Maio 15, 2025
Slider
Imprensa

Imprensa

A epidemia de coronavírus, além de aumentar o desemprego, vai ressaltar mais uma vez a desigualdade brasileira, na avaliação de debatedores reunidos pela Oxfam Brasil na noite de quinta-feira (9). Eles lembram, por um lado, de pessoas que já vivem aglomeradas e não têm como seguir regras de isolamento ou adotar o chamado home office. Por outro, apesar das recomendações em contrário, a pressão para permanecer trabalhando, que atinge os mais pobres.

“Quem não pode parar são as pessoas que já estão mais vulneráveis, na periferia”, diz o advogado Daniel Teixeira, diretor do Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (Ceert). “Você tem famílias que moram muitas vezes em 10, 12 pessoas, em casas pequenas, numa realidade bem diferente de possibilidades de isolamento que a gente tem em uma parcela pequena da população”, acrescenta, lembrando que a crise atual mostra “como funciona a desigualdade no Brasil”.

A percepção é de que “os pobres têm que trabalhar”, resume a administradora Nathalia Rodrigues, a Nath Finanças, especialista em educação financeira para população de baixa renda. Ela conta ter recebido denúncias de pessoas que não são liberadas do trabalho apesar de serem portadoras do vírus. Habituada a dar dicas de investimento, Nath diz que o momento é de “ter empatia com as pessoas”.

Papel do Estado

Ela observa que a situação ajuda a refletir sobre a importância do Estado. E destaca a aprovação da renda básica emergencial, que começou a ser liberada nesta semana, mas lembra que o governo, inicialmente, defendia um valor de apenas R$ 200, que passou a R$ 600 no Congresso. Também é preciso, diz Nath, viabilizar recursos para os autônomos e pequenos empreendedores.

A diretora-executiva da Oxfam Brasil, Kátia Maia, lembra que o mundo inteiro está fazendo “aportes gigantescos” de recursos para ajudar as pessoas a atravessar esse período. E considera injusto, como chegou a se fazer no Brasil, tornar o debate uma escolha entre “saúde e renda”. Também é preciso atrair a juventude para o debate. ” KatiaTrazer a juventude para o debate. Esse é o momento em que é importante escutar os diferentes da sociedade. O que a gente vai construir como sociedade?”

Daniel aponta a presença do “racismo estrutural” no Brasil: de cada três desempregados, dois são pretos ou pardos (classificação usada pelo IBGE), que em média recebem 53% do que ganham os brancos. No Brasil, a gente tem um caso muito específico, onde a nossa matriz de desigualdade tem o começo pelo racismo”, diz.

Essa situação deve também se retratar no coronavírus. Ele lembra que a organização Coalizão Negra por Direitos tenta obter dados que mostrem um “recorte” da doença pela cor. Isso já está acontecendo nos Estados Unidos, onde a maior parte das vítimas que morrem é negra, segundo as informações disponíveis.

O diretor do Ceert também critica a postura do presidente Jair Bolsonaro, que inicialmente falou em “gripezinha” para se referir ao coronavírus e depois declarou que seu “histórico de atleta” o preservaria. “E insistiu numa posição de inércia. Isso deixou a gente sem liderança, do ponto de vista governamental, que pudesse deixar o país mais preparado. Acho que essa inércia, no início, custou caro”, diz. “Agora, quando há uma tentativa de mudar o discurso, as pessoas vão percebendo, e a cartada toda é em cima da cloroquina, a panaceia, para desfazer a inércia.”

Pensamento único

Qualquer reforma no Brasil deve passar pela questão da desigualdade, emenda Daniel, referindo-se aos que chama de “guedistas”, menção ao ministro da Economia, Paulo Guedes. “Muitas vezes ouço falar em reforma tributária sem falar sobre imposto sobre grandes fortunas”, exemplifica. Ele aponta ainda um certo “pensamento único”, pró-mercado, nos meios de comunicação tradicionais.

Falar em genocídio, aqui, não é força de expressão, diz Daniel. Ele lembra que o último genocídio legalmente reconhecido foi o que vitimou aproximadamente 9 mil bósnios muçulmanos, em 1995. E morre “mais que o triplo disso por ano de jovens negros no Brasil”.

