Julho 08, 2025
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Em reunião entre a Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Banco Mercantil do Brasil com o banco, realizada na quarta-feira (24), a representação dos trabalhadores conquistou a garantia do pagamento da Campanha de Empréstimo Consignado de setembro, para o dia 30 de novembro. O cálculo vai incluir a Proposta de Negócio (PNG), que estava ameaçada de ser retirada da soma das metas das agências.

Para o coordenador da COE do BMB, Marco Aurélio Alves, a garantia da manutenção da PNG é uma grande conquista dos trabalhadores, já que se ocorresse a retirada, isso poderia comprometer o cumprimento das metas dos funcionários e, consequentemente, levaria à redução da premiação para centenas de trabalhadores.

“Esta é mais uma conquista dos funcionários do Mercantil do Brasil, que apoiam as atividades organizadas pelas entidades sindicais em defesa dos direitos e por novas conquistas para os trabalhadores”, ressaltou Marco Aurélio Alves.

#TamoJunto

A reunião com o banco foi realizada a pedido da COE/BMB depois que funcionários do Mercantil do Brasil de diversas partes do país denunciaram aos seus sindicatos que o banco deixou de considerar as PNG no cálculo de cumprimentos das metas. A empresa havia anunciado que consideraria no cômputo apenas a produção feita pela plataforma da campanha de empréstimo consignado.

“É importante que os funcionários mantenham esse contato com seus sindicatos. Isso permite que a gente saiba de imediato o que acontece no dia a dia do trabalho nas agências e possamos interferir junto ao banco para melhorar as condições de trabalho e garantir o cumprimento dos direitos conquistados”, ressaltou o coordenador da COE. “Agradecemos as informações que são nos passadas. Garantimos o sigilo e contamos com a continuidade desta parceria”, concluiu.

Fonte: Contraf-CUT

Nilton Damião Esperança, Presidente da Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro dos Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo (Fetraf RJ/ES), esteve presente em Duque de Caxias (RJ), nesta quinta-feira, 25 de novembro, na feijoada que o Sindicato dos Bancários da Baixada Fluminense promove para seus associados e associadas.

Após um turbulento período de pandemia, que afetou muita gente, o Sindicato voltou a realizar este evento, que já era uma tradição entre os bancários e bancárias da Baixada Fluminense.

O Sindicato dos Bancários da Baixada Fluminense promove a feijoada em sua sede, em Duque de Caxias, e em sua sub-sede, em Nova Iguaçu.

Nilton Damião agradeceu a receptividade: "É um prazer estar em um sindicato grande e forte como o da Baixada Fluminense. A Federação tem a sorte de contar com sindicatos que fortalecem e priorizam sempre o bem-estar dos trabalhadores." E prometeu voltar: "A feijoada estava uma delícia. Voltarei. Agradeço a receptividade de todas e todos os diretores e presentes ao evento. Obrigado", finalizou o Presidente da Fetraf RJ/ES.

Fonte: Fetraf RJ/ES

"Se me matam, levantarei os braços do túmulo e serei mais forte".

Com esta frase, a ativista Minerva Mirabal, da República Dominicana, respondeu aos que a advertiram de que o regime do presidente Rafael Leónidas Trujillo (1930-1961) iria matá-la, no início da década de 1960. 

O alerta se concretizou pouco depois. Em 25 de novembro de 1960, seu corpo foi encontrado no fundo de um barranco, no interior de um jipe, junto com os corpos de suas irmãs, Patria e Maria Teresa, e do motorista Rufino de la Cruz.

A promessa de Minerva parece ter sido cumprida: a morte das irmãs nas mãos da polícia secreta dominicana é considerada por muitos um dos principais fatores que levou ao fim do regime trujillista.

E os nomes das irmãs Mirabal se converteram em um símbolo mundial da luta da mulher.

A cada 25 de novembro, a força de Minerva, Patria e María Teresa se faz sentir. A data foi declarada pelas Nações Unidas como o Dia Internacional da Não-Violência Contra a Mulher, em homenagem às três irmãs.

