Julho 05, 2025
Slider
Imprensa

Imprensa

A Direção Executiva Nacional da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) se reuniu nesta terça-feira (23), em São Paulo, para analisar os dados do balanço da entidade e debater sobre as prioridades do movimento sindical bancário em 2023.

Após a apresentação e análise das informações, os membros da DN aprovaram o balanço por unanimidade. “Os demonstrativos financeiros já haviam sido analisados e aprovados pelo Conselho Fiscal e pela Executiva Nacional. Convocamos os representantes das entidades e fizemos esta apresentação detalhada para a análise e deliberação final pela Direção Executiva Nacional, conforme determina nosso estatuto”, explicou o secretário de Finanças da Contraf-CUT, Luiz Cesar de Freitas.

Conjuntura e ações prioritárias

Os membros da Direção Nacional da Contraf-CUT também refletiram sobre a conjuntura social e política nacional e sobre outros temas de interesse da categoria e da classe trabalhadora.

A presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira, ressaltou que a classe trabalhadora, e especificamente as categorias do ramo financeiro, precisa focar sua atuação para obter avanços em temas prioritários.

“Em 2022, assinamos um acordo de dois anos que já nos garante aumento real para este ano. Agora é fundamental concentrarmos nossa atuação em temas importantes não apenas para nós do ramo financeiro, mas para toda a classe trabalhadora, para ampliarmos o debate sobre a necessidade de uma reforma tributária que garanta mais justiça fiscal e social, com aumento da faixa de isenção do IR, tanto na tabela geral, quanto na específica da PLR”, disse a presidenta da Contraf-CUT. “Também devemos continuar nossa campanha pela redução da taxa de juros e o debate sobre o papel do sistema financeiro e do crédito para a geração de emprego e renda, além de avançarmos rumo à organização do movimento sindical e outras questões que envolvem o futuro da categoria e do ramo financeiro”, completou, ao informar que estes também são os temas preliminares indicados para o debate na 25ª Conferência Nacional.

A 25ª Conferência Nacional dos Bancários será realizada nos dias 4, 5 e 6 de agosto de 2023, em São Paulo, na quadra do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, no formato presencial. Antes disso, nos meses de junho e julho, os mesmos temas devem ser debatidos nas conferências estaduais/regionais.

Fonte: Contraf-CUT

Nesta última terça-feira, 23 de maio, o Sindicato dos Bancários da Baixada Fluminense visitou a agência da Caixa Econômica Federal, no Centro de Nova Iguaçu.

Na visita, as diretoras e diretores da entidade sindical falaram para os trabalhadores e clientes, sobre assuntos como: metas, assédio moral, condições de trabalho, Programa de Qualidade de Vendas, Saúde Caixa, juros e campanha nacional dos bancários.

“É fundamental que estejamos presente nas agências bancárias e falando ao vivo com os funcionários e funcionárias. Falamos das campanhas que a entidade está divulgando. Falamos dos juros altos que assolam e atrapalham o país. Falamos da saúde e das condições mínimas para os trabalhadores. E também falamos de assuntos mais específicos da Caixa, como o PQV e o Saúde Caixa. É importante que saibam que o Sindicato sempre estará ao lado da classe trabalhadora”, declarou o diretor e bancário da Caixa, Marcio Wanderley.

ASSÉDIO

Na última semana, a Comissão Executiva dos Empregados (CEE) cobrou do novo vice-presidente de Pessoas (Vipes) da Caixa Econômica Federal, Sergio Mendonça, o fim da cultura de assédio no banco. A cobrança foi feita em reunião de negociação ocorrida na sexta-feira (19).

PQV

Após cobrança realizada pelo movimento de representação dos empregados, a Caixa Econômica Federal convocou reunião para negociar mudanças no Programa de Qualidade de Vendas (PQV). A versão do programa apresentada pelo banco aumenta as punições para as empregadas e empregados que não cumprirem as metas estabelecidas.

