Junho 17, 2025
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Não bastasse ter pagado valores com enormes disparidades a empregados de uma mesma unidade, ter visto a injustiça ser denunciada e se ver obrigada a promover alterações no Ciclo 2021 do programa de Gestão de Desempenho de Pessoas (GDP) e no mecanismo de “curva forçada”, agora a Caixa quer que empregados devolvam parte dos recursos recebidos. O banco chegou a criar um sistema para que os próprios gerentes indiquem a quantidade de parcelas para a devolução dos recursos.

“A gestão Pedro Guimarães não tem as mínimas condições de administrar um banco com tamanha importância como a Caixa. Normalmente, empregados que recebem bônus ficam contentes, mas esta gestão conseguiu deixar desgostosos até estes empregados”, observou a coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa, Fabiana Uehara Proscholdt.

PLR X Bônus

O bônus Caixa é uma política instituída unilateralmente pela Caixa, sem qualquer discussão com as entidades sindicais, que têm cobrado que o banco debata o bônus com os empregados para que sejam definidos, em conjunto, os critérios para o pagamento. “Queremos que o bônus Caixa seja pago para todos os empregados, independente da função, sem prejuízo para quem já recebeu”, explicou o presidente da Associação do Pessoal da Caixa do Estado de São Paulo (Apcef/SP), Leonardo Quadros, ao observar que hoje o Bônus Caixa é pago somente para um segmento.

“Ao invés de pagar este bônus, defendemos o pagamento de uma PLR (Participação nos Lucros e/ou Resultados) forte e para todos. A PLR é uma política legal, reconhecida por lei, com critérios objetivos e definidos em mesa de negociação. A política de bônus é unilateral. O banco usa como forma de pressionar pelo cumprimento de metas abusivas e ainda define quem vai recebê-lo a seu bel prazer. Pudemos ver o resultado desta subjetividade nesta trapalhada feita pela gestão Pedro Guimarães”, concluiu o representante da Federação dos Bancários da CUT do Estado de São Paulo (Fetec-CUT/SP), na CEE, Jorge Luiz Furlan.

Fonte: Contraf-CUT

Sindicatos e federações da categoria bancária começam, nesta sexta-feira (13), a debater sobre as questões que afetam o dia a dia de trabalho das bancárias e bancários em conferências estaduais e regionais. As resoluções serão somadas aos resultados que serão compilados a partir da Consulta Nacional que está sendo respondida em todo o país.

Na noite desta terça-feira (13), começam a Conferência Estadual dos Bancários do Pará, o 7º Congresso Estadual dos Bancários do Espírito Santo e a 24ª Conferência dos Bancários da Bahia e Sergipe, que seguem até sábado (14), quando também ocorrem o 37º Encontro Estadual dos Bancários do Piauí e a 24ª Conferência Estadual de Bancários(as) da Fetrafi/RS. Os debates continuam nos próximos dias e seguem até o dia 29 de maio, quando se encerra o prazo para a realização das conferências.

Encontros nacionais

Após as conferências, serão realizados os encontros dos trabalhadores de bancos públicos e bancos privados, que levantam pontos e reivindicações específicas de cada instituição.

“Nossa campanha é construída em conjunto. Por meio da Consulta Nacional, cada bancária e cada bancário pode participar da definição das nossas prioridades e, tanto as conferências estaduais e regionais, quanto os encontros específicos de trabalhadores de bancos públicos e bancos privados são momentos fundamentais para que nossa campanha reflita os reais anseios de toda a categoria”, disse a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e coordenadora do Comando Nacional dos Bancários, Juvandia Moreira.

O processo de definição das prioridades da Campanha Nacional dos Bancários se encerra com a Conferência Nacional, que será realizada nos dias 10 a 12 de junho.

Veja abaixo o calendário

ENCONTROS E CONFERÊNCIAS ESTADUAIS E REGIONAIS
Conferência Estadual dos Bancários do Pará 13 e 14/05/2022
37º Encontro Estadual dos Bancários do Piauí 14/05/2022
24ª Conferência Estadual de Bancários(as)da Fetrafi RS 14/05/2022
FEEB Bahia e Sergipe 14/05/2022
Encontro Estadual dos Bancários de Pernambuco 2022 18/05/2022
Fetrafi Minas Gerais 20, 21 e 22/05/2022
Federa Rio de Janeiro 21/05/2022
Congresso Estadual dos Bancários de Rondônia 21/05/2022
FEEB São Paulo e Mato Grosso do Sul 26/05/2022
Fetrafi Nordeste 27, 28 e 29/05/2022
Fetec Paraná 27 e 28/05/2022
15ª Conferência Regional da Fetec Centro Norte 28/05/2022
Fetraf Rio de Janeiro e Espírito Santo 28/05/2022
Fetrafi Santa Catarina 28 e 29/05/2022
Fetec São Paulo 28/05/2022

