Julho 08, 2025
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A política de desmonte promovida pelo governo Temer nas empresas públicas brasileiras é generalizada e está ocorrendo de várias formas, com a privatização parcial ou total. Essa é uma das avaliações dos representantes do Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas, que realizaram no último dia 9, em Brasília, a primeira reunião do ano. Além das exposições e análises foram elencadas ações que serão realizadas pelo comitê para denunciar e tentar reverter esse quadro.

Um dos ataques mais cruéis às estatais e seus trabalhadores está no corte de direitos – nesse momento, em especial na área da Saúde, com o enxugamento dos planos de assistência médica. É por conta dessa situação, agravada pela redução de empregados (PDVs) e demissões sumárias de concursados, que há protestos e manifestações pelo País. Exemplo recente vem dos Correios, que acaba de entrar em greve nesta segunda, 12. O principal motivo da paralisação é evitar mudanças no plano de saúde dos funcionários que envolvem a cobrança de mensalidades e retirada de dependentes.

“No caso específico dos planos de Saúde, as alterações têm como base as resoluções aprovadas CGPAR (Comissão Interministerial de Governança Corporativa e de Administração de Participações Societárias da União) que, além de indicar a retirada de benefícios garantidos aos trabalhadores das empresas púbicas, incentiva a privatização das gestões de saúde para privilegiar o capital privado”, denuncia a coordenadora do comitê, Rita Serrano, que também é a representante dos empregados no Conselho de Administração da Caixa.

Cenário
O descaso do governo golpista com as estatais e seus trabalhadores foi relatado por representantes das diversas empresas presentes à reunião do comitê, tais como Eletrobrás, Petrobras, Caixa, BB, BNDES, Embrapa e EBC. As duas primeiras passam por processo de privatização já amplamente divulgado, enquanto os bancos são descapitalizados (destaque para o BNDES) e perdem empregados e agências. A repressão aos movimentos e entidades sindicais também se amplia em todas as elas: na Embrapa já houve demissões de dirigentes e no BNDES e EBC as lideranças dos trabalhadores respondem a processos na comissão de ética das empresas.

Para a coordenadora do comitê o cenário é crítico e só poderá mudar com muito esclarecimento da população e a mobilização das entidades representativas. “Temos obtido avanços nas iniciativas conjuntas promovidas pelo comitê, mas as ameaças são constantes e exigem reação organizada e rápida. Além disso, esse é um ano eleitoral, e precisamos levar à sociedade a mensagem de que é preciso eleger um representante cujo projeto de governo respeite e amplie o papel das empresas públicas, e não o contrário”, aponta.

Assim, entre as ações conjuntas definidas pelos participantes (veja relação abaixo) estão a elaboração de carta-compromisso que valorize as empresas públicas e deverá ser assinada pelos futuros candidatos à Presidência da República nas eleições de outubro. Também foi aprovada moção de repúdio contra as demissões sumárias de dirigentes na Embrapa e à repressão que vem ocorrendo contra os dirigentes do BNDES e EBC.

Participaram da reunião da última sexta representantes de várias entidades e segmentos, tais como a Contraf- CUT; Fenae, Associação dos Empregados do BNDES, Sindicato dos Bancários de SP; Federação Única dos Petroleiros, Sindicato dos Urbanitários do DF, Sindicato dos Jornalistas do DF; Sinpaf DF e RJ, Diap; Contatos Assessoria; assessoria do senador Lindbergh Farias (PT) e assessores de entidades. O encontro foi filmado pela TV dos Trabalhadores (TVT) e resultou em reportagem que pode ser assistida abaixo:

 

Ações do Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas
1-        Construção de plataforma de propostas de governo que valorize o patrimônio público e o desenvolvimento do País, a ser entregue aos candidatos que vão concorrer nas eleições de outubro. Será divulgado o nome daqueles que se comprometerem com a carta-compromisso.
2-        Realização de plenária no Congresso Nacional com a participação de representantes das diversas frentes criadas em defesa das empresas públicas para definir ações conjuntas no Parlamento.
3-        Lançamento do livro “Se é público, é para todos” no Congresso Nacional.
4-        Trabalhar com formadores de opinião (blogueiros, artistas, intelectuais, entre outros), fornecendo dados que subsidiem a contraposição à versão oficial do governo de que as empresas públicas causam prejuízos, são ineficientes e que o serviço privatizado tem melhor qualidade.
5-        Acompanhar de perto projetos que estão em andamento no Congresso, dentre eles o PL 9215/2015, que trata da Gestão das Estatais e que, caso aprovado, trará mais prejuízos à manutenção das empresas públicas.
6-        Produzir a segunda edição da revista “Públicas sob Ataque”: para isso, é necessário que as entidades enviem matérias sobre a situação atual das empresas para o e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

Fonte: Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas

Desde o estabelecimento das primeiras bases do projeto nacional de desenvolvimento voltado à industrialização nacional, a partir da Revolução de 1930, se estruturou, em oposição, a visão e ação político-ideológica do entreguismo. Seu objetivo fundamental sempre foi o de manter o estilo de reprodução da sociedade elitista associada aos interesses internacionais e em oposição aos interesses do conjunto dos brasileiros.

