Maio 21, 2025
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Imprensa

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Em meio à divulgação do vídeo da reunião ministerial de 22 de abril, algumas das colocações do ministro da Economia, Paulo Guedes, receberam menos destaque que a de outros integrantes do gabinete de Jair Bolsonaro.

Falando de forma explícita, Guedes defendeu a privatização do Banco do Brasil. Na reunião, não há divergência entre o economista e o presidente da República, exceto quanto à data: o primeiro defende a venda imediata; o segundo, apenas em 2023.

Em entrevista à TV 247, a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira, diz que a intensão do governo teria repercussões diretas para toda a população: “Alimento mais caro na mesa do brasileiro”.

“A gente já tem, no Brasil, 2.340 municípios que não têm agências bancárias. Houve uma piora durante o governo Bolsonaro. Os bancos privados só querem estar em locais considerados ‘lucrativos’. A grande consequência seria ausência de crédito, ou crédito mais caro. Há lugares que 82% do crédito vêm dos públicos”, explicou.

Entender o impacto no preço dos alimentos, especificamente em um caso de venda do Banco do Brasil, é simples. Cerca de 70% do crédito agrícola no Brasil é concedido pela instituição e pelo Banco do Nordeste, também público. Os dados apontam que os privados atuam majoritariamente na região sudeste, reforçando desigualdades regionais.

Sem estas instituições, a agricultura familiar – principal produtora de alimentos – teria piores condições na obtenção de crédito, dificultando a produção.

Privatizar: Projeto Antigo


Juvandia lembrou que a entrega do Banco do Brasil à iniciativa privada é uma intenção posta no país desde o governo Temer.

“Eles não fizeram a privatização antes, porque a gente conseguiu uma liminar [em 2017] no Supremo impedindo a privatização. Para privatizar, teria que passar no Congresso Nacional”, lembrou.

Na decisão de mérito do Supremo Tribunal Federal (STF), o plenário da Corte decidiu que a venda de empresas deve passar pelo Legislativo, mas não a de subsidiárias. Desde então, a estratégia privatista tem se adequado, buscando a venda de ativos específicos das estatais.

“Aí é que está a questão: eles querem entregar tudo e a reunião deixa claro. Ele coloca o servidor público como inimigo. Essas declarações só mostram que estão ali para fazer negócio, para atender os próprios interesses, que são os do mercado financeiro”, disse Juvandia.

Os interesses mencionados pela dirigente sindical também afetam a concessão de crédito em outras áreas, notadamente para as empresas pequenas e médias. Na reunião que teve sua gravação divulgada, Guedes também afirma que emprestar a estas empresas é “perder dinheiro”.

“Das principais linhas de crédito [a este setor], os R$ 40 bilhões que anunciaram, é a que está pior. Só 4% desse dinheiro foram emprestados. Só 77 mil empresas conseguiram, e mais de um milhão poderiam acessar. As pequenas empresas são responsáveis pela maior parte dos empregos. Não ter crédito significa não ter emprego”, apontou.

Conforme lembrado por ela, o Sebrae estima que as empresas de pequeno e médio porte são responsáveis por 90% dos empregos no País.

Fonte: Reconta aí, com edições da Contraf-CUT

 

A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), assessorada pela Comissão Executiva dos Empregados (CEE), enviou ofício ao presidente da Caixa, Pedro Guimarães, para reivindicar a exclusão da opção “Não faço parte do Grupo de Risco” em protocolo da Caixa.

A Contraf-CUT tem recebido denúncias dos sindicatos e federações de que a opção pela autodeclaração de pertencimento ou não pertencimento a grupo de risco tem gerado pressão por parte de gestores da Caixa.