A gota que encheu o copo

Conhecidas como "Las Mariposas" (as borboletas), essas mulheres nascidas em uma família rica da província dominicana de Salcedo (hoje chamada de Hermanas Mirabal) tinham formação universitária, maridos, filhos e cerca de uma década de ativismo político na época em que foram mortas.

A polícia secreta da República Dominicana assassinou as irmãs Mirabal por ordem de Rafael Leónidas Trujillo. Foto: Getty Images
A polícia secreta da República Dominicana assassinou as irmãs Mirabal por ordem de Rafael Leónidas Trujillo. Foto: Getty Images
Foto: BBC News Brasil

Duas delas, Minerva e María Teresa, já haviam passado pela prisão em várias ocasiões. Uma quarta irmã, Bélgica Adela "Dedé" Mirabal, que morreu em 2014, tinha um papel menos ativo na oposição e conseguiu salvar-se.

"Elas tinham uma longa trajetória de conspiração e resistência, muitas pessoas as conheciam", explica para a BBC Mundo Luisa de Peña Díaz, diretora do Museu Memorial da Resistência Dominicana (MMRD).

Naquele fatídico 25 de novembro, funcionários da polícia secreta interceptaram o veículo que transportava as irmãs em uma estrada da província de Salcedo, no norte do país.

As mulheres foram enforcadas e depois espancadas para que quando o veículo fosse jogado no precipício a morte parecesse resultado de um acidente de carro.

Tinham entre 26 e 36 anos e 5 filhos

"Foi um dia terrível, porque apesar de sabermos (dos perigos), não pensávamos que o crime iria se concretizar", disse Dedé Mirabal no documentário Las Mariposas: Las Hermanas Mirabal.

"Eu agarrava os policiais e dizia: não foi um acidente, as assassinaram."

O assassinato marcou a vida de Dedé Mirabal (que aparece na foto) e a história da República Dominicana. Foto: Getty Images
O assassinato marcou a vida de Dedé Mirabal (que aparece na foto) e a história da República Dominicana. Foto: Getty Images
Foto: BBC News Brasil

A popularidade das três mulheres, somada ao aumento dos crimes, torturas e desaparecimentos daqueles que se atreviam a se opor ao regime de Trujullio fizeram com que o assassinato marcasse a história dominicana.

"O crime foi tão horroroso que as pessoas começaram a sentir-se totalmente inseguras, até mesmo aqueles que eram mais próximos do regime. Porque sequestrar três mulheres, matá-las e atirá-las em um barranco para fazer parecer um acidente é horroroso", explica De Peña Díaz.

Nas palavras de Julia Álvarez, escritora americana de origem dominicana, a chave para explicar por que a história das irmãs Mirabal é tão emblemática é que foi dado um rosto humano para a tragédia gerada por um regime violento, que não aceitava dissidências e que já estava há três décadas cometendo assassinatos no país.

"Esta história foi o 'basta' para os dominicanos, que disseram: quando nossas irmãs, nossas filhas, nossas esposas, nossas namoradas não estão seguras, para que serve tudo isso?", afirma Álvarez, autora do romance El tiempo de las mariposas, que inspirou um filme de mesmo nome.

Nesse sentido, a diretora do Museu Memorial da Resistência Dominicana afirma que todos os envolvidos na execução de Trujillo a tiros, em maio de 1961, "citam o crime das Mirabal como a última gota que fez o copo transbordar".

O que se comemora no dia 25 de novembro

"As irmãs Mirabal levantaram os braços de seus túmulos de um jeito muito forte", afirma Peña Díaz.

Hoje Minerva, Patria e María Teresa são um símbolo da República Dominicana. No país caribenho, além de uma província com o nome delas, há um monumento em uma avendia central da capital Santo Domingo e um museu em sua homenagem, que se transforma em local de peregrinação a cada 25 de novembro.

