Julho 05, 2025
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Para o Brasil avançar no combate da desigualdade social, o debate deve ser pautado na atenção aos vulneráveis e na reforma tributária. Essa foi a avaliação feita pela economista e pesquisadora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Luana Passos, sobre o estudo da Ofxam Brasil, divulgado nesta segunda-feira (8). Junto com diversos especialistas, Luana participou de seminário na terça (9), em São Paulo, na qual abordou diversos pontos de vista sobre as desigualdades de classes no país, conforme mostra reportagem de Beatriz Ramos, da Rádio Brasil Atual.

Luana também acredita que uma reforma tributária é imprescindível para a redução das desigualdades sociais. "A maior parte da tributação brasileira é indireta, sobre bens e serviços, o que tem um efeito regressivo e reforça a desigualdade. Se você quer enfrentar isso, reforma o sistema tributário para que tenha impacto progressivo", criticou.

"A mulher tem menos tempo disponível para trabalhos, pois ela assume os compromissos domésticos. Ainda tem o cuidado aos idosos, na qual a sociedade brasileira não está preocupada. Há um cruzamento de vulnerabilidade e, nós, mulheres negras, estamos em uma situação pior comparado a outros grupos", disse a economista.

A pesquisa da Oxfam mostra que a visão de que negros ganham menos do que brancos no trabalho por serem negros passou de 46% para 52%. Além disso, a proporção de pessoas que acreditavam que mulheres ganhavam menos do que homens no mercado de trabalho simplesmente por serem mulheres passou de 57%, em 2017, para 64%.

Já na visão de Flavia Oliveira, jornalista especialista em economia, a desigualdade ocorre também na transferência de renda dentro das famílias pobres e negras. "Nem um grupo da sociedade faz mais política pública de transferência de renda do que as mulheres e o povo negro. Nós fazemos desde quando nascemos, quando trabalhamos desde a infância. Trabalho infantil também é transferência de renda. Todas as políticas públicas nascem no esforço instantâneo dessa população que se ajuda e montam redes de solidariedade", comentou.

O estudo avaliou 10 medidas prioritárias para a redução de desigualdades. A redução da corrupção ficou em primeiro lugar na pesquisa, como a medida mais importante. O investimento público em saúde e educação permaneceram em segundo e em terceiro lugar respectivamente.

Nas últimas colocações, a pesquisa revelou que os brasileiros veem a cobrança de impostos dos mais ricos e o investimento em assistência social como as ferramentas menos importantes para diminuir a distância entre os mais ricos e os mais pobres.

A pesquisadora acrescenta que os resultados demonstram baixa adesão a um projeto de um Estado mínimo para o Brasil, defendido pelo candidato vencedor na última eleição. "Os dados que mostram que os brasileiros são favoráveis às medidas redistributivas. Ao contrário do que era esperado, dentro da eleição de Bolsonaro, a população aumentou ainda mais o apoio para a distribuição de renda", afirmou Luana.

A cientista política e pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP) Marta Arretche critica a isenção de dividendos. "É um enorme fator de desigualdade no Brasil, que ainda reduz a receita dos governos, que poderia arrecadar U$ 40 bilhões. Os indivíduos que ganham uma renda anual de R$ 1,2 milhão são os mais beneficiados por essa medida", explicou.

 

Fonte: Rede Brasil Atual

A proposta do Comando Nacional do Bancários de realização de um programa de capacitação da categoria sobre questões de diversidade como complementação do 3º Censo da Diversidade Bancária foi acatada pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), durante a mesa de Igualdade de Oportunidades, realizada na tarde desta quarta-feira (9), em São Paulo.

Um Grupo de Trabalho compostos por pessoas indicadas pela Fenaban e pelo Comando vai tratar de detalhes sobre os conteúdos, materiais e mídias a serem utilizados para a formação dos bancários. A ONU Mulheres, a OIT, o Ministério Público do Trabalho e outras entidades serão convidadas a contribuir com a campanha, desde a elaboração do conteúdo.

O dia da primeira reunião ainda não foi definido, mas já tem datas indicativas para maio. A campanha de sensibilização da categoria e da sociedade sobre as questões da diversidade está prevista para começar em junho e se prolongará até outubro, quando se encerrará a fase de questionário, que tem previsão se iniciar no final de agosto. Os resultados serão tabulados e analisados entre novembro e janeiro e os resultados serão divulgados em fevereiro de 2020.