Os debatedores falam sobre o papel social das empresas. Nath cita decisão judicial que obrigava o Ifood a pagar trabalhadores afastados – posteriormente, a plataforma derrubou a liminar. “As pessoas estão lucrando com os trabalhadores informais. Pessoas que pensam que são empresários porque estão trabalhando com aplicativo. E quem está trabalhando nesses aplicativos são pessoas negras, a maioria.” Ela acredita, inclusive, que muitas empresas já queriam demitir e usam a pandemia como pretexto.

Contra o teto de gastos

“Deve aumentar o desemprego. É muita gente que está sendo demitida. Não é pra pensar o que vai afetar a economia, mas as pessoas. É o curto prazo, agora”, diz, prevendo também aumento de preços mais à frente e reforçando as críticas ao poder público.

“O governo, se fizesse uma ação antes de falar que era uma gripezinha, uma histeria… É pandemia, não é histeria. Vamos passar por um momento difícil de recessão. Temos de revogar o teto de gastos”, afirma Nath, referindo-se à Emenda Constitucional 95, que congelou gastos públicos. “Temos de valorizar o SUS. Fazer ações nas comunidades para arrecadar alimentos. Pegar o exemplo de outros países e fazer melhor.”

Daniel considera fundamental ressaltar o papel do SUS, “que é tão invisibilizado, sucateado, inclusive do ponto de vista simbólico”. Ele considera “temerária” a emenda do teto de gastos, restringindo investimento em áreas como saúde e educação.

Mais meio bilhão na pobreza

Para a Oxfam, a crise econômica provocada pela pandemia pode levar mais meio bilhão de pessoas para a pobreza, “a menos que ações urgentes sejam tomadas para ajudar países em desenvolvimento”. A organização espera que na semana que vem, quando se reunirão os ministros da Economia dos países do G20, mais o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional, seja aprovado um plano emergencial.

Em relatório publicado ontem, a Oxfam lembra ainda que os mais pobres, inclusive nas maiores economias, “atuam mais no mercado informal, não têm proteções trabalhistas e não conseguem trabalhar de casa”. Em todo o mundo, só um em cada cinco desempregados tem acesso a benefícios como o seguro-desemprego. São 2 bilhões de pessoas no setor informal.

A situação se agrava no Brasil. “A necessária e urgente adoção das medidas de distanciamento social e de funcionamento das cidades restrito aos serviços essenciais aprofundam essa situação. Seja com as demissões, suspensão de pagamento de salários, inviabilidade do trabalho informal, o qual depende do funcionamento das cidades; ou com as moradias precárias, a falta de saneamento e água, além dos desafios no acesso a serviços essenciais para a maioria da base da pirâmide social.”

“O Brasil tem cerca de 40 milhões de trabalhadores sem carteira assinada e cerca de 12 milhões de desempregados”, lembra a organização. “Estima-se que a crise econômica provocada pelo coronavírus adicione, ao menos, mais 2,5 milhões de pessoas entre os desempregados, segundo estimativas do mercado financeiro divulgados recentemente.”

“O coronavirus coloca o Brasil diante de uma dura e cruel realidade ao combinar os piores indicadores sociais em um mesmo local e na mesma hora. E é neste momento que o Estado tem um papel fundamental para reduzir esse impacto e cumprir sua responsabilidade constitucional, tanto na redução da pobreza e das desigualdades como na garantia à vida da população”, afirma Kátia Maia. 

Fonte: Rede Brasil Atual

Para o professor-doutor Antonio Corrêa de Lacerda, embora ainda seja difícil prever a extensão e os efeitos da pandemia na economia e na crise global, é possível afirmar que pelo menos uma das ações adotadas até agora pelo governo brasileiro é equivocada: editar uma medida provisória que permite redução salarial, caso da MP 936, questionada, inclusive, no Supremo Tribunal Federal.

É um “auto-engano”, define o também diretor da Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Ciências Atuariais da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (FEA/PUC-SP) e presidente do Conselho Federal de Economia. “Sem salário, não há consumo. Sem consumo, não há produção e sem produção não há emprego.” A medida pode trazer um alívio imediato, mas vai aprofundar a crise, avalia.

Autor do livro O Mito da Austeridade (Editora Contracorrente), Lacerda critica o recorrente pensamento ortodoxo, do ajuste fiscal a qualquer preço e de menor presença do Estado na economia. “No Brasil, são aplicadas políticas que poucos ainda defendem mundialmente.” A pandemia do coronavírus escancara esse erro.



Tamanho da crise

Com a pandemia, há alguma previsão possível de se fazer a esta altura, considerando que a economia já dava sinais de crise?
Na verdade, a profundidade e extensão da crise brasileira vão depender do mesmo processo internacional, do tamanho da crise sanitária e da eficácia e dimensão das medidas do governo para combatê-las.