Logo na década de 1940, por exemplo, o entreguismo se viabilizou na vertente do liberalismo de Eugênio Gudin em defesa do modelo primitivo de sociedade agrarista instalado pelos portugueses desde 1500. Resgatava, assim, o espírito atrasado que se impôs ao país, tanto no reinado de D. Pedro II, ao sufocar a emergência industrialista do Barão de Mauá entre as décadas de 1850 e 1870, como na República Velha (1889-1930) conduzida pelas elites agraristas a enterrarem o projeto positivista de modernização nacional.  

Diante da campanha do “o petróleo é nosso”, logo no início da década de 1950, o movimento em defesa da desnacionalização sistemática do sistema produtivo em prol do protagonismo dos capitais estrangeiros (de empresas multinacionais às corporações transnacionais) estabeleceu sua dimensão nacional. Dessa forma, promovia o constrangimento crescente às forças do desenvolvimento brasileiro e a prevalência do status quo das elites e dos governos de natureza entreguista.

Atualmente, pelo governo Temer, a entrega ao capital internacional para domínio e exploração tanto das riquezas como dos empreendimentos e projetos nacionais retomou com força inegável. O Brasil joga fora, por exemplo, toda a estratégia da soberania e do protagonismo fundados em novas bases desde o início dos anos 2000.

A começar pela desestruturação do sistema nacional de defesa, com o desmonte do programa nuclear brasileiro, a entrega da base espacial de Alcântara, no Maranhão, enquanto melhor local de lançamento de satélites, e o fim do projeto de produção, com tecnologia compartilhada, do avião militar de caça no Brasil. A venda da Embraer, o terceiro maior conglomerado aeroespacial do mundo, para a Boeing tornou-se mais um prego no caixão que enterra a soberania nacional.

No mesmo sentido, o processo de privatização da Petrobras e a imediata entrega da exploração das reservas de petróleo na camada do pré-sal, avaliadas em um trilhão de dólares, por apenas 20 bilhões de reais, para as empresas estrangeiras (Chevron e Shell). Em consequência, a pá de cal na indústria naval que havia sido reconstituída recentemente pela demanda de estaleiros através da Petrobras na inédita e ousada exploração do petróleo na camada do pré-sal.

O anúncio da legalização ao uso do herbicida Glifosato, proibido na Europa, para a Monsanto e toda a migração do sistema de informática assentado em código aberto no governo federal desde 2003 para somente produtos da Microsoft eleva os gastos públicos em 140 milhões ao ano e destrói a segurança nacional das informações do governo brasileiro. Na mesma toada, o movimento de entrega da Eletrobrás por 20 bilhões de reais, ainda que possa valer R$ 370 bilhões, a desconstituição das maiores empresas privadas de engenharia nacional e o ataque às grandes empresas brasileiras produtoras de proteína animal.

A asfixia no financiamento do Estado pela Emenda Constitucional 95, o desmonte das políticas de desenvolvimento nacional e das políticas sociais e trabalhistas, patrocinadas por tantas reformas, como a trabalhista e a ainda em pauta previdenciária, indicam o quanto o condomínio de interesses que dirige o país não produziu o golpe de 2016 apenas para sustentar o moribundo governo Temer.

Precisa, ainda, inviabilizar a candidatura Lula e desconstruir a viabilidade de o Partido dos Trabalhadores, pelo regime democrático, interromper o êxito entreguista.

Dessa forma, talvez, possam estar fomentando, contraditoriamente, o renascimento do mesmo espírito varguista de 1930 que ao perceber a impossibilidade da disputa pela via democrática, não aceitou o resultado e liderou a revolução que libertou o Brasil do entreguismo da República Velha. Seria essa uma possibilidade de pôr fim ao golpe de 2016 que interrompeu o ciclo da República Nova?

Com a palavra as personalidades que dirigem as instituições da República, uma vez que possuem a responsabilidade histórica de, neste momento, garantir ou não a continuidade da tenra democracia brasileira.

*Marcio Pochmann é professor do Instituto de Economia e pesquisador do Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho, ambos da Universidade Estadual de Campinas.

 

FONTE: Rede Brasil Atual

CUT – Com contas atrasadas e registrados nos cadastros de devedores, 40,5% dos brasileiros com idade entre 18 e 95 anos – cerca de 61,7 milhões de pessoas – estão com o CPF restrito e não podem parcelar compras nem fazer empréstimos. Na linguagem popular, estão com o 'nome sujo'.

40% do total de inadimplentes, 26,7 milhões de pessoas, são da região Sudeste. Até dezembro de 2017, a legislação do estado de São Paulo impedia o envio de carta com Aviso de Recebimento (AR) como requisito para negativação dos nomes, o que dificultava a inclusão de novos registros. O que explicaria o percentual mais alto na Região Sudeste.

