Julho 17, 2025
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Imprensa

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Uma reportagem publicada pelo jornal britânico The Guardian em 15 de maio expôs graves denúncias contra o banco espanhol Santander, acusado de financiar o desmatamento em larga escala no bioma do Gran Chaco, um dos ecossistemas mais importantes da América do Sul. A matéria, baseada em investigação da ONG Global Witness, aponta que o banco co-organizou US$ 1,3 bilhão em financiamento para a agroindústria argentina Cresud, que já desmatou mais de 170 mil hectares de floresta nativa.

De acordo com o The Guardian, o financiamento promovido pelo Santander está diretamente ligado à destruição de uma área crítica que abrange partes da Argentina, Bolívia, Paraguai e Brasil — e que já perdeu quase metade de sua vegetação original. “Estamos testemunhando um ecocídio”, afirmou à reportagem um dos líderes indígenas da região, denunciando que comunidades como o povo Qom estão sendo forçadas a deixar suas terras e perdendo seus modos de vida por conta da devastação patrocinada por grandes grupos econômicos.

Compromissos ambientais em xeque

O Santander publicou, em 2018, uma política de sustentabilidade que prevê restrições a atividades que envolvam desmatamento e assumiu o compromisso público de zerar suas emissões líquidas até 2050. No entanto, a investigação mostra que essas diretrizes não estão sendo cumpridas na prática, uma vez que o banco continua financiando empresas com atuação questionável do ponto de vista ambiental e social. “Apesar das promessas, o banco aparece entre os principais financiadores de companhias que operam em áreas de alto risco de desmatamento, comprometendo não só o meio ambiente, mas os direitos das populações tradicionais e a estabilidade climática da região”, destaca o texto do The Guardian.

Omissão e silêncio

Procurado pela reportagem, o Santander não respondeu diretamente às acusações e tampouco comentou sobre sua relação com a Cresud. A empresa argentina, por sua vez, não quis se manifestar. Enquanto isso, ativistas e especialistas alertam que, sem mudanças estruturais e fiscalização efetiva, o Gran Chaco poderá ser completamente desmatado até 2080. “Estamos falando de uma das regiões mais biodiversas do planeta sendo destruída para dar lugar a pastos e monoculturas, com a conivência de grandes instituições financeiras que priorizam o lucro a qualquer custo”, reforça a investigação.

Contraf-CUT cobra responsabilidade

A Contraf-CUT repudia com veemência qualquer prática que viole direitos humanos, destrua o meio ambiente ou comprometa o futuro do planeta. “Bancos que operam no Brasil — como é o caso do Santander — têm responsabilidade não só com seus acionistas, mas com toda a sociedade”, afirmou Rita Berlofa, secretária de Relações Internacionais da Contraf-CUT e funcionária do Banco. “Ao mesmo tempo em que fecha agências, demite funcionários e precariza condições de trabalho, o banco ainda aparece em escândalos de financiamento ao desmatamento. É preciso cobrar coerência e ética em todas as frentes da atuação empresarial”, completou a dirigente da Contraf-CUT.

Fonte: Contraf-CUT

Muitos aposentados e pensionistas da Funcef têm uma dúvida comum quando se fala em meta atuarial: o que muda para quem já se aposentou? Se pensar no valor do benefício, a resposta é que não muda nada. Quem já recebe aposentadoria continua ganhando exatamente o que foi calculado no momento da concessão.

Mas isso não significa que a adequação da meta não tenha impacto para esses participantes. Pelo contrário - quando feita de maneira adequada, a alteração é essencial para fortalecer a saúde financeira dos planos, reduzir déficits e a necessidade de novos equacionamentos.

