Maio 15, 2025
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A Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB) se reuniu na última semana com representantes da direção do BB, no primeiro encontro da atual gestão sobre as reivindicações dos trabalhadores egressos de bancos incorporados, como o Banco Nossa Caixa.

“Solicitamos um grupo de trabalho, entre representantes dos trabalhadores e do banco, para alcançarmos, finalmente, respostas satisfatórias aos egressos”, explicou a coordenadora da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), Fernanda Lopes.

As demandas dos funcionários de bancos incorporados são o direito de migrar do Economus para os planos de saúde e de previdência da Caixa de Assistência dos funcionários do Banco do Brasil (Cassi) e da Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil (Previ), nos mesmos moldes dos demais colegas do BB.

O Economus – Instituto de Seguridade Social foi criado em 1977, para oferecer serviços de previdência e assistência à saúde aos funcionários do antigo Banco Nossa Caixa S/A, incorporado pelo BB em 2009.

Também foi exigido pelos trabalhadores do BB a possibilidade de os associados do PrevMais, entidade de previdência, poderem efetuar aportes adicionais com a contrapartida do Banco do Brasil, assim como ocorre no Previ Futuro, de acordo com a evolução da carreira dos funcionários, consignada na Tabela Pontuação Individual do Participante (PIP), que, no caso da Previ, pode variar de 1% a 10% do salário de participação dos associados do Previ Futuro, com o BB contribui com o mesmo percentual que o participante.

O representante da Federação dos Bancários no Estado de São Paulo (Fetec-SP) na CEBB, Getúlio Maciel, pontuou que “é mais do que urgente assegurar Cassi e Previ para todos, nas mesmas condições, de maneira isonômica”.

Ao longo dos anos, o banco tem apresentado como entrave para responder a essas demandas a complexidade das questões operacionais e no âmbito de processos judiciais para resolução das reivindicações por direitos de saúde e previdência complementar. “O movimento sindical considera que a resolução para todos esses entraves pode ser alcançada com a imediata migração dos trabalhadores egressos para a Cassi e Previ”, destacou Fernanda Lopes.

Grupo de trabalho

“O banco já tem uma pessoa para analisar a questão dos bancos incorporados, especificamente da Nossa Caixa, com volume maior de funcionários egressos – temos ainda cerca de 8 mil na ativa, além dos aposentados”, explicou o representante da Federação dos Empregados em Estabelecimento Bancários de São Paulo e Mato Grosso do Sul (Feeb-SP/MS) na CEEBB, David Zaia. “O que destacamos claramente para o banco é que, quando comprou a Nossa Caixa, o banco apresentou aos funcionários que eles teriam os mesmos direitos dos funcionários do Banco do Brasil, mas isso não aconteceu até hoje”, complementou.

Em relação aos funcionários egressos, o BB alega que mantém planos de saúde e de previdência, porém, eles não são do mesmo molde e apresentam a mesma segurança e estrutura da Previ e Cassi. Entretanto, os trabalhadores apontaram que o plano de previdência dos egressos tem uma diferença grande que, no caso do PrevMais, do Economus, há apenas a contribuição básica, de 8%. Enquanto que, no Previ Futuro, os funcionários podem realizar até 17% de contribuição, com a paridade do banco. Já na saúde, no caso da Cassi, os funcionários podem continuar associados após a aposentadoria, possibilidade não existente atualmente nos planos dos egressos.

O movimento sindical também pediu a paridade entre trabalhadores e empresa nas diretorias executivas das entidades; resolução para assistência médica no pós-laboral dos funcionários, e reciprocidade nas Clinicassis.

“Acho que essa primeira reunião sobre as demandas dos egressos que essa atual administração do banco realizou conosco foi boa. Mostrou que eles estão cientes dos problemas. Mas agora queremos ver a solução, efetivamente, para os problemas dos egressos. Por isso solicitamos a composição de um grupo de trabalho para essas discussões específicas, para que haja celeridade nas resoluções que buscamos”, concluiu Getúlio Maciel.