A segunda região com maior número absoluto de devedores é o Nordeste, com 16,49 milhões de negativados, ou 41% da população. Em seguida, aparece o Sul, com 8,10 milhões de inadimplentes, 36% da população adulta.

Os dados são Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), que registraram um aumento de 2,71% no volume de inadimplentes em fevereiro deste ano em comparação ao mesmo mês do ano passado. Em relação a janeiro, o aumento foi de 0,55%.

 “A estimativa reflete o quadro de dificuldades econômicas que as famílias ainda enfrentam, com o alto nível de desemprego e a renda ainda comprimida”, diz o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro.

Mas ele diz que não é só a crise econômica que explica a alta na inadimplência. “Em muitos casos, o descuido com as finanças leva à situação de descontrole e ao consequente atraso das contas”, afirma.

A faixa etária na qual se observa o maior número de negativados em fevereiro é a de 30 anos a 39 anos, o que representa 51% da população dessa idade. Entre aqueles que têm entre 40 e 49 anos, 49% estão com o nome sujo e, entre 25 e 29, esse percentual chega a 46%. Entre os mais jovens, com idade de 18 a 24 anos, a proporção cai para 20%. Na população idosa, considerando-se a faixa etária de 65 a 84 anos, a proporção é de 31%.

Os dados mostram também que o volume de dívidas em nome de pessoas físicas caiu 1,20% na comparação anual e 0,40% na comparação mensal. Já por setor, aquele com maior alta nas dívidas abertas foi o de comunicação, com variação de 10,20%, seguido pelos bancos, que teve avanço de 2,31%. Já os setores de água e luz e o de comércio observaram queda de, respectivamente, 4,25% e 6,78%. Em termos de participação, os bancos detêm pouco mais da metade do total de dívidas (50%). Em seguida, aparecem o comércio (18%); o setor de comunicação (14%); e de água e luz (8%).

Metodologia

O indicador de inadimplência do consumidor sumariza todas as informações disponíveis nas bases de dados às quais o SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) e a CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) têm acesso. As informações disponíveis referem-se a capitais e interior das 27 unidades da federação. A estimativa do número de inadimplentes apresenta erro aproximado de 4 pontos percentuais, a um intervalo de confiança de 95%.

Com o tema central “Povos, Territórios e Movimentos em Resistência”, e o slogan “Resistir é criar, resistir é transformar”, o Fórum Social Mundial (FSM) deve ser um evento de resistência contra os retrocessos e os ataques à democracia no Brasil. Criado em 2001, em Porto Alegre, o FSM 2018 será realizado entre terça (13) e sábado (17), em Salvador.

Com programação vasta e diversificada, o evento terá como território principal o Campus de Ondina, da Universidade Federal da Bahia (UFBA), além de outros locais da capital baiana, como o Parque do Abaeté, em Itapuã, e o Parque São Bartolomeu, no Subúrbio Ferroviário da cidade. Segundo os organizadores, são esperadas cerca de 60 mil pessoas, de 120 países, reunidas para debater e definir novas alternativas e estratégias de enfrentamento ao neoliberalismo, aos golpes e genocídios que diversos países enfrentam na atualidade.

Com mais de 1.500 coletivos, organizações e entidades cadastradas, e em torno de 1.300 atividades autogestionadas inscritas, o Fórum Social Mundial reunirá representantes de entidades de países como Canadá, Marrocos, Finlândia, França, Alemanha, Tunísia, Guiné, Senegal, além de países sul-americanos e representações nacionais.

Entre as presenças confirmadas estão a dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, Fernando Lugo, do Paraguai, e José Mujica, do Uruguai. Também participarão o sociólogo português  Boaventura de Sousa Santos, a militante indígena e pré-candidata à vice-presidência pelo Psol Sônia Guajajara, a presidente da Federação Democrática Internacional de Mulheres (FDIM), Lorena Peña, e o filósofo do Congo Godefroid Ka Mana Kangudie.

Participarão ainda das atividades do FSM Abdellah Saaf, ex-ministro da Educação de Marrocos; Eda Duzgun, liderança das mulheres curdas; Sara Soujar, do Movimento de Combate ao Racismo e Xenofobia do Norte de Marrocos; Mamadou Sarr, militante da Mauritânia para defesa dos negros; e Gustave Massaih, membro fundador do movimento de Maio 68, na França, entre dezenas de outras lideranças e ativistas internacionais.

Programação 

Assembleias,Tribunais e Marchas

Terça 13

Já tradicional desde o primeiro FSM, o evento deste ano se inicia na terça, a partir das 15h, com a Marcha de Abertura. O percurso sairá da praça do Campo Grande, passando pela Avenida Sete, até a Praça Castro Alves, conhecida como “Praça do Povo”, palco de grandes manifestações de luta e resistência baiana. Ali será montado um palco para apresentações culturais, performances artísticas e musicais.

No mesmo dia, às 11h, integrantes do Coletivo Brasileiro do Fórum Social Mundial 2018 e do Conselho Internacional do Fórum Social Mundial darão uma coletiva de imprensa.

