Nesta terça-feira, 28 de novembro, o Sindicato dos Bancários da Baixada Fluminense esteve em agências do Banco Itaú de Duque de Caxias para protestar contra as demissões e o fechamento de postos de trabalho.
Foi mais um Dia de Luta do Banco Itaú, promovido pela Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro dos Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo (Fetraf RJ/ES), com atos ocorrendo nas regiões dos sindicatos filiados à entidade.
Uma das principais preocupações das diretoras e diretores do Sindicato é que o fechamento de agências, e as consequentes demissões, afetam os funcionários do banco. E, também, afetam os clientes, já que, com menos trabalhadores bancários, mais filas.
O Sindicato enfatizou a importância de preservar os postos de trabalho e garantir a estabilidade dos profissionais. Foram entregues informativos que mostram números e dados alarmantes do que vem ocorrendo no setor bancário.
Além disso, os dirigentes sindicais conversaram com os funcionários e clientes presentes nas agências visitadas, se colocando à disposição dos trabalhadores bancários.
Ao menor sinal de assédio ou abuso, denuncie!
Os casos de assédio moral também motivaram as manifestações realizadas nas agências da região.
LUCROS EXORBITANTES
O Itaú Unibanco obteve lucro líquido recorrente gerencial – que exclui efeitos extraordinários – de R$ 26,217 bilhões nos nove primeiros meses de 2023, montante 13,4% maior em relação ao mesmo período de 2022. Apenas no terceiro trimestre, o resultado foi de R$ 9,04 bilhões, um crescimento de 3,4%, frente aos R$ 8,74 bilhões registrados nos três meses imediatamente anteriores.
Mesmo com esses resultados, o banco fechou 1.082 postos de trabalho em 12 meses. No trimestre, foram 881 vagas extintas. O grupo fechou 180 agências físicas no Brasil em 12 meses e 31 em três meses. Nesse mês, o Itaú tinha 2.608 unidades no país.
Após quase seis meses de negociações, a representação dos trabalhadores conseguiu que a Caixa Econômica Federal aceitasse uma proposta para renovação do Acordo Coletivo de Trabalho específico do Saúde Caixa que mantém o percentual de contribuição dos titulares do plano em 3,5% sobre a remuneração básica e, para aqueles que têm dependentes, fixa um limite para o comprometimento da renda dos trabalhadores em até, no máximo, 7% por grupo familiar.
Resultado das negociações
Cobramos que a Caixa assuma integralmente a despesa de pessoal desde 2021 e use as reservas técnicas para zerar o déficit sem a necessidade de contribuições adicionais;
Para melhorar o atendimento ao usuário, cobramos que a Caixa recrie as estruturas regionais de Gestão de Pessoas e os Comitês Regionais de Credenciamento e Descredenciamento;
No caso do cancelamento da adesão do plano, o retorno só será permitido após dois anos de ausência, no mínimo, mediante quitação de eventuais débitos e cumprimento das carências previstas;
As regras da coparticipação continuam inalteradas: 30% sobre os procedimentos (excluindo internações e oncologia) e valor fixo de R$ 75,00 no pronto-socorro/pronto atendimento, com limite anual de R$ 3.600,00 por grupo familiar.
Entraves…
A Caixa fincou pé no teto para seu custeio com as despesas de saúde das empregadas e empregados, fixado em 6,5% da folha de pagamentos e proventos do INSS, incluindo despesas administrativas e tributárias. Essa medida impede a manutenção do modelo de custeio 70/30, uma vez que, para arcar com 70% dos custos do plano, a Caixa teria que ultrapassar o teto de 6,5%. Isso gerou déficits de R$ 422 milhões em 2023 e, para 2024, as projeções apontam mais um déficit de R$ 622 milhões.
Para cobrir esse saldo negativo, como o final da vigência do atual acordo e caso a proposta em debate não seja aprovada, a perspectiva é de aumento linear de 85% nos valores das mensalidades e o pagamento pelos usuários de mais 4,18 parcelas extraordinárias.
…e soluções
Diante dos saldos deficitários e do teto de 6,5% para o custeio da Caixa com a saúde dos empregados, a solução negociada foi manter a mensalidade do titular em 3,5% da remuneração básica (RB) e cobrar um valor extra dos dependentes, limitado a 7% da RB. Os dependentes indiretos, inclusive os filhos de 21 a 24 anos, continuam fora do limite estabelecido para o grupo familiar e pagam o valor fixo na íntegra (R$ 480,00).
