Maio 21, 2025
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Bancários e bancárias da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil se reúnem de quarta-feira (8) a sexta-feira (10) para debaterem sobre as questões que afetam seu dia a dia de trabalho e definirem suas pautas específicas de reivindicações, que serão negociadas com os respectivos bancos durante a Campanha Nacional da categoria. O encontro será realizado de forma híbrida, com participação no local, em São Paulo, e de forma remota, por uma plataforma eletrônica de videoconferência e de votação.

No 38º Congresso Nacional dos Empregados da Caixa Econômica Federal (Conecef), os debates girarão em torno de quatro eixos distintos: 1. Defesa dos bancos e empresas públicas; Defesa da Caixa 100% Pública; 2. Saúde e condições de trabalho, incluindo o plano de saúde dos empregados (Saúde Caixa); e Fundo de Previdência dos empregados (Funcef); 3. Manutenção dos direitos atuais e conquistas de novos; Mais contratações; 4. Organização sindical e defesa da democracia.

“São quatro eixos de discussões que englobam não apenas as questões que estão no dia a dia dos empregados, vão além e entram em temas que estão na ordem do dia de toda a sociedade”, disse a coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa, Fabiana Uehara Proscholdt. “Já é cultural no movimento sindical bancário debater e apresentar soluções para as pautas da categoria e também para pautas sociais. Trata-se de nosso perfil de sindicato cidadão”, completou.

No 33° Congresso Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil (CNFBB), além de tratar de melhores condições de trabalho e mais dignidade para funcionários do Banco do Brasil, os temas tratarão sobre a importância do banco público para o desenvolvimento regional e para o incentivo à agricultura familiar como forma de combate à fome e redução dos custos dos alimentos, além do papel específico do Banco do Brasil na construção do Brasil que a gente quer. No último dia do encontro ainda serão debatidos temas ligados à desigualdade de gênero e de raça no trabalho, inclusive de remuneração, além do acesso ao trabalho e à renda pela juventude.

“É impressionante o que este governo vem fazendo com os funcionários e com o Banco do Brasil de forma específica e com todos os bancos e demais empresas públicas de forma geral. Demonizam os funcionários e promovem uma verdadeira desestruturação das empresas para poder vendê-las a troco de bananas, sem dar o devido valor e importância ao que elas representam para o país”, disse o coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), João Fukunaga. “Sem os bancos públicos praticamente não haveria investimentos na agricultura, na habitação, em infraestrutura, no desenvolvimento regional. O país estaria em uma situação ainda pior que eles conseguiram deixar”, completou.

Encontros de banco privados

Os funcionários do Bradesco, Itaú e Santander também realizam seus encontros nacionais na próxima semana. Além de debaterem questões gerais, que envolvem toda a categoria, também debaterão pautas específicas para contribuírem com a elaboração da minuta de reivindicações dos bancários, que será entregue à Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), após a definição da Conferência Nacional dos Bancários, que será realizada de 10 a 12 de junho, e a aprovação pelas assembleias que serão realizadas pelos sindicatos de bancários de todo o país.

Cuidados com a covid-19

Todas as delegadas e todos os delegados que forem participar presencialmente deverão apresentar comprovação de vacinação contra a covid-19 (passaporte vacinal) no ato do credenciamento. Também deverão apresentar o comprovante de teste negativo, do tipo antígeno, contra a covid-19, realizado em até 3 (três) dias antes do credenciamento.

Fonte: Contraf-CUT

Em reunião com a representação dos funcionários, na quarta-feira (1º), o Santander admitiu que está terceirizando seu setor de investimentos, o Quarteirão de Investimentos. Segundo o banco, os trabalhadores serão “convidados” a aderir ao processo e, caso aceitem, serão demitidos sem justa causa e recontratados pela Corretora de Valores (empresa do grupo), nesse primeiro momento, pelo regime CLT.

O movimento sindical questionou, mas o banco não informou qual seria o salário, a PLR e os direitos dos bancários na corretora. Segundo a representante do Santander, haverá conversas com cada trabalhador sobre essas questões. Aqueles que não aceitarem se demitir para ser recontratados pela Corretora de Valores deverão procurar outra vaga no banco, de acordo com sua qualificação. Em até 60 dias este processo deve ser finalizado.

A representação sindical dos trabalhadores orienta os funcionários do Santander a não pedir demissão.