Quarta 14

Pela manhã será realizado o Tribunal contra os Despejos, na Faculdade de Arquitetura da UFBA.

Às 9h, ocorre o Tribunal Popular para Julgamento dos Crimes de Feminicídio contra as Mulheres Negras, no auditório do IFBA; à tarde, a partir das 14h, Marcha das Mulheres Contra o Racismo, com concentração no Largo do Campo Grande; no mesmo horário será realizada a Assembleia Mundial da Juventude, no Acampamento Intercontinental das Juventudes, que será montado no Parque de Exposições de Salvador.

Quinta 15

Às 17h, ato em Defesa da Democracia, no Estádio de Pituaçu, com as presenças dos ex-presidentes Lula, Dilma, Lugo (Paraguai) e Mujica (Uruguai).

Sexta 16

Assembleia Mundial dos Povos, Movimentos e Territórios em Resistência, às 14h, no Acampamento dos Povos Indígenas, no Centro Administrativo da Bahia 

Sábado 17

Pela manhã, será realizada a Ágora dos Futuros, com a apresentação dos resultados das atividades do FSM, na Praça das Artes, campus de Ondina da UFBA.

Assembleia Mundial das Mulheres

Na manhã de sexta (16), a Assembleia Mundial das Mulheres será a única atividade na programação oficial do FSM, com possibilidade de acontecer no centro histórico de Salvador. A exclusividade tem como objetivo garantir que as mulheres com outras agendas políticas no Fórum estejam liberadas para debater questões de gênero, pautas feministas e lutas das mulheres, como a criminalização do aborto, o feminicídio, o combate contra a violência da mulher e o machismo, entres outras.

Acampamento Intercontinental da Juventude

Mais do que um alojamento, o acampamento da juventude é um local para debates e discussões políticas. Nesta edição, ocupará o Parque de Exposições Agropecuárias de Salvador, a partir deste domingo (11) até o próximo (18), com capacidade para receber cerca de 6 mil jovens. Atos, shows e assembleia farão parte das atividades do Acampamento Intercontinental da Juventude (AIJ), que terá ainda uma vila gastronômica da economia solidária, palcos para apresentações culturais e debates.

Sobre o Fórum Social Mundial

O Fórum Social Mundial é uma iniciativa da sociedade civil organizada, nascida em Porto Alegre, em 2001, para promover o encontro democrático, plural e de resistência com o objetivo de incentivar debates, aprofundar a reflexão coletiva, troca de experiências e a constituição de coalizões e de redes entre os movimentos da sociedade civil e organizações comunitárias que se opõem ao neoliberalismo e ao domínio do capital. O evento é realizado a cada dois anos. Nos intervalos, fóruns temáticos descentralizados e autônomos são realizados para dar seguimento às articulações e reflexões críticas nos diferentes países e regiões. O último foi realizado no Canadá, em 2016.

O Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região agendou para o dia 21 de março o julgamento da Ação Civil Pública, impetrada pelo Ministério Público do Trabalho no DF e no Tocantins, sobre a não contratação dos aprovados no concurso público realizado pela Caixa Econômica Federal em 2014. A validade do certame terminaria em junho de 2016, dois anos após a divulgação do resultado, mas continua suspensa até o trânsito em julgado da decisão.

Na decisão de 6 de outubro de 2016, a juíza Natália Queiroz Rodrigues, da 6ª Vara do Trabalho de Brasília (DF), concordou com os argumentos do MPT de que houve o descumprimento do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) 2014/2015. Nele, o banco se comprometeu a contratar 2 mil novos empregados, o que faria o quadro de pessoal chegar a 103 mil. O que houve, no entanto, foi a redução com a realização de planos de demissão e de aposentadoria.

Natália Rodrigues saiu em defesa do ACT e rebateu a direção da Caixa, que alegou ter feito 2.093 admissões. “A redação da referida cláusula (...) dá a entender, para qualquer iniciante no estudo da língua portuguesa, que a reclamada iria contratar 2.000 novos empregados, ou seja, considerado o quantitativo da época da formalização da convenção coletiva”, observou. Além de postergar a validade do concurso, a magistrada concordou com a posição do MPT contra concursos públicos apenas para formar cadastro reserva.

“A situação nas unidades está ficando pior, com colegas mais sobrecarregados a cada dia. Hoje, são 87 mil empregados, quantidade que vai diminuir devido ao plano de desligamento do início deste ano e outros que podem vir. A não admissão dos concursados faz parte da política para enfraquecer o banco. Por isso, seguimos na luta pela retomada das contratações e contra a retirada de direitos da categoria”, afirma o presidente da Fenae, Jair Pedro Ferreira.

O concurso de 2014 foi um dos maiores realizados pela Caixa, com quase 1,2 milhão de inscritos. Foram considerados aprovados 32.879 mil candidatos, mas menos de 8% foram contratados. Nos últimos anos, diversas mobilizações foram realizadas, convocadas pela Fenae, Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa), federações, sindicatos e pelos próprios concursados. A direção da Caixa, porém, manteve-se intransigente.