Por exemplo, um caixa, que recebe R$ 6.710,00, com dois dependentes diretos vai pagar 3,5% da RB pelo titular (R$ 234,85, valor que já paga), mais R$ 117,43 por dependente (a soma de 234,85 + 2×117,43 dá 7% da RB). Para calcular o valor em outras situações, clique aqui e use o simulador.
A alternativa levou em conta que os titulares respondem por 88% das receitas do plano e por apenas 59% das despesas, enquanto os dependentes utilizam 41% e contribuem com apenas 12% para as receitas totais.
Caso haja alteração no item que limita a participação do banco no custeio do Saúde Caixa, será estabelecido um novo processo negocial para redefinir os parâmetros de custeio do plano.
Por ocasião do Dia da Consciência Negra, dia 20 de novembro, o Santander divulgou um comunicado interno, via e-mail, no qual enumera ações afirmativas que “fortalecem nossa visão de diversidade para as pessoas pretas e pardas”.
O texto é assinado por Ede Ilson Viani. Branco, Viani é “sponsor” (promovedor) do tema diversidade racial no Santander, de acordo com o comunicado. Segundo o site do Santander, ele é vice-presidente executivo, responsável por Tecnologia & Operações e membro do Conselho de Administração do banco espanhol.
Um dos poucos dados citados no comunicado afirma que 35,4% dos profissionais do Santander são negros (pretos e pardos), uma evolução de seis pontos percentuais – o texto não informa em que período.
A diretora executiva do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e bancária do Santander, Ana Marta Lima, questiona: “Mas onde estão esses negros? Que cargos eles ocupam no banco? São funções de liderança?” Ana Marta responde: “Não sabemos, pois o Santander não divulga esses dados. Por isso cobramos do Santander que retome as mesas de negociação específicas sobre diversidade para discutirmos questões como essas e, principalmente, maior possibilidade de ascensão nas carreiras de negros e negras, que ocupam principalmente cargos na base da hierarquia dos bancos, mas raramente funções de liderança”.
Pouca diversidade
No Santander, pessoas brancas compõem 100% do conselho de administração e 96% da diretoria. Apenas 2% dos diretores são pardos. Os outros 2% são amarelos ou indígenas. Não há nenhum preto nem no conselho de administração e nem na diretoria. Os dados são do Formulário de Referência 2023, referente ao exercício de 2022. Ainda de acordo com o mesmo Formulário, os brancos compõem 85,7% dos 1.291 cargos de liderança, os pretos 1,7% e os pardos 7,3%.
Dados divulgados durante o VIII Fórum Nacional pela Visibilidade Negra no Sistema Financeiro, realizado no início de novembro em Porto Alegre, de um total de aproximadamente 450 mil trabalhadores e trabalhadoras bancários, os negros ocupavam apenas 110 mil vagas. Em 2021, pretos e pardos representavam 20,3% da totalidade das ocupações relacionadas aos cargos de liderança na categoria bancária, enquanto os brancos representavam 75,5% destes cargos.
A situação dos jovens negros no sistema financeiro também preocupa. A juventude com até 29 anos, representava apenas 17,8% dos bancários. Desse grupo, apenas 31,6% eram negros, e em maior número entre 18 e 24 anos.
Para Ana Marta, “estes dados reforçam que a desigualdade salarial entre negros e brancos persiste nos bancos e refletem diretamente na vida dos jovens negros e pardos, que ganham menos por ocuparem funções da base hierárquica nas instituições financeiras. Por isso seguimos cobrando do Santander e dos demais bancos a retomada da mesa específica de negociação sobre diversidade para que possamos garantir de fato a inclusão racial nos bancos, sobretudo nas funções de liderança”.
O Bradesco anunciou nesta quinta-feira (23) que o executivo Marcelo Noronha, de 58 anos, será o novo presidente do banco. Octavio de Lazari Jr., de 60 anos, que estava no cargo desde 2018, irá para uma vaga no Conselho de Administração da entidade.
Noronha tem longa trajetória como executivo no Bradesco, tendo sido diretor vice-presidente nos últimos oito anos, depois de ter comandado as áreas de Corporate, Empresas, BBI, Internacional, Câmbio, Varejo e Prime.