Quando a meta é elevada de forma compatível com o cenário econômico e o perfil dos planos, o valor presente das reservas necessárias para garantir os pagamentos futuros diminui. Em outras palavras, a Funcef precisa acumular menos recursos hoje para assegurar os pagamentos de todos os benefícios futuros.
A adequação da meta atuarial, aprovada em dezembro de 2024, alterou a taxa do REG/Replan Saldado de 4,5% +INPC para 4,75% + INPC e dos demais planos para 4,85% + INPC. A mudança já gerou impacto positivo de quase R$ 2 bilhões no Reg/Replan Saldado, R$ 240 milhões no Não Saldado, R$ 146 milhões para os assistidos do Novo Plano e R$ 23 milhões para os assistidos do REB, melhorando a solvência e fortalecendo o equilíbrio dos planos. Sem essa alteração, o Reg/Replan Saldado teria registrado novo déficit de quase R$ 700 milhões. A alteração da taxa praticamente eliminou o risco de novos equacionamentos
A alteração da taxa praticamente eliminou o risco de novos equacionamentos, garantindo mais alívio para os participantes ao praticamente "zerar" o déficit não equacionado do Saldado e tornando o Equilíbrio Técnico Ajustado (ETA) positivo, permitindo que a gestão dos recursos seja feita com maior segurança para todos os participantes. Essas decisões são baseadas em estudos técnicos rigorosos conduzidos internamente, validados por consultoria independente.

Vale destacar o empenho da Fenae, Anapar e Contraf-CUT para que a Funcef adequasse a meta para percentuais condizentes com a realidade da economia e dos investimentos dos planos.

O problema da redução da meta

Em 2017, a redução da meta atuarial de 5,51% + INPC para 4,5% + INPC trouxe efeitos negativos para todos os planos, mas no caso do o Reg/Replan Saldado e Não Saldado gerou um custo de mais de R$ 6,5 bilhões. Com a redução foi feita sem necessidade e sem amparo de um estudo técnico, acabou criando um déficit não equacionado – isso em um plano já deficitário e com equacionamento.

Esse déficit não equacionado permanece no balanço da Fundação como um passivo, impondo uma necessidade de rentabilidade superior à própria meta atuarial para cobrir essa diferença. Funciona como se o Reg/Replan estivesse operando no "cheque especial", e parte da rentabilidade dos investimentos é consumida para cobrir a correção do déficit não equacionado, dificultando ainda mais o alcance de superávits e aumentando o risco de novos equacionamentos.

Fonte: Contraf-CUT

Na votação com maior número de participantes dos últimos cinco anos, o Relatório 2024 da Cassi foi aprovado nesta segunda-feira, 26 de maio, com 80,5% dos votos válidos favoráveis. Dos 70.030 votantes, 49.395 votos foram considerados válidos (excluídos brancos e nulos), dos quais 39.773 responderam “SIM”, reconhecendo que o documento traduz a realidade da Caixa de Assistência do último ano, tanto na atuação financeira quanto nas ações de gestão.

Confira os números da votação, iniciada em 15 de maio:

OPÇÕES DE VOTO        Nº DE VOTOS

SIM                                   39.773

NÃO                                  9.622

BRANCOS                        9.527

NULOS                             11.108

TOTAL                              70.030

Transparência e participação

Nos meses de abril e maio, os diretores da Cassi realizaram 12 apresentações presenciais em capitais com maior concentração de associados para detalhar os resultados e esclarecer dúvidas. Além disso, ocorreram duas transmissões online, no início e no fim da jornada, abertas a todo o corpo social, além de reuniões com entidades representativas dos funcionários e aposentados do Banco do Brasil e lideranças dos Conselhos de Usuários da Cassi.

A iniciativa teve como objetivo ampliar o acesso dos associados aos dados da Instituição e garantir transparência na gestão dos recursos, além de possibilitar o acompanhamento da situação econômico-financeira.

O Relatório 2024 foi amplamente divulgado por e-mail, WhatsApp, aplicativo e site da Cassi, além das redes sociais da Instituição e das entidades representativas dos associados.

Instrumento de prestação de contas

O relatório anual da Cassi é um instrumento previsto no Estatuto da Caixa de Assistência, enviado também à Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), órgão regulador das operadoras de saúde. Antes da publicação, o conteúdo é analisado pelos Conselhos Deliberativo e Fiscal da Cassi — compostos por representantes dos associados e do Banco do Brasil — e por auditoria independente. Só é divulgado após parecer favorável dessas instâncias, que atestam a veracidade dos dados.

Ao longo do ano, os associados também podem acompanhar os resultados por meio do Visão Cassi, publicação mensal com dados econômico-financeiros, relatórios de gestão, informações sobre a população assistida e o uso dos serviços, além de análise gerencial sobre o cenário do período.