Intermediação fraudulenta de mão de obra

Para o funcionário do Santander e dirigente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região (Seeb/SP), André Camorozano, os salários, Participação nos Lucros e/ou Resultados (PLR) e demais direitos desses trabalhadores serão reduzidos. Mas, para ele, o banco está “vendendo” a mudança como “modernidade”. “A propaganda que o banco faz é que os trabalhadores serão ‘sócios’ da empresa e que esse novo modelo de negócio trará vantagens para eles e para os clientes. Isso é uma afronta à inteligência dos trabalhadores! Porque sabemos que o banco está fazendo isso justamente para reduzir salários e direitos”, criticou.

Ao lembrar que existem 12 milhões de desempregados no Brasil, a também funcionária e dirigente do Seeb/SP, Vera Marchioni, disse que o Santander se vale dessa situação e dos ataques sofridos pela classe trabalhadora nos governos Temer e Bolsonaro para impor prejuízos a seus funcionários. “Eles continuarão fazendo as mesmas tarefas de antes, mas com remuneração menor e menos direitos. O que o Santander chama de ‘sociedade’, nós chamamos de intermediação fraudulenta de mão de obra”, observou.

Mobilização e luta

Vera criticou a completa falta de transparência do banco nesse processo e a ausência de qualquer negociação com o movimento sindical. “Mais uma vez o banco pratica um processo de terceirização vertical: transferindo setores inteiros para empresas do grupo, como fez com os trabalhadores de tecnologia que foram para a F1RST, do call center para a SX Negócios e do microcrédito para a Prospera”, disse. “Vamos lutar pela representação de todos os trabalhadores que o Santander está retirando da categoria bancária. Chamamos todos eles para se juntar a esta luta!”

Fonte: Contraf-CUT, com Seeb/SP

A Primeira Turma do Tribunal Superior do Trabalho (TST) condenou o Banco do Brasil a pagar indenização por dano moral coletivo. De acordo com o Ministério Público do Trabalho (MPT) no Distrito Federal, o BB coagia empregados para desistir de abrir ações trabalhistas ou tendo o sindicato da categoria como substituto processual. E a ameaçava com demissão ou “descomissionamento”.

O TST atendeu a um recurso do MPT, depois de a 12ª Vara do Trabalho considerar indevido o pagamento. Segundo o relator, ministro Hugo Carlos Scheuermann, “a conduta empresarial de coagir seus empregados a fim de que não ingressem com ações trabalhistas, nem mesmo por meio de seus sindicatos, não atinge apenas a esfera individual dos trabalhadores diretamente afetados, causando também intolerável desrespeito à liberdade de ação e de associação dos trabalhadores”.

Caráter pedagógico

O procurador Joaquim Rodrigues Nascimento, que ajuizou ação civil pública, destacou a importância da decisão. Além da reparação, afirmou, “ainda mais relevante é o caráter preventivo-pedagógico da indenização por dano imaterial”. Ele acredita que isso poderá coibir novas infrações.

O agravo interposto pelo Banco do Brasil foi negado pelos ministros do TST. Para o relator, a decisão previne eventual repetição “da prática de ofensa a direito material e, possivelmente, de um dano”. Em 2021, segundo as estatísticas da Justiça do Trabalho, o banco ficou em segundo lugar entre as empresas com mais processos no TST (7.009), perdendo apenas para a Petrobras (7.974), um pouco acima de Bradesco (6.675), Correios (6.487) e Caixa Econômica Federal (6.435).

Fonte: Rede Brasil Atual

Financiários e financiárias de todo o Brasil aprovaram a pauta de reivindicações da categoria para a Campanha Nacional 2022, em assembleias online, realizadas até a última segunda-feira (30).

As prioridades dos trabalhadores foram levantadas pela Consulta Nacional, realizada até a última sexta-feira (27), pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e demais entidades de representação sindical. As respostas da consulta foram compiladas e somadas aos pontos que foram debatidos e aprovados em encontro remoto do Coletivo de Financiários, realizado por plataforma eletrônica, no dia 18 de maio, para dar encaminhamento ao início da Campanha Salarial dos Financiários.

“A regulamentação do teletrabalho é uma das prioridades da campanha nesse ano, além de temas relacionados às consequências da pandemia pelo covid-19″, revelou o coordenador do Coletivo dos Financiários da Contraf-CUT, Jair Alves.