Especificamente para o Brasil, qual é o cenário? O que esperar do mercado de trabalho, por exemplo?
O quadro de recessão (queda do PIB) está dado. Não se sabe ainda de quanto, mas podemos prognosticar algo entre -3% e -6%, a depender dos aspectos levantados na questão anterior. O desemprego aumentará. Menos consumo, menor produção, menos emprego, em um ciclo vicioso. Daí a importância de medidas para compensar a recessão, pelo menos em parte.

As medidas apresentadas até agora pelo governo são suficientes? 
Embora na direção correta, ainda são muito tímidas, tardias e insuficientes relativamente à crise que se prenuncia. É preciso mais volume de recursos e maior efetividade a agilidade na sua execução.

Qual sua visão sobre a Medida Provisória 936, que permite redução de salários? Não deveria haver um esforço para preservar a renda neste momento, além da sobrevivência das empresas?
Reduzir salário é uma falsa solução. Um autoengano. Pode amenizar a situação da empresa, no curto prazo. Mas sem salário não há consumo. Sem consumo não há produção e sem produção não há emprego. Ou seja, do ponto de vista macroeconômico reduzir salário não resolve, pelo contrário, aprofunda a crise. Uma alternativa seria cobrir a diferença com recursos do Estado, o que de certa forma está proposto, mas de forma limitada.

O “mercado” na Berlinda

“O que restou da indústria brasileira”, como o senhor diz, é dependente de insumos da China. O país está pagando pela falta de política industrial?
A ausência de um projeto de nação que contemple uma abordagem ampla de desenvolvimento está ausente há um bom tempo. Em momento de crise, como agora, na pandemia, isso fica mais evidente na economia. Destruímos nossa capacidade de industrialização e isso faz muita falta. Dependemos de importação não só de aparelhos sofisticados, mas de material médico básico, como luvas, máscaras e respiradores, por exemplo.

Muito se fala, agora – em meio à pandemia –, na presença do Estado para recuperar a economia. Isso põe na berlinda a visão ortodoxa do ajuste fiscal a qualquer preço, ou é apenas uma “concessão” momentânea?
A história já mostrou que a visão ortodoxa liberal, a corrente principal do pensamento econômico sempre ressurge, apesar das evidências em contrário da sua eficácia. No Brasil, então, são aplicadas politicas que poucos ainda defendem mundialmente. A reversão atual é circunstancial, pois a visão predominante entre os agentes financeiros e sua influência no debate público é a contrária.

E quanto ao papel anticíclico dos bancos públicos? Os recentes ataques não comprometeram a capacidade do setor de fomentar investimentos?
Totalmente. Perdeu-se um tempo precioso em busca de uma suposta “caixa-preta” nos empréstimos do BNDES, que já foi oficialmente descartada, inclusive pelos seus dirigentes atuais. Mas, no tempo das fake news e da pós-verdade, isso sempre retorna, empobrecendo o debate do papel crucial dos bancos públicos no Brasil.

Dólar e outras moedas

Apesar das “brechas” abertas agora, emergencialmente, a chamada emenda do teto de gastos atrapalha o combate à crise e mesmo uma possível retomada, mais à frente?
A Emenda Constitucional 95, cuja aprovação em 2016 foi um equívoco, precisa ser revertida. É um absurdo colocar todos os gastos públicos na mesma cesta, inclusive investimentos em infraestrutura e os sociais. Ainda mais, congelá-los por 20 anos!

Até onde vai a alta do dólar, ou, no nosso caso, a desvalorização do real? Que consequências isso traz para nossa balança comercial?
Ninguém sabe. Na crise o dólar se valoriza frente às demais moedas e o real vai junto. Enquanto durar a crise, haverá volatilidade. As consequências são: encarecimento dos importados e, em tese, um incentivo às exportações. Mas isso não é automático, depende de aproveitar as importações mais caras para reconverter a indústria. E as exportações dependem de compradores. Como o mercado internacional está mais retraído e mais competitivo, isso vai depender também das nossas estratégias comerciais.

Por que o sr. considera equivocada a comparação entre orçamento público e orçamento doméstico, tão presente na mídia brasileira?
Aqui não se trata de opinião, mas constatação. O orçamento das famílias e o das empresas têm que se adaptar à receita, especialmente na crise. Mas o Estado detém o monopólio de emissão de títulos da dívida e de moeda, além de obrigações que lhe são atribuídas pela Constituição Federal. Portanto, a comparação, embora usual e que serve de justificativa para a “austeridade”, não é cabível.