Além disso, desde 1981 a data de suas mortes se tornou, em toda a América Latina, um dia para marcar a luta das mulheres contra a violência.

Nesse dia foi realizado o primeiro Encontro Feminista da América Latina e do Caribe, em Bogotá (Colômbia) - no qual as mulheres denunciaram os abusos de gênero que sofriam no ambiente doméstico, assim como a violação e o assédio sexual por parte dos Estados, como a tortura e a prisão por motivos políticos.

Em 1999, a ONU transformou o dia em uma data comemorativa internacional.

Cenas dolorosas

Para a escritora Julia Álvarez, se as irmãs Mirabal ainda estivessem vivas, teriam muitos motivos para continuar lutando.

A imagem das irmãs Mirabal lembra a situação de violência de gênero na América Latina. Foto: AFP
A imagem das irmãs Mirabal lembra a situação de violência de gênero na América Latina. Foto: AFP
Foto: BBC News Brasil

"No mundo, os direitos de muitas mulheres ainda não são respeitados e muitas não têm acesso à educação", afirma.

A violência de gênero chegou a ser classificada como pandemia na América Latina. Segundo dados da Organização Panamericana de Saúde (Opas) de 2013, "entre um quarto e metade das mulheres declararam ter sofrido alguma vez violência por parte de um companheiro íntimo".

Segundo a ONU, em todo o mundo, a violência dentro das próprias casas das mulheres é a principal causa de lesões sofridas por aquelas que têm entre 15 e 44 anos.

Por isso, indica Álvarez, mesmo mais de meio século depois da morte das irmãs Mirabal, "ainda é tempo das borboletas".

*Este texto foi publicado originalmente em 25 de novembro de 2017

Fonte: UOL

O Grupo de Trabalho de Promoção por Mérito da Caixa Econômica Federal se reuniu na segunda-feira (22) para dar continuidade às negociações sobre os critérios a serem adotados para o pagamento dos valores referentes ao Plano de Cargos e Salários (PCS), “deltas”. O GT é composto de forma paritária por representantes dos trabalhadores e do banco.

A Caixa apresentou proposta considerando o programa de Gestão de Desempenho de Pessoas (GDP) como único parâmetro a ser utilizado para o cálculo, frustrando a representação dos empregados.

“A própria Caixa diz que a GDP é utilizada como forma de ‘educar’ os gestores a fazerem uma avaliação mais condizente com a realidade. Ou seja, ela não avalia corretamente o desempenho dos empregados. Portanto, não deve ser utilizada como parâmetro para o cálculo”, disse o coordenador da representação dos empregados no GT, João Paulo Pierozan. “Além do mais, a Caixa sequer respondeu sobre nosso questionamento sobre o dia não trabalhado no dia 27 de abril, devido à greve. O banco considera o dia como falta não justificada, o que impede que um número muito grande de empregados participem do processo de promoção por mérito. Não temos como aceitar isso”, completou.

Pela proposta apresentada pelo banco, apenas 62% dos empregados receberiam delta (57% receberia um delta e 5% dois deltas). Neste momento (base outubro/2021), estes 5% estão enquadrados como desempenho excelente na GDP, mas isso pode mudar até o final do ano.

Curva forçada

“A nova GDP utiliza um mecanismo chamado “curva forçada”, que define que 5% dos empregados, mesmo que tenha cumprido todas as tarefas e as metas propostas não receberá o desempenho excelente. Não dá para aceitar que uma parte dos empregados, mesmo tendo realizado tudo o que foi proposto, seja penalizada”, disse a coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa, Fabiana Uehara Proscholdt, que também é secretária de Cultura da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).

“O mais razoável é que a direção da empresa garanta um delta para todos os empregados elegíveis, assim como foi feito no ano base 2020”, completou Pierozan.

Atraso na negociação

Já em abril de 2021, quando foi efetuado o pagamento referente ao ano base 2020, o movimento sindical cobrava que a Caixa iniciasse as negociações para a definição dos critérios da Promoção por Mérito, mas o banco somente aceitou realizar uma reunião para tratar do assunto na semana passada.

