Caixa em 2022.

Segundo o Dieese, foram 524 empregados afastados – o maior número registrado desde o início da série histórica, em 2012, com 426 afastamentos. A colunista destaca que uma parcela significativa desses afastamentos está relacionada a problemas de saúde mental, representando 75% dos casos de acidentes de trabalho em 2022.

“O índice elevado acendeu um alerta na Fenae: em 2012, os afastamentos causados por questões psicológicas representavam apenas 39,4% dos casos”, observou o jornal.

A Folha também informou outro dado preocupante do levantamento – os afastamentos por transtornos mentais dos empregados do banco público são mais expressivos do que em toda a categoria bancária, onde o percentual chegou a 57,1% no ano passado. Essa discrepância se torna ainda mais evidente quando comparada ao mercado de trabalho em geral, que registrou um índice de 6,7%.

O veículo destacou a opinião do presidente da Fenae, Sergio Takemoto. Para ele, a gestão de Pedro Guimarães é um dos fatores que contribuíram para o expressivo aumento de afastamentos por adoecimento mental. “A gestão de medo e assédio causou adoecimento e sofrimento entre os empregados”, disse Takemoto à Folha.

Embora Takemoto reconheça a mudança positiva no clima organizacional com a nova gestão do banco, com maior abertura para discutir e melhorar as condições de trabalho, ainda há mudanças a serem feitas. “A cobrança por metas abusivas ainda é um ponto crítico no banco, causando o adoecimento psicológico aos empregados”, afirmou.

Fonte: Fenae