“Solicitamos que a Caixa tire essa opção do empregado preencher essa declaração se autodeclarando como não pertencente a grupos de risco. E principalmente que os gestores não forcem que os empregados a se autodeclarem assim. O colega assinalar na autodeclaração que não é de risco sem fazer um acompanhamento rotineiro de sua saúde é colocar uma responsabilidade para o trabalhador absurda. Isso porque a pessoa pode ter adquirido/desenvolvido algo e não saber, além disso os estudos sobre a Covid-19 são recentes e o grupo de risco tem sido atualizado não cabendo ao empregado se enquadrar e sim a área de saúde e segurança do banco identificar os possíveis riscos”.

Na semana passada, a Contraf-CUT já havia questionando a razão pela qual a Caixa está abrandando o protocolo de atuação de gestores e empregados durante a pandemia do novo coronavírus (Covid-19). Para os representantes dos trabalhadores, a mudança expõe um retrocesso na prevenção e promoção da saúde.

Fonte: Contraf-CUT

A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) repudia veementemente a declaração do presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, debochando do trabalho remoto feito pelos trabalhadores, durante a reunião ministerial em que o ex-ministro Sergio Moro apontou interferência do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na Polícia Federal. “Olha vocês tão em casa? Eu tenho 30 mil funcionários na rua. Não tem esse negócio, essa frescurada de home office. Eu já visitei 15 agências, e você em casa?”, disse o presidente da Caixa.

Pedro falava de uma negociação de publicidade com uma emissora de TV, quando reclamou das “porradas” que levava da imprensa. Neste momento questionou o home office. Ele citou os pagamentos, mas sem detalhar, como argumento contra o afastamento do trabalho. “Quer dizer, eu posso ter 30 mil brasileiros nas agências. Sabe quantas pessoas a Caixa está pagando hoje? Sete milhões de pessoas e todo mundo em home office. Que porcaria é essa?”, reclamou.

“É simplesmente um absurdo! Essa pessoa não tem a mínima ideia o que de fato é ser um empregado da Caixa, está expondo os trabalhadores para se promover. Os empregados merecem respeito pela tarefa que cumprem através da Caixa seja estando nas agências durante todos os períodos, seja nas outras áreas, que também são importantes para o funcionamento do banco. Essa fala mostra o que ele realmente pensa e vem, na verdade, corroborar com as com medidas de abrandamento das ações de prevenção à saúde e segurança dos empregados, no momento em que a Covid-19 mais contamina e mata pessoas”, disse o coordenador da Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa, Dionísio Reis. “Ele põe em risco não apenas os empregados, mas toda a população que busca o banco para ter acesso aos seus direitos”, completou.

Fonte: Contraf-CUT

O Coletivo Nacional de Saúde do Trabalhador da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) se reuniu na sexta-feira (22), por videoconferência, para debater a situação da categoria bancária durante a pandemia e os reflexos das mudanças nos procedimentos do INSS.

Todos os representantes dos trabalhadores presentes na reunião protestaram contra as atitudes de alguns bancos, que ensaiam a flexibilização das medidas protetivas sem negociar com os sindicatos, num momento de aumento do número de casos e mortes pela Covid-19.

De acordo com o secretário de Saúde do Trabalhador da Contraf-CUT, Mauro Salles, a ideia de flexibilização nos procedimentos de prevenção é inadmissível nesse momento. “Em algumas situações, algumas agências não fazem sequer a sanitização do ambiente tendo caso confirmado do novo coronavírus e têm dificultado o afastamento de quem teve contato com colegas com suspeita de contaminação”, afirmou.

De acordo com o Coletivo, essas situações têm contribuído para aumentar a insegurança dos bancários. “Tensão e medo são a tônica na categoria diante do cenário nacional de aumento de casos e, diante da postura de alguns bancos, que deveriam dar segurança e tranquilidade para o trabalho, mudam procedimentos de forma pouco transparente, parecendo que a prioridade são os negócios e não a saúde e a vida”, disse Mauro Salles.