FUNÇÃO POR MINUTO

Representantes da Caixa Econômica Federal e dos empregados se reuniram, na semana passada, para tratar de questões específicas dos trabalhadores que exercem as funções de caixas, tesoureiros e avaliadores de penhor. O banco está analisando o fim da designação das funções por minuto, um dos pontos fundamentais do debate.

No primeiro trimestre de 2023, o Santander apresentou resultados que refletem uma mudança significativa em sua estratégia de negócios. Um dos principais destaques negativos no balanço do Santander é a queda do lucro e o aumento das Provisões para Devedores Duvidosos (PDD). Esses dados indicam uma deterioração na qualidade dos ativos.

Além disso, em comparação aos demais bancos de grande porte do país – Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Bradesco e Itaú -, o Santander registrou o menor crescimento da carteira de crédito. Para o economista Gustavo Machado Cavarzan, da subseção do Departamento Intersindical de Estudos Socioeconômicos (Dieese) na Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramos Financeiro (Contraf-CUT), essa situação demonstra uma postura conservadora na concessão de crédito, adotada pelo banco desde o ano passado.

No próprio balanço, o Santander declara que espera um crescimento mais seletivo da carteira de crédito, com foco na “melhoria na qualidade do portfólio” e na “vinculação e expansão de alta renda”. “O banco tem direcionado esforços para atrair e atender clientes de alta renda, visando aumentar a receita nesse segmento, que é oito vezes maior do que a receita proveniente de clientes de varejo”, apontou Gustavo.

No último balanço o banco registrou um crescimento de 36% de clientes de alta renda, chegando aos 834 mil clientes, e o Santander estabeleceu a meta de alcançar 1 milhão de clientes deste segmento até o final do ano. É importante ressaltar que esse segmento já representa mais de 60% dos investimentos do banco em pessoas físicas, evidenciando a intenção do banco de crescer nesse nicho.

Enquanto a carteira de crédito do segmento de alta renda cresceu 16%, o dobro do crescimento da carteira total de pessoas físicas, a carteira de pequenas e médias empresas foi deixada em segundo plano em favor das grandes empresas. “Isso se deve ao fato de que o banco avalia que o segmento de grandes empresas e menos arriscado e por isso irá se concentrar nele”, explicou o economista.

Rita Berlofa, funcionária do Santander e secretária de Relações Internacionais da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), tem levantado questões sobre a preocupação do banco com a atual situação econômica do país, ao apontar que a população comum enfrentará dificuldades para pagar empréstimos. “É lamentável observar a falta de responsabilidade social do Santander ao adotar uma estratégia que prioriza o lucro em detrimento da população em geral. Ao focar no segmento de alta renda e nas grandes empresas, o banco está contribuindo para aumentar ainda mais a concentração de renda no país. Essa postura demonstra um descaso com a situação econômica atual e revela uma falta de compromisso com a redução das desigualdades sociais. É inaceitável que uma instituição financeira tão influente não esteja atuando de forma mais inclusiva e solidária.”

Para Rita, a concentração do Santander em segmentos de alta renda e grandes empresas tende a contribuir para o aumento da desigualdade social e da concentração de renda no Brasil. Essas estratégias podem ampliar ainda mais as disparidades econômicas existentes. “O Santander, ao priorizar o crescimento seletivo e direcionar seus esforços para atender apenas clientes de alta renda, está abandonando grande parte da população que precisa de crédito para impulsionar seus negócios ou realizar projetos pessoais. Essa estratégia coloca em evidência a falta de comprometimento do banco com o desenvolvimento econômico e social do país”, disse a dirigente da Contraf-CUT. “É preocupante constatar que a instituição está contribuindo para ampliar as desigualdades e aprofundar a concentração de renda. É necessário que o Santander repense suas prioridades e adote uma postura mais responsável e inclusiva, visando beneficiar toda a sociedade”, completou Rita.