Fonte: Fenae

O dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher, foi marcado por diversas manifestações por todo o mundo. O movimento feminista ocupou as ruas das principais capitais para protestar em defesa da democracia e pelos direitos das mulheres. No Brasil, as reivindicações também foram contra a ameaça aos direitos já conquistados e ao fim do retrocesso, promovido pelo atual governo.

Na Espanha, o movimento sindical convocou trabalhadoras de várias categorias para aderirem a uma paralisação de um dia. A mobilização afetou os serviços de transporte e de comunicação.

Na Coréia do Sul, as trabalhadoras vestiram –se de preto e apoiaram o movimento #metoo (eu também, em inglês), que exige que os homens acusados de abuso sexual sejam penalizados pela justiça.  Em Bangladesh, as mulheres exigiram mais segurança e pelo fim da violência contra a mulher.  

As indianas, italianas e inglesas clamaram por igualdade salarial e pelo fim da desigualdade social.

Para a secretaria da Mulher da Contraf-CUT, Elaine Cutis, o desrespeito e a violência contra a mulher são ainda problemas persistentes não apenas no Brasil, mas em vários países do mundo. “Precisamos desconstruir essa ideia de que a mulher é um ser frágil. Somos fortes, temos coragem e podemos ser o que quisermos ser dentro da sociedade. Não há justificativa para que uma mulher receba um salário menor que o homem. A mulher, além de trabalhar, ainda executa a dupla jornada, que é quando ela chega em casa e tem que cuidar do lar e dos filhos”, disse.

Marcha das Mulheres em São Paulo

 A Marcha das Mulheres, que aconteceu em São Paulo, nesta quinta-feira, teve como tema “Pela Vida das Mulheres, Democracia e Soberania. Temer Sai, Aposentadoria Fica.”  As mulheres se concentraram na Praça Oswaldo Cruz e saíram em caminhada pela Avenida Paulista, palco de manifestações históricas.

Dentre as bandeiras deste ano, protestos contra as reformas promovidas pelo governo Temer, a retirada de direitos e defesa da igualdade de oportunidades. “Não podemos esquecer que nesse cenário de retrocessos as mulheres são as mais prejudicadas. As mulheres precisam se unir e mostrar toda a sua força em busca de uma sociedade mais justa, igualitária e livre de violência”, finalizou a secretaria da Mulher da Contraf-CUT.

Fonte: Contraf-CUT

As mulheres brasileiras estudam mais, ganham menos e passam mais tempo ocupadas com tarefas domésticas do que os homens. Essas algumas das conclusões do estudo divulgado nesta quarta-feira (7) pelo IBGE “Estatísticas de gênero: indicadores sociais das mulheres no Brasil”, que analisou as condições de vida das brasileiras a partir de um conjunto de indicadores proposto pelas Nações Unidas.

Em 2016, 21,5% das mulheres de 25 a 44 anos de idade concluíram o ensino superior contra 15,6% dos homens na mesma faixa etária, mas o rendimento delas equivalia a cerca de ¾ da renda masculina. Enquanto a média de rendimento dos homens foi de R$ 2.306, o das mulheres foi de R$ 1.764. Ou seja, em média, as mulheres recebem 76,5% do montante recebido pelos homens. Elas estudam, trabalham fora, e ainda passam cerca de 73% a mais do tempo cuidando da casa e dos filhos do que os homens.

Os dados do IBGE, baseados na Pnad Contínua, mostram, ainda, que, no Nordeste, a desigualdade no tempo gasto pelas mulheres em tarefas  domésticas é 80% maior do que os homens, chegando a 19 horas semanais.

Para conciliar o trabalho remunerado com afazeres domésticos, as mulheres procuram jornadas mais flexíveis, com carga horária reduzida.  A proporção das que trabalham em período parcial, de até 30 horas semanais, é de 28,2%, enquanto no caso dos homens o percentual é de 14,1%. Nas regiões Norte e Nordeste, a proporção de mulheres com jornada flexível é de cerca de 37%.

Considerando-se o rendimento médio por hora trabalhada, ainda assim, as mulheres recebem menos do que os homens (86,7%), o que pode estar relacionado com à segregação ocupacional a que as mulheres estão submetidas no mercado de trabalho. 

E quanto maior a escolaridade, maior a desigualdade.  O diferencial de rendimentos é maior na categoria ensino superior completo ou mais, na qual o rendimento das mulheres equivalia a 63,4% do que os homens recebiam, em 2016. 

As mulheres também levam a pior quando se compara o percentual de ocupação cargos públicos em 2016 levando-se em consideração a questão de gênero.

Em 2016, elas ocupavam apenas 37,8% dos cargos gerenciais, tanto no poder público quanto na iniciativa privada, enquanto os homens ocupavam 62,2%.

A participação das mulheres em cargos gerenciais era mais alta entre as gerações mais jovens, variando de 43,4% entre as mulheres com 16 a 29 anos, até 31,3% entre as mulheres com 60 anos ou mais de idade.