Outra situação que causa dificuldades para a categoria bancária é a situação do INSS. Há poucas agências para o atendimento ao público, o benefício auxilio acidente é concedido no valor de um salário mínimo, através da apresentação de laudos médicos via aplicativo, sem realizar perícia no momento. “Ocorre que os bancos não estão fazendo a complementação entre o que o INSS paga e o salário do trabalhador, conforme estabelece nossa Convenção Coletiva de Trabalho. Estão realizando como antecipação o que traz prejuízo aos bancários”, disse o secretário da Saúde do Trabalhador da Contraf-CUT.

Os representantes dos trabalhadores também debateram na reunião a necessidade de emissão de Comunicação de acidente de Trabalho (CAT) para quem adquiriu Covid-19, conforme estabelece a legislação. “A CAT é um registro necessário mesmo na suspeita de doença do trabalho e serve para garantir futuros problemas de saúde e a busca do nexo para caracterização de acidente de trabalho”, disse Mauro Salles.

O Coletivo Nacional de Saúde definiu solicitar ao Comando Nacional dos Bancários uma reunião específica com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) para tratar destes temas entre outras questões.

Fonte: Contraf-CUT

O ministro da Economia, Paulo Guedes, declarou na reunião ministerial do dia 22 de abril que “Nós vamos ganhar dinheiro usando recursos públicos pra salvar grandes companhias. Agora, nós vamos perder dinheiro salvando empresas pequenininhas”.

“Ou seja, em meio a uma pandemia que resultará em uma crise econômica gravíssima, o ministro da Economia do governo Bolsonaro, mais uma vez, revela sua mentalidade neoliberal e mostra que enxerga o governo como um banco privado ao avaliar uma suposta perda de recursos públicos ao salvar empresas de porte menor, que são as responsáveis pela maior quantidade de vagas de emprego no país”, afirmou o coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), João Fukunaga.

Em 2019, as micro e pequenas empresas abriram 731 mil vagas formais, enquanto as médias e grandes fecharam 88 mil. Considerando os dados de 2007 a 2019, os pequenos negócios criaram 12,4 milhões de vagas. Enquanto isso, médias e grandes empresas fecharam 1,5 milhão. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e foram compilados pelo Sebrae.

Na mesma reunião ministerial do dia 22 de abril, que foi divulgada na sexta-feira (22), pelo ministro do STF, Celso de Mello, Guedes também afirmou que “tem que vender essa porra logo”, em referência ao Banco do Brasil.

“Com esta declaração, Guedes despreza a função social que uma instituição pública do porte do Banco do Brasil, que esbanja liquidez e rentabilidade, deveria exercer durante a crise do coronavírus, por meio da concessão de crédito para ajudar as micro e pequenas empresas”, afirmou Fukunaga.

Não é só Carlos Bolsonaro que anda assediando o Banco do Brasil. Segundo a revista Veja, empresários bolsonaristas querem a cabeça do chefe do banco, Rubem Novaes, por incompetência na condução da instituição. Justamente porque, no meio da crise do coronavírus, Novaes não tem agilidade para liberar crédito.

Redução do crédito para micro, pequenas e médias empresas

Segundo as demonstrações financeiras do Banco do Brasil, entre março de 2016 e março de 2020 o valor da carteira para micro, médias e pequenas empresas (MPME) foi reduzida de R$ 127,3 bilhões para R$ 65,9 bilhões. No mesmo período, a carteira de crédito total encolheu de R$ 411,5 bilhões para R$ 272,9 bilhões, em valores reais (considerada a inflação do período).

“O banco já vinha perdendo carteira e, hoje, este cenário desolador causado pelo coronavírus está dificultando a liberação de crédito para quem realmente precisa, que é o micro e pequeno empresário, o que reflete muito na visão do Paulo Guedes explicitada no vídeo da reunião ministerial do dia 22 de abril”, afirmou Fukunaga.

“O Banco do Brasil é uma empresa pública com mais de 200 anos de história e deveria exercer a função social de conceder crédito para o setor produtivo preservar empregos, especialmente em meio a esta crise de proporções muito sérias. Mas, ao invés de utilizá-lo como instrumento anticíclico, o ministro da Economia prefere usar de palavreado de baixo calão para atacar a instituição e defender sua venda”, finaliza o dirigente.