Para a secretária de Políticas Sociais da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Rosalina Amorim, que coordena a mesa de negociações com a Fenaban sobre Igualdade de Oportunidades, foi importante sair da reunião com o cronograma de trabalho definido. “Mostra o compromisso de todos com a realização do Censo, que terá seu caráter ampliado”, disse a dirigente.

“Na atual conjuntura, a ampliação do caráter do Censo da Diversidade é uma grande conquista. A sociedade brasileira e mundial está assistindo ao avanço do conservadorismo. As pessoas não têm mais nenhum pudor de mostrarem seus preconceitos, que muitas vezes levam à violência. Não podemos aceitar que isso aconteça em uma sociedade civilizada”, completou Rosalina.

O secretário de Combate ao Racismo da Contraf-CUT, Almir Aguiar, ressaltou o fato de que antes de responder ao questionário da pesquisa, a categoria participará de uma campanha de sensibilização e conscientização sobre o tema. “Mesmo que eles não se tornem agentes da diversidade, serão sensibilizados e terão informação suficiente para não aceitarem a propagação do preconceito e da violência contra pessoas, pelo simples fato de elas possuírem características pessoais diferentes das que são aceitas socialmente”, disse.

Violência contra as mulheres

Com relação à criação de um canal de atendimento às bancárias vítimas de violência, seja doméstica ou em outro ambiente social, inclusive no trabalho, a Fenaban disse que os bancos estão sensibilizados com sua importância, mas, devido à complexidade do assunto, pediu mais tempo para analisar a proposta. O assunto voltará a ser tratado na próxima reunião.

A secretária da Mulher da Contraf-CUT, Elaine Cutis, ressaltou que não se pode postergar por muito tempo a criação deste espaço. “Todos os dias vemos notícias sobre violência contra mulheres. Esta é uma pauta emergente”, disse.

Foto: Jailton Garcia / Contraf-CUT

A secretária de Políticas Sociais da Federação dos Bancários de São Paulo (Fetec-CUT/SP) também ressaltou a urgência da implantação do canal. “Será muito importante para a trabalhadora bancária saber que pode contar com o acolhimento dos bancos. E a existência de um canal fará com que as bancárias se sintam ainda mais seguras para denunciar seus agressores”. 

“E não pensem que isso não acontece com as mulheres de nossa categoria. Em uma delegacia da zona Leste de São Paulo foram registrados 40 casos de violência contra bancárias. Este é um problema que atinge toda a sociedade. Por isso, precisamos agir com rapidez para contribuir com a solução”, cobrou Elaine, ao reforçar que é fundamental as bancárias se sentirem seguras para denunciar. “Não podemos permitir que o discurso com viés conservador torne natural a violência contra a mulher”, concluiu.

Elaine lembrou ainda que a violência contra a mulher afeta o desempenho delas no trabalho e atinge em cheio a economia. Uma pesquisa realizada pela Universidade Federal do Ceará mostra que a violência doméstica gera uma perda de R$ 1 bilhão por ano ao mercado de trabalho. O estudo diz que, em média, as vítimas precisam se ausentar 18 dias do trabalho após sofrer a violência (leia a íntegra da pesquisa).

 

Fonte: Contraf-CUT

Não são nada boas as perspectivas para a economia brasileira. Em março, o IBGE divulgou que o país tem 13,1 milhões de pessoas desempregadas. O Produto Interno Bruto, que mede o  valor dos bens e serviços que o país produz num período, está em níveis baixíssimos – crescimento de 1% em 2017 e 1,1% em 2018, com expectativas para 2019 revisadas para baixo seis vezes consecutivas. Esses tímidos crescimentos ocorrem depois de o PIB ter recuado mais de 7% em 2015 e 2016.

Mesmo diante desse cenário desalentador, o governo Bolsonaro segue tendo como foco a "reforma" da Previdência que, se aprovada, deverá agravar esse quadro e aumentar em meio milhão o número de desempregados.

De acordo com a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 6/2019, os benefícios previdenciários passariam a ser calculados sobre a média de 100% das contribuições – o que rebaixaria o valor final – e somente após contribuir por 40 anos ao INSS o trabalhador teria direito ao valor integral. Além disso, os benefícios assistenciais, como os de Prestação Continuada (BPC), seriam desvinculados do valor do salário mínimo e não teriam garantida nem mesmo a correção monetária. “Isso deverá produzir um importante impacto negativo na renda disponível de um grande contingente de famílias brasileiras de baixa renda”, afirma o economista Marcelo Manzano.

