Julho 01, 2025
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O twittaço realizado na manhã desta terça-feira 7 cobrando proposta decente dos bancos na Campanha Nacional 2018 esteve, por cerca de 2 horas, entre os 10 assuntos mais comentados do Twitter no Brasil, alcançando a sétima posição dos trending topics no país. Utilizando a hastag #QueroPropostaDecente, bancários pedem, desde as 9h, valorização pela sua força de trabalho, garantias de emprego e proteção contra contratos precários previstos na nova legislação trabalhista.

Nessa terça-feira 7, acontece negociação entre Comando Nacional dos Bancários e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), com o compromisso dos banqueiros de apresentar proposta global para a categoria. Na quarta 8, bancários de todo país realizam assembleias de avaliação da proposta. Em São Paulo, a assembleia terá início às 19h, em primeira chamada, e 19h30 em segunda chamada, na Quadra dos Bancários (Rua Tabatinguera, 192, Centro). 

Lembrando que somente em 2017, os cinco maiores bancos (Itaú, Bradesco, Santander, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal) lucraram, juntos, R$ 77,4 bilhões, crescimento de 33,5% em relação a 2016. Só no primeiro trimestre deste ano, os mesmos cinco já atingiram R$ 20,6 bi em lucro, 20,4% a mais do que no mesmo período de 2017. Ou seja, não falta dinheiro para valorizar os bancários, que de fato constroem todos os dias os lucros sempre crescentes dos bancos.

Fonte: Seeb SP

A Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) apresentou uma proposta para cobrir apenas a inflação do período para os salários, PLR, vales e demais verbas econômicas. A inflação será divulgada nesta quarta-feira (8). O Comando Nacional dos Bancários vai se reunir para avaliar a proposta. Mais informações no final da reunião do Comando.

Fonte: Contraf-CUT

As tradicionais feijoadas mensais que acontecem em nossa Sede de Duque de Caxias e em nossa SubSede de Nova Iguaçu, já tem datas definidas no mês de agosto:

Dia 24/08 - SubSede de Nova Iguaçu

Dia 30/08 - Sede de Duque de Caxias

Esperamos todas as bancárias e bancários para mais dois eventos imperdíveis e deliciosos.

Até lá!

Os bancários de todo o país realizarão, nesta terça-feira (7), às 9h, um twittaço para cobrar da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) uma proposta global com reajuste de salários e demais verbas para a categoria. A reunião entre o Comando Nacional dos Bancários e os representantes dos bancos começará às 10h.

Na rede social, os trabalhadores utilizarão a hashtag #queropropostadecente com o objetivo de pressionar os bancos a apresentarem uma proposta com aumento real para salários, vales e auxílios, PLR maior, garantia para os empregos e melhores condições de trabalho.

Fonte: Contraf-CUT

Dos dias 20 a 23 de agosto, acontecerá a eleição para Delegado Sindical da Caixa Econômica Federal.

Os Diretores do Sindicato dos Bancários da Baixada Fluminense, José Guilherme Simonato Tinoco e Marcio Wanderley, percorrerão as agências para a realização da eleição.

O movimento sindical bancário sempre disse que os bancos brasileiros ganham em período de crise ou de bonança. Mas, para muitos, isso não passa de discurso de sindicalista para fazer pressão sobre os bancos e forçá-los a atender as reivindicações do movimento.

Mas, agora, a britânica “The Economist”, uma das maiores revistas econômicas do mundo, é quem faz a mesma constatação (leia o texto na íntegra – em inglês). Segundo a revista, o lucro dos bancos brasileiros se mantém alto independentemente da situação econômica do país, seja em momentos de crise ou de prosperidade.

O artigo observa que os bancos brasileiros mantiveram a lucratividade durante o período de hiperinflação da década de 1980 e início dos anos 1990, assim como no recente período de recessão econômica de 2015 e 2016, com o país já sob o comando de Michel Temer. A revista observa ainda que, em 2017 e 2018, com a economia do país estagnada, os bancos brasileiros continuam registrando lucros altos.