Fonte: Contraf-CUT

Entenda a PLR do Bradesco

Fevereiro 19, 2024

Desde que o pagamento da segunda parcela da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) foi efetuado, nesta segunda-feira (19), algumas fake news têm confundido os trabalhadores. A Comissão de Organização dos Empregados (COE) decidiu elucidar possíveis dúvidas.

Com base em três holerites de cargos diferentes – agente de negócios/caixa, gerente assistente e gerente administrativo -, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) calculou que a PLR creditada foi a regra básica mais o fator majorador de 8,8%.

Como durante muito tempo o Bradesco estava pagando a PLR cheia para a maioria do quadro de funcionários, muitos bancários esqueceram como se faz o cálculo da PLR.

Regra básica

Pela regra básica, o bancário recebe 90% do seu salário, mais um valor fixo de R$3.194,80, com teto individual de R$17.138,56. O valor total da regra básica tem como teto máximo 12% e mínimo 5% do lucro líquido. Se o valor total da regra básica for inferior a 5% do lucro líquido do banco, o valor individual deverá ser majorado até alcançar o limite de 2,2 salários do empregado ou 5% do lucro, o que ocorrer primeiro.

Como em 2023 o lucro do Bradesco foi 21,2% menor que o resultado de 2022, a PLR distribuída também foi menor. A parcela da PLR adicional que, se cheia, chegaria a R$6.634,44, foi de R$4.878,44, somadas as parcelas de setembro de 2023 e fevereiro de 2024.

“É normal e compreensivo o trabalhador que se esforça tanto no seu dia a dia ficar frustrado com o valor menor em comparação ao ano passado. O que não pode acontecer é a disseminação de mentiras. Com base nos números apresentados no balanço do banco e nos cálculos feitos pelo Dieese, os valores pagos como PLR não estão incorretos”, explicou Magaly Fagundes, coordenadora da COE do Bradesco.

Fonte: Contraf-CUT

O Banco do Brasil pagará no dia 1º de março a parcela da Participação nos Lucros e/ou Resultados, referente ao semestre, com base nos resultados obtidos em 2023.

“Conforme a regra, funcionárias e funcionários do Banco do Brasil recebem em até 10 dias úteis após distribuição dos dividendos ou Juros sobre Capital Próprio (JCP) aos acionistas”, explica a funcionária do BB e coordenadora da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), Fernanda Lopes, sendo que os valores pagos em PLR aos funcionários são proporcionais ao aumento do lucro do banco, que em 2023, bateu recorde de R$ 35,6 bilhões.

No caso do Banco do Brasil, PLR do banco é composta pelo módulo Fenaban e pelo módulo BB. Pelo módulo Fenaban, o funcionário recebe 45% do salário paradigma definido no acordo, acrescido de parcela fixa. No módulo BB existe ainda a distribuição linear de 4% do lucro do banco entre os funcionários, além da parcela variável.

Os valores por cargo da PLR serão divulgados um dia antes do pagamento, ou seja, em 29 de fevereiro.

Fonte: Contraf-CUT

Segundo levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), divulgado na sexta-feira (9), com base nos dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, o setor bancário fechou 6.315 postos de trabalho em 2023. No ano, os bancos admitiram 36.142 bancários, mas demitiram 42.457. Os dados mostram que, nos 12 meses de 2023, o saldo negativo de empregos bancários se repetiu em 11 deles. Apenas em outubro houve saldo positivo de 271 postos de trabalho. O setor segue em sentido contrário ao do mercado de trabalho formal em geral, que empregou mais 1.483.598 pessoas.

“É preocupante ver um setor tão importante, que obtém lucros exorbitantes ano após ano, não dar sua contribuição para a manutenção do emprego no país”, observou o secretário de Assuntos Socioeconômicos da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Walcir Previtale. “Isso traz prejuízo para a economia, que gira mais devagar, aos clientes, que têm menos bancários para atendê-los, e principalmente aos trabalhadores, que veem o número de contas e de clientes aumentar juntamente com a sobrecarga de trabalho e o consequente adoecimento”, completou.