Fonte: Rede Brasil Atual

O governo federal lançou nesta terça-feira (7) um site e um aplicativo de celular para cadastrar os trabalhadores autônomos, informais e microempreendedores individuais (MEIs) que têm direito ao auxílio emergencial de R$ 600 a R$ 1.200 durante a crise do coronavírus. Serão pagas três parcelas, inicialmente, referente a três meses de auxílio.

Segundo o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, a primeira parcela começará a ser paga na próxima quinta-feira (9), para aqueles que possuem poupança da Caixa ou são correntistas do Banco do Brasil. Os demais deverão receber até o dia 14 de abril. A promessa é que o pagamento seja feito em até 48 horas depois da conclusão do cadastro no site ou no aplicativo.

Para coibir fraudes, ele afirmou que o único aplicativo oficial é Caixa Auxílio Emergencial e o site é auxilio.caixa.gov.br. “Qualquer outro site ou app é falso”, alertou.

Os valores poderão ser sacados em lotéricas, agências da Caixa, do Banco do Brasil, Banco da Amazônia e Banco do Nordeste. Ou poderão ser transferidos, sem custo, para qualquer contas de quaisquer outros bancos.

A segunda parcela será paga entre 27 e 30 de abril, e a terceira, entre 26 e 29 de maio. O auxílio poderá ser estendido, caso seja necessária a ampliação do período de isolamento social necessário para conter a disseminação da doença.

No telefone 111, é possível tirar dúvidas sobre o cadastramento.

Quem deve se cadastrar?

No site ou no aplicativo, devem se cadastrar trabalhadores autônomos, informais e Microempreendedores Individuais (MEIs) que não se registraram no Cadastro Único (CadÚnico) até 20 de março. Beneficiários do Bolsa Família e os demais que já estão no CadÚnico não precisam realizar novo cadastramento.

Tem direito ao auxílio aqueles que têm renda mensal per capita de até meio salário mínimo (R$ 522,50) ou renda familiar mensal total de até três salários mínimos (R$ 3.135), e que não tenham recebido rendimentos tributáveis acima de R$ 28.559,70 em 2018.

Mulheres chefe de família que se enquadrem em tais critérios receberam R$ 1.200. Para os demais, o benefício está limitado a duas pessoas por família.

Aqueles que recebem o Bolsa Família terão o benefício substituído pela renda emergencial, quando o valor desta última for mais vantajoso. Ao final dos três meses, ou enquanto vigorar o auxílio excepcional, os beneficiários voltarão automaticamente a receber os valores anteriores, caso continuem cumprindo os critérios do programa.

Não poderão requisitar a renda emergencial pessoas que recebem outros benefícios previdenciários ou assistenciais, como aposentadorias e seguro-desemprego.

Fonte: Rede Brasil Atual

Os saques do auxílio emergencial por trabalhadores autônomos, informais e desempregados deveriam ser agendados previamente para se controlar o acesso e evitar aglomerações em frente às agências da Caixa Econômica Federal (Caixa), defende o diretor do Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região, Dionísio Reis, que também é coordenador da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa. “Não é possível ir para a frente de uma agência e encontrar aquela fila enorme, com um monte de gente aglomerada”, alertou o dirigente, em entrevista à Rádio Brasil Atual.

O governo federal anunciou nesta terça (07) o calendário de pagamento do auxílio de até R$ 1.200 por família de trabalhadores autônomos, informais e desempregados durante a pandemia do novo coronavírus, previsto para começar na quinta (09). Assim como ocorrem nos pagamentos dos programas sociais, a Caixa terá o desafio de concentrar e operacionalizar os cadastros e o pagamentos das verbas.

Dionísio afirma que seria de se esperar que os demais bancos, especialmente os privados, participassem desse esforço de garantir renda mínima à população, o que não se confirmou. “É importante destacar esse papel. Em meio à pandemia, ninguém quer fazer o pagamento. Mas nós vamos fazer, porque temos condições, temos know-how . No entanto, é fundamental que se dê condições efetivas aos empregados da Caixa (para trabalharem em segurança)”, afirmou.