Apoio da base e mobilização

“As bancárias e os bancários seguiram a orientação da Contraf-CUT de votar pelo SIM no relatório, que expressa a realidade da Cassi. O voto desses companheiros será importante também para a aprovação de uma solução para o custeio da Caixa de Assistência, que estamos negociando com o BB. Os sindicatos fizeram um bom trabalho na base, que está acompanhando e mobilizada para defender esse importante patrimônio dos funcionários do BB”, afirmou Gustavo Tabatinga, secretário-geral da Contraf-CUT.

Fonte: Contraf-CUT

A Faculdade 28 de Agosto abriu as inscrições para o curso ESG - Fundamentos e Desafios para o Futuro, que será realizado do dia 9 ao dia 18 de junho, em quatro encontros (às segundas e quartas), das 19h00 às 20h30.

As inscrições devem ser feitas até o dia 6 de junho, com uma taxa única de R$ 150 para bancários filiados aos sindicatos da base da Contraf-CUT ou R$ 300 para o público em geral.

Inscreva-se aqui.

ESG é a abreviação de "Environmental, Social, and Governance" que, na tradução para o português significa "Ambiental, Social e Governança". O termo foi criado em 2004, em uma publicação do Pacto Global (da Organização das Nações Unidas/ONU) em parceria com o Banco Mundial, a partir de provocações do então secretário-geral da ONU, Kofi Annan, para 50 diretores de grandes instituições financeiras.

Trata-se de uma série de critérios para avaliar o desempenho de empresas em termos de sustentabilidade, responsabilidade social e transparência e que passou a influenciar as instituições financeiras na determinação de carteiras e modelos de negócios nos últimos anos.

Em nota, na página de inscrição do curso, a Faculdade 28 de Agosto explana que, os "movimentos sociais e políticos recentes têm colocado em xeque as políticas e programas de ESG", o que será abordado nas aulas ministradas pela doutora em Ciências Sociais pela PUC-SP, Lilian Rose Arruda. "O objetivo deste curso é conhecer os conceitos de sustentabilidade e ESG que dão base para muitas empresas adotarem suas práticas de ESG e verificar ferramentas importantes que são utilizadas para este fim. Trata-se de refletir, também, sobre os limites das políticas de ESG no âmbito das empresas e em determinados contextos sociais e políticos", completa a instituição de ensino.

Para inscrever-se e acessar a descrição detalhada (ementa) do curso, clique aqui.

Em caso de dúvidas, você poderá entrar em contato direto com a Faculdade 28 de Agosto via WhatsApp: clique aqui.

Fonte: Contraf-CUT

A Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae), em parceria com a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), elaborou uma cartilha sobre o Saúde Caixa.

O material traz um histórico da assistência à saúde dos trabalhadores, desde o extinto Serviço de Assistência e Seguro Social dos Economiários (Sasse), passando prelo Programa de Assistência Médica Supletiva (Pams), até chegar ao Saúde Caixa e a situação atual do plano.

“A cartilha é um subsídio fundamental para a luta em defesa do Saúde Caixa, que é uma das maiores conquistas das empregadas e empregados da Caixa. Por isso, orientamos que as entidades distribuam o material para dirigentes, empregadas e empregados da Caixa de suas respectivas bases sindicais, como uma forma de esclarecer, capacitar e mobilizar os trabalhadores para o debate em torno da renovação do aditivo ao Acordo Coletivo de Trabalho sobre o plano, que deve ser renovado até o final de 2025”, explicou o coordenador da Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa, Felipe Pacheco.

Fonte: Contraf-CUT

O Centro de Formação Profissional 28 de Agosto lança nova turma do curso Paternidade e Maternidade com Relações Compartilhadas, destinado aos interessados em aprender a construir boas relações com os filhos.

As inscrições já podem ser feitas (clique aqui) para as aulas que serão ao vivo e totalmente online, de 9 a 12 de junho (segunda a quinta), das 19h30 às 21h30.

Para o público em geral, o valor total é R$ 250, mas para os bancários filiados aos sindicatos da base da Contraf-CUT o valor é de apenas R$ 150.

Bancário, amplie sua licença paternidade para 20 dias!