ENCONTROS NACIONAIS DE TRABALHADORES DE BANCOS PÚBLICOS E DE BANCOS PRIVADOS
14º CNEBASA 27 e 28/05/2022
Encontro Nacional dos Funcionários do BMB 26/05/2022
28º CNFBNB 03 e 04/06/2022
Encontro Nacional dos Funcionários do Banco Bradesco 09/06/2022
Encontro Nacional dos Funcionários do Banco Santander 09/06/2022
Encontro Nacional dos Funcionários do Itaú-Unibanco 09/06/2022
38º CONECEF 08, 09 e 10/06/2022
33º CNFBB 08, 09 e 10/06/2022
BNDES A definir

Fonte: Contraf-CUT

 

 As feijoadas dos bancários e das bancárias, promovidas pelo Sindicato Bancários da Baixada Fluminense, já tem datas definidas no mês de maio.

A Sede e a Sub-Sede do Sindicato, em Duque de Caxias e Nova Iguaçu, estarão prontas para receberem bancárias e bancários, nas tradicionais e mais concorridas feijoadas da Baixada Fluminense.

Confira as datas:

➡️ 20 de Maio – Nova Iguaçu (sexta-feira)
➡️ 26 de Maio – Duque de Caxias (quinta-feira)

Até lá!

Esta semana começou e irá terminar com boas notícias!

O Sindicato dos Bancários da Baixada Fluminense acaba de reintegrar mais uma funcionária do Banco Itaú.

Shirley dos Santos Silva foi reintegrada nesta sexta-feira, 13 de maio, na agência localizada em Imbariê, Duque de Caxias, e foi acompanhada pelos diretores Roberto Domingos, Martins, Dialas Coelho e Ricardo Sá.

Shirley é funcionária do banco há 23 anos e foi demitida em Fevereiro de 2022. Quando ocorreu a demissão, estava acometida com doença ocupacional.

Além disso, o banco demitiu a bancária em plena pandemia do novo coronavírus, contrariando o compromisso de não demissão que os grandes bancos assumiram.

IMPORTANTE

Shirley dos Santos é sindicalizada e, logo após seu desligamento, procurou atendimento no Sindicato dos Bancários da Baixada Fluminense, onde foi prontamente atendida pelos Departamentos Jurídico e de Saúde.

É fundamental que bancárias e bancários, logo que sejam informados de suas demissões, procurem imediatamente atendimento no Sindicato.

SINDICALIZE-SE

As denúncias de assédio moral e cobrança excessiva de metas nas Centrais de Relacionamento do Banco do Brasil (CRBBs) voltaram a ser debatidas nesta quinta-feira (12), em reunião entre Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB) e o banco. O retorno trazido à mesa de negociação com as Diretorias Executiva de Varejo (DIVAR) e de Pessoas (DIPES) do Banco do Brasil foi que a orientação para os gestores é de dar melhor atenção às reivindicações desses trabalhadores. A direção do banco ainda trouxe o retorno de outras reivindicações dos trabalhadores nas CRBBs feitas pelo movimento sindical nos últimos encontros.

No que diz respeito às metas abusivas, o entendimento do BB é que o problema talvez não sejam as metas, mas sim, a forma como elas são exigidas, argumento que obteve refutação dos sindicalistas. “O dimensionamento das exigências e a disponibilidade de recursos, tanto humanos quanto de condições de trabalho e renda, mostram-se inadequados. A fim de atender as demandas das Centrais, é importante fazer um novo redesenho, que proteja a saúde desses funcionários, alcance a rentabilidade para a empresa, assegurando boas condições, encarreiramento e motivação, bem como o preenchimento das vagas com novos concursados ou com outros funcionários que queiram trabalhar nas Centrais”, afirmou Getúlio Maciel, representante da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB pela Fetec-SP.