Negociação liderada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e pela Comissão dos Empregados garantiu que a maioria dos trabalhadores da Caixa faça home office durante a pandemia. As medidas visam a proteção não apenas dos bancários, mas também da população, colaborando com os esforços de isolamento social necessários para conter a disseminação da doença.

Dionísio destaca que a pandemia não é, como se diz, “democrática”, já que os mais ricos e a classe média têm mais condições de cumprir a quarentena, e contam com amplos serviços bancários pela internet. Já as classes populares se expõem à contaminação, exercendo trabalhos precários, como motoristas e entregadores de aplicativos. O agendamento telefônico é fundamental, segundo ele, para evitar que as agências bancárias se transformem em locais de transmissão.

Ainda segundo o sindicalista, são cerca de 250 mil trabalhadores, grande parte do setor administrativo, que estão cumprindo as suas funções remotamente. “É absolutamente necessário o isolamento horizontal, neste momento. Para isso, os bancos devem entender que só o atendimento essencial deve ser exercido pelas agências”, afirmou em entrevista aos jornalistas Marilu Cabañas e Glauco Faria, para o Jornal Brasil Atual, nesta terça-feira (7).

Também estão suspensos os descomissionamentos, redução de gratificação por desempenho, enquanto durar a quarentena . Nos bancos privados, os trabalhadores conquistaram estabilidade durante esse período, com a interrupção das demissões.

Fonte: Rede Brasil Atual

O presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, respondeu à nota de repúdio da Conselheira de Administração Representante dos Funcionários (Caref) do banco, Débora Fonseca, sobre declarações desastrosas de Novaes.

Na reposta à Caref, o presidente do BB disse apenas que a frase citada na reportagem publicada pela Folha de S. Paulo, “proferida em um chat de economistas renomados, vazada de forma antiética e fora do contexto”. Em mensagem enviada a um grupo de WhatsApp, na quarta-feira (25), Novaes disse que a vida não tem “valor infinito” e que “muita bobagem é feita e dita, inclusive por economistas, por julgarem que a vida tem valor infinito. O vírus tem que ser balanceado com a atividade econômica”.

“Apesar de triste, é fundamental observar que Novaes não nega que tenha feito a afirmação. E, o presidente do banco dizer que a ‘vida não tem valor infinito’, é o mesmo que dizer que economia está acima da vida; é o mesmo que dizer ‘se infectem para criar anticorpos, e, se morrerem, não tem problema. O que não pode é a economia parar’”, criticou o coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB, João Fukunaga. “Um declaração como essa gera mais desespero, medo e insegurança nos funcionários, que continuam trabalhando e se expondo ao risco de contágio pelo novo coronavírus”, completou. “Imagina como fica a cabeça dos funcionários!”

Apesar de tentar se redimir de culpa, as declarações desastrosas de Novaes são famosas. Um dia antes de enviar a mensagem no chat, em uma entrevista publicada pelo jornal Valor Econômico, Novaes ele já havia dito que as quarentenas contra a propagação do vírus causarão “depressão econômica com efeitos piores que os da epidemia”.

No dia 30 de março, foi a vez do jornal O Globo publicar declarações de Novaes, defendendo que a população seja infectada “o quanto antes” para “que a economia volte a funcionar”.

“É incrível! Será que todos os jornais tiraram do contexto as falas do Banco do Brasil?”, questiona Fukunaga.

Medidas contra a Covid-19

Em sua resposta à Caref, o presidente do BB busca se defender afirmando que o Banco do Brasil está implementando diversas medidas de prevenção à doença.

“Ele só não falou que as medidas forma implementadas pelo banco após reivindicações apresentadas pelo Comando Nacional dos Bancários à Fenaban”, observou Débora Fonseca.

Débora destacou ainda o papel fundamental do movimento sindical bancário nas negociações com os bancos. “É importante que os trabalhadores busquem apoio dos seus sindicatos e seus representantes. Assim como é importante que as dúvidas e denúncias sejam encaminhadas à mesa de negociação, que tem obtido grandes avanços na preservação dos empregos, salários e da saúde dos funcionários”, concluiu a Caref.

CA está consciente de sugestões da Caref

Na nota de repúdio e pedido de esclarecimentos ao Conselho de Administração, Débora Fonseca também propôs uma série de medidas para mitigar os impactos econômicos e sociais da pandemia. As propostas incluem a discussão no âmbito do conselho de recursos para financiamento, refinanciamento e suspensão da cobrança de empréstimos por seis meses de bancos públicos.