Demissão geral

O documento ressalta que “o fechamento de postos de trabalho ocorreu de forma sistematizada em todas as áreas ocupacionais do setor, porém de forma mais predominante em ocupações diretamente associadas às atividades bancárias e financeiras (-4.601 vagas)”. Na área administrativa e afins foram fechadas 1.129 vagas; 408 da área de atendimento ao público; e 242 em tecnologia da informação.

As ocupações de nível gerencial estão entre as mais afetadas. Dentre as dez principais ocupações com maiores saldos negativos, cinco são do nível gerencial, com destaque para Gerente de Contas – Pessoa Física e Jurídica, que perdeu 2.954 postos de trabalho.

Distribuição geográfica

Na análise segmentada por regiões geográficas do país, vemos que, em 2023, houve abertura de vagas nas regiões Norte (+140 vagas) e Nordeste (+307vagas) e fechamento nas regiões Centro-Oeste (-100 vagas), Sul (-363 vagas) e Sudeste (-6.299 vagas).

O maior número de postos de trabalho eliminados ocorreu nos estados de São Paulo (-4.220 vagas), Rio de Janeiro (-1.156 vagas) e Minas Gerais (-855 vagas). Já os estados onde ocorreu maior abertura de vagas foram Rio Grande do Sul (+289 vagas), Bahia (+84 vagas) e Sergipe (+78 vagas).

Perfil da movimentação

O levantamento do Dieese também traz dados segmentados por sexo, faixa etária, raça/cor (nomenclatura utilizada nas bases de dados do Ministério do Trabalho, cujo registro parte de autodeclaração do trabalhador) e remuneração, que mostram que a categoria é composta por 48% de mulheres, porcentagem que vem sendo reduzida devido à menor contração. Do total de contratados em 2023, 54,3% são homens. Na área de tecnologia da informação este percentual é ainda mais desigual, sendo 75,7% dos admitidos do sexo masculino. Em seu estudo, o Dieese lembra que a menor presença de mulheres em ocupações desta área tem sido alvo de discussão nas negociações da Mesa de Igualdade de Oportunidade.

No que diz respeito a movimentação segundo faixa etária, há saldo positivo para as faixas etárias até 29 anos (+7.628 vagas) e negativa para faixas a partir de 30 anos (-13.943 vagas).

As informações sobre raça/cor revelam que, em 2023, o saldo para pessoas pretas e pardas foi positivo em 1.317 vagas, sendo 24% do saldo atribuído às mulheres. A ampliação de vagas para pessoas pretas e pardas é pauta histórica e recorrente nas negociações da categoria bancária.

Por fim, o salário mensal médio de um bancário admitido em dezembro de 2023 foi de R$ 6.174,35, enquanto o do desligado foi de R$ 7.845,89. Isto é, o salário médio do admitido correspondeu a 78,7% do desligado.

>>>> Leia a íntegra da Pesquisa do Emprego Bancário, elaborada pelo Dieese.

Fonte: Contraf-CUT

O Banco do Brasil apresentou, em 2023, resultado líquido ajustado de R$ 35,56 bilhões, crescimento de 11,4% em comparação aos 12 meses anteriores (2022). O valor representa um novo recorde de crescimento do BB.

O lucro líquido ajustado do quarto trimestre do ano ficou em R$ 9,4 bilhões, crescimento de 7,5% em comparação com o terceiro trimestre, quando o lucro líquido foi de R$ 8,78 bilhões.

E nota, o BB explicou que, entre os vários fatores para o resultado recorde, estão o crescimento da margem financeira bruta (+27,4%), impulsionado pelos crescimentos de volumes e taxas da carteira de crédito e pelas receitas de juros dos títulos em tesouraria e performance positiva das empresas do conglomerado Banco do Brasil.

O retorno sobre patrimônio líquido (RSPL), indicador financeiro referente à capacidade da empresa em agregar valor, chegou a 21,6% – crescimento de 0,5 ponto percentual (p.p.) em relação a 2022 e levemente superior aos 21,3% do RSPL registrados nos nove primeiros meses de 2023 e que, segundo o BB representa um índice semelhante ao dos bancos privados.

