Maio 22, 2025
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Na prática, o Projeto de Lei Complementar (PLC) nº 19 de 2019, altera a relação entre a direção do banco e o governo. Caso os senadores aprovem o texto, o PLC seguirá para análise da Câmara dos Deputados.

Atualmente, a diretoria colegiada do BC é formada por nove pessoas: o presidente e oito diretores. Isso se mantém. O que muda é que os membros passarão a ter mandatos fixos de quatro anos e fica admitida a possibilidade de recondução. O período estabelecido foi pensado de maneira a não coincidir com o da Presidência da República: os mandatos dos colegiados começam apenas no início do terceiro ano do mandato do chefe do Executivo. 

Tanto o relator, Telmário Mota (Pros-RR), quanto o autor, Plínio Valério (PSDB-AM), argumentam que a mudança deve blindar a autarquia de possíveis pressões políticas do presidente da República e dar estabilidade para planejar e executar a política monetária.

Em paralelo, outra proposta de autonomia do BC, de autoria do governo federal, está na Câmara dos Deputados. Segundo o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o texto pode ser examinado depois do carnaval.

Interesses privados

O papel do Banco Central é fundamental para a economia como um todo, já que as decisões do órgão, responsável pela política monetária nacional, incidem sobre o câmbio, a dívida pública, a taxa básica de juros e o controle da inflação.

Ao Brasil de Fato, o economista Flávio Tonelli Vaz projetou que a alteração não só privilegiaria ainda mais os interesses dos bancos privados como faria com que a escolha da direção do órgão passasse longe dos interesses do eleitor. Isso porque o novo presidente do BC seria escolhido independentemente da cartilha política do próximo presidente da República.

“Significa, portanto, excluir das urnas o direito de definir a política monetária. Vai retirar do povo a capacidade de eleger políticos que queiram colocar a política monetária a serviço do desenvolvimento”, enfatiza.

Segundo o texto do PLC, os membros da direção do Banco poderão ser exonerados em casos de improbidade administrativa, crimes que acarretam a proibição de manutenção de cargos públicos e “desempenho insuficiente para o alcance dos objetivos do Banco Central”. Nesse caso, o Conselho Monetário Nacional (CNM) fica responsável por submeter ao presidente do Executivo a proposta de exoneração, condicionada, ainda, à aprovação do Senado. 

Ainda de acordo com o texto aprovado pela CAE do Senado nesta terça, os integrantes selecionados para a compor a diretoria devem ser brasileiros “idôneos, de ilibada reputação e notória capacidade em assuntos econômico-financeiros ou comprovados conhecimentos que os qualifiquem para a função”. 

Fonte: Rede Brasil Atual

A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) enviou um ofício, na noite desta terça-feira (18), para cobrar a continuidade das reuniões sobre o processo de reestruturação da Caixa.

O documento cita a liminar concedida a pedido da Contraf-CUT e pede transparência nos dados da reestruturação, como: gabaritos, números de empregados, funções e unidades envolvidas no processo, separados por região (com dados antes e previsão depois), número de previsão de dispensa das funções, transferências por região, etc.

Na última sexta feira (14), em juízo, a direção do banco registrou seu compromisso de garantir a manutenção das funções e os locais de 80% dos empregados da rede. “Além de cobrar esse compromisso, queremos respeito aos trabalhadores de licença e de férias, além outras situações. Queremos que a direção do banco coloque para as federações e sindicatos a situação em cada região para podermos acompanhar caso a caso”, cobrou Dionísio Reis, coordenador da Comissão Empregados da Caixa Econômica Federal (CEE/Caixa).

