Agosto 11, 2025
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A Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa Econômica Federal se reuniu com o banco na quarta-feira (27) para dar continuidade às negociações sobre condições de trabalho nas agências e departamentos da Caixa. Em pauta, estava o retorno ao trabalho presencial dos empregados de grupos de risco à Covid-19 e temas relacionados ao programa de Gestão de Desempenho de Pessoas (GDP), Programa de Qualidade de Vendas (PQV), Participação nos Lucros ou Resultados (PLR), promoção por mérito, cross-selling (venda casada) e assédio (inclusive o gerador de “sprints” como mais uma ferramenta que pode resultar em assédio).

“Infelizmente não conseguimos debater sobre todos estes temas, pois o que ouvimos sobre o retorno ao trabalho presencial e principalmente sobre a GDP nos deixaram estarrecidos. Para usar a palavra dita por alguns de meus colegas durante a reunião, o que o banco nos apresentou é ‘surreal’”, afirmou a coordenadora da CEE, Fabiana Uehara Proscholdt, que também é secretária de Cultura da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), ao informar que o banco reconheceu que novos mecanismos da GPP, como a “curva forçada” visam mudar a cultura dos empregados da Caixa e estabelecer valores empresariais de mercado e forçar a competição pela venda de produtos.

Retorno presencial

Logo no início da reunião, a coordenadora da CEE ressaltou que a Caixa é o único banco que convocou até mesmo os empregados que fazem parte dos grupos de risco para o retorno ao trabalho presencial e reforçou o pedido de prorrogação do prazo as pessoas solicitarem a manutenção do trabalho em home office, para dar mais tempo para a obtenção do laudo médico indicando a necessidade de permanecerem trabalhando em casa.

O representante da Federação dos Empregados em Estabelecimentos Bancários dos Estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul (Feeb/SP-MS), Carlos Augusto “Pipoca” também lembrou que, para reduzir custos, durante a pandemia o banco entregou alguns de seus prédios e promoveu a concentração de departamentos em alguns edifícios. “Com essa redução de prédios e contração dos departamentos não há estrutura suficiente para que todas as pessoas retornem ao trabalho. Precisamos lembrar que ainda estamos vivendo em uma situação de pandemia e alguns dos prédios possuem elevadores que suportam apenas quatro pessoas em situação normal. Com pandemia apenas duas. Como vai ficar a entrada e saída destas pessoas? Elas não vão nem conseguir sair para almoçar”, observou.

O representante da Federação dos Bancários da CUT do Estado de São Paulo (Fetec-CUT/SP), Leonardo Quadros, levantou a questão de casos específicos que precisam ser analisados. “Por exemplo, um casal que ambos trabalham na Caixa e já tomaram a segunda dose, mas têm uma filha de três anos que nasceu cardiopata e, não pode ser vacinada. Se eles retornarem ao trabalho presencial, a decisão da direção da Caixa estará colocando a vida da criança em risco”, disse, ao lembrar que é muito curto o prazo dado pela Caixa para que os empregados apresentem laudos médicos e/ou outros documentos que comprovem sua situação e contestem a convocação de retorno. “Além disso, a divulgação do canal (GT de Prevenção) para que isso seja feito foi muito precária e muitos funcionários não sabem como fazer”, completou.

A coordenadora da CEE alertou que os cientistas afirmam que o retorno somente deve acontecer quando 70% da população estiver vacinada e o grupo de risco com a dose de reforço e que mães com filhos menores de um ano também devem permanecer em home office, uma vez que é muito curto o tempo para a recolocação das crianças em creches devido à falta e vagas. “E estamos falando em 70% da população, não 70% dos empregados”, ressaltou.

A representação dos empregados também cobrou que o novo protocolo seja inserido no Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) e que os gestores de unidades sejam muito bem informados com relação à orientação sobre a possibilidade de contestação do chamado de retorno para os casos específicos.

Os representantes da Caixa afirmaram que o novo protocolo, com chamada para o retorno ao presencial, é somente para os empregados do grupo de risco e nunca houve orientação para o afastamento daqueles que não fossem do grupo de risco. Esta era uma decisão de cada gestor, de acordo com a disponibilidade de seu quadro de empregados. Com relação à proibição do retorno ao presencial daqueles que se recusem a se vacinar, o banco sustenta que não existe esta orientação e que, inclusive, para o pessoal que se manteve no presencial, sempre houve a convivência entre quem estava vacinado e quem não estava.