“Infelizmente, somente agora a Caixa aceitou tratar do assunto. E agora propõe um modelo que exclui grande parte dos empregados. O mais sensato é que se mantenha o modelo utilizado em 2020 e comecemos já a tratar do modelo para 2022”, defendeu a coordenadora da CEE.

Continuidade das negociações

A próxima reunião para tratar sobre a promoção por mérito será realizada na sexta-feira (26).

Fonte: Contraf-CUT

Sem nenhuma negociação com o movimento sindical, a direção do Banco do Brasil iniciou a convocação de funcionários do grupo de risco, com exceção das gestantes, para o retorno ao trabalho presencial. A atitude gerou protestos da coordenação do Comando Nacional dos Bancários e da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), durante videoconferência realizada com o vice-presidente corporativo e o diretor de pessoas do BB.

“O movimento sindical é contra o retorno presencial desta forma e neste momento, quando ainda pairam incertezas sobre uma eventual nova onda de contaminações, a exemplo do que vem ocorrendo na Europa, e diante da orientação do Ministério da Saúde sobre a necessidade da dose de reforço da vacina contra o coronavírus”, disse o coordenador da CEBB, João Fukunaga.

No comunicado sobre retorno presencial, o BB acrescentou a cobrança do ciclo vacinal completo, uma medida defendida há meses pelo movimento sindical, mas que somente agora está sendo cobrada pelo banco. O esquema de retorno implementado pelo BB estabelece o retorno gradativo nos meses de novembro e dezembro, observando os percentuais mínimos de 50% (novembro), 75% (primeira quinzena de dezembro) e 100% (até o final de dezembro).

Para respaldar o posicionamento em favor da proteção dos funcionários e funcionárias do BB, a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) procurou a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). De acordo com a entidade, as pessoas de grupo de risco poderiam voltar ao trabalho presencial, no atual cenário, mediante a orientação de um médico assistente. Diante dessa informação da Fiocruz, os representantes dos bancários cobraram, durante a reunião, um posicionamento da direção do banco.

Descomissionamento por produtividade

O Acordo Coletivo de Trabalho Emergencial (Pandemia Covid-19), aprovado em março de 2020 pelos funcionários em assembleia e negociado entre o movimento sindical e a direção do BB, prevê que não haverá descomissionamentos por desempenho enquanto durar a pandemia, além da anistia de 10% do saldo total de horas negativas a compensar e prazo de compensação de horas negativas de 18 meses.

O movimento sindical está atento para que o banco não faça descomissionamento por desempenho, descumprindo o Acordo Coletivo de Trabalho Emergencial. “Nós não vamos aceitar eventuais descomissionamentos por desempenho na esteira desta mudança feita sem negociação e que representa um verdadeiro ataque à saúde e aos direitos dos trabalhadores, e vamos acionar o judiciário em caso de descumprimento do acordo”, destacou Fukunaga.

Os representantes dos trabalhadores orientam aos funcionários e funcionárias que sentirem seus direitos ameaçados a procurarem seus sindicatos.

Fonte: Contraf-CUT

A Caixa Econômica Federal retomou o horário de atendimento das 10h às 16h nesta última terça-feira (23). Devido à pandemia de covid-19, as agências estavam funcionando das 8h às 13h, para pagamento do auxílio emergencial e atendimento de aposentados e pensionistas.

“Os horários regulares de abertura e fechamento das unidades variam de acordo com as especificidades de cada região e serão praticados desde que a legislação municipal não determine padrão diferente do estabelecido anteriormente”, afirmou a instituição, em nota. 

A lista com o horário de funcionamento de cada unidade está disponível no site da Caixa.

A Caixa ainda irá “manter os cuidados necessários para prevenção, controle e mitigação dos riscos de transmissão da covid-19, como a disponibilização de álcool em gel em todas as unidades”. 

