Maio 18, 2025
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O futuro ministro da Economia do governo Bolsonaro, Paulo Guedes, afirmou na última segunda-feira (17), durante reunião com empresários no Rio de Janeiro, que pretende "meter a faca" no Sistema S. Fazem parte desse sistema entidades ligadas a ramos específicos da economia – indústria, comércio, serviços – como o SesiSenai e Sesc, que desenvolvem ações de formação profissional e de acesso a cultura e lazer. 

Essas organizações são mantidas a partir de contribuições obrigatórias sobre a folha de pagamento das empresas, com alíquotas que vão de 0,2% a 2,5%, que são repassadas às entidades pelo governo. A justificativa é que os cortes aliviariam os custos das empresas. O plano do governo é que as empresas arquem com os próprios custos de formação, eventualmente contratando empresas privadas. 

Em tom de ameaça, Guedes prometeu cortar até 50% desses recursos. "Acho que a gente tem que cortar pouco, para não doer muito. Se tivermos interlocutores inteligentes, preparados, que queiram construir, a gente corta 30%. Se não tiver, é 50%." 

O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) alega que, se o corte ficar em 30%, 164 escolas poderiam fechar, acabando com 1,1 milhão de vagas em cursos profissionais por ano em todo o Brasil. Já o Serviço Social da Indústria (Sesi) diz que os cortes impediriam o funcionamento de outras 155 escolas, e 498 mil vagas para alunos do ensino básico ou na educação de jovens e adultos seriam fechadas. Juntas, as entidades afirmam que 18,4 mil trabalhadores, a maioria educadores, seriam demitidos. 

A queda na arrecadação também inviabilizaria o atendimento em saúde para 1,2 milhão de pessoas. As entidades consideram até mesmo encerrar as atividades em determinados estados. "Seria o fim dos cursos de educação profissional e da atuação de determinados institutos de inovação e tecnologia, que tanto ajudam as empresas a se tornarem mais inovadoras e competitivas", diz a nota conjunta das entidades. 

O Serviço Social do Transporte e Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (Sest/Senat) alega que os cortes anunciados por Guedes poriam fim a programas que visam à segurança e qualidade de vida dos motoristas e transportadores, e colocaria em risco 8,7 mil empregos diretos, que prestam atendimento a mais 2 milhões de caminhoneiros e taxistas.

 

Fonte: Rede Brasil Atual

As políticas sociais no Brasil podem entrar em colapso, segundo alertam movimentos sociais, organizações da sociedade civil, instituições acadêmicas, no mês em que se completam dois anos da Emenda Constitucional 95, a chamada Teto de Gastos, que limita investimentos por até 20 anos em áreas sociais como saúde e educação. Desde então, as diversas entidades têm feito campanhas para que o Supremo Tribunal Federal (STF) julgue as ações que estabelecem como inconstitucional o congelamento.

Justificada pelo governo de Michel Temer (MDB) como uma medida para equilibrar os cofres públicos que, segundo o presidente, estavam insustentáveis com o crescimento de investimentos, em dois anos de vigência, a economia do país ainda apresenta lentos sinais de recuperação e a EC trouxe ainda diversos prejuízos para a população, entre eles, a volta da mortalidade infantil que cresceu 11%. Segundo análise da Universidade Federal da Bahia (UFBA), até o ano de 2030, cerca de 20 mil crianças, de até cinco anos de idade, morrerão por causa do Teto de Gastos.

O documento recém-divulgado pelo IBGE, "Síntese de Indicadores Sociais: uma análise das condições de vida", aponta ainda o avanço da extrema pobreza sobre a população brasileira. De 2016 para 2017, o número de pessoas que vivem com uma renda inferior a R$ 141 por mês, saltou de 13,5 milhões de pessoas, para 15, 2 milhões. Um reflexo também, segundo o economista Rafael da Silva, do fim da política de valorização dos salários mínimos e das alterações implantadas com a "reforma" trabalhista, que devem ser continuadas pelo futuro presidente Jair Bolsonaro (PSL).