“A categoria precisa estar unida para que a gente consiga manter os direitos já estabelecidos na CCT e mostrar força para buscarmos novas conquistas, como a regulamentação do teletrabalho”, afirmou o coordenador do coletivo dos financiários.

Outro destaque da pauta de reivindicações é a proposta de reajuste dos salários, benefícios e demais cláusulas econômicas, com o INPC + 5% de aumento real.

Com a aprovação, a minuta foi entregue à Federação Interestadual das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Fenacrefi) e os trabalhadores aguardam retorno do calendário para agendamento das reuniões de negociações para a renovação da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) para o período de 1º de junho de 2022 a 31 de maio de 2024. “A categoria precisa estar unida para que a gente consiga manter os direitos já estabelecidos na CCT e mostrar força para buscarmos novas conquistas, como a regulamentação do teletrabalho”, completou o coordenador do coletivo dos financiários.

Fonte: Contraf-CUT

A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), por meio da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Banco Mercantil do Brasil (BMB), e os sindicatos afiliados denunciaram, na terça-feira (31), diversos casos de assédio moral e cobrança excessivas de metas contra os funcionários, praticados pela Superintendência Comercial do banco.

De acordo com os relatos, os funcionários do Mercantil do Brasil estão sendo ameaçados de demissão sumária por uma Superintendente Comercial, caso não cumpram as pesadas metas impostas. “A alta rotatividade no Mercantil do Brasil, em torno de 24% ao ano, atesta que o banco se utiliza dessa estratégia para pressionar e amedrontar os funcionários”, observou o coordenador da COE/Mercantil do Brasil, Marco Aurélio Alves.

Marco Aurélio disse que também são utilizadas “temidas” videoconferências como máquinas de tortura contra os trabalhadores, que são cobrados ostensivamente durante todo o horário de atendimento para vender ou empurrar produtos aos aposentados. “A violência psicológica chegou a tal ponto, que algumas ameaças eram de que o expediente nas agências somente seria encerrado após o cumprimento integral das metas e os funcionários com as piores performances do mês seriam expostos junto aos demais colegas”, relatou o coordenador da COE/Mercantil do Brasil, ao lembrar esta última ameaça viola a cláusula 39ª da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria bancária, que proíbe a exposição de funcionários.

Segundo Marco Aurélio, esse ato de covardia reflete o descaso e a incoerência da empresa, que faz marketing sobre compromisso social, mas demonstra frieza ao permitir o assédio moral contra seus funcionários e a impor essa taxa absurda de rotatividade para ameaçar constantemente os bancários. “São situações degradantes, que só trazem sofrimento e medo aos funcionários, que são o maior patrimônio da empresa. Por isso, vamos cobrar a solução do problema e exigir que os mesmos não se repitam”, afirmou.

     >>>>> Funcionários do Mercantil aprovam pauta de reivindicações e plano de luta

Fonte: Contraf-CUT, com Seeb/BH e Região

Itaú UnibancoBradesco e Santander, os três maiores bancos privados do país, lucraram R$ 18,1 bilhões no primeiro trimestre de 2022. Somados aos R$ 6,6 bilhões do Banco do Brasil – que é público, mas de capital aberto –, vai a R$ 24,7 bilhões o lucro dos principais bancos do país no período. No entanto, as quatro instituições financeiras, juntas, fecharam 1.007 agências entre março de 2021 e março deste ano. Os bancos apostam no atendimento virtual, principalmente pelo celular. Mas o resultado é a piora do atendimento aos clientes nas agências.

“Só durante a pandemia, foram 353 agências. São muitas agências fechadas, principalmente onde mais precisa. Ou seja, nas periferias. Hoje tem bairros de São Paulo em que as pessoas têm que andar às vezes 10 quilômetros, pegar uma condução, para achar uma agência bancária”, afirmou a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Ivone Silva.

Em entrevista a Heródoto Barbeiro, no programa Nova Manhã, da rádio Nova Brasil FM, Ivone ressaltou que os mais pobres e os idosos são os que mais sofrem com o fechamento das agências. Os primeiros, porque às vezes falta dinheiro para pagar a internet do celular, ou não têm um aparelho compatível com o aplicativo do banco. Já os aposentados, seja pela dificuldade com a tecnologia ou por hábito, querem acompanhar de perto, nas agências, a sua vida financeira.