O curso é pré-requisito para que os bancários tenham a licença-paternidade de 20 dias - uma conquista da categoria, obtida na Campanha Nacional de 2016.

"O curso paternidade responsável é fundamental para que os homens compreendam a dinâmica de lidar com uma criança recém-nascida, algo que historicamente foi delegado apenas às mulheres. Por isso, nós incentivamos a inscrição dos colegas neste curso, para que possam compartilhar, da forma mais justa possível, esse trabalho de cuidado com os filhos, e assim reduzir o peso que recai mais sobre as mulheres", destaca a secretária da Mulher da Contraf-CUT, Fernanda Lopes.

“O curso é interdisciplinar, realizado por professores de diversas áreas da educação, psicologia, sociologia e médica", explica uma das docentes do curso, Ana Tercia Sanches. "A chegada de uma criança é um momento especial, que ficará marcado na vida dos pais e das mães, afinal, no corre-corre da vida destinamos pouco tempo para pensar nestas relações e cuidados tão essenciais”, observou.

Para mais informações e para inscrições acesse o link - Paternidade e Maternidade com Relações Compartilhadas.

Fonte: Contraf-CUT

Nesta sexta-feira, 23 de maio, a Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro dos Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo (Fetraf RJ/ES), que representa os Sindicatos dos Bancários de Angra dos Reis e Região, Baixada FluminenseEspírito SantoItaperuna e Região, Macaé e Região, Nova Friburgo e Região e Três Rios e Região, completa 67 anos de história, de lutas e de conquistas para a categoria bancária, e em defesa da democracia.

O Sindicato dos Bancários da Baixada Fluminense parabeniza a entidade e destaca sua relevância na unificação nacional da categoria e na conquista e manutenção dos direitos das bancárias e bancários. 

HISTÓRIA

Fundada em 1958, dentro de um esforço coletivo de sindicalistas bancários de todo o país, para a construção de uma entidade nacional, a Fetraf RJ/ES tem uma extensa trajetória de lutas e conquistas, se firmando como uma referência nacional do movimento sindical bancário.

A avalição negativa dos usuários do Saúde Caixa em relação ao plano de saúde das empregadas e empregados da Caixa Econômica Federal cresceu em 2024. É o que aponta os dados da Pesquisa de Satisfação apresentada na reunião do Grupo de Trabalho (GT) do Saúde Caixa, composto por representantes do banco e dos trabalhadores, em conjunto com o Conselho de Usuários do plano, que ocorreu na quarta-feira (21).

“A avaliação negativa vem numa crescente, com destaque para a insatisfação com os valores pagos nas mensalidades e com a rede credenciada”, observou o diretor da Contraf-CUT, Rafael de Castro. “E isso reforça ainda mais nossa campanha pelo não reajuste das mensalidades pagas pelos usuários do plano pela melhoria da rede. E a Caixa é a responsável por viabilizar estas duas reivindicações”, completou.

Número negativos

Segundo dados apresentados pela empresa contratada pela Caixa para fazer a pesquisa, 33,8% têm avaliação negativa com relação à solicitação de reembolso. Outros 11,43% têm avaliação neutra em relação a este ponto. Em 2023, na pesquisa anterior, as avaliações negativas e neutra de reembolso eram de 31,8% e 12,5%, respectivamente.

Percentuais semelhantes foram constatados em relação ao relacionamento (28,5% negativa) e à comunicação (32,5%).

Com relação à rede credenciada, 21,8% fizeram avaliação negativa e outros 26,6% neutra, quando a avaliação não é negativa, mas também não é positiva.

“Mais de um terço avaliaram negativamente o processo de solicitação de reembolso e percentuais semelhantes foram registrados em outros pontos. Mas, o mais grave é que 37,7% não conseguem ver a importância do nosso plano de saúde, que é uma das nossas principais conquistas, que sempre foi considerada como uma das ‘joias da coroa’ das empregadas e empregados”, apontou o coordenador da Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa, Felipe Pacheco. “Essa desvalorização do nosso plano faz com que 29,6% considerem, inclusive, a possibilidade de saída do Saúde Caixa”, observou.