A CEE/ Caixa lembra ainda do pedido de agendamento de reunião dia 20 de fevereiro que não teve resposta. “São inúmeras as reclamações dos empregados quanto ao processo, por isso ele deve ser acompanhado de perto se for prosseguir. Precisamos garantir os direitos dos trabalhadores, entre eles, o de no caso do descomissionamento tendo as condições de incorporação da gratificação de função que tenha seu direito garantido”, afirmou Dionísio Reis. “Nós já apresentamos todas essas questões no último encontro com a direção do banco, em 12 de fevereiro, mas até o momento não obtivemos resposta. A transparência das informações é imprescindível para principiar um processo de negociação”, completou

CA debate reestruturação

Na reunião do Conselho de Administração (CA), na última segunda-feira (17), o único item da reestruturação colocado em pauta foi a criação das superintendências nacionais, já que o processo na íntegra só passa pelo Conselho Diretor. Para a representante dos empregados no CA, Rita Serrano, redefinir estratégias faz parte da rotina que qualquer empresa, mas ela opina: “Não tenho  instrumentos para avaliar se essa reestruturação é a mais adequada para a rede, mas entendo que por ser a área mais importante,  coração  e vitrine da Caixa, que agrega quase 60% dos empregados, deveria ser feita com cautela  e discussão, para não correr riscos de  perda de processos, perda de inteligência, piora na qualidade de atendimento a clientes e usuários”, afirmou.

Ela avalia também que a restruturação proposta desconsidera que o maior banco público do Brasil deveria ter política de inclusão bancária, pois hoje em torno de 45 milhões de brasileiros não tem acesso a serviços bancários. Rita Serrano ressaltou que a expectativa é que a direção da Caixa reavalie esse processo açodado e respeite as entidades de representação e sobretudo os empregados, que ficaram inseguros e assustados com as possibilidades de mudanças, perdas de função, de local de trabalho, e da ampliação da pressão por resultados.

A reestruturação, no entendimento dela, também é um passo para o esvaziamento da empresa e sua privatização, mesmo que fontes do governo afirmem que a Caixa não será privatizada neste momento. “Na verdade a Caixa já está sendo privatizada, pois se desfez de R$ 15 bilhões em ativos, vendeu ações da Petrobras, do BB, do Instituto de Resseguros do Brasil, o IRB, fez o leilão da Lotex e prepara para esse ano a privatização de operações fundamentais nas áreas de seguros, cartões e loterias. Então é evidente que Caixa está sendo privatizada e o governo só não admite isso por um motivo: a opinião pública. As pesquisas indicam que a sociedade brasileira não quer a privatização, especialmente quando se trata da Petrobras, Banco do Brasil e Caixa, um banco público, tão importante e gestor de inúmeros programas sociais”, avalia.

Reconhecimento dos empregados

A Contraf-CUT aproveitou o ofício para cobrar a antecipação do pagamento da PLR. A PLR na Caixa é uma conquista recente que vem de 2003, antes disso o banco não garantia a regra básica da CCT. Além da regra básica e da parcela adicional previstas na CCT da categoria (módulo Fenaban), a PLR é composta na Caixa pela PLR Social, conquista dos empregados na campanha de 2010 e garante 4% do lucro líquido distribuído linearmente.

RH 151 para todos os empregados

É importante lembrar que a Justiça determinou que o direito à incorporação da gratificação de função prevista no RH 151 deve ser mantido a todos os empregados. A Caixa expediu documento “FAQ”, em que argumenta de que a concessão do adicional de incorporação não está mais prevista nas normas internas da Caixa. Porém, as entidades sindicais esclarecem que, recentemente, a Juíza da 13ª Vara do Trabalho de Brasília julgou procedente o pedido da Contraf-CUT e federações, em ação coletiva, para “declarar que o direito à incorporação da gratificação de função prevista no RH 151 aderiu aos contratos de trabalho de todos os empregados substituídos que se encontravam admitidos até a data de 09/11/2017, desde que preenchidos os requisitos da norma”.

Para relembrar

No final de 2017, a Caixa revogou o normativo RH 151, o que ocasionou a limitação da incorporação de gratificação de função apenas aos empregados “descomissionados” até o dia 09/11/2017, desde que a dispensa ocorresse imotivadamente e o empregado contasse com 10 anos ou mais de função.

As entidades sindicais ingressaram com a ação coletiva denunciando a revogação do RH 151, bem como reivindicou a manutenção do respectivo normativo interno em sede de liminar. A liminar foi deferida pelo Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região, em sede do mandado de segurança, em 2018.