Analistas do mercado financeiro acreditavam que, com a queda da taxa básica de juros (Selic) os bancos seriam obrigados a baixarem suas taxas e, com isso, haveria uma redução de lucros do setor. “A Selic caiu de 14,25% em outubro de 2016 para 6,5% ao ano atualmente, mas os bancos sempre inventam uma desculpa para manter suas taxas nas alturas. Além disso eles agora passaram a ganhar mais também com as tarifas sobre serviços. Os lucros dos três maiores bancos privados do país continuam nas alturas”, observa Juvandia Moreira, presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).

Em 2017, os ganhos dos bancos com tarifas de serviços bancários aumentaram 10% na comparação com o ano anterior, somando R$ 126,4 bilhões. Os valores sobem tanto que a inflação de serviços bancários, em 2017, foi de 8,96%: três vezes mais que a geral, de 2,95% (IPCA/IBGE).

A receita dos bancos com tarifas por serviços bancários é secundária. Os bancos ganham muito mais com outras operações. “Essa é uma receita ínfima para os bancos, mas ela é maior do que o orçamento do governo federal para a Saúde (R$ 114,8 bilhões) e para a Educação (R$ 109 bilhões)”, observou Juvandia.

     > Lucro do Itaú chega a quase R$ 13 bilhões no 1º semestre
     > Lucro do Bradesco ultrapassa R$ 10 bilhões no 1º semestre
     > Santander lucra 5,9 bilhões no primeiro semestre de 2018
Para a revista, a concentração do setor é uma das explicações para a grande lucratividade dos bancos brasileiros. O setor é dominado por cinco grandes bancos (Banco do Brasil, Bradesco, Caixa, Itaú e Santander). The Economist observa que a concentração tem aumentado nos últimos anos, após a compra do HSBC pelo Bradesco e das operações de varejo do Citibank pelo Itaú.

“Mas, essa não é o único motivo que leva ao grande lucro dos bancos no Brasil. Aqui, eles fazem o que quiserem. Aumentam suas tarifas indiscriminadamente, mantém spreads altíssimos, promovem a venda casada de produtos, exploram seus funcionários, estabelecendo metas abusivas de vendas e obrigando-os cumpri-las, sob o risco de perderem o emprego”, afirmou a presidenta da Contraf-CUT. “Os bancos obrigam os funcionários a trabalharem todo arrumadinho. Quem os vê trabalhando, desta maneira não imagina a pressão que eles precisam suportar para cumprir as metas estabelecidas. Isso faz com que a categoria seja uma das que mais precisam se afastar de suas funções devido a doenças causadas pelo trabalho que realizam”, completou Juvandia.

Para a presidenta da Contraf-CUT, os problemas que afetam a categoria podem se ampliar após a aprovação da reforma trabalhista. “Lutamos pela manutenção dos direitos estabelecidos em nossa Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) e na antiga CLT. Os bancos estão com a faca e o queijo na mão e nos ameaçam com o corte de conquistas de décadas de luta. Mas, eles lucram muito no Brasil e podem garantir aumento real para a categoria e manter todos os direitos. Os bancários precisam estar preparados para lutar por isso”, alerta Juvandia.

Os bancários, que tem data-base em 1º de setembro, estão em Campanha Nacional. O reajuste que cubra a inflação medida pelo INPC/IBGE, mais aumento real de 5%, a manutenção dos direitos previstos na atual CCT e o fim das demissões estão entre as principais reivindicações da categoria.

     > Setor que mais lucra no Brasil se recusa garantir empregos na CCT
     > Metas são principal causa de adoecimento, mas bancos não trazem solução
     > Bancos fecharam 2.846 postos de trabalho no primeiro semestre de 2018
     > Não há razão para demissões nos bancos

Fonte: Contraf-CUT

A semana da categoria bancária vai ser quente. Na terça-feira (7), os bancos devem trazer para a mesa de negociação uma proposta global com índice de reajuste para os salários e demais verbas da categoria. No dia seguinte (8), os trabalhadores se reúnem em assembleias por todo o Brasil para analisar o que for apresentado pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban). Caso a proposta não seja aprovada, os bancários vão deliberar sobre quais serão as estratégias de luta.