Quanto ao assédio moral, as críticas feitas pelo movimento sindical quanto à tentativa de institucionalização dessa prática nefasta nas CRBB’s, tem deixado os funcionários no limite da integridade de sua saúde física e mental, recrudescendo a indignação dos colegas em relação ao descaso da empresa, dificultando qualquer entendimento com o BB e os sindicatos. “A exceção da Central de Relacionamento em SP, os níveis preocupantes apurados em denúncias pelas outras CRBB’s, notadamente em São Jose dos Pinhais, clama por uma resposta dura da direção do Banco no sentido de coibir essas atitudes e demonstrar que, de fato, não vai tolerar o ambiente toxico de assédio moral nas suas dependências” disse Maciel.

As diretorias do banco (DIPES e DIVAR) demonstraram entender as reivindicações dos trabalhadores, mas ainda não se comprometeram com uma solução definitiva, de modo que ainda haverá outras conversas ainda sobre o tema, até que haja verdadeiros avanços como os funcionários sobre o tema. “Nós estamos sempre abertos ao diálogo em busca de soluções. O problema é que algumas vezes os gestores não têm a mesma postura e prefere o enfrentamento. Desta forma, não conseguimos resolver os problemas, que só crescem e prejudicam cada vez mais trabalhadores”, lamentou o coordenador da CEBB, João Fukunaga. “Nós vamos continuar alertas com essa situação. Esperamos que eles resolvam efetivamente essa questão”, completou.

Retorno ao trabalho presencial

No dia 22 de abril, o Ministério da Saúde publicou portaria encerrando oficialmente a Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (ESPIN) em decorrência da covid-19. Publicada em edição extra do Diário Oficial da União, a portaria passa a valer depois de 30 dias para adequação dos governos federal, estaduais e municipais. Um dos principais impactos para os trabalhadores deve ser a convocação dos trabalhadores para o retorno ao trabalho presencial, inclusive dos do grupo de risco. “Nosso acordo coletivo da covid-19 está atrelado a Espin. Com a revogação dela, perdemos o que foi conquista em relação a manter o grupo de risco em home office, a compensação do banco de horas negativo e, por fim, o compromisso de não descomissionar, que o banco assumiu no início da pandemia. Nós precisamos saber como ficará isso”, cobrou Fukunaga.

Fonte: Contraf-CUT

Os dirigentes eleitos da Previ esclarecem que a consulta pública que está sendo realizada pela Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) é apenas para orientar os procedimentos relativos à Resolução 53, editada em março deste ano pelo Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC), em substituição à Resolução 11 de 2013, que regulamentou os processos de retirada de patrocínio dos fundos de pensão fechados.

A norma não faz nenhuma referência específica à Previ ou ao Banco do Brasil. A Lei 6435, de 1977, já previa a liquidação extrajudicial das entidades de previdência, por meio de intervenção decretada pelo órgão fiscalizador. A Lei Complementar 109, de 2001, introduziu a possibilidade de retirada de patrocínio pela empresa patrocinadora. Mas o tema só foi regulamentado pela Resolução 11/2013, para estabelecer as condições e garantias que deveriam ser dadas aos participantes em caso de retirada. A nova Resolução 53 ajustou a redação da resolução anterior.

Os dirigentes eleitos da Previ sempre foram contrários à retirada de patrocínio de fundos de pensão, pois, ao aderir ao plano de previdência estabelecem uma relação contratual com a patrocinadora e o fundo de pensão, que devem ser preservados. Os dirigentes eleitos continuarão vigilantes diante de qualquer ameaça ou risco, sempre defendendo os direitos e interesses dos associados. E reforçam que que a consulta pública colocada não tem nada de específico quanto ao Banco do Brasil e à Previ.

Fonte: Contraf-CUT

O Banco do Brasil (BB) obteve lucro líquido de R$ 6,66 bilhões no primeiro trimestre de 2022, aumento de 57,6% em relação ao mesmo período de 2021 e de 24,4% em relação ao quarto trimestre de 2021. No mesmo período, o BB acumulou o fechamento de 1.410 postos de trabalho e de 108 agências físicas em 12 meses.

“A atual gestão do BB esquece que a instituição é pública e existe para atender a população da melhor maneira possível. Fechar postos de trabalho e agências vai na contramão do que um banco com responsabilidade social deve fazer, além contribuir com o aumento do desemprego e dificultar o acesso da população ao banco”, aponta João Fukunaga, coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB).

A população também é prejudicada com o aumento nos custos de prestação de serviços e de tarifas bancárias. Essa receita subiu 9,4% em um ano. Veja aqui os destaques completos do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) sobre o desempenho da instituição.