Ele explica que, à medida em que a renda das famílias é negativamente afetada, mais gente acaba sendo forçada a buscar uma alternativa de renda. “Isso significa que a população economicamente ativa deverá se expandir. Haverá mais pessoas no mercado e menor volume de ocupações. A crise econômica que vai para o seu quinto ano já tem obrigado muitos idosos a retornar ao mercado de trabalho.”

Com a reforma da Previdência, ele afirma, essa tendência indesejável de aumento indesejável dos idosos entre a população economicamente ativa. "Seja por conta da extensão dos prazos de contribuição necessários para se poder acessar a aposentadoria, seja porque haverá redução dos valores dos benefícios previdenciários e assistenciais, contraindo a renda dos mais pobres e exigindo o retorno de parte dos não-economicamente ativos.”

Além disso, uma outra modificação prevista na reforma da Previdência de Bolsonaro propõe isentar as empresas que contratarem aposentados da contribuição para o FGTS, além de desobrigá-las da multa de 40% em caso de demissão sem justa causa. “Com isso, deverá ocorrer uma disputa espúria entre os diferentes grupos etários no mercado de trabalho, com os idosos (já aposentados) levando vantagem sobre os demais trabalhadores (já que custarão menos para as empresas). Seus filhos e seus netos, que em tese estão passando por etapas da vida em que a garantia de renda é ainda mais fundamental, poderão ficar de fora do mercado de trabalho. Essa reforma, se aprovada, fará com que os avós acabem capturando os empregos dos netos.”

Reforma não é remédio

Em artigo publicado no Brasil Debate, pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) alertam para o risco de se acreditar que a reforma da Previdência seria remédio para tudo isso, como dizem alguns analistas. “Há uma crença, que não se ampara em dados estatísticos, de que se o país tem as contas públicas 'em ordem', haverá estímulo aos investimentos e à geração de empregos. Ora, os empresários investem se percebem que há demanda para seus produtos e serviços, não o fazem baseado na percepção de que as contas do governo estão 'em ordem'.”

Os estudiosos lembram as promessas jamais cumpridas de crescimento e criação de empregos com a reforma trabalhista, “que geraria segundo seus defensores, 5 milhões de empregos; como o foi a PEC do Teto de Gastos… Onde estão os frutos prometidos das reformas anteriores?”, questionam Ana Luíza Matos, Barbara Vallejos e Euzebio de Sousa, lembrando que se propaga um tipo de liberalismo seletivo, que acredita que a redução dos salários e dos direitos elementares dos trabalhadores irá retirar o Brasil da crise. “Mas o que se verifica é o contrário: a crise se aprofunda com a redução da capacidade de consumo das famílias e redução dos investimentos públicos e privados.”

Os pesquisadores ressaltam que vale o contrário: a criação de empregos tem impactos positivos na Previdência. “Em todo o período de 2009 a 2015 o Regime Geral da Previdência Social (RGPS) urbano foi superavitário”, diz o artigo. “O aumento do emprego formal (+23,4 milhões) e da base contributiva da Previdência garantiu a sustentabilidade do Sistema até a crise que se inicia em 2015.”

Com a "reforma" trabalhista, o quadro mudou para muito pior. “Em vigor desde novembro de 2017, incentivou a substituição de empregos 'padrão' por contratos 'atípicos'. Esta mudança na lei reforçou a tendência à precarização assistida desde o início da crise econômica. As ocupações sem carteira assinada têm puxado a geração de postos de trabalho desde 2016.”

O resultado é que o número de contribuintes para a Previdência reduziu-se em 2% entre 2016 e 2018, frente ao aumento de 8% dos trabalhadores que não contribuem.

“Neste cenário, essa reforma afastará ainda mais os trabalhadores com salários mais baixos e mais afetados pela informalidade da previdência pública por não conseguirem cumprir os aumentos de exigência de tempo de contribuição. Por outro lado, a elevada informalidade reduz a receita da Previdência.”

E sugerem, em vez de se insistir na reforma da Previdência como solução para todos os problemas da sociedade brasileira, pensar em propostas para gerar empregos de qualidade no país e, por essa via ampliar, as contribuições ao sistema. “Jogar a esperança de recuperação da economia em uma reforma que afasta ainda mais os trabalhadores da seguridade social ao endurecer as regras de acesso e que não tem nenhuma relação lógica com a retomada do crescimento é, do ponto de vista dos trabalhadores, aprofundar a crise”.

