Maio 19, 2025
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Imprensa

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A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), o Coletivo Nacional dos Financiários, os sindicatos de todo o país e a Federação Interestadual das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Fenacrefi) assinaram, nesta quinta-feira (10/10), a Convenção Coletiva de Trabalho da categoria, com vigência até 2026.

O acordo é resultado de intensas negociações, que duraram quatro meses e garantem a ampliação de direitos sociais e o reajuste salarial de 4% para salários, verbas e benefícios.

Para a presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira, “a assinatura representa uma grande conquista para os financiários de todo o país. Depois de meses de intensas negociações, conseguimos garantir não apenas a manutenção dos direitos, mas também avanços importantes em questões sociais e econômicas. O reajuste salarial e a criação de comissões para discutir temas como PLR e violência contra a mulher mostram que estamos comprometidos com o bem-estar e o futuro da categoria.”

A secretária do Ramo Financeiro da Contraf-CUT, Magaly Fagundes, acredita que a assinatura dessa convenção coletiva reforça o papel da entidade como defensores dos direitos dos financiários. “Além do reajuste salarial e da PLR, conseguimos inserir temas fundamentais, como o combate ao assédio sexual e moral, que são urgentes no ambiente de trabalho. Vamos continuar lutando para que esses avanços sejam implementados de forma justa e eficaz.”

O coordenador do Coletivo Nacional dos Financiários, Jair Alves, afirmou que o acordo assinado é fruto da união e da mobilização dos trabalhadores. “Ele vai além das questões salariais, trazendo a construção de um grupo de trabalho que irá mapear a realidade dos financiários, para que possamos construir políticas mais adequadas às necessidades da categoria. Esse é um passo essencial para garantir condições de trabalho mais dignas e justas para todos.”

2024:

  • Reajuste salarial de 4% para salários, verbas e benefícios.
  • Pagamentos retroativos das diferenças salariais de junho a outubro até a folha de pagamento de novembro de 2024.
  • Pagamentos retroativos das diferenças dos benefícios a serem pagas até 30 de outubro de 2024.
  • Antecipação da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) com pagamento até 8 de novembro de 2024.

2025:

  • Reajuste salarial baseado no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) referente ao período de junho de 2024 a maio de 2025 mais 0,3% de aumento real, a ser pago em junho de 2025.
  • Mudança da data-base para outubro de 2026, com aplicação do INPC referente ao período de junho a setembro de 2025, acrescido de 0,3% de aumento real a ser pago em outubro de 2025.
  • Negociações para uma nova CCT em outubro de 2026.

PLR:

  • Para 2024, a regra de pagamento da PLR permanece inalterada, mas será criada uma comissão paritária em até 60 dias após a assinatura do acordo, com conclusão até abril de 2025. A comissão terá o objetivo de apresentar propostas para eventuais mudanças na PLR a partir de 2025.

Outras cláusulas importantes:

  • Convênio médico: Não haverá alteração na cláusula 21, no entanto, as empresas que desejarem implementar a coparticipação deverão negociar diretamente com os sindicatos, estabelecendo regras específicas.
  • Violência contra a mulher: Ficou acordado que será construída uma cláusula sobre o tema.
  • Combate ao assédio sexual e moral: Será feita uma redação conjunta de modo que contemple a realidade do financiário.
  • Grupo de trabalho paritário: Um grupo será criado para realizar uma pesquisa inédita no setor financeiro, para construir o rosto dos financiários e outros aspectos relevantes à categoria.

Fonte: Contraf-CUT

Feijoadas de outubro

Outubro 09, 2024

Confira as datas das feijoadas do Sindicato dos Bancários da Baixada Fluminense em outubro:

25/10Nova Iguaçu (sexta-feira)

31/10Duque de Caxias (quinta-feira)

PREÇOS

Sindicalizado(a) - R$ 15
Não Sindicalizado(a) - R$ 25

OBS: No calendário distribuído pelo Sindicato, a feijoada de Nova Iguaçu aparece no dia 18/10. Por favor, desconsiderem.

