Maio 10, 2025
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lançamento do movimento “Vamos Juntos pelo Brasil”, no sábado (7), em São Paulo, foi uma festa de dimensões históricas, como as manifestações das Diretas Já e a campanha de 1989, que vai ser lembrado como o marco do início do caminho de reconstrução e do restabelecimento da democracia no país. O ato contou com discursos do ex-presidente Lula e do ex-governador Geraldo Alckmin, além da presença de lideranças do PT, PSB, PCdoB, Solidariedade, PSOL, PV e Rede, centrais sindicais, movimentos sociais, artistas e outras personalidades.

No evento, Lula enfatizou a importância da recuperação da cidadania e da dignidade do povo brasileiro, roubadas por um governo golpista e socialmente insensível. “A principal virtude que um bom governante precisa ter é a capacidade de viver em sintonia com as aspirações e os sentimentos das pessoas, especialmente das que mais precisam”, disse no início de seu discurso. O ex-presidente também destacou a importância dos bancos públicos na geração de empregos dignos ao povo brasileiro, com a oferta de crédito barato, o financiamento de obras de saneamento e construção de moradia e o apoio ao pequeno agricultor, como feito nos governos do PT. (leia a íntegra do discurso).

Alckmin: “A solução virá com Lula”

Diagnosticado com Covid-19, o ex-governador Geraldo Alckmin fez um discurso de casa, exibido ao vivo, por telão. Ele reforçou a necessidade de uma ampla aliança para o país derrotar ameaças contra a democracia e restabelecer o desenvolvimento com justiça social.

“Há momentos, em que antes de uma aliança, determinar a sua missão é a própria missão que determina a sua aliança”, discursou Alckmin. “É o que vemos acontecer aqui hoje entre PT, PSB, Solidariedade, Rede, PV, PCdoB, PSOL, valorosíssimas lideranças políticas das mais diversas convicções ideológicas, que aqui comparecem, patriótica e corajosamente, independente da presença institucional de seus próprios partidos, para dar ainda mais força e representatividade à nossa união, no cumprimento da nossa missão”.

Segundo o ex-governador, o futuro do Brasil está em jogo. “Quando a ignorância se une à mentira como estratégia política para demonizar eleições livres e aviltar a democracia, nós não devemos vacilar. O caminho é com Lula. Quando brasileiros são relegados à própria sorte, em meio às mazelas de uma pandemia letal, não devemos aceitar, vamos responder com Lula. Quando as injustiças sociais, graças à omissão do governo, e a pobreza, a miséria e a fome assumem dimensões vergonhosas e intoleráveis, não podemos hesitar. A solução virá com Lula”.

Fonte: Contraf-CUT, com informações da CUT e do PT

A Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB) volta a se reunir com o banco na próxima quinta-feira (12), às 10h, para debater assédio moral e cobrança excessiva de metas nas Centrais de Relacionamento do Banco do Brasil (CRBBs).

O tema já foi debatido em reunião no dia 14 de abril, quando os representantes dos funcionários apresentaram denúncias de casos nas unidades de São Paulo, Curitiba, São José dos Pinhais (PR) e em outras localidades do país.

A expectativa é que a direção traga uma reposta oficial, após apuração das denúncias. “Todos os problemas apresentados não são novos. Já aconteceram anteriormente e foram resolvidos. Por isso, esperamos uma nova solução, mas – desta vez – definitiva. Para isso, é necessária uma atuação mais assertiva junto aos gestores”, afirmou o coordenador da CEBB, João Fukunaga.

Fonte: Contraf-CUT

O Bradesco obteve lucro líquido contábil de R$ 7,009 bilhões, no primeiro trimestre de 2022, uma alta de 13,9% em relação ao mesmo período de 2021 e de 121,1% comparando-se com o resultado do quarto trimestre de 2021 (R$ 3,170 bilhões). O Retorno sobre o Patrimônio Líquido Médio Anualizado (ROAE) do banco ficou em 18,5%, com alta de 0,9 pontos percentuais (p.p.) em doze meses.

Mesmo com esses excelentes resultados, a holding encerrou março de 2022 com 87.488 empregados, o que revela o fechamento de 1.199 postos de trabalho em doze meses, ainda que, no trimestre, tenham sido abertos 214 postos de trabalho. No mesmo período, foram encerradas 364 agências, enquanto foram abertas 200 unidades de negócio.