Na sentença, a Juíza declarou que “o direito à incorporação da gratificação de função prevista no RH 151 aderiu aos contratos de trabalho de todos os empregados substituídos que se encontravam admitidos até a data de 09/11/2017, inclusive, desde que preenchidos os requisitos da norma”. Essa decisão beneficiará todos os empregados lotadas nas respectivas bases territoriais da Contraf-CUT e das federações autoras.

Fonte: Contraf-CUT

A criação do canal de atendimento às bancárias vítimas de violência é uma proposta pelo Coletivo Nacional das Mulheres da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) de enfrentamento à violência contra a mulher, que é uma das principais bandeiras de luta para o Dia Internacional da Mulher.

“As mulheres vítimas de violência doméstica já estão fragilizadas com a situação vivenciada em casa, não encontra nenhum tipo de acolhimento no seu local de trabalho, aonde passa o maior tempo”, afirmou Silmara Antonia da Silva, diretora do Sindicato dos Bancários de São Paulo.

A dirigente sindical se formou no curso de Administração em 2019 e escolheu Política de acolhimento de mulheres em situação de violência doméstica nas instituições financeiras, como tema do seu trabalho de conclusão de curso (TCC), por já ter atendido bancárias nesta situação. Ela foi a idealizadora da reivindicação, apresentada à Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), em reunião da mesa de Igualdades de Oportunidade, realizada em abril do ano passado.

“A nossa expectativa é que a Fenaban possa dar continuidade nas discussões que já foram iniciadas na mesa de Igualdade de Oportunidades e tornar essa proposta uma realidade dentro dos bancos, o que será fundamental para dar a proteção e o respeito que precisam, além de manter o respeito no ambiente de trabalho”, salientou Elaine Cutis, secretária da Mulher da Contraf-CUT.

Para Silmara, a estratégia de prevenção é mais necessária. “Um canal que possa olhar as trabalhadoras com mais atenção, pode iniciar um processo de mudança na empresa e contribuir para a redução dos números de violência e até feminicídio no país.”

A dirigente aponta que a ausência de uma política interna para lidar com o problema, vivenciado por muitas mulheres no Brasil, leva o gestor dos bancos ao imobilismo ou ao tratamento inadequado da situação. “A falta de compreensão dos fatos e de falta de orientação por parte da instituição contribui para a perpetuação de uma cultura de violência e punição da própria vítima do processo. É difícil para a mulher separar o que vivenciou da violência sofrida pelo seu companheiro, da sua relação do trabalho, o que acaba influenciando diretamente no rendimento no trabalho.”

A pesquisa de Silmara ainda sugere outras intervenções necessárias para contribuir e minimizar o sofrimento psíquico da mulher vítima de violência, como curso sobre violência doméstica para gestores e trabalhadores; liberação da funcionária sem penalidades e horários flexíveis, caso haja necessidade, devido as agressões recebidas; horários de trabalho flexíveis; alteração temporária das responsabilidades do trabalho; assistência jurídica; segurança pessoal e prioridade em estacionar próximo ao prédio e manter o sigilo.

Fonte: Contraf-CUT

A Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC) solicitou explicações do BNDES por impor exigências que extrapolam questões contratuais para liberação de recursos, inclusive sobre vínculos político-partidários. De acordo com representação da Abong, associação criada em 1991 que reúne organizações não-governamentais, o banco estaria exigindo uma declaração “sob a suposta pena de não liberação de parcelas futuras de recursos já pactuados”. A presidência do banco público tem cinco dias para responder à PFDC.

De acordo com representação encaminhada pela Abong, “no modelo de declaração constariam exigências que excedem àquelas acordadas no âmbito da lavratura dos contratos”, diz a Procuradoria, vinculada ao Ministério Público Federal (MPF).

“Entre elas, algumas que surpreendem pelo seu conteúdo, ao estipularem aos dirigentes da instituição executora do projeto restrições como: não exercerem cumulativamente cargo em organização sindical; não serem dirigentes estatutários de partidos políticos; nos últimos 36 meses, não terem participado na estrutura decisória de partido político ou em trabalho vinculado a organização, estruturação e realização de campanha eleitoral.”