Esperamos vocês!

Nesta terça-feira, 8 de outubro, o Sindicato dos Bancários da Baixada Fluminense esteve na agência 0406 (Nova Iguaçu - Centro) do Bradesco, localizada na Praça Rui Barbosa, onde, também funciona a Regional Nova Iguaçu, para protestar contra as demissões que vem ocorrendo no banco.

Através de um carro de som, diretoras e diretores denunciaram a “reestruturação”, em curso no banco, que está fechando agências, cortando postos de trabalho e sobrecarregando os trabalhadores, que vem sofrendo com o adoecimento devido à sobrecarga.

Essas medidas também afetam os clientes, que enfrentam agências superlotadas, nas unidades que ainda permanecem abertas.

O Sindicato levou faixas e distribuiu panfletos informativos, além de falarem e conversarem com clientes, funcionários e usuários do banco.

Na base da Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro dos Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo (Fetraf RJ/ES), a Baixada Fluminense é a região que mais sofre com as demissões. 

LUCROS E DEMISSÕES

O Bradesco fechou o 2º trimestre (2T24) com lucro de R$ 4,7 bilhões. O lucro supera em 12% o resultado do 1º trimestre (1T24) e em 4,4% o apurado no mesmo período de 2023. A rentabilidade sobre o patrimônio líquido médio (ROAE, na sigla em inglês) ficou em 10,8%, 0,6% acima do 1º trimestre do ano. As receitas com prestação de serviços somaram R$ 9,31 bilhões — alta de 6,4% em relação ao 2º trimestre de 2023. No 1º semestre do ano, o Bradesco obteve lucro de R$ 8,9 bilhões. O lucro pujante, no entanto, não tem impedido o banco de seguir com sua política de reestruturação, fechando postos de trabalho e agências.

Um levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), com base nos dados do Banco Central e do próprio Bradesco, apontou que no final de 2016 o banco empregava 108.793 bancárias e bancários, em dezembro de 2023 esse número caiu para 86.222. Foram desligados no período de sete anos (2016 – 2023), 22.571 funcionários, uma queda de 44,5%.

*confira mais fotos em nossas redes sociais

Assembleia - Santander

Outubro 07, 2024

Das 20 horas do dia 9 de outubro (quarta-feira) até às 20 horas do dia 10 de outubro (quinta-feira), trabalhadoras e trabalhadores do Banco Santander participam de assembleia para deliberar sobre a aprovação dos seguintes instrumentos coletivos:

1- Acordo Coletivo de Trabalho 2024/2026;

2- Acordo Coletivo de Trabalho sobre Programa de Participação nos Resultados Santander (PPRS) 2024/2025 que inclui desconto a ser feito nos salários do empregados em razão da contratação a ser realizada (contribuição negocial);

3- Termo de Ratificação do Programa de Participação nos Resultados Santander 2024/2025;

4- Termo de Relações Laborais e Prestação de Serviços Financeiros – Boas Práticas, a serem celebrados com o Banco Santander (Brasil) S/A.

PLENÁRIA

Antes da assembleia, haverá uma plenária virtual para esclarecimentos a partir das 19h até às 20h do dia 9 de outubro.

Para participar, é necessário solicitar a inscrição através do link: https://us06web.zoom.us/meeting/register/tZAvfumgrj0uH9aKwpRglzoDBJDVyYKRhscU

Após a inscrição, será enviado um e-mail de confirmação contendo informações sobre como entrar na plenária.

PARA VOTAR

Para votar e participar, basta acessar o link de votação: https://bancarios.votabem.com.br/

O link estará, também, disponível em nosso site (http://www.bancariosbaixada.org.br)

IMPORTANTE

O Sindicato dos Bancários da Baixada Fluminense, seguindo orientações da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), indica a aprovação das deliberações propostas.

Em audiência com o Ministério Público do Trabalho (MPT), ocorrida nesta quinta-feira (3), a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) denunciou ações antissindicais praticadas pelo banco Santander.

