As agências bancárias não abrirão nos feriados de Sexta-feira da Paixão, em 15 de abril, e Tiradentes, comemorado em 21 de abril.
A Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) explicou que, por se tratar de feriados nacionais, não haverá expediente bancário. Já no dia 22 de abril, sexta-feira, o atendimento ao público acontece normalmente.
Como de costume, as áreas de autoatendimento ficarão disponíveis para os clientes, assim como os canais digitais e remotos de atendimento (internet e mobile banking).
Como pagar as contas
As contas de consumo (água, energia, telefone, etc.) e carnês com vencimento nos dias 15 e 21 de abril poderão ser pagos, sem acréscimo, no próximo dia útil aos feriados, ou seja, nos dias 18 e 22 de abril.
Normalmente, os tributos já vêm com datas ajustadas ao calendário de feriados nacionais, estaduais e municipais. Caso isso não tenha ocorrido no documento de arrecadação, a sugestão é antecipar o pagamento ou, no caso dos títulos que têm código de barras, agendar o pagamento nos caixas eletrônicos, internet banking e pelo atendimento telefônico dos bancos.
Já os boletos bancários de clientes cadastrados como sacados eletrônicos poderão ser pagos via DDA (Débito Direto Autorizado).
As tradicionais e mais concorridas feijoadas da Baixada Fluminense, já tem datas definidas no mês de Abril.
A Sede e a Sub-Sede do Sindicato, em Duque de Caxias e Nova Iguaçu, estarão prontas para receberem bancárias e bancários, que irão desfrutar de momentos de confraternização e de comida boa.
Confira as datas:
➡️ 28 de Abril – Duque de Caxias (quinta-feira) ➡️ 29 de Abril – Nova Iguaçu (sexta-feira)
Esperamos todos para mais estes dois eventos imperdíveis e deliciosos.
O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou nesta segunda-feira (11) que ficou “surpreso” com a inflação no mês passado. Ele esperava conter os preços, após a nona alta seguida da Selic (taxa básica de juros) pelo Comitê de Política Monetária (Copom). No entanto, a inflação de março, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA), subiu 1,62%, a maior para o mês desde 1994. Em 12 meses, o IPCA acumula alta de 11,30%. Desse modo, com a taxa básica (Selic) definida em 11,75%, o ganho real médio de quem empresta ao governo está em 0,45 ponto percentual ao ano.
Ainda assim, Campos Neto disse acreditar que os juros altos ainda farão cair a inflação “nos próximos trimestres”. No entanto, economistas como o professor José Luis Oreiro, do Departamento de Economia da Universidade de Brasília (UnB), avaliam que o BC erra no diagnóstico. E, portanto, “está aplicando o remédio errado” contra a inflação. À reportagem da RBA, ele afirmou que a alta dos preços no país não está relacionada a pressões “de demanda” – quando a procura por produtos e serviços é maior que a disponibilidade imediata –, que poderia ser corrigida com aumento dos juros.
Bolsonaro e seu possível vice na futura chapa presidencial, general Braga Netto: remédio superfaturado contra queda de cabelo e outras, em vez de tratamento eficaz para inflação (Allan Santos/PR)
Mais do que isso, Oreiro diz que esse remédio vai custar caro ao Brasil. Inclusive, mais caro do que os viagras e antiquedas de cabelo adquiridos pelas Forças Armadas com preços superfaturados. De acordo com seus cálculos, toda vez que o Banco Central eleva a Selic em 1 ponto percentual, os gastos anualizados com o pagamento de juros da dívida aumentam em R$ 36 bilhões. Nesse sentido, a alta da taxa básica de juros também encarece o crédito para empresas e famílias, dificultando ainda mais a recuperação dos endividados.
“A política de elevação de juros é contraproducente. Ou seja, ela não tem efeito sobre a inflação. O BC subir os juros não vai afetar em nada o preço das commodities no mercado internacional”, disse o economista, referindo-se especialmente ao petróleo. “Quem se beneficia é o setor financeiro, os rentistas em geral. Quem se prejudica é o setor empresarial produtivo, assim como quem tem dívida atrelada à Selic.”
Como causas da recente escalada nos preços, principalmente dos alimentos e dos combustíveis, Oreiro cita as consequências da pandemia de covid-19, que desorganizou cadeias locais e globais importantes de valor. Soma-se a isso a guerra na Ucrânia, assim como as sanções econômicas aplicadas pelos Estados Unidos e pela Europa contra a Rússia.