Fonte: Contraf-CUT

A Caixa Econômica Federal comunicou à Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e à Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae), na noite desta terça-feira (23), que vai contratar 800 aprovados no concurso de 2014. “As empregadas e os empregados estão sobrecarregados. Há anos cobramos a recomposição do quadro de pessoal e, na nossa última reunião de negociação, ocorrida na sexta-feira (19), reiteramos a urgência do atendimento de nossa reivindicação, numa tentativa de sanar o problema de sobrecarga e dos costumeiros problemas de saúde que ela causa aos empregados. Além disso, com um quadro de trabalho maior, podemos atender melhor a população”, disse a coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa, Fabiana Uehara Proscholdt.

Dados do último balanço divulgado pela Caixa mostram que o banco encerrou o 1º trimestre de 2023 com 86.741 empregados, 109 a menos em um ano. Mas, além da queda no número de trabalhadores, houve aumento de aproximadamente 5 milhões de novos clientes no período, elevando, desta forma, o número de clientes a serem atendidos para 1.744 por empregado.

Queremos mais

“Mais do que uma excelente notícia, a contratação de 800 aprovados no concurso é uma conquista do movimento. Com certeza ajuda a aliviar a sobrecarga. Mas, é insuficiente para recompor o quadro de pessoal, que vem sendo reduzido no decorrer dos anos”, observou o presidente da Fenae, Sergio Takemoto. “Estas 800 contratações são bem-vindas, mas é preciso aumentar o teto de empregados e contratar mais”, completou.

Em 2014, quando o concurso foi realizado, a Caixa contava com 101.484 empregados. Considerando os números do balanço do primeiro trimestre de 2023, são 14.743 postos de trabalho a menos.

Fonte: Contraf-CUT

O Sindicato dos Bancários da Baixada Fluminense segue percorrendo os municípios de sua base para protestar contra o fechamento de agências e demissões praticados pelos grandes bancos privados. 
 
Desta vez, os atos ocorreram nas agências do Bradesco, Itaú e Santander de Nova Iguaçu, nesta terça-feira, 23 de maio.
 
As diretoras e diretores do Sindicato conversaram com as funcionárias e funcionários dos bancos, com clientes e usuários, e explicaram que o fechamento de agências bancárias, de bancos privados e públicos, para privilegiar o atendimento virtual, por meio de aplicativos e o uso de caixas eletrônicos, já deixou mais de 40% dos municípios brasileiros sem atendimento, segundo dados do Banco Central.
 
Os dirigentes sindicais também alertaram para os desdobramentos de quando uma agência é fechada: funcionários demitidos ou remanejados, e a população sem acesso ao serviço bancário fundamental no dia a dia. Também esclareceram que bancos são concessões públicas e uma de suas obrigações e compromissos, é a do atendimento presencial aos clientes.
 
Foram distribuídos informativos sobre a campanha “Atendimento presencial nos bancos: é seu direito!“, produzida pela Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro dos Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo (Fetraf-RJ/ES), da qual o Sindicato é filiado. 
 
O protesto foi bem recebido pelos bancários e por quem passava nos locais onde ocorreram as manifestações.
 
Além da caravana, as diretoras e diretores do Sindicato, falaram para os funcionários e população em geral, da cartilha lançada, também pela Fetraf RJ/ES, sobre assédio moral.
 
IMPORTANTE
 
É fundamental que bancárias e bancários, logo que sejam informados de suas demissões, procurem imediatamente atendimento no Sindicato.
 
*confira mais fotos em nossas redes sociais

A Comissão Executiva dos Empregados (CEE) cobrou do novo vice-presidente de Pessoas (Vipes) da Caixa Econômica Federal, Sergio Mendonça, o fim da cultura de assédio no banco. A cobrança foi feita em reunião de negociação ocorrida na sexta-feira (19), que também contou com a presença do diretor de Pessoas, Daniel de Castro Borges, além de dirigentes da Diretoria de Integridade.