“O banco está cometendo prática antissindical ao abrir empresas com CNPJs distintos para retirar bancários da categoria e enquadrá-los como trabalhadores de outros setores”, disse a presidenta da Contraf-CUT e coordenadora do Comando Nacional dos Bancários, Juvandia Moreira. “De 2020 pra cá, 17.964 bancários foram enquadrados como sendo de outras categorias. Com isso, eles deixam de ter diversos direitos previstos na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria bancária, e enfraquece a organização dos trabalhadores”, completou.

A categoria bancária é a única do país a possuir uma CCT válida em todo território nacional. Graças às negociações coletivas, as bancárias e bancários possuem 85% mais direitos trabalhistas do que os previstos na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

“Com o desenquadramento da categoria, os bancários que foram recontratados pelo banco por outras empresas do mesmo conglomerado econômico, perderam em torno de 50% a 60% da remuneração variável”, denunciou a coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander, Wanessa de Queiros Paixão.

“O banco Santander tem se utilizado de práticas de terceirização que podem ser enquadradas como irregulares, mesmo após a aprovação da lei de terceirização irrestrita, pois são consideradas fraudulentas”, disse a diretora de Relações Internacionais da Contraf-CUT e funcionária do Santander, Rita Berlofa.

A coordenadora da COE disse que o movimento sindical já reivindicou diversas vezes a representação sindical destes empregados, mas que o banco se recusa a reenquadrá-los, mesmo eles exercendo as mesmas atividades que já exerciam anteriormente, trabalhando no mesmo local de bancários que exercem as mesmas funções, no mesmo sistema de gestão e sofrendo as mesas cobranças. “Existem diversos elementos que demonstram as fraudes nas contratações e as práticas antissindicais do Santander”, disse Wanessa.

O Santander alegou que não teria condições de dar continuidade às tratativas nesta quinta-feira, por haver a necessidade da presença de profissionais responsáveis por outras áreas envolvidas e representantes das demais empresas e solicitou o reagendamento da audiência para seguir com o debate. O MPT se comprometeu em agendar uma nova audiência e comunicar a nova data à Contraf-CUT e ao Santander.

Fonte: Contraf-CUT

O Coletivo Nacional dos Financiários da Contraf-CUT realizará uma plenária virtual na próxima segunda-feira (07), às 19h, para discutir e detalhar a proposta de acordo apresentada pela Federação Interestadual das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Fenacrefi), no dia 27 de setembro. A proposta de renovação da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) traz a perspectiva de assinatura do acordo no dia 11 de outubro de 2024.

Logo após a plenária, às 20h, terá início a assembleia de avaliação e votação, que se estenderá até às 20h da terça-feira (08). O Coletivo dos Financiários recomenda a aprovação do acordo. “Nós conseguimos manter todos os direitos da CCT e tivemos o reajuste pelo INPC, além de ganho real em 2024 e 2025, por isso indicamos a aprovação”, explicou Magaly Fagundes, secretária de Organização do Ramo Financeiro e Política Sindical da Contraf-CUT.

Inscreva-se antecipadamente para esta plenária:

https://us06web.zoom.us/meeting/register/tZIkcuyrqj4vEtSaOu_9jv_n882K05-36Lxh

Após a inscrição, você receberá um e-mail de confirmação contendo informações sobre como entrar na reunião.

Confira a proposta na imagem abaixo e participe da plenária para entender todos os detalhes do acordo.

Fonte: Contraf-CUT

 
 

 

Enquanto os bancos seguem demitindo, o Sindicato dos Bancários da Baixada Fluminense continua na luta e reintegrando bancários e bancárias.

Nesta terça-feira, 1 de outubro, Leandro Levi, funcionário do Banco Itaú, que havia sido demitido injustamente, teve a dignidade restabelecida, após decisão da justiça, e foi reintegrado.