Em 2023, o Bradesco lucrou R$ 13,4 bilhões de janeiro a setembro de 2023, uma queda de 30,5% em relação ao mesmo período de 2022. A holding fechou o terceiro trimestre deste ano com 86.102 funcionários, com o fechamento de 2.272 postos de trabalho no período de 12 meses. A instituição financeira encerrou setembro de 2023 com 71,7 milhões de clientes, redução de 0,8 milhão em 12 meses. Nesse período, foram fechadas 117 agências, 206 postos de atendimento e 231 unidades de negócio.
A secretária de Organização do Ramo Financeiro da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Magaly Fagundes, coordenadora da Comissão de Organização de Empresa (COE) do Bradesco, afirma que “vamos defender que o diálogo com os trabalhadores seja mantido. Temos mesa de negociação com o banco, nas quais tratamos das reivindicações dos trabalhadores, e esperamos avanços nestas negociações”.
A representação dos empregados da Caixa, formada pelo Comando Nacional dos Bancários e a Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa, e o banco voltaram a se reunir nesta quarta-feira, 22 de novembro.
Depois de longas rodadas de negociação nos últimos meses, a Caixa apresentou nova proposta para o acordo coletivo específico sobre o Saúde Caixa.
A proposta mantém o percentual de contribuição dos titulares de 3,5% sobre a remuneração base, com valor fixo de R$ 480 por dependente. Atendendo a uma reivindicação da representação dos empregados, a Caixa reduziu o teto de 10%, previsto na proposta anterior, para 7% da remuneração.
O teto de 7% é um dos menores, em comparação com outras estatais (quadro abaixo). Na Cassi (plano dos empregados do Banco do Brasil), por exemplo, o teto é 7,5%, com contribuição do titular de 4%, além de percentuais adicionais escalonados para dependentes.
A Caixa apresentou a proposta a partir dos parâmetros estabelecidos pela representação dos empregados, preservando os princípios do plano como a solidariedade e o pacto intergeracional. Assim, não penaliza os empregados de menor salário e os mais idosos, além de equilibrar o custeio do plano para que seja sustentável para todos e impeça a saída de usuários.
Para a coordenadora do Comando Nacional e presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira, a proposta foi a possível para não onerar mais os empregados e manter a sustentabilidade do plano para todos os empregados.
“Não foi uma negociação fácil, mas nós conseguimos um acordo que seja o menos prejudicial possível para os empregados. Precisamos destacar que não houve aumento para o titular que não tem dependente. Isso é um avanço importante”, destacou, ressaltando que há déficits robustos no plano a equacionar.
“Dentro desse processo, equacionamos o déficit de 2023, de R$ 422 milhões, sem a necessidade de pagamento de parcelas extraordinárias e com o reajuste resolvemos a situação de 2024, que tem déficit projetado de R$ 660 milhões”, destacou a coordenadora da Comissão Executiva de Empregados (CEE/Caixa), Fabiana Uehara Proscholdt.
Negociação permanente
Juvandia Moreira acordou com o banco a garantia de novas negociações caso haja déficits, alteração no teto estatutário do banco de 6,5% no custeio do plano ou outras mudanças que impactam o acordo coletivo.
Volta da Gipes e comitês de credenciamento
A representação obteve mais uma conquista, que há tempos é uma reivindicação dos usuários – a volta dos Comitês Regionais de Credenciamento e Descredenciamento, com participação dos sindicatos, além da recriação das Gerências de Filial de Gestão de Pessoas (Gipes) já em 2024. Segundo a Caixa, inicialmente serão cinco gerências, abrangendo diversos estados dentro de uma região. Além disso, serão recriadas as Repes, representações regionais vinculadas às Gipes, que atenderão os estados.
Déficit de 2023 zerado
A Caixa projetou um déficit de R$ 422 milhões para 2023. Sem negociação, o efeito do déficit poderia impor aos empregados o pagamento de 4,5 contribuições extraordinárias para recomposição.
Com a negociação dos representantes dos empregados, o déficit será equacionado com as reservas técnicas e de contingência, com incremento da Caixa no valor de R$ 177 milhões referente as despesas de pessoal retroativo a 2021. Isso também valerá para os anos seguintes. Com o recurso, ainda haverá uma sobra de R$ 40 milhões para ajudar no déficit de 2024, estimado em R$ 660 milhões.