Fonte: Contraf-CUT

A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) lança nesta segunda-feira (25) mais uma pesquisa online em seu site para saber as opiniões da categoria durante a pandemia do coronavírus (Covid-19). Clique aqui e participe da pesquisa.

A última pesquisa, encerrada no início do mês, mostrou que cerca de 80% das agências do Brasil já disponibilizaram informações para que os clientes evitem os bancos durante uma pandemia. A média é a mesma em relação à disponibilização do uso de máscaras e à marcação do piso para manter a distância entre as pessoas como proteção contra a Covid-19. Já de álcool gel o número sobe para 95%.

Em relação à movimentação das agências durante a pandemia, 9,47% disse que está muito mais vazia, 29,68% afirmou que está mais vazia, 17,21% contou que o funcionamento está normal, 18,01% falou que está mais cheia e 25,64% disse que está muito mais cheia.

Fonte: Contraf-CUT

Após ter sido avisado pelo Sleeping Giants Brasil, o Banco do Brasil havia se somado a inúmeras empresas e retirado publicidade de um site de extrema-direita, conhecido por espalhar fake news, para não ter sua imagem e nome ligados a um site que dissemina mentiras. Mas, após críticas do vereador do Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro (Republicanos), o banco voltou atrás.

“É mais um caso de interferência no Banco do Brasil que mostra a inexpressividade do seu presidente e também o uso do banco para fins pessoais”, disse o coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), João Fukunaga. “Já tivemos promoção relâmpago do filho do Mourão, proibição da veiculação de publicidade voltada aos jovens, patrocínio de jantar nos Estados Unidos em homenagem a Bolsonaro e agora manutenção da publicidade em mídia acusada de disseminação de fake news favoráveis a Jair Bolsonaro. Que outras evidências de uso pessoal da máquina pública serão necessárias para se abrir um processo de investigação”, completou o dirigente.

Conheça a história

Sleeping Giants Brasil, que se ocupa de pressionar empresas para que elas não anunciem em sites que difundem notícias falsas e desinformação, publicou, na terça-feira (19), um tuite alertando o banco que publicidade do BB estava sendo veiculada no site Jornal da Cidade On Line, que tem esse perfil.

Na quarta-feira (20), o Banco do Brasil respondeu agradecendo o envio da informação, e comunicando a retirada dos “anúncios de comunicação automática” do referido site. “Repudiamos qualquer disseminação de FakeNews”, concluiu o BB em seu tuite de resposta.

Na própria quarta-feira, Carlos Bolsonaro, conhecido por comandar o “gabinete do ódio”, que virou alvo da CPI da fake news, disse em seu perfil do Twitter que o “Marketing do @BancodoBrasil pisoteia em mídia alternativa que traz verdades omitidas”.

Após a queixa do vereador, o Banco do Brasil voltou atrás e resolveu manter os anúncios no site acusado de difundir fake news. Segundo notícia veiculada pelo jornal O Globo, o recuo também se deve à interferência do secretário de Comunicações da Presidência, Fabio Wajngarten, que disse estar “contornando a situação”.

“Como um banco, que se gaba de estar preparado para a privatização, que alega que seus acionistas minoritários impedem que o banco seja utilizado para políticas sociais e para a redução das taxas de juros, se permite ser utilizado para esta finalidade? Os acionistas minoritários não vão reclamar da manutenção da publicidade em site acusado de disseminar fake news? Vão querer ver a imagem do banco associada a este tipo de veículo de (des)comunicação?”, questionou a secretária de Juventude e representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) na CEBB, Fernanda Lopes. “Ou este argumento só é válido em certas ocasiões?”, completou a dirigente da Contraf-CUT.