Opções remotas mantidas

Além das unidades físicas, os clientes também podem receber atendimento por outros canais: WhatsApp Caixa (0800 104 0104); Internet Banking; aplicativos de celulares como Caixa Tem, Habitação Caixa, DPVAT, FGTS e Auxílio Brasil; central de atendimento telefônico pelos números 4004 0104 (capitais e regiões metropolitanas) e 0800 104 0104 (para demais regiões); redes lotéricas; e correspondentes Caixa Aqui. Para informações sobre PIS, FGTS e Cartão Social, o número é o 0800 726 0207.

Outros bancos

O Santander também retomou o horário de atendimento praticado antes da pandemia. Bradesco, Banco do Brasil e Itaú, por outro lado, continuam com o horário reduzido.  

A redução foi uma recomendação da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) no início da pandemia. Agora, entretanto, a organização permitiu a definição do horário a cada instituição financeira.

Fonte: Brasil de Fato

Nos últimos dias foram divulgados os demonstrativos financeiros do terceiro trimestre dos principais bancos atuantes no país e os resultados, mais uma vez, mostram que não há crise para os banqueiros. Juntos, o Bradesco, o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal, o Itaú Unibanco e o Santander somaram R$ 80,9 bilhões nos nove primeiros meses do ano, com alta de 52,3% em relação ao mesmo período do ano de 2020.

Os bancos estão mais rentáveis, com melhores indicadores de eficiência, as carteiras de crédito foram ampliadas em quase R$ 4,0 trilhões, as receitas com prestação de serviços e tarifas totalizaram R$ 105,6 bilhões com crescimento médio de 5,1%, valor mais que suficiente para cobrir as despesas com pessoal. Os índices de inadimplência continuaram em patamares baixos, melhores, inclusive, que na pré-pandemia.

As Provisões para Devedores Duvidosos (PDD), que reduziram os lucros num período passado, seguem caindo, afinal, os banqueiros não possuem incertezas em relação à atual crise econômica e social. Existe crise para a sociedade brasileira que segue empobrecida, em um cenário de aumento da precarização do trabalho, informalidade e desemprego.

Durante a pandemia, os ganhos aumentaram com a diminuição de despesas administrativas, como água, energia elétrica, serviços de vigilância e segurança e viagens. No último ano, até setembro de 2021, os bancos fizeram uma economia de, no mínimo, R$ 511 milhões. Ou seja, o home office dos bancários ampliou os ganhos dos banqueiros.

Mas, mesmo num cenário tão favorável, os bancos continuam demitindo e fechando agências. Em 12 meses foram fechadas 1.389 agências físicas e, somente o Bradesco e BB eliminaram mais de 15 mil postos de trabalho. Já as contratações foram realizadas pela Caixa, Itaú e Santander, sendo estes dois últimos, associadas às ocupações ligadas à Tecnologia da Informação, área prioritária de investimento dos bancos. Trabalhadores de TI contratados pelos bancos fazem parte da categoria bancária.

No Brasil, já são 13,7 milhões de desempregados e o setor mais lucrativo contribui para o aumento desse número. Não há justificativa para os bancos fecharem postos de trabalho em plena pandemia. Onde está a imagem de respeito com a população das suas peças publicitárias? Os bancos são uma concessão pública e têm um papel social importante no crescimento de um país. É importante que as instituições financeiras, responsáveis por cuidar do dinheiro da população, sejam um instrumento para o desenvolvimento econômico e não para fragilizar ainda mais a economia.


Ivone Silva é presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e bancária do Itaú

Funcionários do Banco Mercantil do Brasil de diversas partes do país denunciaram aos seus sindicatos que o banco deixou de considerar as propostas de negócio (PNG) no cálculo das metas. A empresa anunciou que consideraria apenas a produção feita pela plataforma no cômputo da campanha de empréstimo consignado do mês de setembro, que deverá ser paga até o dia 30/11.