 

Fonte: Rede Brasil Atual

A "reforma" da Previdência proposta por Jair Bolsonaro é rejeitada por 51% dos brasileiros, mostra pesquisa Datafolha, publicada nesta quarta-feira (10). São favoráveis à proposta 41%, enquanto 2% se dizem indiferentes e 7% não souberam responder.

As mulheres são as maiores opositoras à reforma: 56%. Atualmente, elas se aposentam ao 60 anos, com mínimo de 15 anos de contribuição. A proposta de Bolsonaro aumenta a idade mínima para 62 anos, além de pelo menos 20 anos de contribuição.

Já entre homens, 48% se dizem a favor e 45% contra, um empate técnico – dentro da margem de erro, de dois pontos. Para conseguir a aposentadoria integral, os trabalhadores terão de contribuir por 40 anos.

A maior rejeição, de 63%, aparece entre funcionários públicos. E o maior apoio entre as pessoas de renda familiar acima de 10 salários mínimos (R$ 9.998 em 2019): 50% apoiam a reforma e 47%, são contra.

Pesquisa Vox Populi divulgada ontem aponta para rejeição ainda maior à reforma: 65% dos brasileiros são contrários à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 6/2019, enquanto 26% se disseram favoráveis e outros 9% não souberam responder.

Mudanças rejeitadas

Alguns pontos específicos da proposta de Bolsonaro são ainda mais rejeitados: a maioria é contra as idades mínimas. 65% das mulheres se dizem contra os 62 anos de idade para se aposentar, enquanto 53% dos homens se opõem a mudança para 65 anos.

Também há maioria contrária a contribuir 40 anos para a aposentadoria integral: 60% rejeitam.  mas 66% são favoráveis a cobrar alíquotas mais altas de servidores que ganham mais e 72% a limitar a aposentadoria do servidor pelo teto do INSS (limite que já existe desde 2013 para servidores federais e de estados e municípios com previdência complementar).

O Datafolha mostra que 68% dos brasileiros dizem ter conhecimento da proposta de reforma e só 17% se dizem bem informados. A oposição à reforma é maior entre os pouco informados: 62% são contrários às mudanças. Entretanto, também se opõem: 55% dos bem informados, 54% dos mais ou menos informados e 41% dos que não tomaram conhecimento.

 

Fonte: Rede Brasil Atual

O Comando Nacional dos Bancários se reúne, nesta quarta-feira à tarde (10), em São Paulo, com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) na mesa de negociações de Igualdade de Oportunidades.

Na reunião passada, ocorrida no dia 12 de março, ficou acertado que os bancos trariam para este encontro um cronograma de trabalho para a elaboração e execução do 3º Censo da Diversidade, que será mais abrangente para, além de permitir que o levantamento de dados se torne uma ferramenta de formação e de mudança da cultura discriminatória, que ainda persiste no sistema financeiro e na sociedade brasileira.

Na ocasião, a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira, que também é coordenadora do Comando Nacional, disse que a mudança do caráter do Censo permitirá a capacitação da categoria e possibilitará que cada bancário se torne agente da diversidade, do respeito e da igualdade em toda a sociedade, inclusive nos locais de trabalho.

Os bancos também ficaram de responder nesta reunião sobre a proposta de criação de um canal de atendimento às bancárias vítimas de violência, seja ela doméstica, ou em outros ambientes sociais, inclusive no trabalho.

 

Fonte: Contraf-CUT

As tradicionais feijoadas mensais que acontecem em nossa Sede de Duque de Caxias e em nossa SubSede de Nova Iguaçu, já tem datas definidas no mês de Abril.

EXCEPCIONALMENTE, a feijoada em nossa SubSede de Nova Iguaçu que geralmente ocorre na penúltima sexta-feira do mês, ocorrerá numa quinta-feira (18), devido ao feriado da "Paixão de Cristo", sexta (19).

Confira as datas:

Dia 18/04 - SubSede de Nova Iguaçu

Dia 25/04 - Sede de Duque de Caxias

Esperamos todas as bancárias e bancários para mais dois eventos imperdíveis e deliciosos.

Até lá!

As negociações sobre o custeio da Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil (Cassi) começaram em 2015. Desde o início, o BB tentava repassar o custo do plano de saúde para os associados. A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) sempre defendeu uma solução perene da Cassi, mantendo a relação contributiva de 60% a 40% entre banco e associados.