Acesso aos dados
Outro avanço obtido pela representação dos trabalhadores para o acordo coletivo é o repasse periódico pelo banco dos dados primários, que são as informações financeiras e atuariais do plano. Estes dados são fundamentais para acompanhamento da situação geral do plano, possibilitando a realização de projeções atuariais do Saúde Caixa.
Assembleias
O Comando Nacional vai convocar assembleias para o dia 5 de dezembro. Até lá, sindicatos e entidades vão fazer esclarecimentos sobre as negociações e debate sobre a proposta com os empregados nas bases.
Participações
Além dos integrantes da CEE/Caixa e da coordenadora do Comando Nacional, Juvandia Moreira, que conduziram a negociação, participaram da reunião a também coordenadora do Comando e presidenta do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas do Ramo Financeiro de São Paulo, Osasco e Região), Neiva Ribeiro; o presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae), Sergio Takemoto e o diretor de Saúde e Previdência da Fenae e presidente da Apcef/SP, Leonardo Quadros.
O Comando Nacional dos Bancários e a Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa Econômica Federal voltam a se reunir com o banco, nesta quarta-feira (22), em Brasília, para dar continuidade às negociações sobre o Saúde Caixa, o plano de saúde das empregadas e empregados.
“O Saúde Caixa é um patrimônio inestimável das empregadas e empregados e precisa continuar cumprindo o seu papel de proteção à saúde dos colegas da Caixa, da ativa e aposentados, e seus dependentes”, observou a coordenadora da CEE/Caixa e do GT Saúde Caixa, Fabiana Uehara Proscholdt. “É fundamental que todos permaneçam atentos e mobilizados até que seja renovado o acordo coletivo sobre o Saúde Caixa”, completou Fabiana ao lembrar que a vigência do acordo se encerra no final de 2023, ou seja, em pouco mais de um mês.
Negociações
As negociações se intensificaram desde junho e, em novembro, já ocorreram três rodadas com a participação da coordenação do Comando Nacional dos Bancários.
Desde 2004, o acordo coletivo do Saúde Caixa estabelece que, em caso de saldo deficitário, ao final de cada ano, o banco e os titulares serão chamados a arcar com o saldo negativo. Como o estatuto da Caixa, alterado em 2017, estabelece que o banco não pode gastar mais de 6,5% da folha de pagamento com o plano de saúde, e este limite já foi atingido, o ônus total dos déficits recairiam sobre os trabalhadores.
Segundo últimas apurações apresentadas pelo banco, o plano de saúde acumula déficit de R$ 422 milhões em 2023 e a projeção, para 2024, é de cerca de R$ 660 milhões.
“Desde o início das negociações, cobramos a remoção do teto de 6,5% da folha de pagamentos como limite dos gastos da Caixa com a saúde de seus empregados. E esse ponto deve passar por vários órgãos reguladores”, ressaltou a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, que é uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários, Neiva Ribeiro.
Avanços: déficit 2023 zerado
Nas negociações ocorridas nos dias 1 e 9 de novembro, os trabalhadores conseguiram que a Caixa se comprometesse a tirar do saldo de déficit as despesas do pessoal de 2021 a 2023 e continuar arcando com estas despesas.
“A solução significa uma redução de R$ 177 milhões no déficit. E, somada ao uso das reservas técnicas e de contingência, zera o déficit deste ano e ainda sobram R$ 40 milhões para ajudar em 2024”, explicou a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), que é uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários, Juvandia Moreira.
Outro avanço obtido pelos trabalhadores, é o compromisso do banco em repassar, a cada seis meses, informações financeiras e atuariais do plano (dados primários), para que os empregados e suas entidades representativas possam acompanhar o equilíbrio financeiro do Saúde Caixa.
A luta continua!
A representação dos empregados insiste na necessidade de extinção do teto de 6,5% da folha de pagamentos como limite da Caixa para custos com a Saúde das empregadas e empregados e também com a melhoria do atendimento do Saúde Caixa, que passa pela volta das gerências regionais para permitir a resolução dos problemas regionais por pessoas que são da região e, por isso, vivenciam os empecilhos que prejudicam o atendimento dos usuários do plano e dos profissionais de saúde, clínicas e hospitais credenciados.
Nesta quarta-feira, dirigentes e entidades sindicais se juntam aos empregados da Caixa em atividades presenciais, das 10h às 12h, em todo o país e num tuitaço, das 11h às 12h, com a hashtag #QueremosSaúdeCaixa.