Entenda

Leandro estava acometido de doença ocupacional, mas o benefício previdenciário foi deferido pelo INSS. Além disso, o funcionário é Pessoa com Deficiência (PCD) e, ao realizar a demissão, o banco descumpriu a lei 8213/91, que garante estabilidade provisória de emprego.

Com isso, o juiz determinou sua reintegração.

Após saber informado de sua demissão, o bancário, que é sindicalizado, procurou atendimento no Sindicato dos Bancários da Baixada Fluminense, onde foi prontamente atendido pelo Departamento Jurídico, através do advogado Luiz Paulo, do Escritório Baptista & Reis Advogados Associados, e pelo Departamento de Saúde.

IMPORTANTE

É fundamental que bancárias e bancários, logo que sejam informados de suas demissões, procurem imediatamente atendimento no Sindicato.

ATENDIMENTO JURÍDICO PRESENCIAL

Nova Iguaçu - às terças-feiras, das 11 horas à 13 horase das 14 horas às 17 horas (telefone: 21 / 2658-8041)

Duque de Caxias - às quintas-feiras, das 10 horas às 13 horas (telefone: 21 / 26710-110)

SINDICALIZE-SE!

O Movimento Sindical, através da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), enviou um ofício à direção do Banco do Brasil (BB) no dia 19 de setembro, solicitando o abono dos dias de greve para os funcionários e funcionárias que participaram das paralisações em setembro de 2024. A reivindicação foi feita a pedido dos sindicatos filiados à confederação.

Em resposta ao ofício, o Banco do Brasil informou que as ausências registradas durante o movimento grevista, desde que formalizadas antecipadamente ao banco, serão convertidas em horas negativas e inseridas no Banco de Horas, conforme disposto na Cláusula 5ª do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT). Essas horas poderão ser compensadas até o dia 31 de dezembro de 2024.

Além disso, o BB comunicou que os funcionários terão a possibilidade de utilizar abonos e folgas, exceto as da Justiça Eleitoral, para compensar essas horas negativas. Os valores referentes aos dias de paralisação que foram descontados, bem como os impactos nos vales-alimentação e refeição, serão devolvidos aos trabalhadores em outubro de 2024.

“Através da intermediação da Contraf, será possível aos bancários e bancárias, mesmo de sindicatos não filiados, a compensação dos dias de greve. Mesmo com o ACT assinado, houve sindicatos filiados em que a base democraticamente decidiu pelo exercício do direito de greve, e a Contraf, suas federações e sindicatos filiados sempre vão defender a liberdade e autonomia dos trabalhadores de exercê-lo. Essa possibilidade de reversão dos descontos e compensação é o reconhecimento de nosso direito constitucional”, disse o secretário geral da Contraf-CUT, Gustavo Tabatinga, que é funcionário do banco do Brasil.

“A compensação será facultada aos funcionários das bases da Contraf-CUT que assinarem acordo aditivo junto ao Banco do Brasil”, explicou a coordenadora da Comissão Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil, Fernanda Lopes.

As paralisações que ocorreram em setembro envolveram trabalhadores em diferentes bases sindicais do país. As mobilizações terminaram após a aprovação do novo acordo de reajuste salarial, válido de agosto de 2024 a agosto de 2026, em assembleias locais.

Fonte: Contraf-CUT

Cerca de 80% dos empregos serão substituídos pela Inteligência Artificial (IA) nas próximas décadas. A avaliação foi divulgada em artigo do bilionário Vinod Khosla, cofundador da Sun Microsystems e investidor da Netscape, Amazon, Google e OpenAI. Em análise, ele completa que o fenômeno não será necessariamente ruim e tem alto potencial de gerar riquezas para todos. Mas isso, se os governos tomarem medidas de regulamentação e a partir de mecanismos que ele mesmo defende, como a renda básica universal e redução da jornada de trabalho semanal.

Caso isso não ocorra, Khosla, que diz estudar tecnologia disruptiva há quatro décadas, aponta que não será possível evitar uma “distopia econômica”, ou seja, o processo de concentração de riqueza e desemprego em massa.