Em 2016 a Contraf-CUT e as entidades representativas componentes da mesa de negociações (Anabb, Contec, AAFBB e FAABB) resistiram às investidas do banco, conseguiram manter os direitos dos associados e negociar o Memorando de Entendimentos válido até 2019, que foi aprovado pelos associados. O acordo previa aumento provisório das contribuições dos associados para 4% e uma série de ressarcimentos de despesas pelo BB, de forma a manter a relação contributiva de 60% a 40%.

A gestão da Cassi deveria implementar uma série de medidas de contenção de despesas, preservando os programas de saúde e melhorando o atendimento. Estas medidas não se mostraram eficazes, o déficit da Cassi se acumulou, reservas foram consumidas e foi preciso encontrar nova solução.

Em 2018, o banco rompeu unilateralmente a mesa de negociações e elaborou uma proposta de seu interesse com seus aliados na Cassi. A proposta alterava profundamente o modelo de governança, excluía os novos funcionários do Plano Associados e instituía a cobrança por dependente por faixas salariais, reajustada pela inflação médica. A Contraf-CUT e a maioria das entidades representativas foram contra sua aprovação. 70% dos associados disseram não às mudanças.

Proposta a ser levada ao Corpo Social é fruto de negociação

Diante da negativa dos associados, o BB foi obrigado a reabrir as negociações, o que viria a acontecer somente em janeiro de 2019, após a posse do novo governo. A diretoria eleita da Cassi e as entidades representativas criaram Grupo de Trabalho que elaborou uma proposta de consenso, sugerindo mudanças no custeio e na estrutura organizacional.

O banco não acatou a proposta do GT, começou a negociar de maneira intransigente e apresentou às entidades a mesma proposta que já havia sido rejeitada em votação, agravada com aumento de contribuição dos associados. As entidades rejeitaram de pronto, exigiram respeito, apresentaram várias sugestões e solicitaram uma série de cálculos atuariais aos técnicos da Cassi. Depois de dez rodadas de negociação, o banco apresentou a proposta final, que deve ser levada à apreciação do Corpo Social.

A Contraf-CUT entende que a proposta apresentada pelo BB não é a ideal, mas mantém os preceitos fundamentais. Mantém a relação contributiva de 60% a 40% até 2022; mantém a solidariedade mesmo cobrando por dependentes; incorpora os novos funcionários no Plano Associados; mantém os pontos fundamentais da governança da Cassi e o equilíbrio entre banco e associados; e traz novos aportes do BB para recompor a situação financeira precária do plano de saúde.

> O documento está disponível no site da Cassi e também pode ser baixado diretamente por aqui.

A negociação se deu sob a vigência da Resolução CGPAR 23, que determina às empresas estatais federais que instituam cobrança por dependente ou por faixa etária. A cobrança por faixa etária foi rechaçada pelas entidades, pois significaria grandes aumentos nas contribuições ao longo do tempo. Nas negociações, o banco avisou que só aceitaria fazer novos aportes à Cassi se fosse estabelecido uma das duas formas de cobrança.

A proposta é fruto de negociação em uma conjuntura política adversa, em que o governo empossado em janeiro anuncia a privatização de “tudo o que for possível” e não mede esforços para destruir a Previdência Social, cortar direitos trabalhistas, atacar sindicatos e organizações sociais e sucatear os serviços públicos. Diante de tantos ataques, a Contraf-CUT e as entidades representativas priorizam, neste momento, a sobrevivência da Cassi para, quando houver conjuntura mais favorável, conseguir novos avanços e incorporar novos direitos.

Contraf-CUT defende nova proposta pela manutenção da Cassi

Nas negociações, o banco teve que abrir mão de sua intransigência e avançar nos seguintes pontos, em relação à proposta rejeitada em 2018.

O BB manteve a relação contributiva 60% a 40%, por meio da contribuição de 3% sobre cada dependente dos ativos e do pagamento da taxa de administração. Aceitou a inclusão dos novos funcionários no Plano de Associados. Abriu mão do voto de minerva na diretoria em questões cruciais, mantendo somente para algumas questões operacionais que não alteram direitos dos associados. Acatou a cobrança por dependente vinculada ao salário, protegendo os associados de futuros aumentos superiores aos reajustes salariais.