Agências e clientes

Para a coordenadora da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), Fernanda Lopes, é importante analisar o novo recorde no lucro do BB como “resultado da atuação intensa das funcionárias e funcionários da empresa pública”.

Dados divulgados no relatório produzido pela equipe do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) sobre os recentes resultados do BB mostram que, ao final de 2023, o BB contava com 86.220 funcionários – aumento de 267 postos de trabalho em 12 meses e 1.508 postos em três meses. Porém, no mesmo período, de um ano, o número de clientes cresceu 1,07 milhão, alcançando 82,98 milhões de consumidores de serviços bancários do BB.

No mesmo período, o número de agências tradicionais se manteve igual (total de 3.172), enquanto houve a abertura de nove agências digitais e especializadas, totalizando 820 estruturas nesses perfis, em comparação a dezembro de 2022.

“Esses dados mostram que houve um aumento expressivo de clientes que não foi acompanhado, com a mesma intensidade pela entrada de novos funcionários e funcionárias no BB. No ano passado, nós, representantes do movimento sindical, participamos da posse de aprovados em concursos do banco. A expectativa é de contratação de 6.000 funcionários, até 2025, vindos de concursos já realizados nos últimos dois anos. Nós vamos continuar atuando nas mesas de negociação por essa ampliação do quadro, porque a sobrecarga abre portas para uma gestão por assédio que nós precisamos combater”, destacou Fernanda Lopes.

Carteira de crédito

A carteira de crédito ampliada cresceu 10,3% em 12 meses, totalizando R$ 1,109 trilhão em dezembro de 2023. Outras carteiras que também apresentaram crescimento nos últimos 12 meses foram: Agronegócio, +14,7% (R$ 355,30 bilhões), seguida pela carteira Pessoa Jurídica, +9,0% (R$ 390,79 bilhões) e carteira Pessoa Física, +8,1% (R$ 313,12 bilhões). A carteira destinada ao exterior aumentou 4,2%.

Inadimplência e despesas com PCLD

O BB afirma que o índice de inadimplência para atrasos superiores a 90 dias ficou em 2,92%, aumento de 0,41 p.p. em relação a dezembro de 2022, mas ainda abaixo da inadimplência média do Sistema Financeiro Nacional (3,30%).

Já as despesas com provisão para créditos de liquidação duvidosa (PCLD), também chamada de provisões para devedores duvidosos (PDD), aumentou em 37,5%, totalizando R$ 32,65 bilhões em 2023. O banco aponta como principal fator para o provisionamento adicional o segmento large corporate(grande empresa).

Confira aqui
os destaques completos do balanço, apontados pelo Dieese.

Fonte: Contraf-CUT

O Sindicato dos Bancários da Baixada Fluminense informa que nesta quinta-feira, 15 de fevereiro, não haverá atendimento jurídico presencial na Sede de Duque de Caxias.

O Departamento Jurídico volta a atender presencialmente no dia 20 de fevereiro, na Sub-Sede de Nova Iguaçu, e no dia 22 de fevereiro, na Sede de Duque de Caxias.

 

O Santander anunciou que fará a antecipação do pagamento da segunda parcela da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) no dia 29 de fevereiro, junto com a variável semestral e o PPRS. Este ano será de R$ 2.902,00.

“O PPRS é uma conquista importante dos trabalhadores do Santander, fruto da negociação do movimento sindical e garantida no Acordo Coletivo de Trabalho do Santander”, enfatiza Wanessa de Queiroz Paixão, coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados do Santander.

A título de PLR, os funcionários que recebem até R$11 mil receberão 2,2 salários, mais a parcela adicional. “É uma boa notícia para os bancários, especialmente aqueles que recebem até R$ 11 mil, pois o banco vai manter o pagamento de 2,2 salários mais a parcela adicional, mesmo sofrendo impacto do aumento da PDD e com a queda no resultado. Nós vamos disponibilizar nos próximos dias um simulador por meio do qual os bancários poderão fazer a simulação do valor que irá receber”, ressalta Wanessa.