"Se nós nos atermos apenas ao programa do Jair Bolsonaro, o que tá sinalizado ali não é nenhum tipo de reversão dos indicadores sociais nesse momento", avalia o economista durante entrevista ao repórter Leandro Chaves, do Seu Jornal, da TVT. "Essa crise econômica acaba impactando os mais pobres justamente porque o teto (de gastos) é dos direitos dessas pessoas", acrescenta a integrante da Plataforma Brasileira de Direitos Humanos Econômicos, Sociais, Culturais e Ambientais (Dhesca) Juliane Cintra de Oliveira, ao repórter Jô Miyagui, do Seu Jornal, da TVT.

 

Fonte: Rede Brasil Atual

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) aprovou o retorno do auxílio-moradia para juízes, com algumas restrições. A derrubada do privilégio foi resultado de um polêmico acordo entre o presidente Michel Temer (MDB) e o Supremo Tribunal Federal (STF), para garantir o reajuste de 16,38% nos salários do Judiciário.

De acordo com a decisão de hoje (18), o auxílio será retomado com a quantia de até R$ 4.377,73. O país tem 18 mil magistrados e, se a decisão for seguida à risca, apenas 180 devem ser beneficiados. As restrições aprovadas foram:não haver imóvel funcional à disposição; se o cônjuge não receber auxílio nem ocupar imóvel funcional; ele ou o cônjuge não terem imóveis na comarca onde atuar; e estar em cidade diferente da original.

Ainda de acordo com a decisão, o valor deve ser pago como indenização ao aluguel ou hospedagem, sendo impedido o magistrado de utilizar o dinheiro para outro fim, como condomínio ou impostos.

A norma agora passa por regulamentação junto ao Ministério Público, que deve adotar o mesmo modelo para promotores e procuradores.

Judiciário concentra a elite do funcionalismo público em questão salarial. Os vencimentos dos profissionais giram em torno dos R$ 12 mil, em média. Já na esfera do Executivo municipal, que engloba professores de ensino fundamental, por exemplo, a média é de R$ 2.754,00. Os gastos com o Judiciário correspondem a 96% da folha de pagamentos do Executivo federal, embora tenham apenas um pouco mais da metade do efetivo.

 

Fonte: Rede Brasil Atual

Em protesto contra a extinção do Ministério do Trabalho já anunciada pelo futuro presidente Jair Bolsonaro (PSL), trabalhadores e servidores públicos realizaram mais um ato nesta terça-feira (18) na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, denunciando os retrocessos que poderão ocorrer com o fim da pasta criada em 1930.

De acordo com o futuro ministro da Casa Civil, Onyz Lorenzoni, o Ministério do Trabalho será dividido em três áreas, sendo que cada uma delas ficará sob comando das pastas de Economia, Justiça/Segurança Pública e Cidadania. Na prática, segundo os trabalhadores, a falta de um ministério, que centralize os interesses da categoria, impedirá a luta por direitos e a negociação com os empregadores.

Os trabalhadores apontam ainda que a própria economia do país será impactada com o incentivo de Bolsonaro para o crescimento da informalidade, que já vem tomando forma após a "reforma" trabalhista e a nova lei de terceirização.

"Quando o trabalhador é bem remunerado, ele vai ao mercado comprar mais.  O mercado para poder vender mais, ele também encomenda mais da indústria e do campo, com isso tem condição de haver um ciclo virtuoso e que todo mundo ganha. Essa aposta de reduzir direitos é uma aposta ultrapassada, antiga, antiquada e que a humanidade já vivenciou essa época", afirma o advogado o Sindicato dos Servidores Públicos Federais do Distrito Federal (Sindsep-DF), Ulisses Borges, ao repórter Uélson Kalinovski, do Seu Jornal, da TVT.

 

Fonte: Rede Brasil Atual

A Rede UNI Mulheres Brasil se reuniu nesta terça-feira (18) na sede do Sindicato dos Comerciários de São Paulo para definir as estratégias de luta para o próximo período. Dirigentes de entidades filiadas a diversas centrais sindicais marcaram presença.

“O próximo período vai ser difícil. É de fundamental importância estarmos articuladas, não apenas na Rede UNI Mulheres Brasil, mas contra toda a violação de direitos”, afirmou Elaine Cutis, secretária da Mulher da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), completando que o objetivo da reunião foi o de programar várias ações conjuntas tanto no Brasil quanto no âmbito internacional na Rede para enfrentar qualquer ameaça de retirada de direitos que impactem a vida das mulheres.