Fonte: Contraf-CUT

Os funcionários do Banco do Brasil voltam a reclamar da Plataforma de Suporte Operacional (PSO), setor que agrega os caixas e a área de tesouraria das agências. As PSOs funcionam nas cidades com cinco ou mais agências. “Os funcionários das PSOs representam uma parcela significativa dos funcionários do BB e têm demandado os sindicatos com suas sugestões, críticas e questionamentos quanto à condição de trabalho diária”, afirmou João Fukunaga, coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB).

“Os caixas estão recebendo como meta acabarem com eles mesmos. Eles precisam reduzir cada vez mais o número de autenticações, para isso são orientados a ficarem nas salas de autoatendimento convencendo os clientes e usuários a não utilizarem seus serviços”, relatou Fukunaga.

Rita Mota, diretora do Sindicato dos Bancários do Município do Rio de Janeiro, revela que a loucura não acaba por aí. “O Conexão continua completamente desconexo da realidade: esteira digital, resgate de DJO, arquivo zero, suprimento de numerário, compensação até as 9h30, ambiência, abertura de chamados, e, obviamente, as vendas, são algumas das muitas atribuições dos GEMODs. No caso da esteira digital, que é a conferência de documentos de contas abertas pela internet, exige-se como meta 25 contas por funcionário, sim, meta de abertura de contas pela internet”, criticou.

Para ela, a irresponsabilidade com a saúde física e mental dos funcionários é tanta que “não é raro esbarrarmos com Gerentes de Módulo correndo de uma agência para outra quando um deles está de férias, ou seja, um dos delírios no PSO é a onipresença de seus funcionários.”

Fonte: Contraf-CUT

O Sindicato dos Bancários da Baixada Fluminense lamenta profundamente a morte do funcionário do Banco Bradesco, Alan Rodrigo de Souza, vítima de um infarto fulminante, ocorrido ontem, quarta-feira, dia 11 de maio.

Alan tinha apenas 43 anos. Um pai e esposo dedicado à família. Também era um botafoguense apaixonado pelo clube.

Trabalhou, durante muito tempo e sempre com muito empenho, em diversos municípios da Baixada Fluminense. Era muito querido por seus colegas de trabalho. 

O sepultamento ocorreu nesta quinta-feira, 12 de maio, no Cemitério São Francisco Xavier, no Caju. 

O Sindicato agradece o legado deixado por Alan Rodrigo e estende suas condolências aos familiares, amigas e amigos.

ALAN, PRESENTE!

 

O aumento do preço dos alimentos e os anos sem reajuste real relevante no valor do salário mínimo têm tornado a vida do trabalhador – especialmente o mais pobre e residente em grandes cidades – cada vez mais difícil. Por conta da combinação desses dois fatores, hoje um empregado que ganha o mínimo de R$ 1.212 e mora numa capital trabalha cerca da metade do mês somente para comprar o necessário para sua alimentação.

O cálculo foi feito pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), que todos os meses pesquisa em 17 capitais brasileiras o valor de uma cesta de produtos definida com base num decreto sobre piso salarial. A composição e o preço da cesta variam conforme a cidade. São Paulo, cidade mais populosa do país, também tem a cesta mais cara: R$ 803,99, em abril deste ano.

:: Por que o café está tão caro e até onde isso pode chegar? ::

Especificamente na capital paulista, um empregado que ganha um salário mínimo trabalha quase 66% da sua jornada mensal somente para pagar essa cesta. São mais de 145 horas trabalhadas das 220 horas mensais previstas na legislação trabalhista. A cesta mais barata (ou menos cara) segundo o último levantamento do Dieese é a de Aracaju: R$ 551,47 – ou seja, 49,19% do salário mínimo, praticamente metade.

Um trabalhador não comprometia tanto tempo de trabalho para comprar uma cesta básica desde janeiro de 2005. Em janeiro de 2012, por exemplo, eram necessárias 101 horas trabalhadas para comprar uma cesta na capital paulista – menos da metade da jornada mensal. Contudo, desde o final de 2018, durante o governo do ex-presidente Michel Temer (MDB), essa quantidade de horas vem subindo. Cresceu de forma ainda mais abrupta a partir de 2020, já no governo de Jair Bolsonaro (PL), justamente porque os alimentos passaram a subir mais e o salário mínimo, menos.