“O que está acontecendo no Brasil não é diferente, de forma qualitativa, do que está acontecendo, por exemplo, nos Estados Unidos. Quer dizer, nos Estados Unidos a inflação acumulada em 12 meses está em 8%. Na Espanha ela está próxima de 10%”, afirmou.
A diferença, segundo ele, foi o tratamento adotado pelo Brasil para conter a doença. “Esse tipo de inflação você não combate com a elevação dos juros.” Oreiro destacou que o Banco Central Europeu (BCE) manteve a taxa básica em -0,5% ao ano. Já o Federal Reserve (Fed), Banco Central dos Estados Unidos, aumentou em apenas 0,25 ponto percentual no mês passado. No entanto, no mesmo dia, o BC do Brasil anunciava elevação de 1 ponto percentual, com a Selic fixada em 11,75% ao ano.
Nem sequer a atual apreciação do real frente ao dólar Oreiro atribui à elevação da Selic. “O câmbio no Brasil só caiu abaixo de R$ 5 depois da guerra na Ucrânia. O BC vem aumentando a taxa de juros desde março do ano passado”.
Tratamento alternativo
A valorização do real, segundo ele, tem a ver com a alta dos preços das commodities no mercado internacional. Ainda assim, essa variação não foi capaz de garantir alívio no mercado interno. “Na verdade, o preço das commodities, principalmente dos alimentos e da energia, subiu mais em dólares do que o dólar se desvalorizou frente ao real. Por isso que a pressão inflacionária não foi eliminada”, afirmou.
Para conter a alta dos preços no Brasil, em vez da elevação da Selic, Oreiro afirma que a solução para conter a inflação, nesse momento, não passa pela política monetária. Para isso, ele diz que o instrumento mais adequado seria um imposto de exportação sobre as commodities produzidas no Brasil, como soja e milho, por exemplo.
“O que nós deveríamos ter feito pra segurar um pouco a inflação de alimentos no Brasil seria introduzir um imposto sobre a exportação de commodities“, sugeriu. Assim, segundo ele, a receita trazida por essa taxação serviria para redirecionar a produção de alimentos para o mercado interno, fazendo cair os preços.
Nesta última segunda-feira, 11 de abril, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) comunicou ao Comando Nacional dos Bancários que, no dia 25 de abril, será iniciada a 25ª Campanha Nacional de Vacinação Antigripe do Setor Bancário. O ofício é assinado pelo Diretor Executivo de Relações Institucionais, Trabalhistas e Sindicais, Adauto Duarte.
No dia 6 de abril, a Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro dos Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo (Fetraf RJ/ES), da qual o Sindicato dos Bancários é filiado, enviou ofício à entidade, solicitando a antecipação da vacinação para a categoria bancária.
Neste ano, a campanha contará com a adesão de 19 Bancos, beneficiará cerca de 370 mil bancários e será realizada em parceria com o Laboratório Sanofi Pasteur, que produz vacinas contra gripe para o abastecimento mundial há mais de 70 anos.
De modo a ampliar a proteção, a vacina ofertada na campanha será a Quadrivalente, desenvolvida para atuar contra 4 cepas do vírus Influenza (cepas A - H1N1 e H3N2 e cepas B – Victoria e Yamagata).
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a influenza é uma doença grave, imprevisível e precisa ser prevenida a cada ano, especialmente importante neste momento de pandemia da COVID-19.
Em todo o mundo, os casos graves acometem de 3 a 5 milhões de pessoas, com um número de mortes respiratórias que varia de 290 mil a 650 mil por ano.1 Além disso, a Influenza tem impacto direto nos casos de contaminação, internação e óbitos da COVID-19.
Além da vacina, haverá o serviço de aplicação, que ocorrerá nos próprios locais de trabalho, ou em sistema drive-thru, ou ainda em clínicas credenciadas, conforme a logística estabelecida diretamente entre a Sanofi e cada uma das IFs participantes, bem como uma central de atendimento aos usuários.
Macrocronograma
25.04 a 30.06 - São Paulo (Capital) e Osasco - Prédios Administrativos 28.04 a 30.06 - Estados do Sul e Sudeste 02.05 a 30.06 - Brasil
Fabiano Amann, que disputa cargo do Conselho Fiscal pela chapa 1, nas eleições da Previ, ocupa cargo de confiança na Secretaria de Coordenação e Governança do Patrimônio da União. O órgão é vinculado à Secretaria Especial de Desestatização, Desinvestimento e Mercados, do Ministério da Economia, comandado por Paulo Guedes e responsável pelos processos de privatização do governo federal.