Isso é um absurdo! A convivência entre vacinados e não vacinados era aceitável quando não havia vacina para todos. Mas, o que estamos falando é daqueles que se recusam a se vacinar e colocam em risco a vida não apenas deles, mas também a dos colegas”, disse indignado o representante da Feeb/BA-SE, Emanoel Souza.

A Caixa se comprometeu a melhorar a comunicação aos gestores e aos empregados em geral sobre a possibilidade de contestação do retorno ao presencial com o GT de Prevenção em até cinco dias, que situações excepcionais podem ter avaliação do próprio gestor e reforçou que os pedidos de análise podem ser feitos pelo serviços.caixa. Também disse que vai analisar a questão dos prédios sem estrutura para receber os empregados, além disso, disse que pode estudar como proceder com empregados que se negam a se vacinar, no entanto, alegou não poder proibir o retorno deles ao trabalho caso eles queiram retornar.

Contratações

“A segurança para o retorno ao trabalho presencial é um ponto muito importante. Sabemos que os colegas que estão na linha de frente nas agências estão sobrecarregados e pedem para que haja aumento do efetivo de trabalho, mas essa é uma questão que queremos resolver com a contratação de mais empregados, não colocando em risco a vida daqueles que têm alguma comorbidade e que, por isso, foram afastados”, disse Fabiana ao cobrar os números de contratações realizadas em 2021 e especificamente aquelas realizadas depois de agosto, quando o Ministério da Economia autorizou o aumento do efetivo da Caixa.

A Caixa informou que no primeiro semestre de 2021 foram contratados 2.800 novos empregados. De agosto até 25/10 foram contratados outros 1.500. A portaria do Ministério da Economia, publicada em agosto, autoriza a contratação de mais 3.300 novos empregados, aproximadamente.

“Precisamos que estas contratações sejam realizadas o mais rápido possível para desafogar os empregados que estão sobrecarregados, sem colocar em risco aqueles que têm necessidade de se manterem afastados até que haja segurança para o retorno ao presencial”, cobrou a coordenadora da CEE.

GDP

O ponto mais polêmico da reunião foi o debate sobre as novas medidas do programa de Gestão de Desempenho de Pessoas (GDP) implementadas em 2021. Segundo a representante da Caixa, o movimento sindical não concorda com a GDP por uma questão ideológica.

Para a coordenadora da CEE, a maior preocupação é com o reflexo da GDP na carreira dos trabalhadores. “Hoje aqueles que não têm avaliação, são muito novos, são impedidos até de fazer o processo de seleção interna e não têm possibilidade de concorrer às vagas existentes. São reflexos graves na vida dos trabalhadores. Isso não é questão ideológica, mas o fato de que, a cada ano, a GDP apresenta mais retrocessos, mais pontos de prejuízos aos empregados”, disse.

Fabiana disse ainda, que, apesar de o movimento sindical discordar da GDP, sabe que se trata de um mecanismo que o banco utiliza para gestão. “Ao contrário do que pensa o banco, queremos discutir sim a GDP. Se o banco vai utilizar esta ferramenta para a gestão do desempenho de seus empregados, queremos discutir formas para que a ferramenta não seja utilizada para o assédio, o ranking, enfim, como forma de medir apenas a capacidade de venda de produtos, sem avaliar o desempenho como um todo”, disse.

A Caixa informou que o banco fez uma pesquisa na qual os entrevistados disseram concordar com a GDP, seus mecanismos e apontaram problemas pontuais. Disse também o que o banco quer com a GDP e como funcionam os novos mecanismos de “gestão” implementados agora em 2021. Segundo uma representante da Caixa, o banco quer que seus empregados tenham “valores empresariais” e a “curva forçada”, visa mudar a cultura de trabalho e aumentar o interesse de ascensão profissional, ao ajudá-lo a se comparar com os demais.

Para a Caixa a GDP traz clareza ao trabalho e que a cartilha de sua aplicação prevê parâmetros para calibrar os objetivos para cada uma das funções e os gestores estão sendo preparados isso. O banco defende que o resultado da GDP não refletia o real desempenho dos empregados e, por isso, aplicaram a “curva forçada”, que visa gerar mudança cultural no sistema de avaliação. A Caixa disse ter ciência de que a curva é um instrumento atrasado.