“A Caixa é um banco público e sua principal característica é o atendimento de beneficiários de programas sociais do governo e clientes de baixa e média renda, não tem sentido a cultura organizacional atual, que reconhece apenas quem comercializa produtos e marginaliza quem cumpre o papel social do banco”, disse o diretor da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Rafael de Castro. “É preciso tratar o banco, empregados e clientes com respeito. A Caixa é o que é, por causa da atuação de todos os empregados, não só daqueles que se enquadram no perfil mais comercial adotado no último período”, completou.

Para a diretora executiva da Contraf-CUT, Eliana Brasil, o empregado da Caixa está hoje numa rotina de competição interna em um nível que não permite que ele enxergue mais o papel social do banco. “Essa estratégia não tem dado resultado positivo. Os empregados estão em situação precária de saúde, o lucro não aumentou e perdemos mercado, com clientes buscando pela concorrência”, disse.

     >>>>> PQV é considerado inaceitável

Perfil de vendas

A CEE defendeu que as empregadas e os empregados não podem ser punidos pelo fato de clientes cancelarem produtos da cesta de serviços, sendo que a própria Caixa manda mensagem para estes clientes, os orientando a solicitarem o cancelamento quando este não se enquadra em seu perfil, outro exemplo de punição dada pela Caixa é quando o cliente aceita um cartão, mas não o ativa após 90 dias. Nestes casos a Caixa tem impedido a participação dos trabalhadores nos Processos de Seleção Interna (PSI) e feito ameaças para intimidar os bancários da rede de agências.

Os representantes dos empregados foram unânimes em condenar o Programa de Qualidade de Vendas (PQV), classificado como inaceitável, por não resolver a questão de uma possível venda malfeita, alegada pela Caixa. “Os empregados não fazem venda forçada pra nenhum cliente por iniciativa própria. O problema que tem que ser resolvido é o que motiva as vendas forçadas: As metas abusivas impostas pelo banco”, afirmou a coordenadora da CEE, Fabiana Uehara Proscholdt. “É preciso acabar com a cultura do assédio, das cobranças pra bater meta a qualquer custo. O que o banco precisa fazer é oferecer condições de trabalho e treinamentos adequados aos empregados, precisa, urgentemente, contratar novos empregados para aliviar a sobrecarga dos colegas”, disse.

>>>>>Representantes dos empregados cobram da caixa PQV sem punição

Para os representantes dos trabalhadores, os problemas registrados nas agências e outras unidades da Caixa seguem na linha de retrocesso desenfreado da gestão anterior. “Para a reconstrução da Caixa que o Brasil precisa, a medida de gestão mais emergencial é o respeito e a valorização do corpo funcional do banco. A gestão tem que, de fato, ser humanizada”, ressaltou a coordenadora da CEE. “Precisamos debater sobre assédio moral e sexual em um grupo específico para encontrar soluções para os problemas”, completou.

A CEE cobrou um calendário de negociações, com cronograma de debates para que as reivindicações da categoria avancem.

Volta da Vipes

A recriação da Vipes, que havia sido extinta no primeiro semestre de 2021, ainda sob a gestão de Pedro Guimarães, foi classificada como um fato de importância simbólica e histórica, uma vez que ocorreu a partir de uma reivindicação dos empregados. “O movimento sindical bancário sempre defendeu a necessidade de uma área específica de gestão de pessoas, considerada imprescindível não só para o processo de reconstrução da Caixa que o Brasil precisa, mas também para o cuidado com os seus trabalhadores”, destacou a coordenadora da CEE, Fabiana Uehara Proscholdt.

Outros itens

Na ocasião, mesmo sendo uma reunião de pauta específica os representantes dos empregados lembraram a necessidade de avanços nas reivindicações apresentadas pelos trabalhadores. É urgente a adoção de medidas que viabilizem a solução de problemas estruturais deixados pelas últimas gestões da Caixa. Fatiamento do banco em subsidiárias, sucateamento das áreas de infraestrutura e dos equipamentos e mobiliários são “entulhos autoritários” que precisam ser revistos com a urgência que o momento requer.