Entre as empresas que já anunciaram o bloqueio de publicidade no site do Jornal da Cidade On Line após a campanha do Sleeping Giants estão o Telecine, a Dell, o Canal History e o IFood.

Fonte: Contraf-CUT

A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro Contraf-CUT, assessorada pela Comissão Executiva dos Empregados (CEE), enviou um ofício ao presidente da Caixa, Pedro Guimarães, questionando a razão pela qual a Caixa está abrandando o protocolo de atuação de gestores e empregados durante a pandemia do novo coronavírus (Covid-19). A mudança, que expõe um retrocesso na prevenção e promoção da saúde, foi informada aos empregados na segunda-feira (18) e causou medo entre os trabalhadores do banco.

“Reduzir o protocolo de saúde e segurança num momento como o que vivemos é uma completa loucura. As pessoas estão se contaminando cada vez mais pelo Brasil, o número de mortos, infelizmente, não para de crescer numa progressão exponencial, inclusive entre nossos colegas, e a direção do banco resolve diminuir a proteção dos seus empregados. É uma triste mostra do que os trabalhadores representam para os seus gestores. Não passam de mão de obra. Para piorar, essa atitude foi tomada sem qualquer negociação com as entidades representativas dos trabalhadores”, criticou Dionísio Reis, coordenador da CEE/ Caixa.

“É ainda pior do que foi divulgado. Quem deveria estar discutindo os protocolos de segurança, que é o pessoal da Gipes, foram enviados para as agências para atender o auxílio emergencial”, revelou o coordenador da CEE/Caixa.

A Comissão cobra ainda uma análise sobre a questão do empregado autodeclarar-se ser do grupo de risco. A medida adotada pelo banco público induz o empregado e transfere a ele uma responsabilidade absurda. “Não é possível a pessoa saber se é de risco ou não. Ela pode ter adquirido algo sem saber. O grupo de risco tem sido atualizado frequentemente e não cabe ao empregado Caixa e sim a área da saúde e segurança do banco identificar esses riscos”, afirmou o Dionísio Reis.

A CEE/Caixa reitera também o pedido de inclusão no Saúde Caixa dos quase dois mil empregados que continuam sem plano de saúde. Após inúmeros pedidos, a Caixa continua negligenciando os trabalhadores e deixando sem a cobertura de um plano de saúde, principalmente nesse período de pandemia.

O documento solicita ainda os dados estatísticos da situação dos empregados nas agências, como a relação oficial de empregados que estão contaminados, os recuperados e os mortos em decorrência da Covid-19.

Clique aqui e leia a íntegra do ofício.

Fonte: Contraf-CUT

A cartilha Gestão pelo Medo na Caixa, divulgada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/CUT) e pela Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), é um alerta aos trabalhadores sobre o adoecimento físico e mental da categoria e uma orientações para denunciar práticas como assédio moral e descomissionamento arbitrário.

A publicação, elaborada com assessoria da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa), traz relatos de empregados da Caixa que sofreram assédio moral e como isso afetou a saúde deles.

“Essas práticas são muito graves, ainda mais num momento como o que vivemos, no qual todas as pessoas estão com o seu estado emocional abalado. Mesmo assim, os empregados não abandonam a linha de frente em prol do atendimento da população. Entretanto, alguns gestores os pressionam a trabalhar de forma desumana e expõem suas saúdes aos mais diversos riscos”, ressalta Dionísio Reis, coordenador da CEE/Caixa.

Nos relatos, trabalhadores do banco público contam a pressão pelo cumprimento de metas e ameaças de descomissionamento. “Fui diagnosticado com Síndrome de Burnout (distúrbio ligado ao trabalho) e fiquei dois meses internado em uma clínica psiquiátrica”, desabafa um empregado.