O secretário de combate ao Racismo da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro, Almir Aguiar, participa nesta quarta-feira (22) do debate “Desafios eleitorais para 2024 e as políticas de promoção da igualdade nacional”, promovido pela Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Com mediação de Ianê Germano e Marcelo Dias, o evento também terá a participação de Adriana Martins, Dolores Lima, Eloi Ribeiro, Juca Ribeiro e Lucimar Felisberto.
Em formato híbrido (presencial e remoto), o evento será realizado, das 14h às 17h, no auditório da Escola do Legislativo do Estado do Rio de Janeiro, na rua da Ajuda, nº 5, 2º andar. Para participação remota, as inscrições podem ser feitas até o dia do evento pelos linkshttps://bit.ly/3SkFsUC e https://tinyurl.com/yc72mvcf.
Almir Aguiar destaca a relevância do debate, “porque discutir os desafios eleitorais para 2024 é muito importante quando você o faz pela perspectiva do negro e da negra. Temos sempre que lembrar que somos 57% da população brasileira, e o número de parlamentares negros e negras é muito pequeno”.
O secretário lembra que “recentemente, a Justiça Eleitoral determinou que mais recursos devem ser destinados a mulheres e negros e negras no processo eleitoral, mas os partidos não cumpriram a decisão e entraram com uma proposta de emenda constitucional para uma anistia, pois as multas seriam muito altas”. Para Almir, “só haverá mudanças efetivas, na educação, na saúde, no trabalho, na vida em geral, quando tivermos um número de parlamentares negros que corresponda ao percentual da sociedade”.
Nos dias 13 e 14 de novembro, representantes de Federações de Bancários, de várias regiões do país, se reuniram na sede da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), em São Paulo, na primeira reunião presencial da Comissão Nacional de Aposentadas e Aposentados, recém criada pela Confederação.
A Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro dos Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo (Fetraf RJ/ES), da qual o Sindicato dos Bancários da Baixada Fluminense é filiado, foi representada por Jorge Valverde, Diretor do Sindicato dos Bancários de Angra dos Reis e Região.
Jorge Valverde e Rita Lima, Coordenadora do Sindicato dos Bancários do Espírito Santo, compõem a Comissão.
A REUNIÃO
Foi feito um diagnóstico do número de aposentados bancários brasileiros, assim como de suas demandas e reivindicações.
Ações imediatas como a criação de um Cadastro Nacional de Aposentados, e outras de médio prazo, como a busca de melhorias e um estudo sobre planos de saúde, foram aprovadas.
“A exposição do representante do Dieese, no primeiro dia do evento, apresentou números que subsidiaram os debates e nos mostrou que o etarismo, preconceito contra idosos, é uma realidade na sociedade brasileira e praticado fortemente por empresas, como os bancos, por exemplo.”, comentou Jorge Valverde.
A Comissão volta a se reunir no mês de dezembro, de forma virtual.
A representação dos empregados da Caixa Econômica Federal, formada pelo Comando Nacional dos Bancários e a Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa, voltou a se reunir com o banco, nesta quinta-feira (16), desta vez na capital paulista, para continuar a discutir soluções ao Saúde Caixa, o plano de saúde das empregadas e empregados.
As negociações vêm se intensificando desde 29 junho. Só em novembro, ocorreram três rodadas, com a participação da coordenação do Comando Nacional dos Bancários. Segundo últimas apurações apresentadas pelo banco, o plano de saúde acumula déficit de R$ 422 milhões em 2023 e a projeção, para 2024, é de cerca de R$ 660 milhões.
Desde 2004, o acordo coletivo do Saúde Caixa mantém cláusula que estabelece que, em caso de saldo deficitário, ao final de cada ano, o banco e os titulares serão chamados a arcar com o saldo negativo. Como o estatuto da Caixa, alterado em 2017, estabelece que o banco não pode gastar mais de 6,5% da folha de pagamento com o plano de saúde, e este limite já foi atingido, o ônus total dos déficits recairiam sobre os trabalhadores.
“Desde o início das negociações, estamos cobrando reforma estatutária, mas essa é uma disputa que passa por vários órgãos reguladores. Vamos continuar lutando”, destacou Neiva Ribeiro, uma das coordenadoras do Comando. “Na reunião de hoje, conquistamos que, havendo revisão no estatuto e mudanças nos parâmetros, que impactam no Saúde Caixa, a mesa de negociação será retomada”, completou.