A representação dos empregados reivindicou ainda os seguintes itens:

  • fim do teto de gasto do Saúde Caixa, bem como a melhoria do plano;
  • valorização da Universidade Caixa com volta dos cursos presenciais;
  • processos seletivos internos transparentes, democráticos e abertos a todos;
  • home office com cumprimento efetivo da legislação sendo prioridade aos empregados com deficiência e aos empregados com filhos ou criança sob guarda judicial até 6 anos (art. 75-F CLT);
  • jornada reduzida para os pais de filhos PCDs (analogia a Lei nº 8.112/90);
  • rediscussão do PCS, ESU;
  • retorno das Gipes, bem como áreas de apoio aos empregados (descentralização – com uma por estado);
  • fim das funções por minuto, com efetivação dos empregados que executam hoje essas atividades;
  • fim do banco de horas negativo e dotação orçamentária necessária para as horas extras;
  • reparações aos empregados perseguidos na gestão anterior.

Fonte: Contraf-CUT, com informações da Fenae

Dirigentes de sindicatos de trabalhadores do ramo financeiro da Argentina, Uruguai e Brasil participaram, nos dias 15 e 16 de maio, de um encontro promovido pela Uni Américas Finanças sobre os impactos da digitalização no sistema financeiro sobre a classe trabalhadora. O encontro aconteceu em Buenos Aires, na Argentina.

Na abertura do encontro, o vice-presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro da CUT (Contraf-CUT), Vinícius Assumpção, falou sobre a importância do debate internacional em torno dos problemas enfrentados pelos trabalhadores do ramo financeiro. “Estamos observando um movimento acelerado, a partir da digitalização do sistema financeiro, de pulverização desses trabalhadores em diversas categorias, sem os direitos conquistados. Então, mais do que nunca, precisamos buscar, coletivamente, ações para combater os impactos negativos sobre o mercado de trabalho. Afinal o que afeta os trabalhadores do setor no Brasil, também afeta na Argentina, Uruguai e demais países”, analisou. “A velocidade é grande nas transformações e o sistema age globalmente. Por isso, a importância de agirmos da mesma forma, globalmente”, completou.

“Ao contrário das revoluções industriais anteriores, que tiveram impacto muito notadamente em empregos de baixa qualificação, as tecnologias do momento atual têm capacidade potencial para afetar também empregos de alta qualificação, como advogados, médicos e bancários, por exemplo”, alertou a economista Catia Uehara, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), durante explanação sobre Digitalização, Uber Financeiro e Plataformização.

Para o secretário de Formação da Contraf-CUT, Rafael Zanon, que participou da mesma mesa de debates, o grau de difusão setorial das novas tecnologias também consiste em elemento novo a ser considerado. “Se antes o trabalhador que atuava em determinado setor específico impactado pela inovação tecnológica tinha a possibilidade de buscar emprego em outro setor de atividade econômica, hoje esse caminho parece mais difícil na medida em que muitos setores estão passando por processos de transformação intensa”, disse.

Outros temas de debate

Durante os dois dias do encontro também foram realizadas palestras sobre o que foi discutido na primeira reunião tripartite na Organização Mundial do Trabalho (OIT) a respeito do impacto da digitalização do sistema financeiro; os desafios dos sindicatos na reestruturação financeira; e caminhos para lidar com a disruptura financeira. Esses temas foram apresentados por representantes da Asociación de Bancarios del Uruguay (AEBU) e da La Bancária – Sociedad de Empregados de Banco da Argentina.

“É importante parabenizar a Uni Américas Finanças por promover um debate tão importante para a classe trabalhadora, notadamente do setor financeiro, que tem sido extremamente impactada por esses processos de digitalização”, observou a presidenta da UNI Finanças Mundial, Rita Berlofa, que também é secretária de Relações Internacionais da Contraf-CUT. “Estamos assistindo, nestes últimos anos, o fechamento de postos de trabalho e de agências, num movimento acelerado. Então, é cada vez mais importante fazer debates para encontrarmos soluções para essas novas faces da empregabilidade, para reduzir o impacto da digitalização no setor de finanças”, completou.