“A retirada das PNG poderá levar ao não cumprimento das metas estabelecidas para as agências e a redução drástica nos valores da premiação. Os funcionários ficaram apreensivos com a possibilidade de perda de renda em decorrência da mudança”, disse o coordenador da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Mercantil do Brasil, Marco Aurélio Alves.

Os sindicatos se mobilizaram e solicitaram reunião com o banco para esta quarta-feira (24). “Queremos que o banco honre o acordo e pague a premiação aos trabalhadores”, disse o coordenador da COE do Mercantil.

Fonte: Sindicato dos Bancários de BH e Região, com edições da Contraf-CUT

 

 

O 6º Fórum Nacional Pela Visibilidade Negra no Sistema Financeiro promoveu, nesta terça-feira (23), um debate aprofundado sobre o racismo no Brasil e a inserção da população negra no mercado de trabalho do ramo financeiro. O evento, promovido pela Secretaria de Combate ao Racismo da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), contou com a participação de mais de 100 militantes sindicais de todo o país e foi realizado em videoconferência.

“É importante que sindicatos e federações da categoria bancária façam esse debate para conter esse racismo. Foi muito boa a participação de bancárias e bancários de vários estados do Brasil no Fórum deste ano. Tivemos cerca de 180 participantes, uma boa discussão que só nos anima a continuar a luta para ampliar a participação da população negra no ramo financeiro, com bons salários e trabalhos com respeito e dignidade”, avaliou o secretário de Combate ao Racismo da Contraf-CUT, Almir Aguiar.

A presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira, acompanhou os debates. “É muito atual e necessário fazer esse debate. O racismo tem um reflexo no mercado de trabalho e na vida como um todo. Nos bancos as mulheres negras recebem 47% do que recebem os homens não negros. Precisamos acabar com isso. O fórum faz esse debate, para avançar a participação da população negra no mercado de trabalho. Isso se reflete na nossa categoria, com uma presença muito pequena. Negras e negros têm dificuldade de ascensão profissional no banco”, afirmou Juvandia Moreira na abertura do fórum.

A presidenta da Contraf-CUT lembrou que sua participação na vida sindical serviu para enxergar melhor a diversidade da classe trabalhadora. “O sindicato é uma universidade para nos tornarmos pessoas melhores. Influenciamos muito a sociedade para fazer a mudança para um mundo melhor, onde as pessoas se amem. Não podemos ver o racismo e achar normal. O que aconteceu no Carrefour, quando um rapaz negro foi morto por seguranças, acontece todo o dia. Temos que lutar muito e é uma luta boa de se lutar, que a gente faz com gosto”, finalizou Juvandia.

Cultura negra

Ramatis Jacino, professor da Universidade Federal do ABC, começou sua fala destacando que a história da população negra não começa com a escravidão. “É muito mais antiga, remonta há 5 mil anos, no mínimo. Nossas civilizações deixaram um legado, como o Egito, a Abissínia, o reino de Aksun, o reino do Mali, o império Ashanti. A contribuição do continente africano foi além das artes e do que foi folclorizado. Se dá nas mais diversas áreas da ciência”, destacou. Ramatis lembrou que foi o escravizado africano que teve papel importante na agricultura do açúcar e do café na economia brasileira, assim como o conhecimento de metalurgia para a exploração das Minas Gerais.

Também foi destacado por Ramatis a luta de resistência da população negra contra a escravidão: “Havia as resistências como a Balaiada, Sabinada, Rebelião do Hauçás na Bahia, seja na existência de um país dentro do país que durou mais de 90 anos, que era chamado de Angola Jamba ou de Palmares. Não era um quilombo, mas um verdadeiro país formado por vários quilombos”, ressaltou.

Ramatis falou que a desigualdade entre brancos e negros prosseguiu após a abolição sob novas formas. “Isso se dá ao final do século 19, ao longo do século 20 e se mantem no século 21. A questão social do racismo passa pela discussão política de classes. É o movimento sindical que tem todos os instrumentos para fazer esse enfrentamento”, afirmou.