As entidades representativas aceitaram levar a proposta à consulta do Corpo Social após o banco anunciar que esta é a última proposta e não aceita qualquer mudança no seu conteúdo. Dada a situação financeira da Cassi, de déficit de R$ 251 milhões e patrimônio líquido negativo no Plano Associados, a alternativa seria uma intervenção da ANS, com desfecho imprevisível.

Veja, na tabela abaixo, os valores a serem pagos por algumas faixas salariais para funcionários da ativa e aposentados. Os valores são a soma das contribuições de 4% mais a contribuição por dependente.

A tabela mostra, claramente, que o princípio fundamental do custeio da Cassi, a solidariedade, foi minimamente mantido. Quem ganha mais paga mais, quem ganha menos paga menos, de maneira que todos os associados e seus dependentes tenham o mesmo atendimento, independentemente de sua situação funcional.

De acordo com os cadastros da Cassi, 27% dos associados não têm dependentes, 40% têm somente 1 dependente, 18% têm 2 e 15% contam com 3 ou mais.

A título de comparação, um usuário do Plano Cassi Família com 40 anos e três dependentes de 35, 10 e 5 anos paga R$ 2.219,72 mensais para toda a família. Um usuário de 65 anos com uma dependente de 58 paga R$ 4.052,43. Portanto, o Plano de Associados é muito menos oneroso.

Situação financeira da Cassi decorre da inflação médica

A principal causa da situação financeira da Cassi é a chamada inflação médica. As despesas crescem muito mais rápido que as receitas, estas atreladas aos salários e aposentadorias.
Veja, na tabela abaixo, alguns dados e indicadores e tire suas próprias conclusões.

Inflação médica: Aumentos acumulados no plano da Cassi de janeiro de 2010 a dezembro de 2018

A Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil participou de todo o processo de negociação, juntamente com as outras entidades representativas dos funcionários da ativa e aposentados e orienta pela aprovação da proposta construída pelo processo negocial. Anabb, AAFBB, FAABB e Contec são as demais entidades que fazem parte da mesa de negociação.

O Conselho Deliberativo da Anabb aprovou por maioria a indicação de orientação pelo voto “SIM”, encaminhada por unanimidade pela Diretoria Executiva daquela entidade. A AAFBB também já orientou pela aprovação da proposta.

Para Wagner Nascimento, coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB, não é fácil negociar num cenário onde o governo a todo tempo emite sinais que quer privatizar as empresas públicas ou colocar à venda os ativos mais valiosos do BB. “A Cassi é nossa e não podemos deixar que nem o governo, nem a ANS decidam sozinhos o que fazer com o nosso Plano de Saúde, apenas por olhar os aspectos financeiros. São milhares de funcionários da ativa e aposentados que tem na Cassi um precioso bem. Garantir a sua sustentabilidade por mais tempo é uma tarefa que conseguimos agora com essa proposta, dando segurança de atendimento a todos os associados da Cassi”, disse.

Fonte: Contraf-CUT

A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) realiza, nesta sexta-feira (12), em Brasília, a mesa de negociação permanente com a Caixa Econômica Federal. Entre as principais reivindicações dos trabalhadores, estão as explicações sobre o resultado do balanço de 2018; a posição da Caixa sobre a retirada da representação do banco no Conselho Curador do FGTS; mais transparência no Saúde Caixa; contratação de mais empregados e apresentação do modelo de implementação de intervalo de 30 minutos para descanso na jornada de 6 horas – neste caso os representantes dos trabalhadores reiteram a reivindicação dos empregados de que seja optativo (quando não houver hora extra) fazer 15 ou 30 minutos de intervalos.

“É importante lembrar que esta extensão do intervalo é uma conquista importante para os trabalhadores, visto que em muitas agências da Caixa, os empregados não têm conseguido parar nem 15 minutos e que não garantiam o repouso”, disse o coordenador da Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa, Dionísio Reis. Para ele, trata-se de uma conquista importante para a saúde dos trabalhadores o acréscimo de mais 15 minutos. “O ideal seria que a Caixa tornasse este intervalo estendido como uma opção, nas unidades onde os trabalhadores têm outras condições de trabalho e que podem optar pela manutenção dos 15 minutos”, defendeu o dirigente sindical.