Em São Paulo*

No ano passado, as mulheres ocupadas na região metropolitana de São Paulo tinham jornada média semanal de 38 horas, ante 43 horas dos homens, segundo pesquisa da Fundação Seade (ligada ao governo paulista) e do Dieese. O rendimento médio/hora era de R$ 10,79 para elas e de R$ 12,42 para eles, uma proporção de 87%.

"A presença das mulheres no mercado de trabalho intensificou ao longo do tempo, mas, no período mais recente, de crise econômica, houve pouca alteração", afirmam as entidades. A taxa de participação feminina, de 44,7% em 1985, atingiu 55,3% em 2016 e recuou ligeiramente, para 55,1%, no ano passado. De 2016 para 2017, caiu (2,1%) a participação de assalariadas com carteira no setor privado e cresceu (3,6%) a presença de assalariadas sem carteira, além de autônomas (3,9%).

No mesmo período, também houve redução na ocupação das mulheres na indústria (-4,8%), na construção civil (-26,5%), no comércio (-1,7%) e nos serviços (-0,4%).

Fonte: CUT BRASIL

Nilza Silva, 35 anos, foi morta em casa com golpes de machado na cidade de Atibaia. Elizabeth Aparecida Ribeiro, 36 anos, professora, foi morta a facadas em seu apartamento, em Marília. Wilce Helena Oliveira Machado, 49 anos, foi encontrada morta em sua casa com sinais de estrangulamento, em Paraguaçu Paulista.

As três mulheres têm em comum, além do destino trágico, o fato de terem sido assassinadas pelos parceiros com os quais conviviam. Um tipo de brutalidade que se enquadra no chamado feminicídio, o assassinato de uma mulher pelo simples fato de ela ser mulher.

Nesses casos, o ódio, o desprezo e o sentimento de perda de controle sobre a mulher são justificativas comuns para esse tipo de atrocidade. As três foram mortas no dia 10 de janeiro de 2018 em cidades do interior paulista.

Secretária da Mulher Trabalhadora da CUT São Paulo, Márcia Viana lamenta que o machismo e o feminicídio estejam impregnados na sociedade brasileira. “O machismo mata e precisamos acabar com isso”, enfatiza.

Márcia defende a intensificação da luta, ainda mais, segundo ela, em tempos de golpe. “Com este governo golpista, que acabou com as políticas públicas de combate à violência contra a mulher, só nos resta a resistência. É necessário alterar de uma vez por todas essa cultura do machismo. Não é e não pode ser visto por ninguém como algo natural no cotidiano da vida das mulheres.”

No estado de São Paulo, de janeiro a outubro de 2017, a Justiça instaurou 175 processos por feminicídio.

Dados da Secretaria da Segurança Pública paulista apontam que SP registra um feminicídio a cada quatro dias. Os números são resultado do levantamento dos boletins de ocorrência do primeiro semestre de 2017.

A realidade paulista, contudo, não é uma exceção. O Brasil tem a quinta maior taxa de feminicídio do mundo, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).

E não para por aí: a violência também tem cor no País. Pesquisas apontam que as violências racista, sexista e institucional atingem principalmente as mulheres negras.

Levantamento do Mapa da Violência 2015, produzido pela Faculdade Latino-Americana de Estudos Sociais, mostra que o número de mulheres negras assassinadas entre 2003 e 2013 cresceu 54%, enquanto o índice de feminicídio de mulheres brancas caiu, no mesmo período, 10%.

Para Márcia Viana, as mulheres negras são as que mais sofrem. “Elas estão entre as que ganham menos, as que ocupam os postos de trabalhos mais precarizados e também são as maiores vítimas de seus companheiros”, lamenta, ressaltando a importância de a luta feminista ter o olhar direcionado às mulheres negras.

Aumento dos estupros e jornada das mulheres
Além do feminicídio, a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) divulgou em fevereiro deste ano o aumento de 15,5% no número de estupros em janeiro de 2018, em comparação com janeiro de 2017, segundo o balanço mensal da criminalidade.

É contra essas várias formas de violência, lembra Márcia, que a Jornada de Luta das Mulheres em Defesa da Democracia e dos Direitos, organizada pela CUT São Paulo, em parceria com a CUT nacional e movimentos de mulheres, ocorre no estado de São Paulo até o dia 1º de maio.

Durante a jornada, as mulheres debaterão também a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº181, de 2015. Adiada no ano passado após pressão popular, ela pode voltar à Câmara dos Deputados em 2018.

A princípio, a lei tratava da extensão da licença-maternidade para o caso de bebês nascidos prematuros. Mas, os deputados homens da comissão votaram pela inclusão de uma alteração no artigo primeiro da Constituição, destacando “a dignidade da pessoa humana, desde a concepção”.

Só que a manobra dos parlamentares abriu brechas para aumentar a criminalização da prática de aborto, mesmo em casos de estupro, risco de morte da mãe ou doença como a anencefalia - ausência parcial ou total de cérebro no feto, que hoje são permitidos pelo Código Penal.