“Os negociadores da Fenaban vêm afirmando, desde a entrega da pauta, que querem resolver a campanha na mesa de negociação e antes da data base dos bancários (1º de setembro). Chegou a hora de mostrarem se essa intenção é real”, afirma Juvandia Moreira, presidenta da Confederação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT). “De nossa parte, sabemos que os bancos têm totais condições de atender às reivindicações da categoria: aumento real para salários, vales e auxílios, PLR maior, garantia para os empregos, melhores condições de trabalho para acabar com o alto nível de adoecimento da categoria. Além disso tudo, garantir todos os direitos previstos na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), de forma que os contratos precários autorizados pela reforma trabalhista do pós-golpe não atinjam os bancários”, ressalta a dirigente, lembrando que sindicatos e trabalhadores estão mobilizados para proibir que contratos temporários, intermitentes, terceirizados e PJs avancem sobre os empregos do setor.

Os bancários do Banco do Brasil e da Caixa, cujos direitos específicos estão sendo negociados com as direções dos respectivos bancos, também devem participar da assembleia no dia 8.

     > Mesa de negociação com BB fica zerada na pauta econômica
     > Caixa não apresenta propostas para reivindicações dos empregados

Bancos estão devendo proposta
A Fenaban já deveria ter apresentado, no dia 1º de agosto, uma proposta para os dirigentes sindicais que compõem o Comando Nacional dos Bancários. No entanto, solicitaram debater melhor cada cláusula econômica e de igualdade de oportunidades que compõem a pauta de reivindicações. Assim foi feito, com o compromisso de que uma proposta completa seria apresentada no dia 7.

“Destacamos que a categoria espera uma boa proposta com aumento real diante do crescimento de quase 34% no lucro das cinco maiores instituições em 2017, de 20% no primeiro trimestre de 2018 e que segue em alta diante dos balanços do semestre já divulgados”, lembra Juvandia, uma das coordenadoras do Comando.

     > Lucro do Itaú chega a quase R$ 13 bilhões no 1º semestre
     > Lucro do Bradesco ultrapassa R$ 10 bilhões no 1º semestre
     > Santander lucra 5,9 bilhões no primeiro semestre de 2018

Setor pode pagar aumento real e respeitar empregos
Os bancos ganham muito graças ao trabalho bancário. Só com a receita de prestação de serviços e tarifas, os cinco maiores que compõem a mesa de negociação (BB, Caixa, Itaú, Bradesco e Santander) cobrem quase 140% do total dispendido em despesa de pessoal, que inclui salários, encargos, benefícios, PLR, treinamentos, provisões trabalhistas etc. Ou seja, pagam todos os funcionários com o que ganham com tarifas e ainda sobra muito. Nos três primeiros meses deste ano acumularam o montante de R$ 32,4 bilhões com a receita de tarifas, crescimento de 6,9% em relação ao mesmo período de 2017.

“Os bancos estão há cerca de duas décadas acumulando lucros astronômicos. Podem pagar aumento real e devem isso aos trabalhadores. Mesmo em setores menos lucrativos, a proporção de reajustes acima da inflação foi de 84,6% no primeiro semestre de 2018”, ressalta Juvandia.

A categoria cobra também respeito aos empregos. No primeiro trimestre deste ano, houve queda de 13.564 postos de trabalho comparado ao mesmo período de 2017. Desde 2016 já foram extintos mais de 40 mil empregos no setor.

“O Brasil precisa de empregos decentes, com carteira assinada e direitos reconhecidos, para voltar a crescer. E os bancos devem isso à sociedade brasileira que tanto lucro dá ao setor”, completa a presidenta da Contraf-CUT.

Fonte: Contraf-CUT

Com a volta do crescimento da extrema pobreza no Brasil, moradores das comunidades Parque João e Jonas Godin, na Baixada Fluminense, região metropolitana do Rio de Janeiro, denunciam a situação de vulnerabilidade social vivenciada. Divulgado no mês passado, o Relatório Luz 2018, trouxe em dados os desdobramentos do aumento do desemprego e a iminência da fome que ameaça os brasileiros e faz relembrar patamares de 12 anos atrás, quando o país apresentava quase 12 milhões de pessoas nesta situação.