Motivos apontados para a saída

Para 38,8%, o aumento do custo é o motivo que levaria à saída do Saúde Caixa. Outros 15,1% afirmaram que a rede credenciada de hospitais, clínicas e laboratórios é que os levariam a essa tomada de decisão. Já para 11,7%, os profissionais da rede seriam o motivo para deixar do plano.

“Isso comprova a importância de nossas reivindicações para que não ocorra o reajuste das mensalidades, para a melhoria urgente da rede credenciada, assim como para a rápida implementação dos comitês de credenciamento e descredenciamento, que podem ajudar a resolver mais rapidamente questões de relacionamento e operacionais, tanto com usuários quanto com prestadores de serviços”, ressaltou o coordenador da CEE/Caixa. “E é bom que fique claro, que estas constatações são de uma pesquisa feita pelo próprio banco”, completou.

Relatório administrativo 2024

Sobre o Relatório Administrativo do Saúde Caixa, os empregados ressaltaram a importância dos dados, mas avaliam que é preciso criar grupos de trabalho específicos para analisar e debatê-los.

>>>>> Leia a íntegra do relatório

“A própria Caixa identificou cerca de R$ 170 milhões de custo com terapias e tratamentos ligados a doenças mentais e comportamentais e um expressivo aumento dos casos de internações entre 2022 e 2024”, observou o coordenador do GT do Saúde Caixa, Leonardo Quadros, que é diretor de Saúde e Previdência da Fenae. “E este é um debate que extrapola o relatório em si, pois se trata do adoecimento dos empregados da Caixa, que é uma consequência também da gestão comercial e de pessoas. Estamos falando da cobrança excessiva pelo cumprimento de metas, de metas abusivas, da falta de condições de trabalho, sobrecarga, enfim, é um problema que vai além do Saúde Caixa em si, mas que desemboca no plano de saúde e nos seus custos. Literalmente, os empregados pagam pela falência da política de gestão de pessoas na administração de Carlos Vieira. E pagam cada vez mais, já que a atual direção do banco manteve o teto para o custeio do plano na recente alteração estatutária”, completou.

Fonte: Contraf-CUT

O mercado de trabalho formal brasileiro apresentou, no primeiro trimestre de 2025, um saldo positivo de 654.503 novos postos de trabalho com carteira assinada, segundo dados do Novo Caged, do Ministério do Trabalho e Emprego. Apesar do crescimento, o resultado é 9,8% inferior ao registrado no mesmo período de 2024, demonstrando uma desaceleração no ritmo de geração de empregos. Os setores de Serviços, Construção, Indústria e Agropecuária puxaram o saldo positivo, enquanto o Comércio foi o único com fechamento de vagas (-13.659).

Em março, foram abertas 71.576 vagas formais, com 2.234.662 admissões contra 2.163.086 desligamentos. Já no conjunto do mercado de trabalho, que inclui empregos formais e informais, a taxa de desocupação foi de 7,0% no trimestre encerrado em março — um total de 7,7 milhões de pessoas desempregadas. A subutilização da força de trabalho alcançou 17,9%, atingindo 18,5 milhões de pessoas, e o número de desalentados chegou a 3,2 milhões.

Setor financeiro mantém crescimento modesto, mas bancos seguem cortando vagas

No ramo financeiro, com exceção dos bancos e holdings não-financeiras, o saldo foi positivo: 780 novas vagas em março, 3.137 no trimestre e 12,4 mil nos últimos 12 meses — uma média de mil postos por mês. As atividades que mais contribuíram foram o crédito cooperativo, os serviços auxiliares e os ligados a seguros, com mais de 10,5 mil novas vagas no período.

Contudo, é importante destacar que não há uma classificação específica que identifique as fintechs e instituições de pagamento nos registros do Caged, o que dificulta uma análise mais precisa da evolução desses segmentos.

Bancos seguem na contramão e aprofundam fechamento de postos de trabalho

O setor bancário formal segue reduzindo postos de trabalho. No primeiro trimestre de 2025, foram eliminadas 1.197 vagas — número 67,8% superior ao registrado no mesmo período de 2024. Em 12 meses, o corte foi ainda mais expressivo: 7.473 postos a menos. Só em março, 1.111 vagas bancárias foram extintas.