A próxima reunião será em fevereiro, mas ainda sem data e local definidos.

Fonte: Contraf-CUT

A Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander se reuniu na quinta-feira (13) com representantes do banco Santander para tratar sobre os aumentos abusivos nos planos de saúde; unificação nos cargos da área operacional; o sistema que determina rotas de deslocamento para o local de trabalho; e os novos modelos de agência que estão sendo implantados.

Veja abaixo como foi o debate sobre cada um dos temas:

Aumentos no plano de saúde
Em novembro de 2018, os bancários denunciaram as dificuldades para arcar com os gastos em saúde. Alguns relataram que já chegaram a desembolsar mais da metade do salário com o convênio.

O problema surgiu após a alteração da operadora do plano de saúde dos bancários, ocorrida em fevereiro de 2017. A mudança resultou em aumentos nos valores das mensalidades, implantação de cobrança por faixa etária para os admitidos a partir de então, aumentou abusivamente a coparticipação e estendeu a cobrança para todos os procedimentos, inclusive de urgência em hospital.

Nesses quase dois anos, os gastos dos trabalhadores com o plano de saúde subiram em cerca de 40%, sem que os trabalhadores e seus representantes tenham acesso a informações que levaram a essa majoração. No mesmo período, os bancários tiveram reajuste de cerca de 8% no salário.

“O poder de compra dos bancários foi drasticamente reduzido por conta desses aumentos abusivos e da cobrança de coparticipação em todos os procedimentos médicos. Isso tem levado muitos trabalhadores a evitarem tratamentos, exames e consultas, ou os empurraram para o SUS”, denunciou Maria Rosani, coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE).

Os trabalhadores cobraram a revisão da cobrança da coparticipação por meio da instituição de um teto mensal; a implantação de uma forma diferenciada e menos onerosa de cobrança para os trabalhadores com doenças crônicas; transparência nos reajustes por meio da apresentação detalhada, aos trabalhadores e seus representantes, dos cálculos atuariais que resultarão nos aumentos, antes de aplicá-los aos bancários; negociação com os representantes dos trabalhadores sempre que houver aumentos.

Fusão de cargos na rede de agências
A partir de 2019, o Santander começará a implantar um processo de unificação de funções na rede de agências. A informação foi confirmada na reunião, mas os representantes do banco disseram que ainda não há muitos detalhes a respeito dessa mudança.

Os cargos envolvidos serão os de caixas, agente comercial, coordenador de agência, gerente Pessoa Física e assessor Pessoa Física. Os trabalhadores que ocupam essas funções passarão a se chamar gerentes de negócios e serviços. Os representantes do banco disseram que não haverá terceirização de funcionários, e haverá jornadas de oito e seis horas.

A justificativa para essa mudança é que o modelo atual de agência vai acabar. A fim de justificar a mudança, citaram outros setores, como farmácias e companhias aéreas, nos quais os funcionários exercem várias funções. E que essas alterações serão feitas para dar “dinamismo” ao atendimento.

“O que impede o ‘dinamismo’ e prejudica o atendimento é a enorme falta de funcionários nas agências, temos denunciado isso todos os dias. O que resulta em sobrecarga de trabalho, adoecimentos e precarização do atendimento”, afirmou Maria Rosani.

A COE quis saber se essa mudança resultará em desvio de função. Os representantes do banco disseram que nada está definido.

“Nós não tivemos todas as informações sobre esse projeto. O próprio banco assumiu que tem dificuldades de implantá-lo em sua totalidade. Mas tudo indica que haverá desvio e acúmulo de funções”, reforçou Maria Rosani.

Para ela, o banco vai vender essa mudança como uma oportunidade de encarreiramento semelhante ao que fez com o cargo de agente comercial, que na prática resultou apenas no acúmulo de função e na precarização do trabalho.

“Poucos agentes comerciais se tornaram gerentes. A maioria continua com essa dupla função: como agente comercial, trabalhando no caixa e no atendimento comercial. O banco demite e com isso desestrutura e precariza o atendimento nas agências e joga toda a culpa pela insatisfação dos clientes nas costas dos trabalhadores. Para melhorar o atendimento precisamos de mais braços nas agências, melhores condições de trabalho, treinamento e respeito aos bancários. Sem isso, a nova função só trará mais adoecimentos”, alertou Rosani.