Para a dirigente e representante da Contraf-CUT na mesa de negociações com a Caixa, Fabiana Proscholdt, a mesa permanente de negociação com a Caixa é de extrema importância neste momento, principalmente no atual cenário político em que se encontra o país. “Com todo o cenário de ataque e fragilização da Caixa e dos empregados da instituição, é importante reforçarmos a mesa permanente de negociação. Queremos avançar nos debates internos para promover um ambiente com boas condições de trabalho. Temos muitas pautas pendentes e outras a serem debatidas”, ressaltou.

Contratação

Ainda segundo Dionísio, a CEE/Caixa voltará a reivindicar a contratação de mais empregados e cobrar posicionamento da empresa sobre o fechamento de agências. “A exigência pela imediata contratação de empregados é uma forma de combater a sobrecarga e o recorrente adoecimento dos trabalhadores. Atualmente, muitos estão trabalhando sem descanso e sem fazer refeição nas agências pelo país afora”, destacou o dirigente.

Sem explicações

Também na mesa de negociação permanente desta sexta-feira, a CEE/Caixa cobrará o posicionamento do banco sobre o motivo da retirada da representação da Caixa no Conselho Curador do FGTS.

Os representantes dos trabalhadores também vão cobrar esclarecimentos sobre o prejuízo registrado quarto trimestre de 2018 e os impactos no que estava projetado no balanço e no reconhecimento dos trabalhadores.

A CEE/Caixa cobra mais transparência nas informações e reitera o ofício de nº 01618, entregue à Caixa em 19/03/2018, requerendo que a instituição cumpra: a apresentação de relatório atuarial e balancetes mensais do exercício de 2017; a identificação do valor total do superávit e respectiva discussão da destinação do mesmo; a aplicação correta da regra de remuneração, pela taxa Selic, sobre os valores do Fundo de Reserva de Contingência; a apresentação dos relatórios financeiros mensais e anuais para possibilitar a efetiva atuação do Conselho de Usuários do Saúde Caixa; a apresentação dos resultados da pesquisa anual de atendimento e satisfação dos usuários do plano, e, por fim, a implementação de um canal oficial e centralizado de comunicação com os conselheiros representantes dos empregados.



Fonte: Contraf-CUT

Conselho de administração será formado por nomes ligados a concorrentes do banco; novo estatuto ainda prevê fechamento de capital, alienação do controle acionário e saída do Novo Mercado, segmento que determina regras societárias e amplia direitos dos acionistas
 

O Banco do Brasil (BB) convocou assembleia geral ordinária e extraordinária para 26 de abril. Entre outros pontos, será votada a composição do conselho de administração. Foram indicados seis novos representantes do mercado financeiro para o conselho, o que reforça o direcionamento privatista e neoliberal que o banco público está adotando no governo Bolsonaro.

Além disso, os indicados são ligados a outras instituições financeiras privadas e fintechs, o que gera conflito de interesses e pode prejudicar a instituição pública.

Guilherme Horn (Accenture), Luiz Fernando Figueiredo (Mauá Capital), Luiz Serafim Spinola Santos (UBS Capital e Bank of Boston), Marcelo Serfaty (G5 Partners, Pactual, Fiducia Asset), Ricardo Reisen de Pinho (Oi e Petrobras) e Waldery Rodrigues Junior (Secretário da Fazenda) são os indicados.

“O Guilherme Horn é totalmente conflitado. Ele é conselheiro de outras fintechs que concorrem diretamente com o Banco do brasil. É um conflito grave. Onde está a Comissão de Valores Mobiliários que não vê essas coisas?”, questiona João Fukunaga, secretário de Assuntos jurídicos do Sindicato dos Bancários de Osasco e Região e funcionário do Banco do Brasil.

A Accenture foi a consultoria contratada pelo BB para fazer o diagnóstico da Cassi. Entre as sugestões apontadas no relatório estava a criação de duas diretorias com ocupação por agentes do mercado de saúde.

Walderly já indicou que a intenção do governo é abrir mais espaço para a atuação de instituições financeiras privadas e para o mercado de capitais. “Queremos fazer com o BB o que estamos fazendo com o BNDES (…)”, disse.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, autorizou Waldery a redigir ofício exigindo R$ 100 bilhões do BNDES até o fim do ano, segundo o Estado de S. Paulo. Também defendeu a venda de ativos do Estado.

Hoje, o Banco do Brasil responde por 60% do crédito agrícola. É responsável por financiar a agricultura familiar por meio do Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar), que representa 70% da produção de alimento consumido pelos brasileiros, a juros módicos, que variam entre 2,5% e 5,5% ao ano. Sem o Pronaf, os agricultores teriam de pagar até 70% a mais de juros nos bancos privados.