De acordo com o pesquisador Francisco Menezes, coordenador do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase), desde 2017 as entidades civis vêm alertando sobre o aumento de indicativos do quadro da fome e a possibilidade do Brasil voltar a fazer parte do Mapa da Fome da Organização das Nações Unidas (ONU). "Agora já não temos mais muitas dúvidas", lamenta Menezes.

A líder comunitária Maria "Chocolate" do Carmo da Silva relata ver de perto a volta desses problemas sociais, com muitos pais indo até ela para buscar ajuda. "Tem famílias que você fica 'apavorada', porque quando você vai levar alguma coisa, chega na casa e vê que o cara não tem nada mesmo", afirma.

A estudante Leydimila Alves da Silva e Silva faz denuncia semelhante. "Às vezes a gente tem um arroz e feijão, às vezes a gente não tem", descreve, explicando que a situação decorre da diminuição dos trabalhos da mãe, que é faxineira e cuida ainda de mais duas irmãs pequenas. 

Na base dessa pirâmide de desassistência, o pesquisador cita a aprovação da Emenda Constitucional 95 – que congela investimentos sociais por 20 anos – como um dos principais fatores causadores dessa situação. "Do nosso ponto de vista (a emenda) é inconstitucional, porque ela começa a violar direitos que estão lá no artigo 6º da Constituição e precisamos revogar", alerta Menezes.

Assista à reportagem de Viviane Nascimento: https://www.youtube.com/watch?v=voanXrbr1FI

 

FONTE: Rede Brasil Atual

A rodada de negociação sobre as cláusulas econômicas ficou sem proposta de avanço ou melhoria no acordo coletivo dos funcionários do Banco do Brasil. Esta foi a quinta rodada de negociação e não foi apresentada nenhuma proposta para as cláusulas econômicas.

A Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB) cobrou do banco que apresentasse proposta para as cláusulas econômicas e também para os temas debatidos nas rodadas anteriores. Desde o início das negociações houve solicitação que o banco apresentasse algumas propostas de avanço no decorrer do processo negocial, o que não aconteceu. 

O banco informou que fará uma proposta envolvendo cláusulas econômicas no dia 07/08, próxima terça-feira, na sequência da mesa da Fenaban, quando os bancos ali reunidos, farão a proposta de índice de reajuste e dos demais itens.

Descomissionamentos

A Comissão de Empresa explicitou ao banco a insatisfação dos funcionários com a proposta feita pelo banco de redução dos ciclos avaliatórios de GDP para descomissionamento por desempenho. O banco quer reduzir dos atuais 3 ciclos para apenas 1 ciclo, ou seja, um semestre.

A repercussão da proposta foi extremamente negativa e os funcionários relataram aos representantes do BB que há um grande temor e desespero dos funcionários, causado pelo próprio banco.

Chegaram aos sindicatos relatos de reuniões entre gerentes e superintendes onde os diretores da DISUD e DIRED orientaram os gestores a encher a GDP dos funcionários com anotações para preparar o descomissionamento.

"Cobrança anota e elogio só fala"

O relato mais assustador repassado pelo gerentes gerais é que a DISUD tem orientado os gestores a anotar todas as cobranças e que os elogios sejam feitos apenas verbalmente, numa escancarada deturpação da GDP, como já foi criticado em matérias anteriores da Contraf-CUT.  

Para Wagner Nascimento, coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB, o que assusta os bancários e bancárias é que a cláusula do acordo que o banco quer alterar para pior, é justamente a proteção que os funcionários têm contra os maus gestores, os assediadores e contra os acertos de contas. "O que queremos da GDP é que o banco cumpra o que ele mesmo escreve sobre gerenciamento de GDP, sobre avaliação dos pares e auto avaliação e sobre o desenvolvimento de competências. Estes conceitos deixaram de ser considerados há muito tempo", completou.