De acordo com o relatório do banco, esse resultado se deve ao bom desempenho da margem financeira, das receitas de prestação de serviços e das despesas operacionais do banco. “Na verdade, os números mostram o compromisso, dedicação e responsabilidade dos trabalhadores, que cada vez mais são sobrecarregados, pela demissão dos colegas, e têm suas vidas drasticamente alteradas, com o fechamento de agência e a consequente mudança de logística para chegar ao seu local de trabalho”, afirmou Magaly Fagundes, coordenadora da Comissão de Organização de Empresa (COE) do Bradesco.

Veja aqui os destaques completos do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

Fonte: Contraf-CUT

O Itaú obteve Lucro Líquido Recorrente Gerencial – que exclui efeitos extraordinários – de R$ 7,361 bilhões no primeiro trimestre de 2022. O valor representa alta de 15,1% em relação ao mesmo período de 2021 e de 2,8% em relação ao 4º trimestre de 2021, quando o resultado foi de R$ 7,159 bilhões.

De acordo com os destaques do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), os principais afetados por esses números astronômicos são os clientes do banco, que pagaram muitas tarifas e perderam agências físicas. A receita com prestação de serviços e tarifas bancárias cresceu 11,8% em doze meses, totalizando cerca de R$ 11,1 bilhões. Em contrapartida, foram fechadas 207 agências físicas no Brasil.

Fonte: Contraf-CUT

Após 11 meses de resultados positivos, o setor bancário apresentou, no mês de março, queda no emprego formal de 212 postos de trabalho (2.892 admissões e 3.103 desligamentos). Nos últimos 12 meses, o saldo ainda é positivo, em 11,7 mil postos, impactado pela contratação de profissionais de tecnologia da informação, vagas não ligadas diretamente a serviços bancários, e pela convocação, pela Caixa Econômica Federal, de aprovados no concurso de 2014, seguindo ordem judicial.

Durante a pandemia do novo coronavírus, de março de 2020 a março de 2022, foram fechados cerca de 2 mil postos de empregos bancários. Já nos últimos 12 meses, foram 47.978 admissões (12,6% da Caixa) e 36.240 demissões. Os dados são do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

Gênero, idade e remuneração

No mês marcado pela luta das mulheres, o saldo de emprego bancário entre os homens foi positivo em 96 postos, e entre as mulheres, negativo em 308 vagas. Para Fernanda Lopes, secretária da Mulher da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), “os números mostram que a discriminação é estrutural no Brasil, e se manifesta mesmo contra uma categoria bem organizada, como a nossa. Por isso, a luta pela igualdade de gênero deve ser constante, não devemos baixar a guarda nunca”.

No que se refere às faixas etárias, houve ampliação apenas na faixa de 18 a 29 anos, com 447 vagas. Para as demais idades, foram fechados 659 postos. O salário mensal médio de um bancário admitido em março foi de R$ 5.558,55, enquanto o do desligado era de R$ 6.414,92. Ou seja, nas novas contratações a remuneração ficou em 86,7% abaixo da de quem foi demitido. Para Bianca Garbelini, secretária da Juventude da Contraf-CUT, “é compreensível que um funcionário iniciante tenha um salário menor, mas o jovem trabalhador enfrenta a precarização em todos os âmbitos e não é diferente no ramo financeiro. A categoria deve estar muito atenta para que os bancos não adotem essa prática para reduzir a folha, sem respeito a quem esteja em uma fase adiante na carreira”.

Ramo financeiro

No ramo financeiro, sem contar a categoria bancária, houve mais contratações que demissões em todos os últimos 12 meses, com a geração de 47,6 mil postos. Em março, foram abertas 3.402 novas vagas, 12,4% a mais que fevereiro. No entanto, em comparação ao mesmo mês do ano de 2021 houve redução de 25,9%.

Entre as atividades financeiras, as que mais contribuíram para o impacto favorável foram crédito cooperativo (860 vagas), holdings de instituições não financeiras (813) e corretores e agentes de seguros, de previdência complementar e de saúde (480).

Caged geral

Em março de 2022, o Novo Caged mostra que o emprego com carteira assinada teve crescimento de 136.189 postos. Em relação aos resultados gerais do mercado, que inclui o trabalho informal, no primeiro trimestre de 2022, a desocupação estava em 11,1%, ou 12 milhões de trabalhadores, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua.

Havia também 27,3 milhões de pessoas subutilizadas e cerca de 4,7 milhões desalentados. Dos 95,2 milhões de ocupados, 46,2 milhões (48,5%) estão em postos sem carteira assinada ou atuam por conta própria, montante superior aos protegidos pela legislação trabalhista, dados que reforçam a precarização no mercado de trabalho brasileiro.

Confira análise mais detalhada no estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), subseção Contraf-CUT.