A cartilha traz ainda dados de uma pesquisa sobre a saúde dos trabalhadores do banco, realizada em 2018 pela Fenae, que apontou o adoecimento da categoria: 60% estão sobrecarregados, 33% já tiveram problema de saúde por causa do trabalho; 60,5% dos casos são doenças psicológicas e causadas por estresse; 20% sofrem de depressão ou ansiedade; 19,6% buscam acompanhamento psicológico ou psiquiátrico; 53,6% já sofreram assédio moral e apenas 3% dos casos de assédio moral foram registrados no RH da Caixa.

“É fundamental que os empregados da Caixa denunciem o assédio e outras práticas que atentam contra a saúde deles. As entidades sindicais e associativas têm denunciado e cobrado da direção da Caixa soluções para o problema e condições dignas de trabalho na empresa”, enfatizou o presidente da Fenae e secretário de Finanças da Contraf-CUT, Sergio Takemoto.

A cartilha está disponível na área de Publicações do site.

Fonte: Contraf-CUT

A Caixa lucrou R$ 3,05 bilhões no primeiro trimestre de 2020, com queda de 22% em relação ao mesmo período de 2019 e de 38% ao trimestre de 2019. De acordo com relatório da Caixa, a redução do lucro se deu, principalmente, em razão da redução da margem financeira em aproximadamente 13,9% e compensado pelas reduções de 1,3% com despesa de pessoal e 2,4% com outras despesas administrativas. A queda da margem financeira foi influenciada pelas reduções de 7,9% em receitas das operações de crédito e 32,9% em resultado de Título e Valores Mobiliários e derivativos, compensadas pela redução de 12,1% em despesas de captação. A rentabilidade foi de 14,4%, com alta 2 pontos percentuais em doze meses.

Para Fabiana Uehara Proscholdt, secretária da Cultura e representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) nas negociações com o banco, lembra que, apesar da queda na comparação com os trimestres anteriores, o banco continua lucrando e muito. “A economia mundial sofreu um baque inesperado por conta da pandemia do coronavírus (Covid-19) e com a Caixa não poderia ser diferente. Um lucro de três milhões em três meses não é para qualquer empresa. Só um banco muito forte, feito pelos seus empregados e para a população. Por isso, nossa reivindicação sempre será Caixa 100% Pública.”

A Caixa encerrou 1º trimestre de 2020 com 84.113 empregados, com o fechamento de 713 postos de trabalho em relação ao 1º trimestre de 2019 (contudo, foram acrescidos 47 postos de trabalho no trimestre). Em doze meses, foram fechadas três agências, 29 Postos de Atendimentos, 44 lotéricas e 75 Correspondentes Caixa Aqui. Em contrapartida, a Caixa registrou o incremento de 4,1 milhões de novos clientes.

A carteira de crédito amplo da Caixa apresentou ligeira expansão (0,9%) na comparação trimestral, e crescimento de 2%, em doze meses, totalizando R$ 699,6 bilhões. A Carteira Comercial Pessoa Física cresceu 1,8% em doze meses, totalizando R$ 82,6 bilhões. A Carteira Comercial Pessoa Jurídica apresentou queda de 17,1% no período, somando R$ 38,7 bilhões. Com saldo de R$ 470,4 bilhões no trimestre e participação de 67,2% na composição do crédito total, o crédito imobiliário cresceu 1,1%, no trimestre, e 5,2%, em doze meses. A carteira de infraestrutura cresceu 0,8% na comparação trimestral, e 1,2%, em doze meses, totalizando R$ 84,7 bilhões. A taxa de inadimplência para atrasos superiores a 90 dias foi de 3,14%, com variação de 0,67 p.p.

As receitas de prestação de serviços e com tarifas bancárias caíram 11,4% em doze meses, totalizando R$ 5,8 bilhões no trimestre. Embora em menor proporção, as despesas de pessoal, considerando-se a PLR, também diminuíram – 5% em doze meses, totalizando 5,6 bilhões. Assim, no 1º trimestre de 2020, a cobertura das despesas de pessoal pelas receitas secundárias do banco foi de 103,5%.

Veja aqui os destaques do Dieese.

Fonte: Contraf-CUT