Genocídio

A advogada Tamires Sampaio, mestra em Direito Político e Econômico e diretora do Instituto Lula, falou sobre genocídio da população negra e suas relações históricas. “As instituições, em especial o sistema de justiça criminal e segurança, promovem o processo de encarceramento e naturalização da morte. É só ver a forma como a população negra é retratada na TV, nos filmes, nos programas jornalísticos. A relação do racismo com a ideologia faz com que a própria população negra absorva essas imagens. É para o controle da população”, afirmou Tamires.

A violência que atinge a população negra também se estende às suas lideranças. “Estão sendo atacadas quando ocupam espaços de poder. Vejam o que aconteceu com a Marielle, com as nossas parlamentares eleitas em 2018 e 2020. Não dá para falar sobre o combate ao racismo se não falarmos no combate a sistema econômico”, disse.

Dieese

A economista Nadia Vieira de Souza, do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) de Brasília. Apresentou no fórum números que evidenciam a desigualdade racial no Brasil e também na categoria bancária. Citou dados da Relação Anual de Informações Sociais do Ministério da Economia que mostram que o rendimento médio mensal na categoria bancária dos negros em relação aos brancos é sempre menor. Enquanto homens não negros têm remuneração média de R$ 10.169, os bancários negros recebem R$ 7.938. Mulheres não negras recebem no setor bancário uma média de R$ 7.849, enquanto que mulheres negras têm rendimento médio de R$ 6.363.

Bancárias e bancários negros também ocupam menos cargos de direção. São apenas 5% dos cargos de diretoria e superintendência, 15% das gerências e 17% de cargos de supervisão, chefia e coordenação.

Ações afirmativas

O advogado Gabriel Sampaio falou sobre conquistas históricas, ações afirmativas na luta contra o racismo na vida e no trabalho. “O Brasil forma em sua base de legislação o enraizamento do projeto racista. Nossa primeira constituição optou por legitimar o modelo escravocrata. No final do século 19, nossas elites, sabendo da transição ao trabalho livre, aprovam algumas normas para preparar o terreno econômico para o trabalho livre e determinam o papel de subalternização da população negra”, afirmou Gabriel Sampaio.

Para o advogado, o Brasil foi consolidando, ao longo do tempo, um projeto de necropolítica. “O estado, pelas suas formas de poder, determina quais são os corpos matáveis, mortes toleradas do ponto de vista da força. Isso é parte do nosso passado e também do nosso presente”, afirmou Gabriel Sampaio. O advogado avaliou que as ações afirmativas chegaram atrasadas. Ações como a distribuição de terras para os trabalhadores escravizados, após a abolição, nunca aconteceram. “É somente na primeira década dos anos 2000 que são consolidadas ações afirmativas. Somente em 2014 essa política afirmativa é aplicada no serviço público”, destaca.

Estética colonialista

A professora Anatalina Lourenço, dirigente do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), contou que descobriu que era negra aos 13 anos. “Até então achava que era morena. Vinha da escola distraída, dei um encontrão em um homem e ele gritou ‘saia da minha frente, sua preta desgraçada’. Fiquei chocada quando ele gritou que eu era preta. Minha estética era colonialista, o que não era verdade”, contou Anatalina.

No seu trabalho, Anatalina diz que costuma ouvir relatos de jovens alunos negros que têm dificuldades em entrar nas agências bancárias. “Sempre são muito observados, como estivessem com alguma arma debaixo da roupa. Estamos dentro dessa sociedade e cotidianamente ouvimos uma série de atitudes que constroem estereótipos, colocando a juventude negra como delinquente. Este estereótipo permeia o inconsciente coletivo. O racismo mata a psique da população negra. Constrói um mecanismo que nos coloca sempre no pior papel possível”, afirma Anatalina.

Para a professora, o primeiro passo é reconhecer que qualquer debate passa por discutir o racismo. “Qualquer pauta, reforma administrativa, tributária, impacta trabalhadoras negras e trabalhadores negros. É impossível falar em democracia, justiça social com racismo”, diz Anatalina.