“O banco cobra tarifas altíssimas, tem lucros astronômicos e pode contratar mais funcionários para melhorar o atendimento e não só penalizar e punir os funcionários como vem fazendo sistematicamente. E com essa mudança, isso se acentuará, pois todos os bancários terão de fazer tudo, a exemplo dos gerentes digitais, que agora demoram mais para atender os clientes de forma integral, mas são pontuados negativamente por isso e assediados para que façam mais negócios”, afirma Lucimara Malaquias, vice-presidenta da UNI Américas Juventude, diretora do Sindicato dos Bancários de São Paulo e bancária do Santander.

Mudança de itinerário
O Santander criou um sistema que determina os itinerários de deslocamento para os bancários, o que gerou muitos transtornos e reação do movimento sindical.

Na reunião de quinta-feira, o banco apresentou o programa, com algumas mudanças. O trabalhador poderá rejeitar até três rotas determinadas pelo sistema. Na terceira rejeição, o setor de RH, então, deverá atuar de acordo com a necessidade do trabalhador.

Enquanto a nova rota não for aprovada, o trabalhador receberá o mesmo valor no vale-transporte.

Segundo os integrantes do banco, os bancários não deverão andar mais de 750 metros. E as pessoas com deficiência não poderão caminhar mais de 500 metros.

Os representantes do banco também garantiram que os bancários não serão proibidos de utilizar dois modais distintos, como metrô e ônibus, por exemplo.

Em caso de problemas, os trabalhadores deverão procurar um representante sindical.

Novo modelo de agência
O banco está criando agências diferenciadas de negócios, chamada work café. O banco afirmou que não houve alteração de jornada dos trabalhadores. No horário normal de expediente, os bancários farão o atendimento. No horário extrajornada – após as 18h, durante a semana, e nos finais de semana – haverá nesses locais um prestador de serviço para dar informações que serão encaminhadas aos bancários. Eles não terão acesso ao sistema.

Nova reunião foi agendada para o dia 29 de janeiro, quando os representantes do Santander devem trazer respostas para os questionamentos dos representantes dos trabalhadores.

Fonte: SPbancarios, com edições da Contraf-CUT

O Sindicato dos Bancários de São Paulo foi convocado a participar de audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) solicitada pelos bancos, na quarta-feira (12). Somente na própria audiência os representantes dos trabalhadores tomaram conhecimento do que seria tratado. Sob alegação de insegurança jurídica, o sindicato dos bancos propôs retirar a cláusula 11ª da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), que trata da gratificação de função, e aplicar a CLT para os bancários comissionados a partir de 1º de janeiro de 2019. A gratificação de função da CCT é de no mínimo 55% do salário, enquanto que na CLT é de 33%.

“A audiência de conciliação solicitada pelos bancos, depois de um acordo com validade de dois anos, assinado há pouco mais de três meses, nos causa perplexidade porque nós sempre apostamos no processo negocial. O Sindicato não permitirá que nenhuma cláusula da nossa Convenção seja descumprida. Caso isso ocorra, entraremos imediatamente em greve”, afirmou a presidenta do Sindicato, Ivone Silva, que é uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários.

Sobre as alegações dos bancos de que há insegurança jurídica, a dirigente destacou, durante a audiência, que o sindicato respeitou o acordo e em nenhum momento descumpriu a CCT.

Durante a audiência, os banqueiros chegaram a sugerir que se cancelasse a CCT e se iniciasse nova negociação partindo do zero. Caso contrário, passariam a cumprir apenas o que determina a CLT (33% de gratificação) a partir de janeiro para todos os funcionários, deixando claro que descumpririam a convenção coletiva.

O sindicato rejeitou veementemente a proposta e ressaltou que foram três exaustivos meses de negociação, que começou com consultas nos locais de trabalho, reuniões, conferências, debates e mobilizações intensas entre os trabalhadores. “O mote da nossa Campanha 2018 foi Nenhum Direito a Menos, e assim será. E o acordo foi aprovado pela categoria em assembleias em todo o país”, reforçou Ivone.