A CEE disse que o problema do modelo não é pontual, como a direção do banco quer fazer parecer, mas sim estrutural. Disse que a mudança cultural, que os representantes do banco admitem que pretendem promover, é uma violência com os empregados, e que, como efeito, os está levando ao adoecimento.

O representante da Federação dos Bancários do Estado do Rio de Janeiro (Federa/RJ), Rogério Campanate, foi taxativo ao falar sobre a curva forçada. “É um mecanismo retrógado, que parte do princípio que 5% não atende aos requisitos exigidos pela Caixa, que na verdade tratam-se apenas de apontar quem vende e quem não vende. É um mecanismo que reforça e abre possibilidades para o assédio moral e o ranking de pessoas, que é proibido pela nossa Convenção Coletiva”, observou o dirigente da Federa/RJ.

Para a CEE, o resultado da “curva forçada”, nos locais em que foi implementada, foi a desagregação das equipes e a piora do clima organizacional, lembrando que a mesma foi abandonada pelo mercado e que a mesma foi criada para demitir pessoas. “Os empregados estão revoltados com esta ‘curva forçada’, que acaba sendo uma fonte de assédio moral institucionalizada pela empresa. A Caixa precisa lembrar que seus empregados são concursados e, por mais que o governo tenha tentado acabar com a estabilidade, ela ainda existe. Não adianta querer forçar os empregados a empurrar produtos desnecessários para os clientes”, disse indignado o representante da Feeb/BA-SE.

O representante da Federa/RJ lembrou que existem casos de suicídios de trabalhadores, que não se enquadraram ao que o mercado lhes forçava a fazer. “Vocês querem trazer essa realidade para dentro da Caixa?”, questionou, reforçando que a ferramenta é imposta pela empresa.

A CEE também questionou qual é a preparação dada aos gestores e chefes de departamento com relação à aplicação da GDP, já que há exemplos de “objetivos Smart” de caixas maiores do que os de gerente de varejo. A CEE lembrou, ainda, que não há nenhuma forma do empregado validar o que foi estipulado pela chefia como objetivo que ele deve cumprir e questionou se o acordo de desempenho deveria ser acordado entre banco e empregado. Como a Caixa respondeu que sim, a CEE questionou, porque há um item que é obrigatório na rede, que é o Time de Vendas (TDV). Disse existir inúmeros casos em que os objetivos foram lançados sem a ciência do empregado e outros em que, após o lançamento, a chefia alterou sem que o empregado soubesse da alteração.

A Caixa disse que a validação pelo empregado, pode ser avaliada pela empresa.

A representação dos empregados apontou ainda casos de chefias de agências, com autorização de superintendentes, que têm feito ranking de funcionários e inclusive colocado tais rankings em grupos nas redes sociais e chats privados de comunicação (WhatsApp) e utilizado a ferramenta de “sprints” para forçar a “venda casada” de produtos aos clientes sem que os mesmos tenham necessidade. “Uma dos exemplos da pressão que os empregados tem sofrido é o incentivo de a fazer a chamada ‘troca com troco de seguro prestamista’, prática que prejudica todas as partes envolvidas. Se houver um sinistro ou uma reclamação, quem pode responder pela prática é o empregado, já que a posição oficial dos representantes da empresa na mesa é que a prática não é orientação e que é irregular”, apontou Leonardo Quadros, da Fetec-CUT/SP.

Outra representante da Caixa defendeu a posição do banco dizendo que “precisamos passar pela curva forçada para avançar na questão do desempenho”. Um terceiro integrante da representação da Caixa agradeceu os apontamentos trazidos pela representação dos empregados e disse que não é intenção da Caixa usar os mecanismos para assédio, promoção de rankings entre empregados, ou forçar o cumprimento de metas irá reforçar a comunicação com os gestores para que estas práticas não sejam realizadas.