Violência contra mulheres negras

A major Denice Santiago, da Polícia Militar do Estado da Bahia, falou sobre empoderamento das mulheres negras e violência na pandemia. “O Fórum de Segurança Pública diz que ocorre uma violência doméstica a cada oito minutos. É um problema de saúde pública, de segurança, de assistência social. É um problema da nossa cultura e da nossa sociedade. As mulheres negras têm menos acesso ao apoio do poder público e essa violência chega muito mais perversa e contundente às mulheres negras”, afirmou a major Denice.

A pandemia aumentou os índices de violência contra as mulheres. “A pandemia fez com que a mulher passasse a viver mais tempo com seu agressor. Ela estava dentro de um espaço, aprisionada com seu agressor. Isso fez os números crescerem, temos o aumento dos casos de feminicídio em todo o país. Uma em cada quatro mulheres acima de 16 anos sofreu pelo menos uma agressão, um tipo de violência ao longo do período da pandemia”, contou Denice.

Para a major, que está há 31 anos na PM baiana, o racismo estrutural está em todos os lugares. “Quem são as mulheres negras de que estamos falando. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD) diz que são 53 milhões de mulheres negras. Todas as violências contra as mulheres alcançam nós, mulheres negras, de uma forma mais dolorosa”, ressaltou a major Denice.

Ativismo político

Ana Cruz, ativista política e coordenadora do movimento cultural Mulheres Negras Construindo Visibilidade, falou sobre a importância do ativismo político das mulheres negras. Ana começou falando sobre a aplicação da lei federal que estabelece no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática História e Cultura Afro-Brasileira. “O problema é que quem tem que sancionar são os municípios e os estados e eles não o fazem. O que vai fazer a lei funcionar é a nossa articulação política. Tem que acontecer mais engajamento. Essa lei é revolucionaria para desconstruir o racismo a partir da educação”, destacou Ana Cruz.

A ativista colocou algumas questões para o movimento negro: “Às vezes a gente se pensa de forma muito pequena, como se a escravização fosse uma coisa não elaborada. Os colonizadores pensaram tão bem que não conseguimos nos livrar da perseguição da escravização até hoje. Se a gente não construir uma luta para ocupar as instituições, vamos demorar 200 anos para resolver o racismo no Brasil. As mulheres negras são 27% da população brasileira, e 1% na Câmara dos Deputados. Elas não têm tempo e estão tentando sobreviver. Como a gente desconstrói essa violência que as mulheres negras, os homens negros e a juventude negra sofrem?  O maior desafio é pensar que nós temos muitas dificuldades de nos compreendermos enquanto nação afro-brasileira, com um legado histórico enorme”, afirmou Ana Cruz.

Moção

Ao final dos painéis, os participantes do fórum aprovaram uma moção de repúdio à política de racismo do governo Bolsonaro, materializada na figura do atual presidente da Fundação Palmares, Sergio Camargo.

Fonte: Contraf-CUT

O Sindicato dos Bancários da Baixada Fluminense esteve presente, nesta terça-feira, 23 de novembro, em agências do Banco Bradesco, em Duque de Caxias e Nova Iguaçu, para o Dia Nacional de Luta contra as demissões praticadas pelo banco. Ocorreram manifestações em todo o país. 

As diretoras e diretores do Sindicato falaram para clientes, funcionárias, funcionários e para o publico em geral, sobre a postura que o banco vem demitindo trabalhadores mesmo durante a pandemia. Os dirigentes sindicais lembraram que o Bradesco, assim como outros bancos, assumiram um compromisso de não-demissão durante a crise sanitária.

Em todas as agências visitadas, os atos foram bem recebidos. 

O Movimento Sindical Bancário quer uma explicação do banco em relação ao fechamento de agências e demissões.

De acordo com um levantamento feito junto aos sindicatos, já são mais de 3 mil demissões neste ano de 2021.