Entre 2013 e 2023, só no Brasil, foram mais de 77 mil postos de trabalho cortados pelos bancos. Num período um pouco mais longo, entre 1994 e 2021, o peso da categoria bancária no emprego formal no ramo financeiro do país caiu de 80% para 44%. E, entre 2022 e 2019, a sindicalização no ramo financeiro brasileiro sofreu queda de 45,5% para 19,5%. Esses foram alguns dados apresentados no encontro. “A digitalização, ou seja, as inovações tecnológicas todas não podem acontecer somente para impactar a classe trabalhadora, rendendo lucros para os acionistas. Por isso temos cobrado a responsabilidade dos bancos na manutenção dos empregos. Para isso, nada melhor do que a redução da jornada de trabalho, não apenas para garantir os atuais empregos, mas também para que os bancos e as empresas do ramo financeiro cumpram seu papel social”, destacou ainda Rita.

Uberização

A “uberização”, modelo de trabalho onde as plataformas digitais obtêm o máximo de lucro com a mão de obra sem que haja qualquer vínculo empregatício, também foi abordada na mesa de debates sobre Digitalização, Uber Financeiro e Plataformização. “Nós mostramos que, apesar de se apresentarem como mais flexíveis e darem mais liberdade aos trabalhadores, as empresas detentoras dos aplicativos devem ser responsabilizadas em termos de relações de trabalho no campo do direito trabalhista”, destacou Zanon.

Os palestrantes também pontuaram que a relação de subordinação empregado-empregador se dá por meio da gestão dos algoritmos, justamente definida pela empresa-plataforma. “A gestão algorítmica estabelece uma relação de subordinação dos trabalhadores e trabalhadoras: regras e ritmo de trabalhos, jornadas, bonificação etc.”, ressaltou Cátia Uehara. “A falta de regulação da atuação dessas empresas tem produzido relações de trabalho precarizadas, tem resultado em subtributação [tributação reduzida] dessas empresas-plataforma, com destaque para a seguridade social, com custos que são financiados pela sociedade/Estado sem a contrapartida da empresa”, completou.

Os expositores brasileiros destacaram que, no Brasil, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) criou um grupo de trabalho, tendo como premissa inicial as Convenções Internacionais do Trabalho, para debater propostas de regulamentação dos serviços das plataformas e garantia de direitos aos trabalhadores. Também lembraram que o Ministério do Trabalho e Emprego do governo Lula criou um grupo de trabalho tripartite, com prazo máximo de 300 dias, para discutir o assunto.

“A premissa inicial da proposta da CUT é que as empresas-plataforma precisam de uma regulação adequada, de acordo com a atividade econômica que de fato realizam. Essa regulação adequada permite, além da cobrança da tributação pertinente ao risco da atividade e às demais externalidades sociais e econômicas por ela causadas, o cumprimento do arcabouço trabalhista já definido para determinada atividade”, concluiu a economista do Dieese.

Fonte: Contraf-CUT

O Movimento Sindical, através da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), da qual o Sindicato dos Bancários da Baixada Fluminense é filiado, reivindica a retirada do patrocínio do banco Santander à La Liga espanhola, pelos seguidos atos de racismo direcionados ao jogador brasileiro Vinícius Júnior durante o campeonato.

Rita Berlofa, funcionária do Santander e secretária de Relações Internacionais da Contraf-CUT, declarou que, “embora o banco já tenha emitido uma nota repudiando qualquer ato de racismo, deveria retirar imediatamente seu patrocínio da liga”. Ela enfatizou que é inaceitável o nome do banco estar associado a atos tão absurdos. Berlofa ainda ressaltou que, “no Brasil, o racismo é considerado crime, e o fato de o Santander patrocinar uma liga envolvida em atos racistas é extremamente preocupante”.

