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Bradesco paga PLR dia 9

Fevereiro 01, 2018

O Bradesco entrou em contato com a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) na noite desta quarta-feira (31/1) para informar que atenderia o pedido de antecipação do pagamento da Participação nos Lucros e Resultados (PLR). O pagamento será efetuado na sexta-feira (9/2).

No decorrer do dia, após o anúncio do balanço de 2017 do banco, que também será divulgado nesta quinta-feira, a Contraf-CUT informará os cálculos que serão feitos pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) com os valores a serem recebidos pelos trabalhadores.

Fonte: Contraf-CUT

O país fechou 2017 com menos 20.832 postos formais de trabalho, redução de -0,05% no estoque, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado hoje (26) pelo Ministério do Trabalho. Embora em ritmo menor, é o terceiro ano negativo. Indústria, construção civil e administração pública fecharam empregos com carteira, enquanto comércio, serviços e agropecuária tiveram crescimento. O estoque de empregos com carteira é agora de 38,3 milhões.

O corte atingiu, principalmente, mulheres e pessoas de menor escolaridade. De acordo com o Caged, entre os demitidos estão quase 189 mil trabalhadores com fundamental incompleto e 140 mil completo, enquanto o número de empregados com ensino médio aumentou em 303 mil. O mercado de trabalho tem 21.694 homens a mais e 42.526 mulheres a menos. 

Como tem acontecido há algum tempo, o salário dos contratados é menor do que a remuneração dos demitidos. Em dezembro, o salário médio de admissão, conforme o Caged, foi de R$ 1.476,35, ante R$ 1.701,51 recebido pelos trabalhadores dispensados. 

As funções que tiveram mais contratação em 2017 foram de alimentador de linha de produção, faxineiro, atendente de loja, embalador à mão e auxiliar de escritório. E as que mais tiveram corte foram pedreiro, supervisor e gerente administrativo, vigilante e gerente de loja/supermercado.

O setor que mais eliminou vagas foi a construção civil: 103.968 (-4,63%). A indústria de transformação fechou 19.900 (-0,27%), enquanto a administração pública, praticamente estável, perdeu 575 (-0,07%). O comércio abriu 40.087 (0,44%) e os serviços, 36.945 (0,22%). A maior alta foi da agropecuária, com 37.004 (2,41%).

Apenas no último mês do ano, como historicamente ocorre, houve redução do número de empregos: foram fechados 328.539 postos de trabalho (-0,85%). Só houve pequeno aumento no comércio, com 6.285 (0,07%). A indústria cortou 110.255 (-1,50%) e os serviços, 107.535 (-0,64%). Percentualmente, as maiores quedas foram apuradas na agropecuária (-2,76%, com menos 44.339 trabalhadores formais) e na construção (-2,39%, menos 52.157).

FONTE: Rede Brasil Atual

A marca, que é 36% maior que 2016, representou 26% do lucro global que foi de € 6,6 bilhões

No mesmo dia em que os bancários do Santander realizam manifestações por todo o Brasil, o banco anuncia um Lucro Líquido Gerencial de R$ 9,953 bilhões, em 2017. Os números representam crescimento de 35,6% em relação a 2016. Em relação ao 3º trimestre de 2017 o crescimento foi de 6,4%. O retorno sobre o Patrimônio Líquido Médio Anualizado (ROE) ficou em 16,9%, com crescimento de 3,6 p.p. em doze meses. O lucro obtido no Brasil representou 26% do lucro global que foi de € 6,6 bilhões (com crescimento de 7 % em doze meses).

“O Santander teve um lucro exorbitante no Brasil, o que fez com que o país passasse a responder por 26% do lucro global do banco espanhol. O problema é que é obtido a partir do massacre dos trabalhadores, que não têm o devido reconhecimento por sua dedicação”, afirmou Mario Raia, secretário de Relações Internacionais da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).

Os trabalhadores não são os únicos responsáveis por esse lucro, já que a população também sofre. A receita com prestação de serviços mais a renda das tarifas bancárias cresceu 17,7% em doze meses, totalizando R$ 15,6 bilhões. Em contrapartida, as despesas de pessoal mais PLR subiram 4,5%.

“Os clientes também sofrem com tarifas caras e altas taxas cobradas pelo banco, que vê seu lucro aumentando às custas da exploração dos clientes, que pagam caro por serviços que, muitas vezes, são realizados por eles próprios”, disse Rita Berlofa, presidenta mundial da UNI Finanças.