Luciano Coutinho: trabalhadores sentirão na carne desmonte do BNDES

Na última sexta-feira (14), a procuradora federal Deborah Duprat encaminhou ofício ao presidente do BNDES, Gustavo Montezano, em que lembra que um dos princípios norteadores da administração pública, direta e indireta, é a legalidade.

Deborah observa que a Lei 13.019, de 2014, estabelece o regime jurídico entre a administração pública e organizações da sociedade civil – “e que esse diploma legal, ao estipular as vedações para essa forma de cooperação, não inclui as exigências constantes da declaração proposta pelo BNDES”, acrescenta.

“No documento, a Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão relembra que as condições para a liberação de cada parcela dos recursos foram determinadas no momento da constituição dos contratos, e que os princípios da moralidade e da boa-fé objetiva administrativa, bem como da segurança jurídica, asseguram às contratantes não serem surpreendidas por novas exigências”, diz ainda o órgão do MPF, que aponta “total incompatibilidade das solicitações com o texto constitucional”.

O órgão do MPF aponta, ainda, a total incompatibilidade das solicitações com o texto constitucional, que assegura liberdade plena de associação como direito fundamental – e que tem a cidadania e o pluralismo político como fundamentos do Estado democrático de direito.

“O que implica necessariamente a possibilidade de filiação a partido político e de participação em sua estrutura decisória de forma livre e autônoma”, destaca a Procuradoria.

Caso confirme os fatos contidos na representação, as explicações do BNDES deverão esclarecer “as razões que sustentam juridicamente a declaração como condição de liberação de parcelas acordadas em contratos em curso”.

Confira aqui a íntegra do ofício.

Fonte: Rede Brasil Atual

O Itaú Unibanco registrou lucro de R$ 28,3 bilhões em 2019, o maior da história entre todos os bancos brasileiros. Houve crescimento de 10,2% em relação ao ano anterior, quando foram registrados R$ 22,6 bilhões. Segundo o Dieese, a maior parte do lucro está relacionada à ampliação da carteira de crédito dos bancos privados, ao mesmo tempo em que os bancos públicos – Caixa e Banco do Brasil – pisam no freio.

“Navegando nesse mundo novo com o governo Bolsonaro, os bancos públicos estão tirando o pé da concorrência, evitando competir com os bancos privados. É um movimento de ocupação muito agressivo do percentual do crédito que vinha dos bancos públicos. O Itaú aproveitou essa oportunidade criada pelo próprio governo”, afirmou o diretor técnico do Dieese, Fausto Augusto Junior, à jornalista Marilu Cabañas, para o Jornal Brasil Atual, nesta quarta-feira (12).

Em novembro do ano passado, o Itaú Unibanco havia ultrapassado, pela primeira vez na história, o Banco do Brasil em volume total de crédito. Desde setembro de 2018, a instituição privada havia aumentado seus estoques de operações em 8,3%, enquanto o concorrente estatal havia registrado recuo de 0,7% no mesmo período.

A carteira da Caixa também encolheu. Em junho de 2019, o banco tinha um saldo de R$ 682,4 bilhões em empréstimos, 1,9% menor do que o verificado um ano antes, com diminuição de 7,9% no crédito comercial para pessoa física e 30,7% nos empréstimos concedidos às empresas.

Cortes

O diretor técnico do Dieese diz que a receita para os lucros astronômicos vem da diferença paga pelo banco ao captar recursos – os juros da poupança, por exemplo – e aquilo que cobra para emprestar. Além disso, as taxas de juros cobradas pelos bancos não acompanharam o ritmo de queda na Selic. Outro fator que serve para explicar a ampliação dos ganhos do setor financeiro é a utilização da tecnologia para reduzir custos com mão de obra. Só no Itaú Unibanco, foram mais de 5 mil funcionários demitidos em 2019.