A PLR dos bancários é determinada pelo lucro anual do banco, e o pagamento é efetuado em duas parcelas, a primeira sendo creditada até 30 de setembro (antecipação), e a segunda até 1º de março do ano seguinte, quando o lucro do Santander já está consolidado.

O cálculo da segunda parcela da PLR dos bancários é dado pela fórmula “Regra Majorada menos a antecipação”. Além da Regra Básica/Majorada também há a distribuição de 2,2% do lucro líquido de forma linear a todos os trabalhadores, com um teto a ser definido em cada negociação.

Fonte: Contraf-CUT

O Bradesco atendeu a reivindicação da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), feito pela Comissão de Organização dos Empregados (COE), e anunciou a antecipação do pagamento da segunda parcela da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) para o dia 19 de fevereiro.

Fonte: Contraf-CUT

Errata

Fevereiro 09, 2024

O Sindicato dos Bancários da Baixada Fluminense vem a público informar que a publicação feita no dia 14 de agosto de 2019, sob o título “Atos contra cortes de Bolsonaro na educação e contra a reforma reúne 1,5 milhão em 204 cidades” e link “https://www.bancariosbaixada.org.br/index.php/noticias/item/4575-atos-contra-cortes-debolsonaro-na-educacao-e-contra-a-reforma-reune-1-5-milhao-em-204-cidades”, no que toca à fotografia que ilustra a notícia publicada, reporto-me aos leitores com o fim de devidamente atribuir sua autoria ao fotógrafo LUIZ EDUARDO MATYSIAK DA ROZA”.

O Congresso Nacional abriu, na segunda-feira (5), o calendário do ano legislativo do país, com perspectivas de votar as regulamentações da reforma tributária e o uso da inteligência artificial, além da aprovação da chamada “pauta verde” e da tramitação de projetos com foco nas questões de saúde, educação e segurança pública.

Em seus discursos, o deputado federal Arthur Lira (PP-AL) e o senador Rodrigo Pacheco (PSD-RO), presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado, respectivamente, fizeram questão de enfatizar a independência do Congresso em relação ao Poder Executivo, o que foi visto por alguns veículos de comunicação como afronta ao governo e ao Supremo Tribunal Federal.

“Ambos citam a regulamentação da reforma tributária como prioridade. Mas, para os trabalhadores, é preciso ir além da regulamentação do que foi aprovado no ano passado”, observou a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e vice-presidenta da Central Única dos Trabalhadores, Juvandia Moreira. “É preciso avançar para a tributação das grandes fortunas e das altas rendas, com a criação de novas faixas no imposto de renda para reduzir a alíquota de quem ganha menos, zerar a de quem ganha quase nada e aumentar a daqueles que recebem verdadeiras fortunas”, completou.

Mobilização dos trabalhadores

Para o secretário de Relações do Trabalho da Contraf-CUT e responsável pelo acompanhamento da tramitação das pautas de interesse da classe trabalhadora no Congresso, Jeferson Meira, o Jefão, a classe trabalhadora precisa estar unida e mobilizada para que haja avanços em pautas de seu interesse. “‘O Orçamento é de todos os brasileiros e brasileiras’, como Lira disse. Isso é óbvio! Estamos em uma democracia, o que significa que todo poder emana do povo. E todos que ocupam cargos eletivos o representam. Portanto, têm que votar e executar o que o povo quer e precisa”, afirmou. “Mas, se não estivermos unidos e mobilizados, podem querer votar de acordo com seus próprios interesses e fazer o que bem entendem e ainda dizer que estão mantendo a independência entre os Poderes”, completou.

Inteligência artificial

Com relação a regulação do uso de inteligência artificial no país, um dos pontos citados como prioridade de tramitação, Jefão reforça importância do debate. “Estamos em um estágio de desenvolvimento que não faz sentido querer barrar o avanço da tecnologia. O que não podemos permitir é que os ganhos que provém deste avanço sejam apropriados somente pela classe empresarial, em detrimento da classe trabalhadora”, observou. “Os trabalhadores precisam se capacitar constantemente para o uso da tecnologia, mas também precisam ser beneficiados por este avanço. Se a tecnologia permite o aumento da produção e da rentabilidade, que sejam reduzidas as jornadas de trabalho, por exemplo, para trazer ganhos também à classe trabalhadora. Caso contrário, haverá excesso de mão de obra e a sociedade ficará apenas com os prejuízos. Os benefícios serão concentrados”, completou.