A Carteira de Crédito Ampliada do banco teve crescimento de 7,8% em doze meses e atingiu R$ 347,907 bilhões. As operações com pessoas físicas cresceram 18,3% em relação a 2016 e 5,7% no trimestre, chegando a R$ 108,1 bilhões, impulsionado por cartão de crédito (18,1%), crédito consignado (36,7%) e crédito rural (52,9%). A Carteira de Financiamento ao Consumo, originada fora da rede de agências, somou R$ 41,9 bilhões ao final de 2017, com crescimento de 20,4% em doze meses. Do total desta carteira, R$ 32,387 bilhões referem-se a financiamentos de veículos para pessoa física, apresentando aumento de 21,4%.

A holding encerrou o 4º trimestre de 2017 com 47.404 empregados, com abertura de 24 postos de trabalho em relação a 2016. Em relação ao 3/] trimestre de 2017, o saldo foi de 670 postos abertos. O número de agências cresceu em uma unidade em doze meses.

Fonte: Contraf-CUT

Integrantes de um bando detonaram explosivos em uma agência bancária em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, na madrugada desta quarta-feira. De acordo com a Polícia Militar, o crime ocorreu em uma agência do Bradesco, localizada na Estrada Velha de Iguaçu, no bairro de Miguel Couto. Ninguém ficou ferido durante a ação.

Após a explosão, policiais militares do batalhão responsável por aquela área, o 20º BPM (Mesquita), foram acionados. Os PMs chegaram ao local, mas os bandidos já tinham escapado. Não há informações do valor levado desta unidade.

A agência ficou destruída, vidros estilhaçados, estrutura do teto danificados, da mesma forma que caixas eletrônicos. O policiamento foi reforçado no local.

O diretor do Sindicato dos Bancários da Baixada Fluminense, Luisão Alves, esteve presente no local e conversou com o Gerente Geral e com o Assessor do Gerente Regional sobre o estado físico e psicológico dos funcionários da agência, e soube que a maioria foi direcionada a trabalhar em outras agências.

Empregados do serviços e de empresas públicas bancarão pelo menos metade da assistência, pais e mães serão excluídos. Novos concursados terão de recorrer a planos privados

O governo Temer alterou regras do sistema de saúde dos servidores públicos federais em todo o pais, através de uma portaria publicada na última sexta-feira (26) no Diário Oficial da União. Com a desculpa de cortar gastos, o trabalhador vai bancar pelo menos metade do valor do plano de saúde e milhares poderão ficar sem cobertura.

A portaria determina que os novos servidores públicos concursados não tenham mais direito ao plano de saúde e aqueles estão na ativa, terão que se adaptar às novas regras em um período máximo de quatro anos.

Entre os dependentes dos servidores, só poderão permanecer no plano os filhos e companheiros conjugais. Os pais terão que ser definitivamente excluídos. A principal alteração, entretanto, mexe no bolso. O governo que arcava com cerca de 75% dos gastos com saúde, pagará no máximo 50%.

"Fica só a modalidade de reembolso, inclusive essa portaria proíbe entrar no acordo coletivo de trabalho a negociação do plano de saúde. Portanto, nós estamos vivendo um estado de terror, a cada dia é um novo golpe, é mais sacrifício não apenas para o servidor público, mas para o povo brasileiro como um todo" afirma o diretor do Sindicato dos Servidores Municipais de São Paulo (Sindsep) Oton Pereira Alves, em entrevista ao repórter Uélson Kalinovski, da TVT.

As normas passam a valer para todas as 147 empresas públicas do país, incluindo bancos, ministérios e autarquias. De acordo com o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, com as resoluções, baixadas pela Comissão Interministerial de Governança Corporativa e de Administração de Participações Societárias da União (CGPAR), o governo agrava a conduta das direções de bancos como a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil, que já vinham tentando impor dificuldades aos funcionários por meio de medidas internas e sem negociações com seus representantes.

“Esse é mais um ataque do governo Temer aos direitos dos trabalhadores sob o pretexto da melhoria da governança das empresas públicas”, diz o diretor do sindicato Dionísio Reis, coordenador da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa), instituição que hoje arca com 70% do custeio do plano de assistência.