Para Débora, o papel do CA é discutir propostas, a partir das quais, “é possível resguardar as Micro e Pequenas Empresas, Microempreendedores individuais e milhões de empregos, com a finalidade de protegermos a economia e prepará-la para sua recuperação, e não colocando em risco a vida das pessoas”, disse. “Pensar nesse papel é pensar no Banco Público atuante para o país e, principalmente, a serviço da sociedade brasileira. Somos fundamentais para recuperação econômica, e, diferente dos bancos privados, que somente olham para os lucros imediatos, nós podemos e devemos olhar para o país”, completou.

Fonte: Contraf-CUT

A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), através da Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa Econômica Federal enviou um ofício ao banco reivindicando a jornada de trabalho e garantir o intervalo intrajornada.

O documento foi motivado pelas denúncias que os sindicatos de todo o Brasil estão recebendo denúncias de que os gestores demandam e marcam videoconferência a qualquer horário, sem resguardar os limites da jornada de trabalho e o intervalo para repouso e alimentação.

“É fundamental para a saúde física e mental dos empregados que a jornada de trabalho e o intervalo intrajornada sejam respeitados. Todos estamos passando por momento de muita pressão psicológica. A ansiedade pode diminuir a imunidade e consequentemente aumentar o adoecimento”, observou Fabiana Uehara Proscholdt, secretária da Cultura e representante da Contraf nas negociações com o banco.

“É importante que todos os gestores e empregados sejam orientados a respeitarem a jornada de trabalho, principalmente o intervalo para repouso e alimentação. Para isso, é importante dimensionar as demandas e reuniões, com observação aos limites de horário”, completou Fabiana.

Fonte: Contraf-CUT

Em função das restrições de deslocamento das pessoas nas cidades, por conta da pandemia do novo coronavirus, o Sindicato dos Bancários da Baixada Fluminense, visando atender o maior número possível de bancárias e bancários, irá realizar atendimentos e prestará o devido suporte, através de atendimento via telefone ou WhatsApp. Para isso,  informamos os números de contato dos diretores, separados por região, banco e área de atuação.

Deste modo, as bancárias e bancários poderão entrar em contato de acordo com a sua necessidade, evitando deslocamento e aglomerações.

Para ficar por dentro de tudo que ocorre em relação à categoria bancária, em relação aos bancos da Baixada Fluminense, curta nossa página no Facebook e nos siga no Instagram e acesse nosso site.

Confira a relação:

- Departamentos

Jurídico

Leandro - (21) 99678-7922

Saúde e Segurança do Trabalho

Rúbio - (21) 96722-6748
Rosângela - (21) 98265-4933


- Bancos

Itaú

Alcyon - (21) 98480-9778

Bradesco

Pedro - (21) 99684-7879

Santander

Gentil - (21) 99103-3658

Banco do Brasil

Leandro - (21) 99678-7922

Caixa Econômica

Márcio - (21) 99253-9601

- Regiões

Duque de Caxias

Laércio - (21) 98143-6996
Newton - (21) 99198-6030
Gentil - (21) 99103-3658
Martins - (21) 98120-9585
Rosângela - (21) 98265-4933
Marcelo - (21) 98736-6653

Nova Iguaçu, São João de Meriti, Japeri e Queimados

Pedro - (21) 99684-7879
Renata - (21) 99467-5782
Rúbio - (21) 96722-6748
Ricardo - (21) 96408-6589
Solange - (21) 99488-1720
Beth - (21) 99861-2362

Nilópolis e Mesquita

Alcyon - (21) 98480-9778
Márcio - (21) 99253-9601

Belford Roxo

Dialas: (21) 98115-8395

Magé e Guapimirim

Roberto - (21) 98346-9677
Xanxão - (21) 97513-1394

- Sedes

Duque de Caxias

(21) 26710-110

Nova Iguaçu

(21) 2658-8041

Depois de Cobrança da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), a direção da Caixa Econômica Federal anunciou mais um avanço na segurança dos trabalhadores contra o coronavírus (Covid19): irá implantar protetores de acrílico nas agências. Segundo o banco, até dia 20 de abril eles serão instalados em 1.600 agências, e todas as unidades do banco público terão protetores até 5 de maio.

A Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa) também cobrou e o banco emitiu um comunicado, na sexta-feira (3), para responder algumas demandas dos representantes dos empregados durante a pandemia do coronavírus (Covid 19), como suspensão de eventos; proibição de campanhas de incentivo; dispositivos de proteção; grupos de riscos; comitê local; apenas atendimento essencial social; horário de atendimento; movimentações suspensas e trabalho remoto: Escala Semanal e até 70% da equipe em trabalho remoto.