“E muitas vezes eles chegam lá, e não tem ninguém para atendê-los. Antes não tinha mais o caixa físico. Hoje estão sumindo das agências até os caixas eletrônicos. Você chega na agência e a fila dos caixas eletrônicos é enorme. Um total desrespeito à população”, disse ela. 

Reclamações

Reportagem de Giuliana Saringer, no portal UOL, mostra que, somente neste, ano o Procon-SP registrou 69 reclamações pela demora nas filas nas agências. Para efeito de comparação, em 2020, foram 24 reclamações, ainda que a ida aos bancos estivesse mais restrita, em função da gravidade da pandemia naquele momento. A publicação também traz depoimentos de clientes do Bradesco que relatam que passaram horas nas filas das agências, cheias por conta do fechamento de outras unidades próximas.

Demissões

Além da piora no atendimento, outra consequência do fechamento das agências é o aumento das demissões. Na última sexta-feira (27) o Sindicato dos Bancários realizou um protesto no Radar, concentração bancária do Santander localizada em Santo Amaro, contra o processo de terceirização e demissões promovidas pelo banco espanhol. Desde o início do ano, já são cerca de 200 demissões, sem reposição do quadro de funcionários.

Roberto Paulino, dirigente do sindicato e bancário do Santander, destacou que a terceirização é uma forma do banco reduzir despesas às custas dos direitos e da remuneração dos seus funcionários. Ele lembrou que o banco espanhol retira do Brasil quase 30% do seu lucro global, e cobrou responsabilidade social com o país.

“Isso significa gerar empregos decentes, e não precarizar relações de trabalho e demitir trabalhadores, contribuindo para aumentar o já enorme índice de desemprego. Cobramos do banco o fim das demissões, a realocação dos trabalhadores impactados e que interrompa o processo de terceirização”.

No mesmo dia, o sindicato também se reuniu com a direção do Itaú para tratar do fechamentos das agências e da demissão indevida dos trabalhadores. Estão sendo demitidos principalmente trabalhadores com histórico de adoecimento e idade próxima aos 50 anos. O banco alega que a maior parte não teria cumprido as metas de desemprenho nos últimos anos, apesar dos lucros bilionários.

“Não basta o Itaú pregar que ‘muda o mundo’ em suas propagandas e, por outro lado, demitir trabalhadores adoecidos ou com mais tempo de banco. Isso é desumano, e com certeza muda o mundo pra pior”, critica Sérgio Francisco, dirigente do sindicato e integrante da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú.

Fonte: Rede Brasil Atual com informações do SPBancários

O projeto Brigadas Digitais nasce do protagonismo da CUT em dialogar com a população diante de um Brasil desigual, com comida cara, contas altas e fome alastrada nos mais distintos rincões e periferias.

Nasce também com objetivo de combater uma série de mentiras ditas por Jair Bolsonaro (PL), desde o dia de sua posse como presidente. Para se ter uma ideia, até 27 de maio, segundo levantamento do site ‘Aos Fatos’, o presidente da República já soma 5.457 declarações falsas ou distorcidas, em 1.242 dias à frente do país.

Esse conjunto de situações levou à formatação do projeto das Brigadas Digitais, para enfrentar toda e qualquer ameaça à democracia e à liberdade, com informações precisas, verdadeiras, de qualidade e apuração séria.

O projeto foi pensado em três etapas:

1) a formação de formadores em comunicação popular digital;

2) a formação de organizadores de brigadas; 

3) a organização das Brigadas Digitais das CUT.

Como detalha o site do projeto (clique aqui), cada uma dessas etapas consiste em ter um público e uma jornada de formação para “ocupar o mundo digital e as redes sociais de maneira articulada e organizada para lutar pelos direitos da classe trabalhadora e derrotar a extrema direita e o bolsonarismo”.

No site é possível encontrar como participar, assim como materiais formativos já disponíveis.

O balanço desse final de maio de 2022 é que o projeto nacionalmente já construiu uma rede de 11 mil brigadistas interessados em se aperfeiçoar cada vez mais, em serem formadores, em organizarem mais brigadas pelo Brasil afora, acreditando que é mais do que urgente transformar o Brasil.