Fonte: Contraf-CUT

O Grupo de Trabalho (GT) de Saúde do Itaú debateu, na última quinta-feira (9), o programa Recomece, voltado para todos os funcionários que estão aptos a voltar ao trabalho, após afastamento por problemas de saúde, mas necessitam de um retorno gradual. A apresentação foi feita pela área de medicina ocupacional do banco.

O Recomece é voltado para todos os funcionários que estão aptos a retornar ao trabalho, após afastamento por problemas de saúde, mas necessitam de um retorno gradual. Os trabalhadores que ficaram mais de 180 dias afastados entram no programa automaticamente e os que ficaram menos de 180 dias, só entram no programa após indicação médica. A validade do programa é de 15 dias e pode ser ampliada a 30 dias. O acompanhamento é feito pelo banco, orientado por uma assistente social e também um tutor, que pode ser o próprio gestor do trabalhador.

Luciana Duarte, coordenadora do GT de Saúde do banco, criticou a apresentação do programa, mesmo com as negociações em curso sobre o programa de retorno ao trabalho previsto na cláusula 43 da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria. “O prazo foi reduzido de seis meses a um ano, como previsto CCT, para 15 a 30 dias no programa do banco. Nossa, avaliação é que essa redução tem de ser sempre avaliada por um médico assistente”, apontou.

A coordenadora apontou ainda que os bancários, já sobrecarregados, além de se preocupar com as metas absurdas, ainda terão uma responsabilidade a mais. “Antes era a medicina ocupacional do banco que fazia este acompanhamento. Somos favoráveis a uma gestão humanizada, mas isto também passa também por metas humanizadas”.

O GT entende que o programa poderá cumprir uma importante função em alguns casos. Porém, quando o afastamento for por doença relacionada ao trabalho, principalmente, quando causado por problemas de gestão, ter a figura do gestor como responsável pela readaptação ou como tutor não é a melhor escolha.

Para a coordenadora do GT, o afastamento do trabalho é um momento traumático para o trabalhador que tem que lidar com a doença e a insegurança. “O momento do retorno deverá ser feito com o objetivo de reinserir este trabalhador de forma gradativa, respeitando suas limitações e, principalmente, em ambiente livre dos problemas que ocasionaram seu adoecimento”.

Ao ser questionado por não ter procurado o movimento sindical para construção do Recomece, o banco informou que o programa encontra-se em construção e propôs um calendário para discussões.

PDV

O GT também denunciou ao banco o assédio informado pelos trabalhadores elegíveis ao Programa de Desligamento Voluntário (PDV). “Como o nome diz, a adesão deveria ser voluntária. No entanto, há denúncias de constrangimento para a adesão”, afirmou Carlos Damarindo, membro do GT de Saúde. O banco informou que não concorda com tais práticas.

Fonte: Contraf-CUT

A semana começou com boas notícias! 

Mais uma funcionária do Banco Santander foi reintegrada pelo Sindicato dos Bancários da Baixada Fluminense. A reintegração aconteceu nesta segunda-feira, 9 de maio, na agência localizada em Xerém, distrito de Duque de Caxias, e foi acompanhada pelos diretores Ricardo Sá, Martins, Roberto Domingos e Newton França.

Patricia Galdino Foly é funcionária do banco há 17 anos e foi demitida em novembro de 2021. Na época, além da bancária estar acometida com doença ocupacional, o banco a demitiu em plena pandemia do novo coronavírus, contrariando o compromisso de não demissão que os grandes bancos assumiram. 

IMPORTANTE

Patricia é sindicalizada e, logo após seu desligamento, procurou atendimento no Sindicato dos Bancários da Baixada Fluminense, onde foi prontamente atendida pelos Departamentos Jurídico e de Saúde.

É fundamental que bancárias e bancários, logo que sejam informados de suas demissões, procurem imediatamente atendimento no Sindicato.

SINDICALIZE-SE

 

 

Neste ano os sindicatos voltaram às praças para comemorar o 1º de maio. Retomar as ruas, mesmo com o corte de financiamento promovido por Temer e Bolsonaro, mostra como os sindicatos estão vivos!

O ato das Centrais Sindicais na Praça Charles Miller completou o conjunto de atos do Dia do Trabalhador realizados desde o aprofundamento, com a posse de Jair Bolsonaro, da escalada recessiva e conservadora. Nos quatro anos desta gestão presidencial marcada por um perfil antitrabalhador fizemos bem em unir nossas forças para enfrentar todos os males que tivemos e ainda temos que enfrentar. Realizamos dois atos online nos anos em que a pandemia estava mais forte, 2020 e 2021, e presenciais, um no início e outro no fim do desgoverno.