Almir Aguiar, secretário de Combate ao Racismo da Contraf-CUT, também se manifestou, afirmando que o racismo no futebol espanhol tem se tornado uma mancha no esporte internacional. Almir destacou que, “enquanto a beleza do futebol de Vinícius Júnior encanta uma parcela dos torcedores, outra parte expõe seus sentimentos perversos através de agressões racistas”. O jogador já foi alvo de várias dessas agressões. O secretário elogiou a cobrança feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante sua passagem pelo Japão, ressaltando sua importância e grande repercussão. Ele enfatizou que a Fifa precisa intervir com punições severas e declarou: “Basta de racismo! Todo apoio ao Vinicius Júnior”.

O posicionamento da Contraf-CUT reflete a indignação em relação aos atos racistas ocorridos na La Liga, destacando a necessidade de medidas mais enérgicas e efetivas para combater o racismo no futebol internacional. A entidade sindical conclama o Santander a reconsiderar seu patrocínio à liga espanhola, visando enviar uma mensagem clara de rejeição a quaisquer manifestações discriminatórias.

Fonte: Contraf-CUT

Semana fechando com boas notícias: o Sindicato dos Bancários da Baixada Fluminense reintegrou mais um funcionário do Banco Itaú.

Carlos Augusto Motta foi reintegrado nesta sexta-feira, 19 de maio, na agência de Santa Cruz da Serra.

A reintegração foi acompanhada pelos diretores José Laércio e Newton França.

O bancário, quando foi demitido, estava acometido com doença ocupacional.

Esta foi mais uma injustiça cometida pelos grandes bancos que o Sindicato consegue reverter.

IMPORTANTE

O trabalhador bancário é sindicalizado e, logo após seu desligamento, procurou atendimento no Sindicato dos Bancários da Baixada Fluminense, onde foi prontamente atendido pelos Departamentos Jurídico e de Saúde.

É fundamental que bancárias e bancários, logo que sejam informados de suas demissões, procurem imediatamente atendimento no Sindicato.

ATENDIMENTO JURÍDICO PRESENCIAL

Nova Iguaçu - às terças-feiras, das 14 horas às 17 horas (telefone: 21 - 2658-8041)

Duque de Caxias - às quintas-feiras, das 9 horas às 13 horas (telefone: 21 / 26710-110)

SINDICALIZE-SE

O Setor Bancário eliminou postos de trabalho pelo sexto mês consecutivo. Apenas no mês de março de 2023 foram extintas 1.474 vagas – o maior número desde novembro de 2020, quando mais de 2 mil vagas foram fechadas em consequência da pandemia de Covid-19. Os dados são de levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), com base no Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). No primeiro trimestre de 2023, os bancos eliminaram 2.662 vagas na categoria. No mesmo período do ano passado, ocorreu a abertura de 3.160 vagas.

Em sentido contrário, o ramo financeiro, excluindo a categoria bancária, apresentou saldo positivo em março, com abertura de 925 postos de trabalho – número 68,5% inferior ao registrado no mesmo mês do ano anterior. Nos últimos 12 meses, foram criados 28,5 mil postos de trabalho, uma média de criação de 2,3 mil postos por mês. As atividades financeiras que mais criaram postos em março foram: crédito cooperativo (831 vagas); holdings de instituições não-financeiras (351); e outras sociedades de participação, exceto holdings (92).

Movimentação por áreas

Para melhor compreensão da movimentação de emprego por áreas, a partir da Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), o Dieese separou a categoria pelas seguintes áreas específicas: administração e afins, atendimento ao público, tecnologia da informação; e bancária/financeira. Em todas, observou-se saldo negativo para o mês de março e para o primeiro trimestre de 2023.

O setor que mais eliminou vagas foi área bancária/financeira, com variação negativa de 2.092 postos de trabalho nos primeiros três meses do ano, e 1.165 em março. O agrupamento área administrativa e afins eliminou no trimestre 478 vagas. O setor de tecnologia da informação, também apresentou queda das contratações, com saldo negativo de 94 vagas, o que, segundo o Dieese, “sugere o esgotamento das contratações ou mesmo o agravamento das terceirizações”. O único saldo positivo foi no agrupamento foi o classificado como “demais”, com 147 novos postos de trabalho.