Intervalo de almoço, banco de horas e demais itens

Os representantes dos funcionários argumentaram ao banco as preocupações em relação a proposta de flexibilização do intervalo de almoço apresentada pelo BB na reunião anterior. Muitos funcionários estão temerosos de que a flexibilização faça com que em alguns locais de trabalho a redução ou ampliação seja colocada como obrigatória para a atender apenas a necessidade do serviço e não pela vontade do funcionários.

O banco apresentou também uma proposta de banco de horas, ainda sem redação definitiva. Os funcionários argumentaram que o problema dos bancos de horas é justamente o não pagamento de horas extras e que isso pode ser um problema se houver redução de intervalo obrigatória.

A CEBB cobrou uma redação que contemple essa preocupação e o tema será  debatido com todos os bancários, uma vez que foi também apresentado na mesa da Fenaban.

Os representantes dos funcionários reivindicaram do banco a realização de um censo da diversidade dentro do banco, com a construção feita em conjunto com os sindicatos, para que se tenha um mapa dos funcionários, no intuito de se produzir políticas afirmativas para o conjunto do corpo funcional do BB.

Campanha pelo NÃO na Cassi para a proposta do banco

A Comissão de Empresa da Contraf-CUT informou ao negociadores do BB que lamenta a decisão do Banco em atropelar o processo de negociação e tentar impor aos associados tantas mudanças no estatuto que retiram direitos e aumentam as despesas dos funcionários.

Os representantes dos funcionários falaram que a proposta contém muitas mudanças no Estatuto e o atropelo do BB e a retirada de direitos faz com que os sindicatos já se posicionem contrários à proposta.

A Contraf-CUT apresentou ao banco propostas para a Cassi e o pedido de retomada das negociações que foram solenemente ignorados.

Os representantes dos funcionários lembram ao BB que nunca uma proposta de alteração teve tantos sindicatos, entidades associações de aposentados e conselhos de usuários fazendo campanha pelo não e que isso deve ser avaliado pelo banco.

Os sindicatos ainda informaram ao banco o perigo de uma proposta com risco atuarial apontado ainda no âmbito do Conselho da Cassi. Os cálculos da proposta são frágeis e pode acontecer o mesmo erro do acordo anterior, que era para durar até 2019 e o banco errou nas contas.

De acordo com o coordenador da Comissão de Empresa, "continuamos fazendo um apelo ao bom senso do BB quanto a votação de uma proposta ruim, com problemas de cálculos e muitas retiradas de direitos. Não podemos aceitar mudanças no Estatuto da Cassi que passam para o controle do banco o futuro dos associados, com redução de poderes para os funcionários e aposentados na governança. O que nos parece é que a equipe que cuidou da proposta apenas se preocupou em apresentar qualquer coisa para satisfazer uma meta e fez como as vendas casadas que são canceladas depois. É este o risco que corremos: destruir a Cassi pela arrogância do BB e chorar o prejuízo depois. Queremos negociação onde os associados sejam ouvidos", finalizou.

 

Fonte: Contraf-CUT

As políticas públicas de inclusão no Brasil em pouco mais de uma década promoveram mudanças significativas na realidade da população brasileira. A vida de mulheres e homens em situação de exclusão quanto ao acesso a bens e serviços no país melhorou. Mas, na contramão desses avanços, as políticas de austeridade fiscal implementadas a partir de um novo contexto político alteraram a condição de vida do povo brasileiro, impactando de forma mais perversa as mulheres – especialmente as negras.

Esta foi a avaliação da pesquisadora e doutora em Economia, Marilane Teixeira, nesta quinta-feira (2), durante o Encontro de Mulheres Sindicalistas, organizado pela Secretaria da Mulher Trabalhadora da CUT São Paulo, no centro da capital paulista. Na ocasião, ela lançou o livro “Economia Para Poucos: impactos sociais da austeridade e alternativas para o Brasil”, da editora Autonomia Literária, organizado por Pedro Rossi, Esther Dweck e Ana Luíza, no qual é uma das autoras.