“O atual governo nunca escondeu o interesse em privatizar importantes empresas públicas, incluindo o Banco do Brasil; e todos nós sabemos que a privatização do BB colocaria em risco a Previ”, destaca o coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), João Fukunaga.
Outro fator preocupante levantado pelas entidades que representam os trabalhadores da ativa e aposentados do BB é o risco de interferências políticas via eleições Previ. “A entidade é dos funcionários do Banco do Brasil, e como tal, não pode ser submetida ao risco de interferências de governos ou do mercado, colocando em risco o patrimônio de toda uma vida de trabalho no banco”, completa Fukunaga.
Ameaças claras
O Ministério da Economia trabalha atualmente na formulação de um Projeto de Lei (PL) que enfraquece as entidades fechadas de previdência complementar. O PL propõe permissão da portabilidade de seus planos de previdência a bancos privados, o fim da obrigatoriedade de representação paritária entre participantes e patrocinadores em sua gestão e a redução da participação dos trabalhadores na gestão dos seus recursos – o que acontece via eleição de metade dos conselheiros e diretores da Previ.
O PL é uma proposta de revisão das Leis Complementares 108 e 109 de 2001, fomentado desde o ano passado pela Iniciativas de Mercado de Capitais do Ministério da Economia (IMK/ME), grupo que nasceu no coração da pasta liderada por Paulo Guedes. “Não podemos perder de vista que, há tempos, o mercado financeiro está de olho no patrimônio de R$ 1,2 trilhão dos trabalhadores geridos pelos fundos de pensão, do qual a Previ administra mais de R$ 220 bilhões”, pontua Fukunaga.
Na madrugada desta sexta-feira, 8 de abril, criminosos explodiram uma agência do Banco Bradesco, na Avenida Automóvel Clube, em Santa Cruz da Serra, Duque de Caxias.
Os bandidos colocaram uma carreta atravessada na esquina para bloquear o trânsito na região e ainda espalharam vários pregos na rua perto do banco. Segundo peritos que estiveram no local do crime, a distância que os estilhaços chegaram indica que a quantidade de explosivo usado na ação foi grande. Além da agência bancária, a quadrilha ainda assaltou uma farmácia.
De acordo com um morador, por volta das 3h, ele acordou com o barulho de muitos tiros e do estrondo da explosão.
Ainda não há informação se os criminosos conseguiram levara algum dinheiro da agência.
Pedro Batista, Coordenador Geral do Sindicato dos Bancários da Baixada Fluminense, comentou: “verificamos que os cofres da agência não foram atingidos. Isso irá inibir esta prática criminosa que está, cada vez menos, ocorrendo em nossa região. Estamos sempre atentos.”
SUPORTE
Assim que foi informado do ocorrido, diretores do Sindicato dos Bancários da Baixada Fluminense se dirigiram para o local, para prestar assistência aos funcionários e funcionárias da agência.
Não há feridos no local. A agência não abrirá hoje e não tem previsão de retorno.
Uma equipe de engenharia do banco também está no local.
Os diretores do Sindicato, Pedro Batista, Newton França e Ricardo Sá, conversaram com os trabalhadores que estivam presentes, acompanhando o andamento das perícias, e se certificaram que está sendo realizada toda a assistência necessária. Alguns funcionários foram deslocados para trabalhar em outras agências, também. Todo o suporte necessário está sendo disponibilizado.
A Federação dos Bancários do Centro-Norte (Fetec-CUT/CN) realiza nesta quinta-feira (7), às 19h, uma plenária regional virtual com os candidatos apoiados pelo movimento sindical para as eleições da Fundação dos Economiários Federais (Funcef), o fundo de pensão dos empregados da Caixa, que acontecem entre 22 e 25 de abril. Serão eleitos os diretores de Benefícios e de Administração e Controladoria, dois conselheiros deliberativos, um fiscal e seus respectivos suplentes.
“É fundamental elegermos representantes que tenham compromisso com a realização de uma gestão responsável, transparente e efetivamente participativa. Por isso, estamos realizando essa plenária, para apresentarmos quem estamos apoiando e mostrar o motivo de nosso apoio, além de explicar as mudanças que ocorreram no formato de eleição”, disse a coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa Econômica Federal, Fabiana Uehara Proscholdt. “Com a eleição destes candidatos vamos voltar a ter uma Funcef forte”, completou.