“Khosla fala o que nós temos defendido há bastante tempo: regulação realizada pelo Estado, renda básica e jornada reduzida, de forma que os impactos da tecnologia no mercado de trabalho não resultem no aprofundamento das desigualdades e sim em ganhos sociais para todos e todas”, observa a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira.

Um estudo divulgado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) em janeiro, apontou, por outro lado, que a IA irá afetar 40% dos empregos em todo o mundo. Em países como Estados Unidos e Reino Unido, o impacto será maior, entre 60% e 70%. No Brasil, a estimativa da entidade é que 41% dos empregos com alta exposição à Inteligência Artificial serão afetados.

Cenário na categoria bancária

Levantamento realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) mostra que, entre 2013 e 2023, houve um crescimento de 453% no número de transações por trabalhador bancário: em 2013 cada trabalhador realizava cerca de 78,5 mil transações por ano. Esse número passou para 434,7 mil transações em 2023. Nesse período de dez anos, o número de bancários e bancárias no país reduziu de 511.833 para 427.878.

Uma das maneiras defendidas pelo movimento sindical bancário para que os ganhos com a tecnologia sejam partilhados com os trabalhadores é a redução da jornada de cinco para quatro dias semanais. Proposta menos ousada que a defendida pelo bilionário Vinod Khosla, que fala de uma semana de trabalho de três ou até um dia. “A vida se tornará mais significativa, pois a necessidade de trabalhar 40 horas por semana pode desaparecer em algumas décadas para os países que se adaptarem a essas tecnologias”, acredita.

“Quando nós do movimento sindical bancário começamos a defender a jornada reduzida, há alguns anos, parecia que estávamos defendendo uma proposta surreal. Mas agora essa pauta está se mostrando cada dia mais necessária. Porém, para que a gente consiga, em países emergentes como o Brasil, partilhar dos avanços tecnológicos, reforçamos que a população precisa se unir para cobrar do Estado regulação. Somente com Estado forte será possível garantir um futuro socialmente justo, com mais qualidade de vida para estudar, estar com a família e que resulte também no barateamento dos serviços públicos para todos e todas”, completou.

O Dieese estima ainda que a implementação da jornada de quatro dias semanais, entre os bancários que hoje realizam jornada de 37 horas semanais, teria o potencial de criar mais de 108 mil vagas no setor, ou 25% do total de vagas que existem atualmente. “Seriam geradas ainda mais 240 mil vagas, ou 55,5% da quantidade atual, caso a jornada reduzida fosse implementada entre os trabalhadores que hoje realizam jornada semanal de 30 horas”, completa o economista do Dieese responsável pelos cálculos, Gustavo Cavarzan.

Concentração sem precedentes

Em junho, durante sua participação na 112ª Sessão da Conferência Internacional do Trabalho (CIT), realizada pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), o presidente Lula destacou que nunca no mundo existiram tantos bilionários como na atualidade. “Estamos falando de 3 mil pessoas que detêm quase US$ 15 trilhões em patrimônio. Isso representa a soma dos PIBs do Japão, da Alemanha, da Índia e do Reino Unido”, completou.

Além da renda básica universal e redução da jornada, a taxação de grandes fortunas é outro instrumento defendido por estudiosos para tentar reverter o violento processo de concentração. Um deles é o economista Thomas Piketty, considerado um dos maiores especialistas sobre economia da desigualdade e redistribuição de renda.

A Pesquisa Desigualdade Mundial 2018, que ajudou a coordenar, aponta que a partir dos anos 1980, o setor privado passou a assumir grande parte dos recursos que antes eram de patrimônio público, isso em quase todos os países: ricos ou emergentes. “Enquanto a riqueza nacional aumentou substancialmente, o patrimônio público hoje é negativo ou próximo de zero nos países ricos”, completam os autores da pesquisa que aponta para a necessidade de taxação de grandes fortunas, para a recuperação do patrimônio público, e isso inclui a disponibilidade de serviços essenciais como saúde, educação e, agora, enfrentamento das crises decorrentes das mudanças climáticas.