Comparações que alguns insistem em fazer com os megaeventos realizados na Praça Campo de Bagatelle, com shows populares e sorteios de prêmios para a população, são incorretas. Desde 2017 as comemorações expressam nossa resistência, nosso pesar com a pandemia, além de reafirmar nossas lutas.

Importante trazer esse contexto para desfazer interpretações que usam métricas de comparação incompatíveis com a realidade atual. Importante porque os atos do 1º de Maio servem como um termômetro político e isso tem um peso muito grande em um ano eleitoral. A falsa comparação do 1º de Maio de 2022 com outros eventos e a cobrança de uma linearidade que não existe induz a uma avaliação política errada, de esvaziamento, quando na verdade estamos atuando em prol das mudanças que o país precisa.

Não vamos deixar de fazer aqui um balanço daquilo que podemos melhorar. Para além dos discursos sobre nossas pautas, que são necessários, mas que precisam fluir melhor, a comemoração do Dia do Trabalhador deve, antes de tudo, atrair o povo. E não há incompatibilidade em fazer um evento popular com um nível político elevado.

Podemos, nós sindicalistas, mudar algumas coisas, mexer aqui e ali, fazer juntos ou separados, convidar artistas de sucesso e até mesmo realizar sorteios para que o público compareça para prestigiar, se divertir e se envolver nos debates acerca dos rumos do país. Avançamos em nosso papel de mobilizar e de atualizar o movimento sindical.

Mas, à parte todo e esforço e boa vontade, devemos considerar, e muitos analistas escondem ou não se dão conta, que existem questões de fundo que dizem respeito à disseminação no senso comum de uma campanha antissindical. Campanha que tem a mesma raiz da mentalidade escravocrata que se perpetua no Brasil, mesmo após a abolição de 1888. Isso está no centro dos problemas que pavimentaram as reformas liberais de Michel Temer, a vitória de Jair Bolsonaro, a pobreza, o desemprego, a precarização.

Hoje a mentalidade antissindical se traveste de um discurso moderno. Os defensores da reforma trabalhista, por exemplo, dizem que devemos olhar para a frente e não olhar para trás. Como se restituir direitos fosse olhar para trás e aprofundar a reforma, olhar para frente, quando na verdade é a reforma, com sua ampla retirada de direitos que é o retrocesso ao Brasil pré-CLT.

Mais do que isso, a fantasia pós-moderna que prega um discurso antissindical mascara ideias conservadoras que não ajudam os trabalhadores. Estamos falando da exaltação de discursos que incentivam a divisão do movimento social e político em pautas individuais baseadas em diferenças em detrimento da união de forças daqueles que querem e precisam se organizar para a luta. Esta é uma arma que atualmente os neoliberais usam para colocar os trabalhadores uns contra os outros e, sobretudo, contra o movimento sindical. Está claro quem ganha com isso. E, percebendo sua decadência, os arautos do liberalismo tenderão a ficar ainda mais agressivos.

Após a longa pandemia e com a crise política e econômica, entretanto, a realidade se impõe, a consciência sobre a importância dos sindicatos e da luta pelos direitos ganha espaço e cada vez mais pessoas percebem a falsidade do discurso meramente identitário sem base social e de classe. A fundação do sindicato na Amazon nos EUA e as mudanças na legislação trabalhista na Espanha são alguns exemplos. 

Essas são as questões de fundo que não só desafiam o nosso 1º de Maio, mas que tentam nos liquidar dia a dia. Por tudo isso, aproveitando o ensejo do mês inaugurado com o Dia do Trabalhador, além de continuar avançando em nossos atos e exercícios de diálogo e de unidade, precisamos também reforçar o discurso pró-trabalhador e empreender um esforço para elevar a consciência política do povo brasileiro.

Lançar o mês do trabalhador é uma forma de valorizar e reforçar nossa identidade operária para que todos e todas tenham em mente tudo pelo que devemos lutar: jornada de trabalho decente, valorização salarial, saúde e segurança no trabalho, aposentadoria digna, convenção coletiva. Nosso movimento é agregador, promove a diversidade e aproxima a todos. E é com ele que vamos superar a crise, o desgoverno e criar condições para um país melhor.

*João Carlos Gonçalves é metalúrgico, secretário Geral da Força Sindical e vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo; Ronaldo Leite é carteiro, secretário geral da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e Conselheiro Fiscal dos Correios no Rio de Janeiro.

**Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato.

Sindicalistas de diversos países da América Latina se reuniram entre os dias 3 e 5 de maio, em Montevidéu, no Uruguai, para realizar mais uma etapa das Jornadas Internacionais de Sistemas de Pensão, promovidas pela UNI Global Union e pela sua representação regional, a Uni Américas Finanzas. “Os neoliberais estão organizados e agem em todo o mundo para destruir os sistemas de previdência social em cada um dos países. Por isso, é importante que nós, trabalhadores, também nos organizemos mundialmente para barrar estas iniciativas de privatização”, disse a secretária de Relações Internacionais da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Rita Berlofa.

“Estas privatizações visam abrir espaço para empresas privadas venderem planos de previdência privadas e lucrarem em cima do sofrimento dos trabalhadores, que, depois de trabalharem a vida toda, acabam passando fome por não poder contar com a seguridade social”, completou.

Representantes da Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, El Salvador, Paraguai, Peru e Uruguai participaram da jornada e expuseram a situação da seguridade social em seus países. “A constatação geral é que, onde a previdência social foi privatizada nos anos 1980 e 1990, a maioria da população ficou sem cobertura previdenciária e a maioria dos idosos não tem aposentadoria, sendo obrigados a trabalhar até a morte ou então condenados à pobreza e indigência”, informou o ex-presidente da Associação Nacional dos Participantes de Previdência Complementar (Anapar) e ex-diretor eleito da Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil (Previ), José Ricardo Sasseron, que representou o Brasil na mesa de debates.

Histórico

O primeiro país a privatizar a previdência foi o Chile em 1981, no regime ditatorial de Pinochet, com a colaboração do atual Ministro da Economia do Brasil, Paulo Guedes, e sob a orientação de organismos internacionais, como o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI). “O modelo chileno foi adotado pela maioria dos países da América Latina. No modelo privado foi abolida a contribuição patronal e o trabalhador passou a ser o responsável por fazer sua própria poupança individual para ter direito à aposentadoria. Destruíram aquele que é o principal pilar da seguridade social – a solidariedade entre os trabalhadores”, explicou Sasseron.

Segundo Sasseron, os economistas neoliberais que construíram este modelo de previdência privada garantiam que o trabalhador teria uma aposentadoria próxima do seu último salário e que a poupança acumulada ao longo da vida era dele e somente dele. “Mas, após algumas décadas, o que se observa em todos os países que adotaram a previdência privada é que a maioria dos trabalhadores não consegue fazer a sua poupança, porque a grande maioria recebe baixos salários e passa a maior parte da vida trabalhando informalmente, sem contribuir para a previdência”, criticou o representante brasileiro.

Corrigir o erro

A situação se tornou tão grave que os governos nacionais vêm sendo obrigados a criar um benefício de pensão mínima para atender a população mais necessitada e evitar que grande parte dos idosos morram de fome. Protestos contra as administradoras de fundos de pensão e pelo restabelecimento da previdência pública têm levado centenas de milhares de pessoas às ruas no Chile e na Colômbia.

“Os únicos beneficiados pela privatização da previdência foram os bancos, que cobram altas taxas para administrar os fundos de previdência privada, abocanhando cerca de um terço de toda a poupança previdenciária feita pelo trabalhador ao longo da vida e deixando os trabalhadores com aposentadorias irrisórias”, disse Sasseron.

A exceção entre os países da América Latina são o Brasil, que manteve a previdência pública aprovada pela Constituição Federal de 1988; a Argentina, que reestatizou a previdência no governo de Cristina Kirchner; o Uruguai, que adotou um sistema misto com um benefício mínimo de aposentadoria garantido a todos os trabalhadores. Nestes três países, mais de 90% dos idosos maiores que 65 anos têm um benefício previdenciário. Nos demais países, esta cobertura se limita, em alguns casos, a somente 20%.

Defesa da seguridade social

Os participantes da Jornada aprovaram documento que defende a seguridade social como um direito humano fundamental, englobando previdência, saúde, assistência social e seguro desemprego. O documento defende que os sistemas de previdência sejam públicos, universais e obrigatórios, baseados na solidariedade intergeracional e em benefícios definidos.

“Defendemos que a seguridade social seja um sistema solidário que combata a exclusão, as desigualdades e promova a justiça social, com contribuições patronais e dos trabalhadores. Também defendemos uma reforma tributária que adote a progressividade no pagamento de impostos, onerando os mais ricos, os milionários, os ganhos financeiros e de capital como forma de combater a concentração de renda e para financiar a seguridade social”, disse o ex-presidente da Anapar.

Fonte: Contraf-CUT