A CEE discordou da posição da Caixa. “As entidades tem recebido muito mais reclamações sobre o modelo da GDP imposto pela direção do banco neste ano que recebeu nos anos anteriores. Disseram que realizaram uma pesquisa entre os empregados antes de implementar este modelo, mas, pelas reclamações que temos recebido, não devem ter implementado nenhuma sugestão dos empregados ouvidos nesta pesquisa”, ponderou Leonardo Quadros, que além de representante da Fetec-CUT/SP é presidente da Associação do Pessoal da Caixa do Estado de São Paulo (Apcef/SP).

“Nossa sugestão é fazermos uma pesquisa conjunta sobre o programa de Gestão de Desempenho de Pessoas e os mecanismos utilizados por ele. Se a Caixa quer mesmo saber o que os empregados acham da GDP e valoriza tanto nossos apontamentos, vamos juntos construir uma pesquisa e ouvir o que os empregados têm a dizer”, sugeriu a coordenadora da CEE.

Continuidade das negociações

A próxima reunião de negociações não foi marcada. O banco entrará em contato com a coordenação da CEE durante a próxima semana para agendar a nova data.

Fonte: Contraf-CUT

A parceria entre o Banco do Brasil, Cassi e a Vittude, desenvolvedora de ferramentas de inteligência artificial e atendimento psicológico on-line, preocupa as entidades sindicais e de defesa das trabalhadoras e trabalhadores do BB. “Sempre defendemos a ampliação da oferta de atendimento psicológico na Cassi, mas essa decisão de terceirizar o atendimento, de modo on-line e, ainda, sem dialogar com o movimento sindical, nos deixou em alerta”, pontuou João Fukunaga, coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB).

“A parceria sequer foi apresentada ou discutida com as equipes técnicas da Cassi, o que representa risco para a evolução do modelo baseado na Atenção Integral. Foi uma iniciativa do Banco do Brasil que, depois, envolveu a Cassi. Os dirigentes da Cassi acabaram se submetendo, mais uma vez, às decisões do BB, aceitando a contratação sem uma discussão ampla com os próprios associados”, observou Fernanda Carisio, ex-presidenta do conselho deliberativo da Cassi.

“Mais uma vez a Cassi está vendendo os associados, principalmente, os da ativa, ao permitir acesso aos dados de pacientes adoecidos. É muito triste ver a diretoria eleita da Cassi fazendo esse papel escuso”, lamentou ainda João Fukunaga.

Na divulgação da parceria, o BB e a Cassi afirmaram que o acordo com a Vittude faz parte do pilar Apoio Psicológico do Programa Saúde Mental, “que está sendo bem recebido por todos os funcionários”. Entretanto, Fukunaga contestou essa informação, uma vez que a contratação da Vittude foi realizada por debaixo dos panos, colocando em risco a proposta original do Programa Saúde Mental: “Essa decisão de terceirizar um serviço que já existe na Cassi não foi dialogada com os associados. Sempre cobramos a ampliação do atendimento psicológico nas mesas de negociação, mas com a interveniência da Cassi neste processo. Agora, quais são os riscos de arquivamento e compartilhamento de informações pessoais das trabalhadoras e dos trabalhadores, em se tratando de uma empresa terceirizada e que tem um contrato 100% pago pelo banco?”, questionou o coordenador da CEBB.

“A questão dos dados é séria, ainda mais se considerarmos que não houve discussão com as equipes técnicas da própria Cassi. É provável que exista um termo de confidencialidade assinado pelas partes, isso é, pelo BB e a terceirizada, mas isso, por si só, não garante a preservação das informações de saúde dos associados”, analisou Fernanda.

Programa Saúde Mental

O Programa Saúde Mental (PSM) da Cassi tem mais de 20 anos. “Começou com a criação de portas de entrada para a saúde mental, a partir de estruturais locais montadas nas unidades Cassi. Esse modelo está evoluindo para trabalhar com Linhas de Cuidado, organizadas para atender aos problemas mais prevalentes entre os funcionários do Banco”, conta Fernanda Carisio, questionando em seguida: Por que não investir num programa maduro e consistente, operado pelos profissionais da própria CASSI?.”

O PSM não nasceu por acaso, mas de uma necessidade cada vez maior de atender a demanda de trabalhadores e trabalhadoras do BB. Um estudo recente do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), abordado no texto “Suicídios na categoria reforçam necessidade de medidas protetivas”, revelou que, entre 2012 e 2017, os bancos foram responsáveis por 15% dos afastamentos por causas mentais entre todos os setores de atividade econômica. Quando se trata de depressão, a proporção no período aumentou para 16%. O levantamento apontou ainda que, de 2009 a 2013, houve uma elevação de 70,5% dos casos de Transtorno Metal entre os bancários, contra 19,4% nas demais categorias.