Já segundo o relatório Desigualdade S.A, produzido pela Oxfam, divulgado neste ano, sete das 10 maiores corporações do mundo têm um bilionário como principal acionista. O mesmo trabalho aponta que a fortuna dos cinco homens mais ricos do mundo mais que dobrou desde 2020 (passou de US$ 405 bilhões para US$ 869 bilhões), ao mesmo tempo em que as quase cinco bilhões de pessoas mais pobres ficaram ainda mais pobres.

“O setor produtivo e os recursos financeiros estão concentrados em uma escala sem precedentes na história da humanidade. Considerando os avanços tecnológicos e, ainda, que apenas cinco grandes empresas de tecnologia no mundo (Amazon, Microsoft, Alibaba, Google e Huawei) detém hoje 81,2% do mercado mundial de infraestrutura de serviços e isso inclui mecanismos de IA que estão e serão implementados, temos um desafio muito grande para evitar a ‘distopia econômica’, ou seja, o processo de concentração de riqueza e desemprego em massa, alertado por Khosla, e isso só será possível com democracias fortes, e democracias fortes só acontecem com Estados fortes e organizações atuantes da sociedade civil organizada”, pontua Juvandia Moreira.

Fonte: Contraf-CUT

 

O parlamento é uma das bases do tripé (Poder Executivo, Poder Legislativo e Poder Judiciário) que sustenta o sistema sociopolítico nas democracias modernas em todas suas esferas de organização social (federal, estadual, distrital e municipal). Mas normalmente é relegado ao segundo plano em todas as eleições, tanto pelos meios de comunicação, quanto pelos próprios eleitores. Prova disso é que, a uma semana do pleito, segundo pesquisa Datafolha, 67% dos eleitores da cidade de São Paulo, o maior colégio eleitoral do país, ainda não definiram em quem vão votar para vereador ou vereadora. Apenas para comparação, o mesmo instituto de pesquisa aponta que apenas 3% não decidiram em quem vão votar para assumir a prefeitura.

Para o secretário de Relações do Trabalho da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Jeferson Meira, o Jefão, este comportamento dos brasileiros, muitas vezes, acaba colocando o Poder Executivo nas mãos do Legislativo. “Este menosprezo pelas eleições proporcionais é extremamente prejudicial ao funcionamento do município, pois favorece a eleição de candidatos carreiristas, ou que não têm compromisso com um projeto de desenvolvimento da cidade”, disse o dirigente da Contraf-CUT. “Acaba elegendo o tipo de parlamentar que vota de acordo com seus próprios interesses, usando seu mandato como moeda de troca de favores ou para enriquecimento ilícito”, completou.

Jefão explica que, muitas vezes, governantes, de todas as esferas de poder, ficam de mãos atadas e somente conseguem fazer andar projetos de interesse para a cidade, estado, ou país, se há alguma forma de troca de favor com estes parlamentares. “É assim que surgem anomalias como as emendas secretas. E, em muitos casos, se os governantes não cedem, os projetos não andam e ainda correm risco de impeachment”, lamentou. “Este tipo de parlamentar, em nenhum momento se importa com os interesses da população, apesar de se dizer ‘representante do povo’. Aqueles que verdadeiramente representam o povo, assim como os governantes, também têm seu trabalho parlamentar prejudicado pelos chamados fisiologistas, que somente votam projetos de interesse da população quando recebem algo em troca”, completou.

Por isso, Jefão recomenda atenção e responsabilidade com o voto para vereador nas próximas eleições. “E, para além do voto, é importante que os eleitores guardem bem o nome do candidato, ou candidata, que votou, para que, caso ele, ou ela se eleja, possa verificar se sua atuação condiz com o que prometeu na campanha”, orientou. “Muitos candidatos ‘lacram’ nas redes sociais, mas na hora do ‘vamo vê’ fazem o contrário”, completou.