“Quando se compara o orçamento público de 2014 ao de 2018, percebemos que algumas políticas praticamente desapareceram. No caso das políticas para as mulheres houve uma queda de mais 80%, em ações que envolvem, por exemplo, o combate à violência, que é uma política importante e que costuma ter resultados efetivos”, afirma a economista.

As decisões governamentais atingem tanto mulheres urbanas como mulheres rurais. “O orçamento do Ministério do Desenvolvimento Agrário despencou de R$ 9 bilhões para R$ 1 bilhão. Além disso, os recursos para as políticas de educação infantil, que envolvem também as creches, foram reduzidos em 17% com relação ao que era destinado para esta área em 2014”.

Diante disso, o cenário é de terra arrasada, avalia Marilane. Além disso, é preciso, observa, ter maior atenção na retomada da atividade econômica daqui alguns anos no Brasil. “Em algum momento isso irá acontecer. E o aumento de receita que advém justamente da ampliação da carga tributária em decorrência do crescimento econômico acabará sendo gasto para as despesas da dívida pública. E não se poderá usar nem um centavo deste dinheiro para as políticas sociais”, diz.

A nova regra fiscal, explica, impõe a redução do tamanho do gasto do governo central na economia, que pode passar de 19,8% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2017 para 12,4% em 2037. “Se formos por este caminho, estaremos entre os países do mundo que menos investe em políticas sociais. Isso inviabiliza qualquer plano de consolidação e expansão do acesso a direitos sociais, além comprometer os investimentos e o próprio funcionamento da máquina pública”.

A economista defende que o papel do Estado seja reforçado e o do mercado seja reduzido. Para ela, abrir mão do papel do Estado significa ampliar as desigualdades de classe, raça e gênero. “Se os cortes nas políticas sociais continuarem acontecendo, num contexto de economia em crescimento, o cenário de miséria, de pobreza e de desigualdades irá piorar, principalmente para as mulheres negras que são as mais afetadas já que figuram entre os que têm o menor nível de emprego e estão entre as maiores taxas de desemprego em nossa economia”.

Para Marilane, o Brasil sairá deste cenário de retrocessos se algumas medidas foram tomadas, como a revogação da Emenda Constitucional (EC) 95, medida adotada pelo governo ilegítimo de Michel Temer (MDB) que limita investimentos públicos por 20 anos no Brasil. “Precisamos, ao contrário, de uma política de elevação dos gastos sociais para ampliar os investimentos públicos e retomar a atividade econômica”, aponta a economista, que, ao falar sobre o cenário de eleições, defende também a mudança imediata do governo e de parlamentares que apoiaram não apenas a EC 95, como a reforma trabalhista e outras retiradas de direitos.

Intercâmbio no Japão
Em outro momento do encontro, a secretária de Comunicação da CUT São Paulo, Adriana Magalhães, apresentou os resultados de sua experiência no Japão, em intercâmbio envolvendo o Brasil e outros países da América Latina entre os dias 13 e 20 de julho.

Um dos aspectos relacionados ao mundo do trabalho que ela abordou foi a realidade das trabalhadoras japonesas. Em 2016, o Japão tinha 28,8 milhões de mulheres trabalhando, o equivalente a 44,3% da população feminina, segundo dados divulgados pelo governo japonês em novembro de 2017. Porém, essas trabalhadoras, da mesma forma que no Brasil, não estão em sua maioria nos espaços de poder.

Além disso, a dirigente relatou que uma das situações que hoje preocupa o movimento sindical japonês é o número de trabalhadores não regulares. Dados do Ministério dos Assuntos Gerais do Japão, de 2016, mostram que existem 20,2 milhões de trabalhadores nesta situação, ocupando 37,5% do total de trabalhadores formais. As mulheres representam 13,7 milhões neste universo de trabalho informal.

“Apesar de o Brasil e o Japão terem uma cultura e história diferentes, temos lutas em comum em defesa da classe trabalhadora. Neste intercâmbio, não trocamos apenas experiências com o movimento sindical do Japão, mas saímos mais fortalecidos para nossa luta no Brasil neste cenário perverso de golpe”, conclui a dirigente.

Fonte: CUT-SP