Belmiro Moreira é secretário de comunicação da CUT-SP

Os sinais estavam todos lá, bastante claros, mas como o pior cego é aquele que não quer ver, continuamos de olhos bem fechados para o extremismo e a violência online, sobretudo aquela que afeta – e mata – crianças e adolescentes.

Muito antes de invadir uma escola no Texas e abrir fogo contra seus ocupantes, matando duas professoras e 19 alunos, um jovem de 18 anos deixou rastros digitais. No Instagram, por exemplo, pode-se ver no perfil do atirador a foto de uma mão segurando uma revista sobre armas. No TikTok, uma mensagem alertando crianças para "terem cuidado", e a imagem de dois rifles semi-automáticos. 

A tragédia de Uvalde não começou na manhã do dia 24 de maio; começou quando passamos a negligenciar o impacto das redes e da mídia na saúde mental dos usuários, especialmente os menores de idade.

"Crianças e jovens são naturalmente fascinados por tudo que é estranho, único e extremo, e as mídias sociais podem ser um perigo, porque os algoritmos potencializam certos comportamentos, explica ao Brasil de Fato a pesquisadora Linda Charmaraman, diretora do Laboratório de Mídia, Juventude e Bem-Estar do Wellesley Centers for Women. "Essas redes começam a sugerir influencers e conteúdos com interesses similares, de forma que o sistema seja estruturado para lhe dar o que quer – mesmo que não seja bom", completa. 

O problema fica mais grave quando passamos a analisar as redes sociais como um espelho; um reflexo perfeito da sociedade, o que não é o caso. "As redes sociais são um prisma, não um espelho: no Twitter, por exemplo, 6% dos usuários são responsáveis por 73% dos posts políticos nos Estados Unidos, mas esses 6% mais 'barulhento' é também bastante extremista", pontua Chris Bail, professor de sociologia da Duke University

Essa superexposição a argumentos extremos tende a normalizar as coisas, ou pelo menos flexibilizar uma régua moral, tornando-se um coquetel explosivo para quem procura validação externa. "Estamos constantemente examinando nosso ambiente social em busca de pistas sobre como pertencer, como nos encaixamos, quem é amigo e quem é inimigo e, infelizmente, quando a mídia social distorce com quem interagimos, quando interagimos com esses extremistas, passamos a entendê-los como moderados", explica.

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O professor continua: "Muita gente que se sente isolada no mundo offline recorre à internet para obter o tão sonhado senso de comunidade, e os likes, a interação, os compartilhamentos e o reconhecimento de outros usuários, que são mais frequentes em posts e atividades extremistas, reforçam esse comportamento".  Em contrapartida, pessoas mais moderadas se sentem acanhadas em falar sobre política e assuntos polêmicos online, "porque se tornam alvos de quem pensa de forma diferente e, às vezes, até de quem pensa de forma parecida, mas que acha errado não ser tão extremo". 

Ainda segundo o professor, é necessário reestruturar toda a dinâmica social, porque a atual apenas incentiva discursos extremistas. Foi pensando nisso que a Califórnia passou a estudar um projeto de lei que permite a pais processar as redes sociais pelo vício de seus filhos.

Alegando que o uso deliberado traz consequências físicas, emocionais, psicológicas e até financeiras a crianças e adolescentes, a Califórnia entende que é função das grandes empresas de tecnologia desabilitar mecanismos que possam provocar seu uso exacerbado por adolescentes.

Caso seja aprovada, qualquer indivíduo exercendo a parentalidade de um jovem menor de 18 anos, que tenha vontade de diminuir a interação com as telas, mas que seja incapaz de fazê-lo por fatores emocionais ou psicológicos, pode abrir um processo de até US$ 25 mil por caso. 

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Essa medida é contestada por alguns pesquisadores, que questionam a fiscalização das propostas, bem como a interpretação de vício e de prejuízo assinalada no projeto. Enquanto os parlamentares estadunidenses discutem a medida, Linda diz que é muito comum a delegação da "culpa" pelo fracasso social. "Pais culpam a tecnologia, a tecnologia culpa o governo, o governo culpa as escolhas e por aí vai. No final, não é uma coisa ou outra. Todos esses atores têm um papel importante no desenvolvimento dos jovens", afirma. 