Os trabalhadores dos Correios e da Infraero serão fortemente atingidos, pois atualmente contam com até 95% de gastos com a saúde garantidos pelo governo. Com os cortes, a principal preocupação é com carteiros, cujo salário final líquido é de cerca de R$ 1.600, já descontados os gastos com a saúde. Pelo novo sistema, eles terão de pagar por cada ente da família que for incluído e o valor final pode ultrapassar o próprio salário. "Teremos que retirar parentes [do plano]. Se quisermos continuar o salário não vai ser suficiente pra pagar pelo número de dependentes. E olha que a família média da categoria é de quatro pessoas", afirma Emerson Marinho, diretor da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect).

“Muitas vezes em campanha salarial nós abrimos mão de aumentos salariais para manter o plano de saúde para dar um conforto aos nossos familiares", completa.

Os sindicatos dos servidores já estão mobilizados para recorrer na Justiça. “Nós estamos em contato com nossos advogados para que nós possamos montar uma tese pra derrubar essa resolução que vem do Ministério do Planejamento", acrescenta a Fentect. "

"Vamos analisar a possibilidade de uma ação para suspender mais esse ataque aos funcionários públicos", declara o Sindsep.

FONTE: Rede Brasil Atual

Temer sabe que ainda não tem os votos suficientes para aprovar a PEC e por isso quer aumentar o clima de terror usando dados alarmantes. Com isso, mantém o falso discurso de que a reforma é para garantir a sustentabilidade e reduzir privilégios

O governo Temer apresentou em 22 de janeiro o resultado do Regime Geral da Previdência Social (RGPS) e o resultado do Regime Próprio de Previdência Social Federal (RPPS), registrando “déficit recorde” de R$ 268 bilhões para 2017. A divulgação com grande pompa tem o objetivo claro de influenciar no debate sobre a reforma da Previdência, cuja votação está marcada na Câmara para 19 de fevereiro.

Temer sabe que ainda não tem os votos suficientes para aprovar a PEC e por isso quer aumentar o clima de terror usando dados alarmantes. Com isso, mantém o falso discurso de que a reforma é para garantir a sustentabilidade e reduzir privilégios.

Uma análise mais detalhada dos dados permite entender o resultado apresentado e reduzir o alarmismo do discurso oficial. Além disso, é possível demonstrar que a proposta de reforma da Previdência apresentada pelo governo Temer não tem por objetivo nem a sustentabilidade do sistema muito menos combater privilégios. Ao contrário. É um ataque frontal aos mais pobres. Tem por objetivo o impacto no curtíssimo prazo, ao longo dos próximos 10 anos, em um período de boom demográfico.

É preciso separar a análise do Regime Geral do Regime Próprio Federal (RPPS), pois têm lógicas distintas e passaram por mudanças diferentes ao longo do tempo. Parte das alterações recentes nos dois regimes ajudam também a entender o que está acontecendo. As duas mudanças mais recentes foram a criação do Funpresp, no caso do RPPS, e a substituição do Fator Previdenciário pela regra 85/95, no caso do RGPS. Ambas foram feitas durante o governo Dilma, em 2012 e 2015 respectivamente, e têm impacto negativo no curto prazo.

A criação do Funpresp, em 2012, foi a verdadeira equiparação entre os dois regimes, ao criar o regime complementar para os servidores federais de todos os poderes e estabelecer o mesmo teto para todos os trabalhadores de ambos os regimes. Essa mudança, como não poderia deixar de ser, vale para todos os servidores que ingressam no serviço público federal a partir de 2013 e tem duas consequências principais. No curto prazo, tende a aumentar o descasamento entre receitas e despesas, com efeito negativo sobre o resultado, pois os novos servidores passam a contribuir apenas até o teto e a União faz o aporte nas contas dos servidores que aderiram ao regime complementar. No médio a longo prazo, a partir de 2030, passa a ter um resultado extremamente positivo, garantindo a total sustentabilidade do sistema.

Em segundo lugar, é preciso separar os fatores conjunturais dos estruturais na explicação dos resultados apresentados. Como os próprios números do governo Temer demonstram, a despesa do RGPS se manteve praticamente constante em termos do PIB entre 2005 (6,7%) a 2014 (6,8%) oscilando, ao longo dos anos, entre 6,4 a 6,9%. Os valores menores estavam claramente associados a um crescimento maior do PIB.

Foi apenas a partir de 2015 que houve aumento acelerado da despesa, passando de 7,3% em 2015 para 8,4% em 2017. Esse fator é claramente conjuntural, decorrente da queda do denominador (ou seja, a variação do PIB), que teve crescimento real negativo em dois anos consecutivos (2015 e 2016) e um crescimento baixo em 2017.