Fausto destacou que apenas com aquilo que arrecada com a cobrança de tarifas – excetuando as transações de crédito –, o Itaú Unibanco arrecadou o equivalente a uma vez e meia o seu gasto total com funcionários. “O banco paga todas as suas contas, incluindo salários, PLR, e demais encargos, só com ganhos das tarifas bancárias, e ainda sobra. É aquele dinheiro que a gente paga e muitas vezes nem sabe porque está pagando. Não é pouca coisa. A venda de serviços bancários também vem crescendo bastante”, afirmou.

Fonte: Rede Brasil Atual

Economistas do mercado ouvidos pelo Banco Central (BC) reduziram suas projeções para 2020. Segundo o Boletim Focus, divulgado na última segunda-feira (17), a expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) caiu de 2,3% para 2,23% neste ano. Para 2019, as projeções do mercado apontam crescimento de 0,89%. Os dados oficiais serão divulgados pelo IBGE em março. A revisão para baixo, segundo o diretor técnico do Dieese, Fausto Augusto Junior, indica que o “mercado” reorganiza suas referências para dar informações mais “reais” aos investidores.

As projeções mais otimistas foram seguidamente desmentidas pela redução na produção industrial e dos resultados do comércio, menos aquecido do que o esperado durante o Natal. Mais grave ainda, as altas taxas de desemprego demoram a ceder, e são camufladas pelo trabalho precário. O resultado, segundo o diretor do Dieese, é o aumento da desigualdade social.

“O que estamos assistindo é que no ano passado crescemos quase 1%, menos do que desejaríamos. Muito pior do que isso, apesar de crescer, a média da população piorou. Os carrinhos ficam mais vazios, as pessoas estão comprando menos. Isso tem a ver com a ampliação da desigualdade. Crescimento econômico não necessariamente quer dizer desenvolvimento econômico e social”, afirmou à jornalista Marilu Cabañas, para o Jornal Brasil Atual, nesta terça-feira (18).

Fausto classifica o crescimento atual como “voo de galinha”. Segundo ele, para se traduzir em bem-estar, seria preciso, por exemplo, haver ampliação dos serviços públicos e também do poder de compra da população. Além de um crescimento que fosse sustentável ambientalmente. Ele citou as recentes enchentes nos estados de São Paulo e Minas Gerais que, mais uma vez, atingiram principalmente os mais pobres, prejudicados não apenas por morarem nas áreas de risco, mas também por sofrerem com a alta no preço dos alimentos.

Fonte: Rede Brasil Atual

Editada em 11 de novembro, a Medida Provisória do contrato de trabalho “verde e amarelo” – a MP 905 – foi debatida novamente nesta quarta-feira (12) no Senado, com críticas dos representantes dos trabalhadores e defesa por parte dos empresários. Os sindicalistas afirmam que a MP representa uma nova “minirreforma” trabalhista, intensificando o processo de perda de direitos.

“Para você ter uma economia virtuosa, você precisa ter salários dignos e trabalhos decentes”, afirmou, por exemplo, o presidente da CSB, Antonio Neto, que contesta a ideia de redução de direitos para criar empregos. Esse é o argumento recorrente dos defensores da chamada flexibilização.

Já o economista Clóvis Scherer, do Dieese, afirmou que as desonerações previstas pela MP 905 garantiram um “bolsa-patrão” para os empresários. A economia poderia chegar a até R$ 11 bilhões, segundo o próprio governo. “Tem que falar quem é que vai pagar a conta”, acrescentou.

A MP estabelece que os benefícios serão financiados com a cobrança de contribuição previdenciária de quem recebe seguro-desemprego.

A MP tem justificativa alegada, pelo governo, de facilitar o primeiro emprego de jovens até 29 anos. Eles podem ser contratados por até 24 meses, com rendimento limitado a 1,5 salário mínimo, com redução na alíquota de contribuição para o FGTS (de 8% para 2%) e da multa do Fundo de Garantia (de 40% para 20%). O Congresso formou uma comissão mista (deputados e senadores) para analisar a medida.

“Afirmam que o País atravessa uma crise fiscal, com déficit público nominal de 5,9% do PIB em 2019, e isentam empresas do recolhimento de tributos”, criticou o representante da CTB na audiência pública de hoje, Jairo Mendonça. Em nome da CUT, Gerson Castellano afirmou que a MP afronta a Convenção 111 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), sobre discriminação no trabalho, ao estabelecer diferenças salariais em razão da idade. E também contraria a Constituição, por impedir a participação das entidades sindicais em negociações coletivas.

Pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), entidade inspiradora da “reforma” trabalhista, Alexandre Furlan negou que a MP cause precarização, afirmando que é um modelo específico para estimular o empresário a contratar. E Patricia Duque, da CNC (comércio), disse considerar o contrato verde e amarelo uma iniciativa “brilhante”.

Com informações das agências de notícias da Câmara e do Senado

Fonte: Rede Brasil Atual

A escolha das bancárias da luta pelo fim da violência contra a mulher e do feminicídio como a principal bandeira no Dia Internacional da Mulher, na consulta realizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), fortalece uma antiga reivindicação da categoria.

Em reunião realizada com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), no final de novembro, o Comando Nacional dos Bancários cobrou o canal de atendimento às bancárias vítimas de violência. O debate sobre a proposta já havia sido iniciado em abril deste ano, na mesa de Igualdade de Oportunidades, mas até hoje o canal não foi criado.

“A criação de um canal sigiloso que possa acolher as vítimas de violência para orientá-las e dar assistência jurídica e psicológica é fundamental para ajudar a trabalhadora a romper o ciclo da violência”, disse a secretária da Mulher da Contraf-CUT, Elaine Cutis.

Pesquisa realizada pela Universidade Federal do Ceará revela que a violência doméstica custe cerca de R$ 1 bilhão por ano ao mercado do trabalho nacional. O cálculo é baseado no índice de absenteísmo: o número de mulheres violentadas que tem de faltar no emprego. As ausências ocorrem tanto em decorrência das licenças médicas e tratamentos quanto em função abalo psicológico que enfrentam após uma agressão.

A pesquisa levou em consideração o valor da hora trabalhada por mulheres e utilizou dados do Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) para estimar o efeito das faltas no trabalho nos demais estados do País.

“A expectativa é que a Fenaban possa dar continuidade nas discussões que já foram iniciadas na mesa de Igualdade de Oportunidades e tornar essa proposta uma realidade dentro dos bancos, o que será fundamental para dar a proteção e o respeito que precisam, além de manter o respeito no ambiente de trabalho”, completou Elaine.

Fonte: Contraf-CUT

Logo após o Banco do Brasil anunciar, nesta quinta-feira (13), um lucro de R$ 18,162 bilhões em 2019, o presidente do banco, Rubem Novaes, anunciou que a parcela referente ao segundo semestre de 2019 da Participação nos Lucros e/ou Resultados (PLR) será paga aos funcionários no dia 5 de março.

Além de anunciar a PLR, Novaes disse “após resultado fraco em gestão petista, banco começou a escalada”.

“Novaes demonstra, mais uma vez, seu despreparo para administrar o banco. Ele é conhecido por suas declarações machistas e totalmente ideológicas. Não consegue separar o que pensa e fala do que deveria ser as declarações de um executivo de um banco como o Banco do Brasil”, criticou o coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), João Fukunaga.

“O banco está perdendo em capilaridade. Somente com a reestruturação atrapalhada que concentrou as gerências PJs, em 2017, o banco perdeu 51% da carteira de crédito de micro e pequenas empresas. Nada disso foi em gestão petista”, lembrou. “Assim como ele faz quando diz que a reestruturação que reduz parte das gratificações de função será boa para os funcionários, agora ele faz uma manobra contábil para escamotear que o resultado é maquiado com a ajuda de créditos tributários”, completou.

O representante dos trabalhadores ressaltou ainda que o Banco do Brasil está em mudança de caráter de atuação. “O banco está sendo preparado para a privatização. Reduzindo o quadro de pessoal, fechando agências, extinguindo departamentos, limitando a capacidade de fomento. Isso tira o caráter público do banco e o aproxima de tudo aquilo que os bancos privados têm de ruim: se importam muito mais com o lucro do que com o atendimento das necessidades dos clientes”, disse. “Sem contar o aumento das taxas e tarifas de serviços. Tudo o que os privados têm de ruim o BB está copiando”, completou.