Pelo valor do déficit de 2023 (R$ 422 milhões), apresentado pelo banco, se nenhuma alternativa for encontrada, os titulares serão chamados a arcar com 4,18 parcelas extraordinárias.
A advogada Laís Carrano, que presta assessoria à CEE, confirmou que “caso não haja avançou nas negociações, há previsão de a Caixa efetuar cobranças extraordinárias dos beneficiários, em razão do déficit do plano de saúde”.
Ela observou ainda que “o judiciário tem jurisprudência desfavorável relativo ao aumento dos custos em plano de saúde, a exemplo do que foi visto no caso dos Correios. E, mais recentemente, na análise da situação do Saúde Caixa pelo TRT10, no caso ‘Plano de Saúde, alteração mediante acordo coletivo – Onerosidade Excessiva do Empregador’, sobre cláusula de alteração das regras do plano de saúde para, assim, possibilitar a manutenção do benefício para a coletividade”. Na análise, segundo a advogada, “não se constata alteração contratual unilateral lesiva, nem ofensa ao direito adquirido”.
Ou seja, como o sistema de custeio do Saúde Caixa não está integrado ao contrato de trabalho (direito adquirido), pode sofrer alterações quando o plano de saúde entra em déficit.
Entenda
Atualmente o Saúde Caixa conta com 286 mil usuários, entre titulares (128 mil) e dependentes (158 mil), sendo que os dependentes respondem por 12% das receitas e por 41% das despesas.
Para 2023, as despesas projetadas somam R$ 3,408 bilhões e, para 2024, R$ 3,743 bilhões.
Propostas
Na reunião anterior, em 9 de novembro, o banco apresentou como proposta para solucionar o déficit de 2024, aumentar de 3,5% para 4% a contribuição do titular, com teto de 10%, penalizando duplamente o empregado. Por isso a proposta foi rechaçada pela representação dos empregados.
No encontro de hoje (16), a Caixa trouxe como proposta a manutenção de 3,5% da contribuição do titular, com valor fixo de R$ 450 por dependente, mas mantendo o teto de 10% da remuneração, conforme tabela abaixo. Caso essa proposta seja implementada, os dependentes passariam a arcar com 48% das despesas e os titulares com 52%.
Tabela apresentada pela Caixa, na mesa de 16 de novembro
“O teto de 10% é maior do que o praticado, por exemplo, pelo Banco do Brasil, de 7,5%. Já havíamos rejeitado isso na reunião anterior, porque representa um aumento substancial”, ressaltou Juvandia Moreira, uma das coordenadora do Comando Nacional dos Bancários e presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).
De acordo com o economista do Dieese, Gustavo Cavarzan, dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que o IPCA acumulado (medidor da inflação), entre janeiro de 2016 e outubro de 2023, foi de 51%. No mesmo período, a inflação acumulada dos planos de saúde foi de 96% – portanto, mais que o dobro da média geral dos preços no país.
Ele lembra também que a pesquisa “O que pensam os brasileiros sobre a saúde no Brasil?”, encomendada pela Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) e realizada pelo PoderData em 2022, mostra que, considerando as despesas médicas dos usuários da saúde suplementar como proporção da renda mensal:
– 59% têm um dispêndio equivalente a até 25% dos ganhos mensais; – 14% gastam de 25% a 33%; – 13% gastam 50%; e – 7% gastam mais de 50% da renda mensal com planos de saúde.
Avanços: déficit 2023 zerado
Nas duas últimas negociações, que ocorreram nos dias 1 e 9 de novembro, os trabalhadores conseguiram da Caixa o compromisso de incorporar as despesas de pessoal, até 2023, retroagindo a 2021, e que valerá para os próximos anos também.
“A solução significa uma redução de R$ 177 milhões no déficit. E, somada ao uso das reservas técnicas e de contingência, zera o déficit deste ano e ainda sobram R$ 40 milhões para ajudar em 2024”, frisou Juvandia Moreira.
Outro avanço obtido pelos trabalhadores, é o compromisso do banco em repassar, a cada seis meses, informações financeiras e atuariais do plano (dados primários), para que os empregados e suas entidades representativas possam acompanhar o equilíbrio financeiro do Saúde Caixa.