Fechamento de capital

O novo estatuto que será votado também prevê alienação do controle acionário do banco; e fechamento de capital.

“Definitivamente estão entregando o Banco do Brasil para a iniciativa privada e para pessoas acostumadas a gerir fundos de investimento que dão resultado no curto ou curtíssimo prazo, e não para pessoas que pensam essas instituições de forma estratégica para o Brasil. Para a função social dos bancos públicos essa visão é mortal”, afirma Fukunaga.

Saída do Novo Mercado

Será incluída também seção específica para tratar de eventual saída do Novo Mercado, segmento destinado à negociação de ações de empresas que adotam, voluntariamente, práticas de governança corporativa adicionais às que são exigidas pela legislação brasileira. A listagem nesse segmento especial implica a adoção de um conjunto de regras societárias que ampliam os direitos dos acionistas, além da divulgação de políticas e existência de estruturas de fiscalização e controle.

“Novo Mercado é o que há de melhor nos termos de governança e transparência. Por que a gestão do Banco do Brasil apresenta uma proposta de mudanças no estatuto para sair do Novo Mercado? Isso é outro problema. As empresas se esforçam para fazer parte do Novo Mercado e o Banco do Brasil quer sair? É ir na contramão do que todo mundo está fazendo, o que é um sinal muito negativo”, avalia Fukunaga.

Empréstimos para diretores e membros do CA

Além dessas mudanças, o novo estatuto prevê que membros do conselho de administração e da diretoria executiva poderão tomar dinheiro emprestado do Banco do Brasil.

“Os membros da diretoria executiva e do conselho de administração eram proibidos de tomar empréstimo do banco. Então por que agora será liberado? Os trabalhadores devem estar atentos a todos esses movimentos que atacam frontalmente o caráter público e social do Banco do Brasil”, afirma Fukunaga.

“Muito nos preocupa tantos agentes de mercado e da concorrência no Conselho de Administração. O papel do BB como banco público de desenvolvimento para o país vai ficar cada vez mais em segundo plano. Desta forma perde a sociedade e perde também o governo, que deixa de lado um veículo importante de financiamento. Perde o povo brasileiro”, ponderou o coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), Wagner Nascimento. “Defendemos o Banco do Brasil pois defender o BB é também defender o Brasil”, completou.

Fonte: SPBancários, com edições da Contraf-CUT

 

O Comando Nacional dos Bancários avaliou como positiva a disposição dos bancos em debater os principais pontos de adoecimento da categoria. O compromisso foi firmado na mesa temática de Saúde do Trabalhador, realizada na tarde desta terça-feira (9), em São Paulo, entre o Comando, o Coletivo Nacional de Saúde e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban).

O movimento sindical iniciou a reunião com uma explanação sobre as más condições de trabalho vivida nos bancos, que mostram a real necessidade de ações preventivas. “Se há um lugar para avançar, com certeza esta mesa é o ideal. Temos de aproveitar este espaço para pensar em ações efetivas que possam interferir no dia a dia dos bancários e impedir que eles cheguem à situação extrema”, afirmou a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira, que é uma das coordenadoras do Comando Nacional.

“A questão é grave, há um nível muito grande de transtornos mentais. As pessoas estão trabalhando à base de remédios. Isto tudo em decorrência da pressão por resultados e metas que é exercida sobre eles”, afirmou Mauro Salles, secretário de Saúde da Contraf-CUT.

Os bancários reivindicam acesso aos dados de afastamento, para poder pensar medidas preventivas em conjunto com os bancos. “Nós queremos enfrentar os problemas de metas e assédio moral. Nós temos que discutir este processo de organização do trabalho. Se não discutirmos a gestão, não tem como haver prevenção”, disse o secretário. O movimento sindical também quer debater sobre as condições de saúde dos trabalhadores em plataformas digitais.

Os bancos reconheceram a importância da mesa temática de saúde na construção de avanços para a categoria e se colocou à disposição para avançar no tema. “A expectativa é que os bancos reconheçam a necessidade de enfrentamento do problema e que haja efetividade, com soluções para as causas de adoecimentos e uma política de prevenção adequada”, finalizou Salles.

A próxima reunião para começar a discutir efetivamente as possibilidades de prevenção ficou marcada para o dia 22 de maio.


Fonte: Contraf-CUT