Dicas para escolher seu candidato

  1. 1) Obtenha o máximo de informações sobre quem você pretende votar. A internet pode te ajudar nesta tarefa. Mas, em tempos de fake news, tenha muito cuidado com as fontes das informações;
  2. 2) Analise o histórico pessoal e profissional do candidato, ou candidata, inclusive sua postura ética e sua relação com a sociedade. Isso te ajudará a saber se o que é dito durante a campanha condiz com a atuação em outros momentos da vida;
  3. 3) Observe se o candidato tem histórico de mau uso do dinheiro público ou outras práticas ilegais, especialmente aqueles que concorrem a cargos legislativos, uma vez que eles trabalharão diretamente na produção e manutenção das leis;
  4. 4) Se seu candidato, ou candidata, já ocupou algum cargo eletivo, analise seus projetos e histórico de votação. Se ele nunca ocupou cargo eletivo, veja quais temas ele trata em sua vida profissional e qual sua atuação social;
  5. 5) Também é importante saber se seu candidato tem os mesmos valores ideológicos e sociais do que você. Afinal, ele será seu representante;
  6. 6) Além de analisar o candidato, é preciso analisar o partido pelo qual ele concorre e também os que fazem parte de sua coligação. Qual é o conjunto de ideias partidárias, que programa eles têm para a cidade, estado e país. Como se posicionam nas casas legislativas do país;
  7. 7) Depois de analisar a história pessoal e política de seu candidato e partido, veja quais as propostas ele faz na campanha. Veja se elas são genéricas, ou detalhadas; se ele foge, ou enfrenta temas polêmicos; se as propostas condizem com seu histórico e de seu partido; se são possíveis de serem realizadas; se são indicados os custos e as fontes de arrecadação dos recursos; compare as propostas com a de outros candidatos;
  8. 8) Ainda em relação às propostas, é preciso analisar se elas são atribuições do cargo que ele disputa (veja abaixo as atribuições dos vereadores); se um candidato a vereador promete construir creches, escolas ou hospitais, por exemplo, desconfie. Estas são atribuições do prefeito, governador ou Presidente. Ou ele não tem conhecimento das atribuições do cargo que disputa, ou está agindo de má fé;
  9. 9) Observe os gastos da campanha de seu candidato. Se a campanha é muito cara, pode indicar uso indevido de dinheiro, ou o chamado “Caixa 2”; em ambos os casos é uma irregularidade; se é assim já na disputa do cargo, isso pode indicar que ele pode cometer irregularidades ainda maiores se for eleito;
  10. 10) O candidato a vereador pode ter uma pauta específica, mas sua principal responsabilidade será legislar sobre TODOS os assuntos da cidade e fiscalizar a atuação do prefeito. Por isso, deve ter amplo conhecimento da cidade e das necessidades dos munícipes. As propostas principais não podem ser as específicas, mas sim aquelas que atendam questões gerais do município.
  11. Por tudo isso, podemos dizer que a candidata, ou o candidato, pode até não ser totalmente preparado para assumir, mas ele tem que, pelo menos, saber coordenar o trabalho de quem pode contribuir com sua tarefa e estar disposto a aprender cada dia mais sobre suas atribuições.

O que faz (ou deveria fazer) um vereador?

No site do TSE tem um texto que explica detalhadamente quais são as funções do vereador e os requisitos para disputar o cargo. Basicamente, eles são os responsáveis por “ouvir” as necessidades da população para propor leis e pedidos para que o prefeito, responsável pela administração municipal, as execute. E, claro, fiscalizar a atuação do prefeito e da administração municipal nestas execuções.

E uma das tarefas de maior responsabilidade é a aprovação da Lei Orçamentária Anual, que define em que deverão ser aplicados os recursos provenientes dos impostos pagos pelos cidadãos. Por isso, é muito importante saber quais as propostas prioritárias de seu candidato.

Fonte: Contraf-CUT