Para Walcir Previtalle, secretário de Assuntos Socioeconômicos da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), os números são alarmantes e evidenciam a falta de compromisso do setor bancário com o desenvolvimento social do país.

“Mais uma vez os bancos, um setor que apresenta lucros bilionários, trava o crescimento econômico e social do nosso país. Não existe nenhum compromisso social do sistema financeiro. Nada!”, critica.

O pior desempenho foi dos Bancos Múltiplos com Carteira Comercial, com a eliminação de 5.408 vagas em 12 meses. A Caixa Econômica Federal (CEF) foi responsável por -2.901 postos no período, resultado diretamente ligado aos Planos de Desligamento Voluntário (PDVs) promovidos pela empresa.

Redução se concentra nas áreas fim; TI é única com crescimento

A análise por área ocupacional revela que o maior impacto ocorreu nas atividades diretamente relacionadas à função bancária, com retração de 9.105 postos em um ano, atingindo principalmente caixas, escriturários e gerentes. As áreas administrativa e de atendimento ao público também apresentaram saldos negativos, ainda que em menor escala.

Na contramão desse cenário, a área de Tecnologia da Informação foi a única com crescimento significativo: foram criadas 1.842 vagas em 12 meses. O dado evidencia a reconfiguração do setor, com corte de funções tradicionais e ampliação de postos ligados à tecnologia.

Walcir Previtalle ressalta que a política de fechamento de agências físicas e digitalização forçada do atendimento está por trás da redução de vagas. “A política de fechamento de agências, eliminando o atendimento físico aos clientes e obrigando-os à utilização exclusiva de canais digitais, tem sido motivo da extinção de milhares de postos de trabalho, como aponta o Novo Caged”, afirma.

Além disso, o dirigente alerta para práticas que fragilizam ainda mais a categoria bancária. “A clássica profissão de bancário segue ameaçada pelo setor patronal que, além do fechamento de agências físicas e a extinção de postos de trabalho, também utiliza-se da terceirização como forma de fraudar nossas conquistas sociais históricas, contidas em nossa Convenção Coletiva de Trabalho, a CCT”, denuncia Previtalle.

Falta de jovens contratados e alta rotatividade preocupam

Outro dado alarmante diz respeito à ausência de contratações por primeiro emprego no setor bancário nos últimos 12 meses, o que pode indicar a não efetivação de jovens aprendizes e estagiários ou falhas no registro pelos bancos. Das admissões realizadas no período, 96% foram por reemprego e apenas 4% correspondem à reintegração de trabalhadores.

No mesmo intervalo, 50,8% dos desligamentos foram sem justa causa, 42,1% a pedido e 3,6% com justa causa. Não houve registros de desligamentos por aposentadoria.

Desigualdade de gênero se acentua

Os dados do Novo Caged também revelam uma preocupante desigualdade de gênero no setor. Das 1.197 vagas fechadas no primeiro trimestre de 2025, 66,5% correspondiam a mulheres. Houve 17% menos admissões e 98% mais desligamentos de mulheres em relação aos homens. Esse cenário está diretamente relacionado ao crescimento das áreas de tecnologia, tradicionalmente ocupadas por homens.

Sudeste lidera corte de vagas; só duas unidades da federação registram saldo positivo

Regionalmente, todas as regiões do país perderam empregos bancários nos últimos 12 meses. O Sudeste lidera o saldo negativo com -3.794 vagas, seguido pelo Sul (-2.434), Nordeste (-844), Norte (-302) e Centro-Oeste (-99).

Apenas duas unidades da federação tiveram saldo positivo: o Distrito Federal, com 381 novas vagas, e o Maranhão, com 25. Os estados mais afetados foram o Rio de Janeiro (-1.363), São Paulo (-1.058) e Minas Gerais (-1.049).

Fonte: Contraf-CUT

O banco Santander informou nesta terça-feira (21) que vai antecipar o pagamento da primeira parcela do 13º salário exclusivamente para os trabalhadores admitidos em dezembro de 2024. O valor será creditado junto com a folha de pagamento de maio de 2025.

Segundo o comunicado enviado pelo banco, os encargos tributários sobre essa parcela antecipada serão aplicados somente na segunda parcela do 13º, prevista para ser paga na folha de dezembro.

Fonte: Contraf-CUT