Após um longo debate, os bancos recuaram e assinaram um termo de compromisso garantindo o cumprimento da CCT. “Tivemos uma pequena vitória, porém temos de nos manter mobilizados para evitar que nossos direitos sejam atacados. Quem está vivendo num estado de insegurança são os trabalhadores, não os banqueiros. A qualquer sinal de ataque, reagiremos”, afirmou a dirigente.

Entenda
A cláusula 11ª determina que, em caso de ganho na Justiça de ação de horas extras (7ª e 8ª horas), o banco poderá compensar o valor de gratificação que pagou durante o contrato de trabalho, nos últimos 5 anos.

Durante as negociações da Campanha dos Bancários deste ano, a Fenaban (federação dos bancos) queria discutir a jornada de 6 horas, uma conquista histórica da categoria que os bancos têm descumprido há muitos anos. Negando-se, inclusive, a negociar soluções para isso. O movimento sindical já propõe há muito tempo que fossem estabelecidos dois turnos de trabalho com jornadas de 6 horas cada, mas a Fenaban não admite a discussão na mesa, alegando que isso é uma questão de gestão e que só cabe às empresas determinar.

Como o movimento sindical se recusou a discutir o fim da jornada de 6 horas, a Fenaban então propôs o fim da gratificação de 55%.

O Sindicato não aceitou nenhuma das duas propostas. O fim da gratificação da CCT implicaria no risco de os bancos contratarem novos funcionários com comissionamento menor (33%) e demitirem os atuais com comissionamento maior (de no mínimo 55% do salário).

Diante do impasse na mesa de negociação e de um cenário de reforma trabalhista que favorecia os bancos, a Fenaban impôs a compensação. Era aceitar ou retirar a cláusula 11ª.

“A cláusula garante o mínimo de 55% para todos os comissionados. Portanto, o número de beneficiados com a manutenção do direito é bem maior do que o número de trabalhadores que ingressam com ação e que conseguem vitória na Justiça”, ressalta Ivone Silva.

Leia também:
     > Entenda como ficou a gratificação de função dos bancários
     > Tire suas dúvidas sobre a cláusula 11

Fonte: SPbancarios

Os países escandinavos, que têm sido reconhecidos pela elevada capacidade de gerar competitividade em suas economias, são os mesmos que adotam sistemas generosos de garantia dos direitos sociais e trabalhistas. Prova adicional de que o favorecimento dos negócios econômicos deveria contemplar também a proteção dos trabalhadores.

Uma vez desrespeitado em suas garantias, o trabalhador convive com a instabilidade e insegurança que impacta negativamente as condições e relações de trabalho e, por que não dizer, a trajetória da produtividade. Por isso que, não apenas nos países escandinavos, os elevados ganhos de produtividade encontram-se associados à garantia de direitos sociais e trabalhistas.

Ainda que as negociações coletivas predominem, com acordos entre patrões e empregados por meio da ação dos sindicatos, que cobrem 90% do total dos ocupados, há o arcabouço legal definido por legislação própria a garantir direitos sociais e trabalhistas essenciais. Nesse sentido, o legislado prevalece sobre o negociado para as questões fundamentais das relações entre o capital e o trabalho.

No Brasil, contudo, a opção pelo desfazimento da legislação social e trabalhista avança mais rapidamente, desde a arbitrária ascensão do governo Temer. Como Bolsonaro indica continuidade de governo em relação ao de Temer, não apenas o Ministério do Trabalho desaparece, como também a legislação social e trabalhista tendem a ser ainda mais enfraquecidas.

Em síntese, são governos que apostam no tradicional padrão de capitalismo selvagem, na crença de elevar os ganhos de produtividade a partir da destruição dos direitos dos ocupados.

Por conta disso, cabe breve balanço do primeiro ano de aprovação da reforma trabalhista realizado por Temer. Sem que houvesse a retomada consistente da economia nacional, a capacidade de geração de empregos seguiu extremamente frágil, acompanhada pela expansão da precarização nos postos de trabalho existentes, bem como o avanço da informalização, à margem da legislação social e trabalhista rebaixada recentemente.