“Medidas como essa, se aprovadas, representam uma violência e serão ainda piores às mulheres negras, pobres e jovens em situação de aborto inseguro. Esta proposta retira o direito das mulheres sobre seus corpos e sequer faz o diálogo sobre a questão de saúde, que está ligada ao tema”, conclui a bancária e secretária de Comunicação da CUT São Paulo, Adriana Magalhães.

Perda de direitos
Diante do cenário de violência contra as mulheres, em 2015, a presidenta eleita Dilma Rousseff sancionou a Lei nº 13.104, que tornou hediondo o crime de feminicídio.

O dossiê “Violência contra as mulheres”, da Agência Patrícia Galvão, mostra que o principal ganho desta lei foi justamente tirar o problema da invisibilidade.

“A tipificação é vista por especialistas como uma oportunidade para dimensionar a violência contra as mulheres no País, quando ela chega ao desfecho extremo do assassinato, permitindo, assim, o aprimoramento das políticas públicas para coibi-la e preveni-la”, diz trecho do documento.

A medida fortaleceu a Lei Maria da Penha, sancionada pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Reconhecida mundialmente como um grande instrumento de combate à violência contra as mulheres, a Lei Maria da Penha providenciou as medidas protetivas de urgência, mas a Lei do Feminicídio ajudou a endurecer as penas de homicídios praticados contra mulheres por razões de gênero, estabelecendo, inclusive crime inafiançável.

Mas, logo após o golpe de Estado que colocou o ilegítimo Michel Temer (MDB-SP) no poder, tudo começou a piorar. O golpista Temer cortou 61% das verbas destinadas ao atendimento de mulheres vítimas de violência de 2016 para 2017.

De 42,9 milhões previstos para o setor, em 2016, o orçamento caiu para 16,6 milhões, em 2017, segundo dados do Portal do Orçamento do Senado Federal. Também houve redução de 54% do orçamento para políticas de incentivo à autonomia das mulheres, diminuindo de R$ 11,5 milhões para R$ 5,3 milhões, no mesmo período, afetando, por exemplo, programas como o ‘Mulher, Viver sem Violência’.

Para a ex-ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci, a conjuntura não surpreende, já que o golpe é perverso, neoliberal e misógino, como classifica. Segundo ela, isso demonstra o descaso de um governo ilegítimo a serviço das classes dominantes.

“As mulheres serão as mais afetadas com medidas como a do congelamento dos gastos públicos por 20 anos, aprovado por maioria no Congresso Nacional. Elas são as maiores usuárias dos serviços de saúde e educação”, denuncia a ex-ministra.

Além disso, segundo ela, a reforma Trabalhista, que flexibiliza os direitos históricos da classe trabalhadora, atinge, sobretudo, as mulheres. “Elas já recebem menores salários e agora terão de se deparar com o fato de que gestantes poderão trabalhar em lugares insalubres”, critica.

Secretária Nacional da Mulher Trabalhadora da CUT, Junéia Batista ressalta, porém, que, mesmo diante de um cenário de retirada de direitos, o movimento sindical, ao lado dos movimentos populares, tem cumprido papel fundamental na luta de resistência.

“A pressão das trabalhadoras e dos trabalhadores tem barrado inúmeros retrocessos no Brasil, mas ainda temos muitas lutas pela frente para combater o golpe e o machismo e barrar medidas como a reforma da Previdência, que hoje está suspensa, mas pode voltar a qualquer momento”, diz.

Fonte: CUT-SP

Neste 8 de março, 800 mulheres de diversos movimentos populares ocuparam o parque gráfico do jornal impresso no Rio de Janeiro, que pertence ao grupo Globo Comunicação. O objetivo da ação, iniciada às 5h30 da manhã, é denunciar a atuação decisiva da empresa sobre a instabilidade política brasileira. Elas destacam a articulação da Globo no processo do golpe, desde o impedimento da presidenta Dilma em 2016 até perseguição ao presidente Lula, para inviabiliza-lo como candidato em uma eleição democrática.

Participaram mulheres do MST, do Levante Popular da Juventude, do Movimento dos Atingidos por Barragens e do Movimento dos Pequenos Agricultores, além de moradoras de comunidades da cidade. “A Globo promove os golpes em pró de seus interesses empresariais, não interessa as consequências para o país. Por isso ela é criminosa. Ela não é inimiga só dos trabalhadores, ela é inimiga de toda a nação”, afirmou Ana Carolina Silva, do Levante Popular da Juventude.

Intervenção contra os direitos
As mulheres também deram visibilidade ao caráter político e contrário aos direitos do povo da intervenção militar no Rio de Janeiro. Com o mote “A Globo promove intervenção para dar golpe na eleição” elas lembram que o próprio golpista Michel Temer declarou que vai suspender o decreto caso tenha maioria na Câmara e no Senado para votar a reforma da Previdência.

Para Maria Gomes de Oliveira, da Direção do MST, se trata de uma questão eleitoral e de um processo de coação social. “A Globo e os articuladores desse processo abordam a intervenção militar no Rio de Janeiro como medida de segurança. Ao mesmo tempo em que ela promove o medo para manter a classe trabalhadora calada, Temer e aliados se aproveitam de um anseio da sociedade para esconder sua estratégia eleitoral”, explica.