Pelo lado da receita, ao contrário, entre 2003 a 2014 houve um crescimento ininterrupto (considerando a compensação da desoneração pelo Tesouro ) passando de 4,7% do PIB para 5,8% e caindo desde então. A combinação desses dois resultados aponta para uma situação oposta ao que o governo Temer propaga. Até 2014, o indicador considerado pelo governo como déficit da Previdência estava em queda. Passou de -1,7% em 2006 para -1% em 2014, tendo alcançado -0,8% em 2012. É somente a partir de 2015, diante do aumento do desemprego e da queda do PIB que o resultado dispara, chegando a -2,8%.

Finalmente, cabe destacar que nenhum regime previdenciário – e mais amplamente, de seguridade social – do mundo é financiado exclusivamente com receita dos trabalhadores e empregadores. A própria concepção de seguridade social estabelece um sistema de proteção para a sociedade como um todo e foi concebido após a crise de 1930. Nos Estados Unidos, houve fome decorrente daquela crise econômica. Desde então, tornou-se evidente a necessidade de uma garantia de renda permanente à população idosa como forma de evitar colapsos sociais. Também ficou claro que era um benefício de toda a sociedade que deve ser financiado de forma repartida.

Os regimes previdenciários no Brasil, seja o RGPS ou RPPS federal e mesmo subnacionais têm passado por diversas mudanças. As alterações feitas nos governos Lula e Dilma tiveram o objetivo de garantir a sustentabilidade e cortar privilégios, mas sempre com a preocupação social de tornar o regime cada vez mais justo e distribuidor de renda.

A proposta feita pelo governo Temer, ao contrário, tem como único objetivo atingir os mais pobres e adiar a aposentadoria daqueles que poderiam exercer esse direito nos próximos 10 anos, para tentar impor o “teto da morte”.

Ao reduzir a proteção social pública, o governo entrega para a iniciativa privada um potencial enorme de lucro às custas dos trabalhadores, especialmente os mais pobres. Afinal, quem fala em “acabar com privilégios” não pode perdoar as dívidas dos grandes devedores da Previdência Social, como tem feito o governo Temer, de forma descarada.

*Carlos Gabas é ex-ministro da Previdência Social e Esther Dweck, professora do Instituto de Economia da UFRJ e ex-Secretária de Orçamento Federal.

FONTE: Rede Brasil Atual

O banco Santander é alvo, mais uma vez, de protestos realizados por bancários em todo o país após ter implementado medidas que prejudicam os trabalhadores, sem sequer consultar os funcionários ou seus representantes sindicais. No dia 20 de dezembro o banco já havia sido alvo de protestos.

“Depois dos protestos do dia 20, enviamos um ofício ao banco solicitando negociações, mas sequer obtivemos resposta. Por isso, estamos novamente nas ruas protestando contra as medidas arbitrárias que retiram direitos da categoria e contra o desrespeito do banco pelos trabalhadores”, disse Maria Rosani, coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander.

O banco implantou um sistema para forçar a assinatura em um Acordo Individual de Banco de Horas Semestral. “Essa medida é inconstitucional e, além disso, mostra o total desrespeito do banco espanhol para com os trabalhadores e seus representantes sindicais”, afirmou Mario Raia, secretário de Relações Internacionais da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e funcionário do banco espanhol.

Antes dos protestos, os trabalhadores já haviam se reunido com o banco para questionar a arbitrariedade do banco e solicitarem a suspensão do sistema até que houvesse negociação sobre a implantação da medida. O banco manteve a intransigência e disse que não haveria negociações.

Outras arbitrariedades
Também sem nenhuma negociação, o banco informou a alteração do dia de pagamento dos salários, do dia 20 para o dia 30, e os meses de pagamento do 13º salário, antes março e novembro, agora passam a ser maio e dezembro. “O desrespeito aos trabalhadores e à sua organização é uma prática antissincial que o banco tenta aplicar repetidamente”, disse Mario Raia.

Os trabalhadores também sofrem com os aumentos abusivos do plano de saúde, que tem causado dificuldades para muitos deles bancarem os custos. Outro problema constante no banco é o grande número de demissões. Nos últimos dias, o banco dispensou 200 funcionários. “Não bastasse tudo isso, o banco já informou que vai aplicar o parcelamento das férias. Que ninguém se iluda que esse parcelamento será negociado. Como podemos ver, negociação não é uma característica do banco”, completou o dirigente sindical da Contraf-CUT.