Fernanda explicou que as CliniCassi estão equipadas com profissionais preparados para a condução das ações em Saúde, incluindo psicólogos, enfermeiros e assistentes sociais, além de psiquiatras nas CliniCassi de maior porte. “As ações de Saúde das CliniCassi são baseadas na Atenção Primária e contam com o suporte de parceiros especializados na rede de prestadores de serviços que atuam dando prosseguimento aos tratamentos do paciente”, completou.

Atualmente, no Plano Associados da Cassi existe a cobrança de coparticipação equivalente a 40% no valor das consultas. “Nas mesas de negociação temos pedido, reiteradamente, que o banco arque integralmente com os custos dos atendimentos psicológicos em caso de adoecimento mental decorrente do trabalho”, destacou Fukunaga. “É curioso que o banco que oferece, agora, atendimento psicológico gratuito, on-line, por uma terceirizada, é o mesmo que prejudica a saúde dos trabalhadores impondo metas diárias, mesmo diante da pandemia, em uma situação na qual várias agências estão desfalcadas”, observou.

Outro dado abordado no artigo “Suicídios na categoria reforçam necessidade de medidas protetivas”, publicado aqui no site da Contraf-CUT, e que reforça a crítica de Fukunaga contra o BB, é que as condições precárias de trabalho, somadas ao baixo poder de decisão sobre as tarefas, aumentam em 77% a possibilidade de o trabalhador cair em depressão. A conclusão é da pesquisadora Llorens Serrano, da Universidade Autônoma de Barcelona e do Instituto Sindical de Trabalho, Ambiente e Saúde (ISTAS), após metarrevisão de 72 estudos mundiais, produzidos nos últimos dez anos.

Fonte: Contraf-CUT

Os bancários do segmento de veículos (novos, usados, leves, pesados, motos, mesa de crédito e afins) do Itaú aprovaram, em assembleia virtual realizada na última segunda-feira (25), o Acordo Coletivo de Trabalho negociado para regulamentação de jornada extraordinária (sábados, domingos e feriados), com vigência de dois anos, a contar a partir de 1º de julho de 2021. Três sindicatos vão realizar novas assembleias: Espírito Santo, Niterói e Brasília.

Até o momento, o índice de aprovação foi de 79,10%. Em razão da pandemia do novo coronavírus (Covid-19), a assembleia foi realizada virtualmente (on-line), durante todo o dia.

Fonte: Contraf-CUT

O Banco Santander obteve lucro líquido gerencial de R$ 12,467 bilhões nos nove primeiros meses de 2021, crescimento de 29,4% em relação ao mesmo período de 2020 e de 4,1% no trimestre, e uma rentabilidade (retorno sobre o Patrimônio Líquido Médio Anualizado – ROE) de 22,4%, alta de 1,4 ponto percentual (p.p.) em doze meses. De julho a setembro deste ano, o lucro líquido do banco no país atingiu R$ 4.340 bilhões, 27,6% do lucro global, que foi de € 6.379 bilhões, alta de 87% em doze meses e 25% no trimestre.

“Com essa pandemia e um governo que não faz nada para alavancar a economia, o Brasil está em frangalhos. Mas, o Santander está forte e continua assuntando os funcionários com metas abusivas e cobranças absurdas”, disse o secretário de Assuntos Socioeconômicos e representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) nas negociações com o banco, Mario Raia.

Extensão de horário e sobrecarga de trabalho

“Para se ter uma ideia, o Santander foi o primeiro a retomar o funcionamento das agências em horário normal. O resultado é a concentração de usuários de serviços bancários após às 14h no Santander, uma vez que os demais bancos encerram o expediente às 14h. Isso tem ocasionado filas enormes, com aglomerações de clientes e sobrecarga de trabalho aos funcionários. Tudo isso em plena pandemia”, observou o dirigente da Contraf-CUT.