“O documento responde a alguns quesitos, mas ainda deixa duas brechas, que é a marcação de uma audiência e, principalmente, o fechamento das unidades, com atendimento só por agendamento prévio”, afirmou Dionísio Reis, coordenador da Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa. “Também não tivemos resposta quanto a suspensão da restruturação e das movimentações, dos PSI, suspenso o descomissionamentos. Por isso, a cobrança continua”, completou.

Outra reivindicação que precisa ser respondida pelo banco é a liberação dos pais de crianças que não têm com quem ficar neste período que não estão na escola e dos que coabitam com pessoas do grupo de risco.

Higienização nas unidades

A Caixa orienta rigor na aplicação dos protocolos de limpeza e higienização dos ambientes.

Uso de dispositivos de proteção

A Caixa disponibiliza máscara e álcool em gel que devem ser usados durante o atendimento ao público, até esta sexta-feira (10).

Suspensão de eventos

Estão suspensas reuniões, treinamentos e quaisquer outras atividades que envolvam aglomeração de empregados e clientes, que não sejam realizadas pelos recursos de áudio e vídeo disponíveis.

Proibição de Campanhas de Incentivo

Estão proibidas quaisquer campanhas ou ações de incentivo ou assemelhados neste período. O foco central de todos é o atendimento social para o povo brasileiro e a disponibilização, atentando para as regras do banco, do pacote de benefícios divulgados pela Caixa para apoiar as pessoas e empresas neste período. As métricas e metas do conquiste serão revistas posteriormente. Nenhuma unidade ou empregado terá impacto na sua carreira em razão dos resultados observados neste período de março a abril ou até quando durar esta fase de confinamento.

Movimentações Funcionais

Designações, dispensas ou transferências de empregados somente devem ocorrer em casos devidamente justificados e com prévia autorização da Diretoria Rede de Varejo – DERED.

Grupo de Risco

Os empregados que fazem parte do grupo de risco devem ser direcionados para trabalhar em home office. Para a Caixa, o grupo é composto por gestantes; adultos com mais de 60 anos; portadores de diabetes, doenças cardiovasculares (a exemplo de hipertensão), doenças pulmonares, doenças imunodepressivas (como lúpus); pessoas em tratamento contra o câncer; empregadas em período de amamentação(neste caso pelo prazo de até 30 dias); empregados pessoa com Deficiência (PCD ) – devem ser priorizados no trabalho remoto, por ser considerado o registro PCD no SISRH, por até 30 dias. Para casos não previstos, o Gestor deve acionar o Grupo Multidisciplinar Local coordenado pelo Superintendente da Rede.

Trabalho Remoto

Os empregados não enquadrados no grupo de risco devem se dividir entre trabalho remoto e presencial, atuando em regime de escala semanal definida pelo Gerente Geral da Rede, respeitando a proporção de até 70% dos empregados trabalhando em home office e 30% trabalhando permanecendo no atendimento presencial nas agências, garantindo o mínimo de dois empregados por unidade.

A Superintendência de Rede deverá garantir o funcionamento das agências e PA, devendo haver o remanejamento de pessoas entre as unidades de um mesmo município para suprir as que apresentam um maior volume de atendimento, sempre respeitando a paridade 70/30 da lotação original do empregado.

Grupo Local Multidisplinar

A Superintendência da Rede também deve organizar e coordenar o Grupo Multidisciplinar Local para tratamento das demandas referentes ao Covid-19, composto por representantes das GIPES, JURIR, GILOG e GITEC, para dar celeridade ao tratamento de situações, disseminar informações e realizar o acompanhamento das unidades.

Caso haja confirmação de contaminação de pessoa da unidade, o gestor deverá acionar imediatamente o Grupo Multidisciplinar Local para adoção das providências cabíveis.

Atendimento Essencial Social

Como medida de controle e contenção, necessários para responder à situação instalada, o atendimento em todas as agências da Caixa está contingenciado. Está autorizado somente o atendimento presencial nas agências para os serviços definidos como essenciais, como saque de benefício INSS sem cartão e senha; saque de FGTS sem cartão e senha; saque de seguro desemprego e defeso sem cartão e senha; saque de Bolsa Família sem cartão e senha; liberação de PIS/Abono Salarial sem cartão e senha; desbloqueio de cartão e senha; saque de Conta Salário ou Conta Corrente/Poupança com crédito de salário sem cartão e senha.