Importante ressaltar que quando falamos em educação e comportamento online, o bom ou mau desempenho de uma pessoa em ambiente digital nada tem a ver com a sua formação ou vida acadêmica. "Um estudo que analisou a atividade online de diferentes pessoas constatou que a habilidade cognitiva de uma pessoa pouco tem a ver com a sua postura nas redes sociais", diz Bail, "o fator número um para que alguém compartilhe uma notícia falsa, por exemplo, é a sua crença. Ou seja, as palavras são usadas como armas para defender sua visão de mundo, mesmo que sejam palavras falsas".

Alheio ao caos online, jovens americanos passam mais tempo do que nunca em frente às telas. Durante a pandemia de covid-19, as atividades digitais de crianças e adolescentes, nos Estados Unidos, passaram de 3,8 horas por dia, para 7,7 horas diárias. 

Mais tempo conectado, num país que não aprendeu a lidar com o discurso e o posicionamento extremista, on e offline, tende a ser uma equação perigoso para um país que sequer fez o "logout" da posse de armas.

Fonte: Brasil de Fato

O aumento do combustível, da conta de luz e a falta de recursos para políticas públicas colocaram as empresas estatais no centro do debate eleitoral. Afinal, para resolver esses problemas, é melhor vender as companhias controladas pelo governo ou mantê-las para tentar usá-las como solução?

Os dois pré-candidatos a presidente que lideram com folga as pesquisas de intenção de voto já demonstraram ter visões opostas sobre o assunto. O atual presidente Jair Bolsonaro (PL) é favorável às privatizações. Já o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem discursado pela preservação do controle estatal sobre empresas estratégicas.

A disputa entre eles deve definir o futuro das estatais brasileiras. Se reeleito, Bolsonaro deve encaminhar a venda dos Correios, do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) e até da Petrobras. Já se Lula ganhar, esses projetos devem ser paralisados.

Leia mais: Homens mais ricos do país agem para privatizar Eletrobras

Promessa não cumprida

As privatizações foram promessa de campanha de Bolsonaro já em 2018. Naquela época, falava-se que a venda empresas poderiam render mais de R$ 1 trilhão à União e que esse dinheiro reduziria a dívida pública.

:: Privatizações de aeroportos devem virar dívida para governo ::

Desde que Bolsonaro assumiu, entretanto, ele e membros de seu governo, como o ministro da Economia, Paulo Guedes, se queixam de dificuldades para o avanço dessas ideias. Segundo eles, o Congresso Nacional não colaborou com a agenda de privatizações no início da gestão Bolsonaro. Já em 2020 e 2021, a pandemia teria monopolizado a pauta política.

Neste ano, porém, a discussão foi retomada. Nos últimos meses, o Bolsonaro conseguiu destravar a privatização da Eletrobras, aprovou a operação no Tribunal de Contas da União (TCU) e prometeu concluir a venda do controle da empresa no próximo dia 13.

:: 160 pesquisadores se manifestam contra a privatização da Eletrobras ::

Segundo o governo, a conta de luz, que já subiu até 24% neste ano, tende a cair com a operação --o Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE) prevê ainda mais aumentos.

Em sua participação no Fórum Econômico Mundial, o ministro Guedes afirmou que, se Bolsonaro for reeleito, a Petrobras também será privatizada. Para ele, a venda da maior estatal brasileira reduziria o preço da gasolina e do diesel, que já subiram mais de 150% desde que Bolsonaro chegou à Presidência.

:: Sob Bolsonaro, estatais abandonam o social e lucram na crise ::

Funcionários dos Correios também temem a privatização da empresa. Um projeto de lei sobre o assunto já foi aprovado pela Câmara dos Deputados no ano passado. Seguiu para a análise do Senado, mas não avançou. A eventual reeleição de Bolsonaro poderia reativar a discussão sobre o futuro da estatal, segundo economistas ouvidos pelo Brasil de Fato.

“É muito possível num eventual segundo governo de Bolsonaro empresas como a Petrobras e especialmente os Correios entrem na pauta da privatização”, alertou Juliane Furno, economista-chefe do IREE (Instituto para Reforma das Relações entre Estado e Empresa).

Leia mais: Juca Abdalla, o banqueiro que lucra com a privatização da Eletrobras e administrará a Petrobras

André Roncaglia, economista e professor da Universidade Federal de São Paulo, concorda que a pauta de privatizações tende a ganhar força num eventual segundo governo Bolsonaro. Segundo ele, a promessa de venda de estatais serve, inclusive, como forma de atrair apoio de setores interessados nessas operações para sua campanha.