Hora de mobilizar
A Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) dos bancários tem vigência até 31 de agosto de 2018. No Santander há também um Acordo Aditivo. “Se não reagirmos a esse ataque agora, assim que terminar a vigência do acordo e da CCT, podem ter certeza de que o banco espanhol vai cortar todos os direitos dos trabalhadores que a nova lei trabalhista lhe permite. Ou cruzamos os braços agora ou vai piorar depois”, disse Maria Rosani, coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander.

Para Rita Berlofa, presidenta da UNI Finanças Mundial, também funcionária do banco espanhol o que está acontecendo no Santander pode acontecer também com os demais bancos e também nos outros setores. “Todos os trabalhadores precisam estar alertas e apoiar este protesto. Hoje é o banco espanhol que desrespeita e corta os direitos dos brasileiros, mas essa reforma foi feita por encomenda dos empresários. Eles vão querer colocar em prática todo o massacre que ela prevê. Ou a classe trabalhadora se levanta e luta unida desde já, ou quando pensar em fazer isso pode ser muito tarde”, disse a dirigente.

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Fonte: Contraf-CUT

Mais uma vez, o presidente do Santander Brasil, Sérgio Rial, revela o interesse dos bancos privados na redução da função do Estado na economia a fim de aumentarem ainda mais seus lucros. Função essa que nunca interessou a essas instituições, porque sempre preferiram lucrar aplicando em papéis da dívida pública, atrelada à taxa Selic, que estava em 14,25% ao ano, e agora se encontra a 7%.

Em entrevista ao jornal Estado de S. Paulo, o CEO cobrou uma atuação ainda menor do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para que os bancos privados enfrentem ainda menos concorrência no já concentrado – e por essa razão, com juros estratosféricos – setor bancário brasileiro.

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“espero (...) que o “S” [social] seja muito maior do que o “E” [econômico] nos próximos dois anos. (...) Dando um exemplo concreto, país desenvolvido não é o que tem aeroporto novo, é o que tem aeroporto novo e saneamento básico resolvido (...). Esse é um exemplo concreto do “S” em que as empresas poderiam ter todo o interesse, numa área como o saneamento.”

Cabem as perguntas: por que esse interesse repentino do Santander em financiar obras sociais? E por que esses bancos nunca investiram nessas obras?

O próprio Rial responde: “A Selic a 7% ao ano posiciona os bancos de forma muito melhor para serem parte da solução, e não, como até aqui, para estarem ausentes da solução. Porque é impossível você viabilizar qualquer projeto quando a Selic está em 14%. A conta não fecha. (...) Veja o crédito rural. O que acontecia com ele com a Selic a 14% ao ano? Ele era subsidiado a 9% ou 10%. Com a Selic a 7%, isso deixa de fazer sentido. E os bancos privados podem agora fazer parte do processo de financiamento da agricultura, no qual até então era impossível competir.”

Reforma silenciosa aumenta o poder dos bancos privados

“Essa declaração comprova que os bancos privados nunca quiseram ajudar no desenvolvimento econômico e social do país, porque era muito mais lucrativo aplicar nos juros da dívida pública”, afirma Maria Rosani, coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados e diretora executiva do Sindicato.

“E se a taxa Selic voltar a subir? Os bancos privados continuarão financiando esses projetos? Por isso a Caixa Econômica Federal [crédito para a casa própria], o Banco do Brasil [crédito rural] e BNDES [crédito para indústria e infraestrutura] são fundamentais. Onde os bancos privados não atuam, entra o setor público”, acrescenta a dirigente.

Mas agora que a taxa Selic está baixa e os bancos não podem mais lucrar como antes com a dívida pública (que remunera com base na taxa Selic), essas instituições privadas voltam a atenção para a fatia de mercado que esses bancos públicos sempre supriram.  

FGTS
Rial também mais uma vez demonstrou interesse em colocar as mãos no FGTS dos trabalhadores brasileiros. “Por que não levar isso a uma proporção maior ainda? Por que não dar a cada cidadão o direito de gerir, ele mesmo, o seu recurso de FGTS?”, indagou o CEO.

Rial talvez tenha se esquecido que o FGTS financia justamente obras de infraestrutura como habitação, mobilidade urbana e saneamento básico.