“É de importância estratégica eleger para a Funcef representantes que vão defender verdadeiramente os interesses dos associados e a solidez do nosso fundo de pensão, para que ele possa garantir o pagamento dos benefícios na nossa aposentadoria. Por isso é importante que todos participem da plenária e da campanha de nossos candidatos”, disse o diretor de Bancos Públicos da Fetec-CUT/CN, Edson Gomes.
“É importante que todos participem para poder votar com consciência. Por isso, contamos com a participação de todos”, concluiu a coordenadora da CEE.
Fonte: Contraf-CUT, com informações da Fetec-CUT/CN
Neste 7 de abril, dia Mundial da Saúde, os trabalhadores da Caixa não têm motivos para celebrar. Os resultados da pesquisa da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae) sobre saúde e os impactos da pandemia mostram que boa parte do adoecimento dos empregados está relacionado ao trabalho no banco. Entre os dados mais assustadores, estão os de saúde mental. Em 2021, 42% dos empregados afirmaram ter problemas de saúde associados à atividade que desempenha na Caixa. Destes, 75% estão relacionados à saúde mental.
A pesquisadora e doutora em Psicologia Social, do Trabalho e das Organizações, Fernanda Duarte, participou da pesquisa e apontou os principais achados do levantamento. “O cenário é bem crítico. Em geral, foi possível perceber três tendências principais nesses dados. Uma é que os resultados são iguais ou piores. O problema é que já era muito ruim antes. A outra questão é o adoecimento mental com uma presença muito predominante”, destacou.
O terceiro fator que chamou a atenção da pesquisadora é a “medicalização e farmaceuticalização de conflitos sociais” – tratar um problema social e de relações no trabalho de forma individualizada. “A gente tem a preocupação em diagnosticar transtornos, mas não necessariamente entender fatores sociais que estão relacionados à iminência desses transtornos. Uma coisa é a gente falar que está cheio de gente deprimida no banco, outra é entender que estes fatores estão relacionados com o banco. E tem muito a ver”, avaliou.
Os dados que confirmam essa avaliação se referem à busca por tratamentos psicológicos e psiquiátricos relacionados ao trabalho. De acordo com a pesquisa, 34% dos empregados informaram que fazem ou fizeram acompanhamento psiquiátrico; destes, 65% afirmaram que a procura pelo tratamento foi motivada por questões profissionais. Dos 47% que realizam ou realizaram tratamento com psicólogo, 49% foram, também, por motivos relacionados à Caixa.
Em um outro recorte da pesquisa, o adoecimento mental também é a principal causa de afastamento por licença médica. Em 2021, 6% dos bancários estavam afastados, sendo 33% por depressão, 26% por ansiedade, 13% pela síndrome de Burnout e 11% por Síndrome do Pânico.
As causas do adoecimento mental envolvem situações de pressão, ansiedade e assédio, constantemente sofridas pelos empregados, segundo aponta a pesquisa. Mais de 90% dizem que já sentiram muita pressão ou ansiedade no trabalho. 56% já sofreram assédio moral no banco e quase 70% já testemunharam algum episódio desta situação no ambiente de trabalho.
Para o presidente da Fenae, Sergio Takemoto, é indiscutível que a forma de gestão, a pressão pelo cumprimento de metas e o assédio provocam o adoecimento. “Infelizmente os relatos que recebemos são muito característicos. É um adoecimento sistemático provocado por uma gestão que pune, que assedia e que não se importa com o sofrimento do seu trabalhador”, criticou.
Medo de perder função
Jéssica Morais (nome fictício), Técnico Bancário Novo (TBN) relata que tem depressão, ansiedade, e ataques de pânico desde 2021. Faz tratamento com psiquiatra, tem acompanhamento com psicólogo e toma remédios controlados. “Começou com aumento do estresse no trabalho, pois estamos sobrecarregados com a falta de empregados; com isso, trabalhamos muito mais e as metas são absurdas. Já me afastei duas vezes, cada uma no período de 60 dias”. Ela conta que precisou sair de grupos do WhatsApp do trabalho porque “não conseguia nem ver o símbolo da Caixa que começavam as crises de pânico”. E nunca se sentiu acolhida pelo banco. “Sempre temos medo de perder a função, pois ninguém aceita depressão e estresse como doenças, falam que é frescura”, desabafou.