Novas negociações
“É fundamental que os trabalhadores fiquem atentos e mobilizados até que seja renovado o acordo coletivo sobre o Saúde Caixa, cuja vigência vai até o fim de dezembro deste ano”, ressaltou a coordenadora da CEE/Caixa e do GT Saúde Caixa, Fabiana Uehara Proscholdt. “O Saúde Caixa é um patrimônio inestimável das empregadas e empregados e seus dependentes e que deve continuar cumprindo o seu papel de proteção à saúde de todos e todas”, completou.
A próxima reunião foi agendada para quarta-feira da próxima semana, dia 22 de novembro, em Brasília.
Comando
Além dos membros da CEE/Caixa, as coordenadoras do Comando (Juvandia Moreira, presidenta da Contraf/CUT, e Neiva Ribeiro, presidenta do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas do Ramo Financeiro de São Paulo, Osasco e Região), participaram das negociações Sérgio Takemoto, presidente da Fenae, Leonardo Quadros, presidente da Apcef São Paulo e José Ferreira, presidente do Sindicato dos Bancários do município do Rio de Janeiro e membro do Comando Nacional dos Bancários.
Representantes dos trabalhadores e do Santander reuniram-se no Grupo de Trabalho de Saúde, na segunda-feira (13), para discutir o cumprimento da cláusula 87 da Convenção Coletiva de Trabalho – o texto prevê o debate sobre as formas de acompanhamento das metas estipuladas para cada trabalhador e suas cobranças –; o programa de incentivos aos funcionários da rede de agências no Brasil; e o programa Mais Certo, por meio do qual o banco estabelece as metas semestrais para cada segmento de especialistas.
Na reunião foram apresentadas as atribuições das metas por ESN (especialista de serviço do negócio), como se dá o acompanhamento para que cada funcionário atinja as metas e um comitê de metas por segmento de clientes.
A área de incentivos alega que Santander é o único banco que paga variável ao especialista de negócio do serviço, ou seja, aos primeiros cargos que ingressam nas redes de agências.
Também argumentou que há um canal de contestação por meio do qual o funcionário pode abrir um chamado caso ocorra alguma alteração na produção realizada e não seja computada no sistema.
O banco alterou recentemente o programa de incentivo e paga por resultado, ou seja na medida em que os trabalhadores entregam suas metas, eles são qualificados por produtividade e conduta no atendimento dos clientes, que é avaliada após as vendas dos produtos financeiros.
O Santander apresentou para os representantes dos trabalhadores a área de incentivos as métricas e como se dá o acompanhamento das metas que são estabelecidas semestralmente, mas são monitoradas e cobradas mensalmente pelos trabalhadores.
Os representantes dos trabalhadores relataram as numerosas denúncias por parte dos funcionários apontando que muitas vezes há alteração das métricas antes do fechamento do mês. O banco alegou que essas alterações ocorrem quando há algum erro sistêmico, mas eles seguem a meta semestral.
Porém, além do programa Mais Certo, o banco tem também o Índice Certo, que são as metas diárias, que são cobradas além daquilo que está estabelecido. Por exemplo: o gerente tem de entregar 100% da meta. Mas os aceleradores incentivam também com a remuneração aquele gerente que entrega 150%, 200% da meta mensal.
“Nós frisamos que essa cobrança deve ser de acordo com as metas divulgadas semestralmente, para que também haja um incentivo e condições de trabalho adequadas aos funcionários. E as cobranças de área, de acordo com o índice certo, não reflitam em algo exagerado que seja prejudicial à saúde dos trabalhadores”, ressalta Wanessa de Queiroz, coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander.
Os representantes dos trabalhadores vão continuar acompanhando também a forma com que o banco faz a avaliação de qualidade e a aplicação das normas de conduta.
Também foi reivindicado mais treinamento a todos os funcionários da rede no sentido de esclarecer uma venda responsável dos produtos financeiros, tanto visando um bom atendimento ao cliente como também para que não haja penalizações, carta de orientações ou advertências aos trabalhadores.
“Aguardamos do banco uma nova data para darmos continuidade no GT nas próximas semanas para que a gente também possa avançar nesse debate levando todas as reivindicações e tendo como incentivo o programa de pagamento da variável frisando que o Santander faz o pagamento tanto da variável semestral como também da PLR sem subtrair nenhuma das conquistas importantes, além das clausula na convenção coletiva de trabalho e do Acordo Coletivo de Trabalho, ambos com validade até 31 de agosto de 2024”, afirma Wanessa de Queiroz.