A dirigente ressalta ainda que a empresa tem interesses econômicos na Reforma da Previdência. “A globo opera ativamente na política para manter seus lucros e o monopólio sobre a mente das pessoas. No caso da previdência, ela está diretamente ligada à Mapfre Seguros, uma empresa que presta serviços de previdência privada”. Para ela, o momento caracteriza um desvio de função das Forças Armadas. “Tanques e soldados armados com fuzil não resolvem a violência. Os militares deviam cuidar de proteger nossa soberania, inclusive as riquezas como o petróleo, a água, as terras, que o golpista está entregando numa bandeja para o capital internacional”, afirma.

Ana Paula Silva destaca que a taxa de desemprego beira a 12% e, assim com o desmonte de serviços básicos de educação e saúde, são fatores que contribuem para o aumento da violência. “O crime se combate com o desenvolvimento de uma política de segurança e não com intervenção militar. Sabemos que o caminho é crescimento econômico e políticas públicas para o povo, mas para garantir isso precisamos retomar a democracia que perdemos com o golpe. Garantir eleições sem fraude é central para barrar os ataques aos direitos dos brasileiros”, garante a militante.

Decadência
O parque gráfico ocupado é o maior da América Latina. Sua construção foi, em parte, financiada pelo BNDES, com o montante de R$ 217 milhões, em valores atuais. Ele foi projetado para a impressão de 800 mil jornais diários, mas a média de produção do O Globo em 2017 não passa de 130 mil exemplares/dia, segundo dados do Instituto Verificador de Circulação (IVC). Ou seja, não utiliza nem 50% da capacidade produtiva.

“Este lugar é um elefante branco a serviço da desinformação. Com tanto recurso público investido, deveriam ao menos se dignar a fazer um jornalismo de qualidade. Não é à toa que o jornal está em decadência. As trabalhadoras não engolem mais as mentiras e manipulações da Globo”, afirmou.

A ação faz parte da Jornada Nacional de Luta das Mulheres Sem Terra, que tem por lema a célebre frase de Rosa Luxemburgo “Quem não se movimenta, não sente as cadeias que a prendem”.

Fonte: MST

Os empregados da Caixa Econômica Federal tiveram creditados no dia 20 de fevereiro, retroativos a janeiro, os reajustes da promoção por mérito. Conquista renovada ano após ano, desde a campanha salarial de 2007, os deltas agregaram aumento de cerca de 2,34% nas remunerações do Plano de Cargos e Salários.

De 87.635 trabalhadores do banco (em 31/12/2017), 83.985 eram promovíeis. Desses, 12.596 (15%) receberam dois deltas. Outros 59.532 (70,9%) conquistaram um delta. E 11.857 (14,1%) não alcançaram promoção.

“No princípio, a Caixa fazia com que 20% dos empregados de cada unidade ficassem sem delta. Na negociação, porém, arrancamos que só com critérios objetivos já se garantia um delta. É bom lembrar também que na mesa permanente evitamos os reflexos dos dias de greve do ano passado”, frisa Dionísio Reis, coordenador da Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa) e diretor da Fenae.

O presidente da Fenae, Jair Pedro Ferreira, reforça que a promoção por mérito é uma das mais importantes conquistas dos empregados da Caixa. “Ela só veio após um longo período de negociação. Foi restabelecida em 2008, depois de mais de 15 anos de sonegação desse direito. Por isso, nossa mobilização é fundamental para que seja mantida”, afirma.

As regras da promoção por mérito 2017, com reflexos neste ano, foi assegurada no Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) 2016-2018. Ela previa pontuação final de até 70 pontos, resultante do somatório dos pontos nos critérios Frequência ao Trabalho, PCMSO, Horas de Capacitação, Iniciativas de Autodesenvolvimento e Indicação de Empregado na Unidade.

PLR e PLR Social
Recebidos os reajustes da promoção por mérito, os empregados da Caixa aguardam agora o pagamento da Participação nos Lucros e Resultados (PLR). Pelo ACT em vigor, o banco tem até o dia 31 de março para creditar a segunda parcela, mas o pagamento só vai ocorrer após a divulgação do lucro referente a 2017.

Na Caixa, a PLR é composta pela regra básica Fenaban (90% do salário base), parcela adicional (2,2% do lucro líquido dividido pelo número total de empregados em partes iguais) e PLR Social (4% do lucro líquido, distribuídos linearmente para todos os trabalhadores). Também conforme o ACT 2016-2018, está garantida uma remuneração base para todos os empregados.

“A PLR Social é mais uma conquista histórica dos empregados. Desde 2010, com muita luta, asseguramos a manutenção, garantido a distribuição superior a 19% do lucro líquido para todos os trabalhadores da empresa. Na campanha salarial passada, a Caixa tentou retirar a PLR Social, mas barramos esse retrocesso com a mobilização”, diz Dionísio Reis.