Segundo dados do Balanço apresentado nesta quinta-feira, durante o ano de 2019, o banco havia reduzido seu quadro de funcionários em 3.699 postos de trabalho. No período, foram fechadas 366 agências.

“As pessoas que necessitam da agência bancária precisam se deslocar por longas distâncias, muitas vezes têm que ir a outras cidades para poder contar com os serviços bancários. Quando a encontram precisam enfrentar longas filas por causa da redução de funcionários e da concentração da demanda”, disse Fukunaga ao reforçar que a cada ano aumenta o número de cidades sem nenhuma agência bancária.

“O serviço bancário é uma concessão pública. Os bancos têm papel social a cumprir. Um desses papéis é justamente o de garantir o acesso aos serviços bancários para toda a população. Ao fechar agências e demitir funcionários o banco pode até economizar recursos e aumentar seus lucros. Mas, deixa de cumprir seu papel social. O Banco do Brasil, como banco público, deveria estar preocupado em atender a população com qualidade e respeito”, concluiu.

Fonte: Contraf-CUT

Ao contrário do que acredita o atual governo, os trabalhadores podem sim se divertir e é isso que muitos bancários farão neste carnaval em diversos blocos organizados pelos seus sindicatos em todo país para que a categoria saia às ruas pulando, brincando e se manifestando em favor dos direitos trabalhistas.

Minas Gerais

O primeiro a sair é Bloco do Pirulito, que integra a programação do Carnaval Sem Aids/IST promovido pelo Sindicato dos Bancários de Belo Horizonte. Ele desfila nesta sexta-feira (14), às 17h. O bloco volta a se reunir na próxima quinta-feira (12), em São João Del Rey, às 19h.

São Paulo

O 12º Bloco dos Bancários desfila este ano com o tema ‘Quero brincar meu Carnaval em paz’, pelas ruas do centro de São Paulo com muita alegria, amor e respeito, pelo fim do assédio e de todas as formas de discriminação!

O tradicional desfile acontece na quinta-feira (20), a partir das 17h. A concentração é na Praça Antonio Prado, do ladinho da sede do sindicato, no Edifício Martinelli.

“O Bloco dos Bancários já é tradição paulistana e em 12 anos abordou temas importantes para a categoria bancária e para a sociedade, com bom humor e irreverência, mas sempre em defesa da democracia e dos direitos dos trabalhadores. A festa é aberta à toda população”, convida o dirigente Marcelo Gonçalves, secretário de Cultura do Sindicato.

Bahia

O Carnaval bate na porta para os bancários associados ao Sindicato no primeiro dia de folia, que em Salvador começa na quinta-feira (20), com a Lavagem do Beco das Quebranças.

Antes de lavarem o Beco – uma pequena rua localizada na frente do Sindicato – os bancários colocam o bloco na rua e seguem pelo circuito Osmar, o mais tradicional do Carnaval de Salvador. Uma fanfarra coloca todo mundo para dançar pela avenida. As baianas também marcam presença, com muita água de cheiro para abrir os caminhos de 2020.

Sempre irreverente, o bloco dos bancários vem com o tema “Lá vai o Brasil, descendo a ladeira”. Em meio à folia momesca, acontecerão manifestações contra a política do governo Bolsonaro, que impõe retrocessos aos brasileiros e entrega todo o patrimônio nacional ao grande capital, sobretudo o financeiro. Tudo com muita animação.

A passagem dos bancários pelo circuito Osmar é uma tradição no Carnaval de Salvador. Por muitos anos, a categoria desfilava na sexta e sábado, com o bloco Pré-Datado. Antes, na quinta-feira, primeiro dia de folia, fazia o esquenta no Beco das Quebranças. Daí surgiu a ideia da Lavagem que está na 24ª edição.

Paraná

Em Curitiba, os bancários se juntam no bloco Balança Povo que o de Cima Cai. Ele desfila no dia 20 de fevereiro, às 16h30, em frente ao Gilda Bar, na rua Cândido Lopes, 323, Centro.

Fonte: Contraf-CUT