“Está se tornando uma moeda de troca”, disse Roncaglia. “Estão tentando ganhar apoio da classe mais endinheirada e, depois, da classe mais popular usando o discurso de que estatais encarecem produtos e não prestam serviços que a população merece.”

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Lula faz oposição

O ex-presidente Lula já afirmou ser contra a privatização da Eletrobras. Em seu perfil no Twitter, ele disse que foi o controle do governo sobre a companhia que possibilitou que ela atuasse no Programa Luz para Todos, criado justamente durante seu governo para levar energia elétrica a áreas até então não atendidas por concessionárias.

Lula também já disse ser opositor à privatização da Petrobras. Para ele, por ser uma estatal, a Petrobras poderia “abrasileirar” o preço dos combustíveis vendidos no país. 

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Hoje, a empresa vende gasolina e diesel a preços baseados no mercado internacional. Isso, segundo a própria Petrobras, elevou os preços no Brasil.

Lula também já disse ser contra a privatização dos Correios e do Banco do Brasil (BB). Paulo Guedes, por sua vez, já defendeu a privatização do BB e de partes da Caixa Econômica Federal.

Segundo o último balanço de estatais do governo, apresentado no final de 2021, o governo federal controla 189 empresas. Tem participação minoritária em outras 54.

Além de Lula, o pré-candidato a presidente Ciro Gomes (PDT), terceiro colocado nas pesquisas eleitorais, e outros pré-candidatos de partidos de esquerda são contra a privatização dessas companhias.

:: Refinaria privatizada aumenta mais os preços de gasolina e diesel ::

Fonte: Brasil de Fato

O Brasil registrou nesta segunda-feira (30) 63 mortes e 24.082 casos de covid-19 nas últimas 24 horas, de acordo com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass). A média móvel calculada em sete dias ficou em 24.809 novos casos, aumento de 70% em uma semana. Além disso, é a maior marca desde 31 de março, quando estava em 25.745. Já média móvel de óbitos, que ficou em 121, registrou alta de 24,7% em uma semana.

Além disso, a taxa de transmissão da covid-19 no país está em 1,42. Significa que cada 100 pessoas infectadas transmitem a doença para 142. Conforme estimativa da plataforma Info Tracker (USP/Unesp), essa taxa deve chegar a 1,57 na próxima segunda-feira (6), o que indica que a transmissão está acelerando.

São diversos os fatores que explicam essa novo aumento de casos de covid. Em primeiro lugar, especialistas destacam que foi precipitada a decisão de flexibilizar as medidas de segurança sanitária, principalmente a liberação do uso de máscaras em locais fechados. Além disso, com a chegada das baixas temperaturas, o risco de transmissão aumenta, na medida em que as pessoas tendem a reduzir a circulação de ar nos ambientes.

Estagnação da vacinação

Outro fator é a estagnação da cobertura vacinal no Brasil. Recentemente, o Observatório Covid-19, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), alertou que, desde o final de fevereiro, o avanço da vacinação passa pelo seu “pior desempenho”. O principal desafio atualmente é ampliar a imunização das crianças de 5 a 11 anos.

Por outro lado, a curva de cobertura da terceira dose vem desacelerando. Até o momento, pouco mais da metade da população (56,39%) com 18 ou mais tomou a dose de reforço. O que significa que a outra metade está especialmente vulnerável ao contágio pela variante ômicron, capaz de escapar da proteção conferida por apenas duas doses dos imunizantes. Além disso, as vacinas também perdem eficácia ao longo do tempo.

Alerta

“Outra onda de covid e é bom lembrar que máscara funciona”, alertou o biólogo e divulgador científico Átila Iamarino. Pelas redes sociais, ele destacou um estudo do Centro de Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos indicando que as máscaras de alta proteção – N95/PFF2 – reduzem em até 83% as chances de contaminação pela covid-19. Máscaras cirúrgicas e de pano tiveram 66% e 56%, respectivamente, de efetividade na prevenção do contágio.

“Lembrando que a máscara não só diminui a chance de pegar, como (reduz) a quantidade de vírus com a qual entramos em contato. Ou seja, você tem menos chances de pegar e, se pegar, pode ser uma covid mais leve, graças à mascara”, tuitou o especialista.

Fonte: Rede Brasil Atual