Desde o fim de 2016, já após o impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff (PT) até hoje, o salário mínimo subiu de R$ 880 para R$ 1.212 –alta de 37,7%. Já o custo de uma cesta básica em São Paulo passou de R$ 438 para R$ 804 – aumento de 83%, mais que o dobro do percentual acumulado de reajustes do piso concedidos por Temer e Bolsonaro.

Sem aumento real

Durante os governos de Temer e Bolsonaro, aliás, o salário mínimo praticamente não teve aumento real, isto é, foi reajustado somente com base no índice da inflação.

Segundo cálculos da consultoria Tullett Prebon Brasil divulgados esta semana, durante a gestão Temer (de setembro de 2016 a dezembro de 2018), o salário mínimo subiu só 3,28% mais do que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Já de janeiro de 2019 a dezembro de 2022, durante o governo Bolsonaro, o reajuste total deve ser 1,77% menor que a inflação, considerando as previsões divulgadas pelo Banco Central.

Se a previsão se confirmar, Bolsonaro será o primeiro presidente desde 1994 a deixar o governo sem conceder aumento real do salário mínimo.

Durante os dois mandatos de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), o piso subiu 50,9% acima da inflação; em oito anos de governo de Luiz Inácio Lula da Silva, 57,8%; em quase seis anos de governo Dilma, 12,67%. Os cálculos são da Tullett Prebon Brasil.


Evolução do valor do salário mínimo em relação à inflação no Brasil nos últimos anos / Dieese/IBGE

“A falta de política de valorização do salário mínimo é dramática porque não aumenta os ganhos de quem já ganha pouco e que gasta a maior parte de seu salário com comida, que tem subido mais que inflação”, descreve o economista e engenheiro agrônomo José Giacomo Baccarin, secretário de Segurança Alimentar e Nutricional do governo federal entre 2003 e 2005, durante a gestão de Lula.

Alimentos em alta

Baccarin disse que o preço da comida no país aumentou principalmente a partir de 2020, período do início da pandemia. Segundo ele, o preço dos alimentos subiu no mercado internacional. O produtor brasileiro, então, resolveu priorizar a exportação, reduzindo a oferta no mercado interno e causando a elevação de preços para a população brasileira.

A economista e supervisora de pesquisas do Dieese, Patrícia Costa, confirmou esse cenário de aumentos causados pelo cenário externo e exportações. Ela afirmou ainda que a guerra entre Rússia e Ucrânia pressionou ainda mais os preços no Brasil, já que mexeu com a cotação do trigo e do petróleo no mercado internacional.

O preço do petróleo influencia no custo do combustível, que por sua vez compõe o custo de transporte e, por isso, também mexe no preço final dos produtos alimentícios.

prévia da inflação do mês de abril calculada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada no último dia 27, indica o maior aumento de preços para o mês desde 1995. Comparando preços levantados de fevereiro a março com preços coletados entre março e abril, foi registrado um aumento médio de 1,73% em 30 dias.

Esse percentual, entretanto, é uma média de várias categorias de produtos. Itens de alimentos e bebidas subiram 2,25%, ou seja, mais que a média.

Em um ano, o café moído já subiu mais de 60%; o açúcar, mais de 40%; o óleo de soja, mais de 20%. Todos esses produtos fazem parte da cesta básica. O aumento deles afeta principalmente os mais pobres, explicou a economista-chefe do Instituto para Reforma das Relações entre Estado e Empresas (IREE), Juliane Furno.

“Isso afeta mais os mais pobres porque um percentual maior da sua renda é gasto em consumo de alimentos”, disse Furno. “Como o salário mínimo nem recompôs a inflação, fica pior ainda.”

Valorização e estoques

Patrícia Costa, do Dieese, afirmou que uma forma de controlar o aumento de preços de alimentos no Brasil seria a criação de estoques públicos de determinados produtos. Baccarin também defende a medida.

Ele diz que o governo precisa aumentar o apoio a agricultores que se dedicam a produzir alimentos para consumo interno, não para exportação. Isso tende a reduzir a pressão do mercado internacional sobre o preço da alimentação no país.

Leia também: Área plantada de feijão, arroz e mandioca em 2022 é a menor dos últimos 45 anos

Baccarin e Costa defenderam ainda uma política de valorização do salário mínimo. Segundo Baccarin, isso foi feito durante os governos de Lula e Dilma. Melhorou as condições de vida da população e ainda serviu como motor de crescimento econômico.

Fonte: Brasil de Fato