Da mesma forma a produtividade, estancada, assim permaneceu. Mas a aposta governamental de validação do negociado ante o legislado terminou implicando na queda sensível dos acordos e convenções coletivas de trabalho realizadas. Segundo a excelente Nota Técnica número 200 do Dieese (Subsídios Para o Debate Sobre a Questão do Financiamento Sindical), houve, a partir do período pós-reforma de Temer, a diminuição em 25% no total das convenções coletivas de trabalho e de 23% nos acordos entre patrões e empregados.

Esse sinal inequívoco de que o processo de individualização das relações de trabalho passou a tomar mais força no Brasil pode ser agregado ao próprio enfraquecimento dos sindicatos de trabalhadores. A comparação entre os anos de 2018 e 2017 revela que os sindicatos perderam cerca de 90% da receita atinente ao seu financiamento por força da reforma trabalhista de Temer.

A trajetória de destruição do sindicalismo brasileiro parece inequívoco. Em função da reforma de Temer, os sindicatos tiveram a redução da quantidade de seus próprios empregados em 21%, assim como tiveram de diminuir as despesas de prestação de serviços e se desfazer do patrimônio historicamente constituído.

Com os governos de direita e de extrema-direita representados, respectivamente, por Temer e Bolsonaro, o Brasil inverte o bom sentido possível da produtividade, conforme verificado nos países escandinavos, entre outros. Volta assim à sua normalidade histórica, de prensar os rendimentos na base da pirâmide social na convicção de que, assim, mais sobra na pouca riqueza gerada a ser apropriada selvagemente por poucos. Até quando?

*Professor do Instituto de Economia e pesquisador do Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho, ambos da Universidade Estadual de Campinas

Através de uma ação conjunta da Secretaria de Saúde e de seu Departamento Jurídico, o Sindicato dos Bancários da Baixada Fluminense garantiu mais uma reintegração. Desta vez, a bancária Luciane da Silva Mendonça, do Banco Bradesco, agência Av. Governador Amaral Peixoto - Nova Iguaçu.

Apesar dos lucros recordes, os bancos insistem em demitir irregularmente. Os lucros dos três maiores bancos privados do país (Bradesco, Itaú e Santander) somaram R$ 44 bilhões nos nove primeiros meses de 2018, crescimento médio de 10,1% em doze meses e rentabilidade variando entre 18,7% e 21,7%. 

O Departamento Jurídico do SindBaixada, conhecedor dos problemas vividos pelos trabalhadores bancários, se mostra mais uma vez, atuante. Reforçando, assim, a importância do Sindicato na defesa da categoria.

Por isso, é fundamental que bancários se filiem ao Sindicato para fortalecer nossa luta e permitir que atuemos prontamente na defesa de seus direitos.

 

Na foto: Pedro Batista, Renata Soeiro, Adjalmo Klein, Luciane, Dr. Paulo e Sílvio Brandão. 

Uma pesquisa divulgada na sexta-feira (14) pelo IBGE sobre o Produto Interno Bruto (PIB) dos municípios brasileiros em 2016 revela que em 55% do total de 5.570 cidades do país a economia é movida em grande parte pela Administração Pública. O dado chama atenção, na análise do diretor-técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio, para a importância do estado nas economias locais, e também reflete o avanço das desigualdades entre os municípios.

Marcados pela falta de diversidade econômica, os recursos públicos que dão dinamismo a essas economias respondem ao salário dos servidores públicos e à transferência de benefícios e de programas sociais, como o Bolsa Família, o que, segundo Ganz Lúcio, mostra que cortes nestas fontes de renda podem reprimir ainda mais os municípios que sofrem pela falta de uma atividade econômica "robusta" com indústrias, agropecuária dinâmica e investimentos em serviços sofisticados. 

"Tudo isso leva com que essas economias tenham uma desigualdade econômica, uma carência do ponto de vista da atividade produtiva, que confere ao recurso oriundo do setor público grande parte do seu dinamismo", avalia o diretor-técnico em entrevista à jornalista Marilu Cabañas, da Rádio Brasil Atual. "O Brasil precisa ter uma estratégia de desenvolvimento econômico que diversifique no espaço, no território, os investimentos produtivos", afirma Ganz Lúcio, apontando que só a cidade de São Paulo, por exemplo, tem um volume de atividade econômica que equivale à soma de 4.300 municípios do país. 

 

Fonte: Rede Brasil Atual