Ou seja, Rial quer que os recursos do FGTS, hoje administrados pela Caixa (um banco público), sejam geridos pelos bancos privados. 

Saneamento básico e habitação
Ao mesmo tempo, Rial defende que as obras de saneamento também sejam financiadas pelas instituições privadas; e ainda abraça a ideia da privatização das companhias públicas que ofertam esse serviço: “E temos ainda a resistência de alguns estados e municípios a privatizar [empresas de saneamento]”.

A água é um recurso natural, essencial e esgotável, imprescindível ao ser humano. Portanto, a gestão da água ultrapassa o caráter financeiro e econômico e deve ser vista como direito do ser humano, e não como mercadoria. Por essa razão, o setor de saneamento não pode ser considerado como um ambiente de negócios, como almeja o setor privado.

Capitais europeias como Berlim e Paris estão justamente reestatizando suas companhias de saneamento. Mas, no Brasil, o governo Temer caminha na contramão, e empreende um amplo Programa de Parcerias de Investimento (PPI), que abrange diversas companhias estaduais de saneamento, e poderá representar uma ameaça à universalização desses serviços no Brasil.

A mesma linha de raciocínio pode ser aplicada no crédito imobiliário, hoje 70% nas mãos da Caixa, financiados com recursos do FGTS, a juros muito mais baixos do que os ofertados pelos bancos privados.

Se o FGTS cair nas mãos dos bancos privados, essas instituições poderão cobrar o quanto quiserem na oferta do crédito imobiliário. E sem a concorrência da Caixa.

“É fácil chegar ao objetivo de Rial: que as coisas mudem para continuar como estão e os bancos privados continuem lucrando à custa da sociedade. Ou, como ele mesmo disse na entrevista, ‘tirar os obstáculos’, o que pode ser entendido como a eliminação dos bancos públicos”, finaliza Maria Rosani.

Fonte: SPBancários

Entre janeiro e dezembro de 2017, de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados – CAGED, os bancos fecharam 17.905 postos de trabalho no país. O saldo negativo foi resultado de 43.197 desligamentos nos últimos meses, muitos desses relacionados aos Programas de Desligamento Voluntário (PDV´s) do Banco Bradesco e da Caixa, divulgados logo após a aprovação da Reforma Trabalhista pelo Senado Federal.

Os estados com maior incidência de saldos negativos foram São Paulo, Paraná e Rio de Janeiro. Apenas a Paraíba e o Acre apresentaram saldos positivos para o emprego bancário em 2017, com abertura de 87 e 5 postos, respectivamente. Todos os demais estados apresentaram saldo negativo de no período.

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Fonte: Contraf-CUT

De acordo com a imprensa, a Caixa pretende reabrir o programa de demissão voluntária. Em 2017, o banco recorreu duas vezes ao PDVs para enxugar o quadro de funcionários, que antes era de 101 mil e agora beira os 88 mil empregados. O banco ainda tem cerca de 3 mil funcionários próximos da aposentadoria que se encaixam nos critérios para aderir a um PDV.

Dionísio dos Reis, coordenador do Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa, lembra que – assim como no ano passado – o programa não foi conversado com os representantes dos trabalhadores. “O plano de demissão voluntária reforça a intenção da Caixa de enxugar a empresa e assim prepará-la para a privatização. A população também sai perdendo, já que a redução dos postos de trabalho compromete a qualidade no atendimento. A intenção é jogar a população contra o banco 100% público. As condições de trabalho estão sendo precarizadas a um nível que vai inviabilizar o atendimento do povo brasileiro", denunciou o dirigente.

Dionísio convoca os empregados a se mobilizarem, mais uma vez, em defesa da Caixa e dos direitos da categoria. “A realização de um novo PDV se soma a outros golpes, a exemplo das mudanças no Saúde Caixa, da revogação do RH 151 e dos descomissionamentos. Não podemos deixar que isso aconteça, precisamos nos unir e lutar para evitar esse verdadeiro desmonte.”

O dirigente sindical reforça que os trabalhadores devem denunciar aos seus sindicatos qualquer forma de pressão para aderirem ao plano. "A Caixa vem ameaçando muitos empregados de descomissionamento através da verticalização. Isso é mais um golpe da direção do banco e do governo Temer nos trabalhadores", afirma o coordenador da CEE da Caixa.

Fonte: Contraf-CUT