“A situação que tenciona o atendimento e que é fruto de omissão da direção da Caixa, o que gera a formação de enormes filas nas agências. Nossa proposta, de fechamento das unidades com acesso só com agendamento por telefone para os atendimentos essenciais, é simples e já teria resolvido essa questão”, afirmou o coordenador. “Prioridade devem ser salvar as vidas e a saúde dos trabalhadores e da população uma vez que essas filas podem virar vetor do vírus”, completou.

Horários de atendimento

Para a melhor proteção dos clientes e colaboradores o horário de funcionamento das agências deverá ser de 10h às 14h. O Gerente Geral de Rede deve efetuar diariamente o registro da situação da sua unidade até às 11h00. Deverá haver abertura antecipada em 1 hora para atendimento exclusivo aos clientes de grupo de risco nas agências selecionadas pelas Superintendências de Rede.

Atendimento preferencialmente nas baterias de caixa

No interior da agência, o atendimento deverá ser feito presencialmente no ambiente nas baterias de caixa/penhor/atendimento expresso por serem estruturas físicas que propiciam naturalmente o afastamento físico, reforçando as medidas de prevenção.

Suspensão de atendimento

Poderá haver a suspensão temporária do atendimento prestado na agência, em caso de necessidade por força maior, conforme opinamento do Grupo Multidisciplinar Local, coordenado pelo Superintendente de Rede, devendo haver autorização expressa e prévia da Diretoria de Rede – DERED

Fonte: Contraf-CUT

O Bradesco aparece entre as empresas idealizadoras do manifesto “Empresários, não demitam! Esta crise tem data para acabar”.

No site oficial do manifesto, não há explicações sobre a criação, mas diz quem são as empresas idealizadoras. Os três maiores bancos privados do Brasil, além de BTG Pactual, Banco Inter e XP Investimentos aparecem entre as empresas idealizadoras.

“É engraçado o Bradesco colocado como um dos idealizadores do movimento, mas para o Comando Nacional ele não aceita se comprometer. Será que é aquele dito popular: ‘Faça o que digo, mas não faça o que faço?”, questionou Magaly Fagundes, coordenadora da Comissão Organizadora dos Empregados (COE) do Bradesco. “Nós achamos ótimo o movimento, mas queremos que o Bradesco assine o compromisso conosco também, como outros bancos já fizeram”, explicou.

“Assina o nosso manifesto também Bradesco. Só falta você!”, finalizou, ao lembrar que a COE está acompanhando se haverá demissões feitas pelo banco em todo o país.

Fonte: Contraf-CUT

O Ministério da Saúde anunciou neste domingo (5) que já são 486 mortes pelo novo coronavírus no Brasil. Nas últimas 20 horas foram confirmados 54 óbitos. Estes são os números oficiais, mas há inúmeras mortes ainda não confirmadas pelas autoridades.

Até 18h de sábado, eram 432 mortes. No total, são 11.130 casos oficiais no país até agora – aumento de 852 casos de sábado para domingo. Até ontem, eram 10.278 casos confirmados. A taxa de mortalidade no país, segundo o governo, é de 4,4%, superior à taxa global de 3,74%.

São Paulo é o epicentro da crise no Brasil. O estado tem 4.620 casos confirmados, com 275 mortos. O total de casos no estado representa 41,5% das ocorrências no país.

O governo de João Doria projeta 220 mil casos para os próximos dias, com a expansão da contaminação. Com essa projeção, Doria vai pedir R$ 500 milhões ao Banco Mundial, segundo informou a Agência Estado, para combater a doença. Entre as ações previstas, estão a criação de pelo menos mais 500 leitos de UTI e a compra de testes.

Jejum contra o vírus

O presidente Jair Bolsonaro passou o dia, desde o fim da manhã, postando em suas redes sociais, vídeos e notas  pelo uso indiscriminado do medicamento cloroquina, contra o isolamento social. No fim da tarde, participou de ato com alguns fundamentalistas evangélicos e católicos no “jejum” contra o coronavírus.

No ato, um dos pastores, diante de Jair Bolsonaro de joelhos, garantiu que não haverá mais mortes no país pelo coronavírus. Os opositores de Bolsonaro foram qualificados como “instrumentos de Satanás”.

Com informações do Ministério da Saúde e Brasil 247.

Fonte: Rede Brasil Atual