Regulamentação das redes sociais

Um ponto que está ligado ao uso da inteligência artificial é a regulamentação das redes sociais (PL 2630/2020). “É um tema complexo. Se não for debatido com cuidado, pode interferir na liberdade de expressão e no direito de privacidade das pessoas”, disse o dirigente da Contraf-CUT. “Mas é um debate que precisa ser travado, para que o uso inapropriado não interfira na democracia. Já vimos os danos que as redes sociais e os aplicativos de comunicação direta podem causar no funcionamento democrático do país. Neste sentido, não podemos deixar de lembrar que neste ano ocorrem eleições municipais em todo país e que elas podem ser afetadas pelo uso inadequado das redes de comunicação”, completou.

Conjuntura

Jefão também chama a atenção para pontos da conjuntura que merecem a atenção da categoria bancária e de toda a classe trabalhadora. “Não é de hoje que há um embate sendo travado entre o Congresso Nacional, o STF e o Governo Federal. Basta lembrar da pauta da Câmara travada por Eduardo Cunha ainda no governo Dilma”, lembrou. “E a má relação entre os três poderes pode impedir o bom andamento do país e prejudicar a democracia. Por isso, precisamos estar atentos a diversas questões que vão além da tramitação dos projetos, como a composição das comissões permanentes e temporárias da Câmara e do Senado, e às eleições municipais”, explicou.

Para o dirigente da Contraf-CUT, esta relação entre os poderes interfere em questões do dia a dia da classe trabalhadora. “Teremos, por exemplo, o debate sobre regulamentação da reforma tributária. E diversos setores empresariais farão pressão sobre o Congresso para que haja desoneração tributária sobre seus respectivos negócios, prometendo benefícios para a sociedade, como a geração de empregos, investimentos e desenvolvimento regional. E, nós, trabalhadores, temos que exigir que estes benefícios para a sociedade sejam efetivos e passíveis de verificação”, disse. “Além disso, que, em caso de desoneração, não haja perda da capacidade do cumprimento das obrigações do Estado com a execução de políticas públicas voltadas para as camadas mais carentes da sociedade”, completou.

Organização dos trabalhadores

Para que os trabalhadores estejam mobilizados e organizados para lutar por seus direitos, Jefão destaca também a importância do debate na sociedade e no Congresso sobre a reforma sindical e a valorização dos sindicatos. “Por exemplo, somos contra o imposto sindical. Mas defendemos que as entidades sindicais sejam reconhecidas pela luta em defesa dos trabalhadores. E estes devem ser responsáveis pelos custos da organização das campanhas de negociação com os bancos, no caso dos bancários, e com as respectivas empresas e setores econômicos de outras categorias”, defende.

O dirigente da Contraf-CUT observou que os direitos dos trabalhadores, que as empresas tentam dizer que são benefícios, são conquistas da organização dos trabalhadores. “Antes, os trabalhadores eram obrigados a cumprir jornadas de trabalho extenuantes, que chegavam a 14 ou mais horas por dia. Foi a luta sindical que levou à conquista de oito horas diárias e 44 semanais, para a maioria das categorias e de seis horas diárias e 30 semanais no caso dos bancários”, lembrou. “Mas a PLR (Participação nos Lucros e/ou Resultados), vales refeição e alimentação, plano de saúde e todos os outros direitos são frutos de muita luta! Os banqueiros e demais empresários não são bonzinhos. Não foram eles que ‘deram’ tudo isso. Foi a luta dos trabalhadores que levou a estas conquistas”, completou. “Por isso, é importante estarmos atentos também ao debate sobre a reforma sindical e a valorização dos sindicatos”, concluiu. 

Fonte: Contraf-CUT