Considerado o período de 12 meses, o saldo negativo de empregos no setor bancário foi de 3.166 vagas. Em todas as atividades bancárias ocorreu saldo negativo no primeiro trimestre de 2023 e no mês de março. No documento, o Dieese ressalta que, no resultado de março para o setor bancário, ocorreu elevado número de demissões, “39,5% superior à média de desligamentos do ano de 2022, e baixo número de contratações, 16,5% inferior à média de admissões do ano de 2022”.

Nos estados

Apenas quatro estados das 27 unidades da federação apresentaram saldo positivo: Goiás (18 postos), Rondônia (7), Acre (4) e Sergipe (3). Já entre os 23 estados que apresentaram fechamento de vagas, os destaques são para São Paulo (745 postos), Rio de Janeiro (246), Minas Gerais (141) e Paraná (76).

Faixa etária, sexo e remuneração média

No recorte de gênero, o saldo foi negativo tanto entre homens quanto entre mulheres. No entanto, o número de admissões entre os homens foi 11,7% superior em relação ao de mulheres. Enquanto os desligamentos foi 6,1% superior entre os homens em relação às mulheres.

Em relação à faixa etária, foi observado saldo positivo apenas nas faixas até 24 anos, com ampliação de 269 vagas. Para as demais faixas, a partir de 25 anos, o fechamento foi de 1.743 vagas.

A remuneração média também sofreu movimentação para baixo. O salário médio do bancário admitido em março foi de R$ 6.728,48, enquanto o valor médio do grupo de desligados foi de R$ 8.063,40. Logo, o salário médio do admitido correspondeu a 83,44% do desligado.

Falta responsabilidade do setor

“Os bancos continuam eliminando postos num momento em que, apesar de leve melhora no mercado de trabalho, o país continua com altos índices de desemprego. Temos que lembrar que o sistema financeiro continua obtendo altos lucros no país. E aqui entra também a nossa crítica ao Banco Central com manutenção da Selic em 13,75% – a mais alta do mundo, uma vez que também influencia na cobrança dos juros das operações de crédito dos bancos no Brasil”, observa o secretário de Assuntos Socioeconômicos da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Walcir Previtale. Ele lembra ainda que só o Bradesco cortou mais de 2 mil empregos no primeiro trimestre de 2023. “Mesmo na alta lucratividade, cada vez mais o sistema financeiro vai diminuindo o número de empregados”, completou.

De acordo com a Pesquisa de Juros da Associação Nacional de Executivos (Anefac), em janeiro, pessoas físicas pagavam em média no Brasil juros de 124% ao ano em operações de crédito. Já as pessoas jurídicas, 61% ao ano.

“Os números do Caged, que apontam para uma mudança estrutural no mercado de trabalho bancário, com o fechamento de postos de trabalho, de agências, mudança do perfil salarial para baixo e menos mulheres no setor bancário, apenas confirmam que o sistema financeiro não está cumprindo a sua obrigação com o país, conforme o artigo 192 da Constituição, que prevê a responsabilidade desse setor na promoção do desenvolvimento equilibrado do Brasil e em servir aos interesses da coletividade”, destacou ainda Walcir. “Historicamente, o movimento sindical sempre ressaltou essa responsabilidade do setor financeiro, e continuaremos lutando contra o fechamento de agências e pela abertura de unidades em muitos lugares onde, sabemos, não há nenhum tipo de atendimento bancário à população”, completou. “Na propaganda, os bancos colocam números maravilhosos, mas na prática a gente assiste uma alteração no perfil do mercado de trabalho que compromete o futuro do país”, arrematou o secretário.

Os dados completos estão na Pesquisa do Emprego Bancário – Número 22 – Maio/2023, elaborada pelo Dieese.

Fonte: Contraf-CUT