Outra empregada, Mariana Silva (nome fictício), viveu um luto em 2009 e teve depressão. Depois do tratamento voltou a se sentir melhor. Em 2015, entretanto, os quadros de depressão voltaram, dessa vez, o adoecimento foi atribuído aos problemas no banco. “Eu tive um episódio muito ruim que piorou muito a minha condição. Entrei num processo seletivo para concorrer a uma vaga porque insistiram que eu tinha perfil. Eu já estava fragilizada, e recebi um feedback de um superintendente. Ele disse que eu era vazia, que eu não tinha conteúdo. Isso ficou na minha cabeça”, disse.
A sobrecarga de trabalho potencializou o problema – durante a pandemia, ficou em home office e trabalhava sem controle de jornada, até 22h. “Comecei a cometer erros que nunca tinham acontecido, atrasos em processos em que sempre fui muito ágil”, disse Juliana, pausando a fala como se precisasse se justificar. “Mas são muitos atendimentos telefônicos, pelo WhatsApp. Meu nome e dos colegas eram expostos em reuniões, colocavam a gente em ranking”, lembrou. A bancária disse que não aguentou, procurou seu psiquiatra e agora está afastada. “Tenho medo de perder a função e, mesmo agora, afastada, minha cabeça gira em torno da Caixa. Quando penso que preciso voltar, sinto uma angústia, um aperto no peito”, relatou Mariana.
“Me adoeceram a ponto de quase me convencer que eu era realmente um profissional inútil”, disse outro empregado, que também prefere não se identificar por medo de sofrer perseguição. Ele conta que já passou por momentos insuportáveis, que afetou vários aspectos da sua vida profissional e pessoal. Desenvolveu ansiedade e outras doenças que relaciona ao trabalho e à pressão no banco. “Em todos os casos fiz denúncia com gestores e com a Cored [Corregedoria] antes da situação piorar, nunca tive resultados. Entrei em LIP [Licença por Interesse Pessoal] porque não aguentava mais. Fui convocado para retornar no ano passado e voltei a ter crise de ansiedade”.
Para a diretora de Saúde e Previdência da Fenae, Fabiana Matheus, estes relatos são exemplos do adoecimento causado pela Caixa. “Sem acolhimento do banco, os trabalhadores começam a criar estratégias individuais para enfrentar um problema que foi provocado pelo empregador. Obviamente os tratamentos psiquiátrico e psicológico são fundamentais, mas acabam sendo uma forma de lidar com os conflitos que emergem do trabalho”, avalia. “É preciso combater a causa. E essa pesquisa vai ajudar a nortear ações de mobilização e de cobrança por melhores condições de trabalho para os empregados”.
O movimento sindical bancário, através da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) escolheu o Dia Mundial da Saúde, celebrado nesta quinta-feira, 7 de abril, para lançar o Seminário Adoecimento Psíquico no Trabalho Bancário. O evento será realizado no dia 28 de abril, data escolhida no mundo todo para lembrar dos trabalhadores e das trabalhadoras vitimados por acidentes do trabalho, por doenças profissionais e por outras doenças relacionadas ao trabalho.
“A data também serve para lutar por melhores condições de trabalho, para que tais perdas humanas não voltem a acontecer e jamais sejam toleradas e ‘naturalizadas’ pela sociedade, pelos empregadores e pelos governos, como se isto fosse normal; fosse ‘inerente’ ao trabalho; fosse o ‘preço do progresso’, e outras falácias que constroem e mantêm uma ideologia perversa”, disse o secretário de Saúde da Contraf-CUT, Mauro Salles. “Isto jamais poderia ser tolerado! E isto deve ser dito e repetido no 28 de abril de cada ano, e em todos os outros dias do ano, todos os anos”, completou.
Proposto pelos movimentos sociais dos EUA, a data foi escolhida em função do dia 28 de abril de 1969, quando a explosão de uma mina em Farmington, no Estado da Virgínia, matou 78 trabalhadores. A iniciativa de criar um “Memorial Day” rapidamente alcançou os movimentos sociais e de trabalhadores de outros países, e, também, chegou no Brasil e tornou-se, de 2005 em diante, o “Dia Nacional em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho”, graças à Lei no. 11.121/2005.
Portanto, as diferentes iniciativas, com pequenas variações no nome, convergem na grande questão da Saúde e Segurança das Trabalhadoras e Trabalhadores, que deve ser lembrada todos os dias, e que tem o “28 de abril” como data emblemática de memória, de luta e de promoção do Trabalho Digno, Seguro e Saudável.
“Vamos promover o seminário para marcar e refletir sobre o principal problema de saúde enfrentado pelos bancários: o adoecimento psíquico”, explicou Salles.
Em breve, a Contraf-CUT irá divulgar mais informações sobre o evento e como se inscrever.