O cliente paga a conta

Em um ano, o Santander fechou 139 agências e 35 postos de atendimento bancário (PABs), o que gera economia com a manutenção de sua estrutura. Mas, mesmo assim, a receita com prestação de serviços tem aumentado. Em 12 meses, a renda obtida com tarifas bancárias cresceu 7,9%, totalizando R$ 14,4 bilhões, o que é suficiente para que o banco cubra mais do que dobro de todas as despesas que tem com seus funcionários.

“O tamanho das filas mostra que não há quantidade suficiente de funcionários no atendimento. O cliente, que é quem paga a conta, é prejudicado. A receita com tarifas mostra que o banco poderia dobrar o número de pessoas para atender a demanda”, observou Mario Raia.

Em setembro de 2021, as receitas com tarifas seriam suficientes para pagar todas as despesas com os funcionários e ainda sobraria 113,14% do valor. E esta é uma arrecadação ínfima obtida pelo banco se comparada a que ele obtém com as demais transações financeiras.

Carteira de Crédito

Por exemplo, a Carteira de Crédito Ampliada do Santander no país, que teve alta de 13,1% em doze meses e de 3,2% no trimestre, atingiu R$ 526,5 bilhões (desconsiderando-se o efeito da variação cambial). As operações com pessoas físicas cresceram 21,3% em doze meses, chegando a R$ 200,2 bilhões, com crescimento em todas as linhas e impulsionadas, especialmente, pelo crédito imobiliário (+26,1%), por Leasing / Veículos (+25%) e por crédito pessoal / outros (+24,9%). Com a Carteira de Financiamento ao Consumo, originada fora da rede de agências, o banco somou R$ 63,3 bilhões, com alta de 9,1% em relação a setembro de 2020. Do total desta carteira, R$ 57,2 bilhões, ou 90,4%, referem-se aos financiamentos de veículos para pessoa física, apresentando aumento de 7,9% em doze meses. O crédito para pessoa jurídica cresceu 7,2% em doze meses, alcançando R$ 186,8 bilhões. O segmento de pequenas e médias empresas cresceu 17,3% no período e o de grandes empresas, 2,8%.

O Índice de Inadimplência Total superior a 90 dias, incluindo Pessoa Física e Pessoa Jurídica, ficou em 2,4%, com alta de 0,3 p.p. em comparação aos nove primeiros meses de 2020. Já as despesas com provisões para créditos de liquidação duvidosa (PDD) foram reduzidas em 15,3%, totalizando R$ 11,4 bilhões.

“Sabe aquela desculpa que os bancos dão para cobrar altas taxas de juros no país? Quando se vê que o índice de inadimplência é de apenas 2,4%, percebemos que é desculpa esfarrapada. Querem lucrar mais e mais, mesmo com o país em crise e os brasileiros passando fome”, criticou Mario Raia. “Para conseguir isso, exigem muito esforço de seus funcionários. Quem vê o bancário vestido de roupa social, todo arrumadinho, não sabe o que ele sofre para cumprir as metas que lhes são impostas e manter seu emprego”, concluiu.

Fonte: Contraf-CUT

A Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Banco Mercantil do Brasil se reuniu com a direção do banco na tarde desta quarta-feira (27) para continuar a negociação pelo fim das demissões e por melhores condições para os trabalhadores que permanecem no banco. No mês de outubro, dezenas de bancários foram demitidos, enquanto o lucro do banco passou dos R$ 100 milhões nos seis primeiros meses do ano.

Houve um avanço em relação à última reunião, realizada no dia 22 de outubro. O banco acenou com a possibilidade de majorar o valor da requalificação, para R$ 2.200 para cada funcionário desligado e aumentar mais seis meses a garantir de plano de saúde, além do prazo previsto pela Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), após a demissão.

Os representantes dos trabalhadores reivindicaram vales refeição e alimentação por dois meses depois do desligamento. Além de seguro de vida para os demitidos. O banco ficou de retornar sobre as demandas, na próxima reunião, agendada para o dia 4 de novembro, às 14 horas.

O coordenador da COE do Mercantil do Brasil, Marco Aurélio Alves, explicou que “a nossa luta é pela manutenção do emprego. A gente entende a importância da indenização para quem está saindo, mas o que queremos é que mais ninguém seja demitido. Por isso, queremos que os trabalhadores que foram dispensados sejam reaproveitados, pois eles têm muita capacidade para colaborar com o crescimento do banco.”

Nesta quinta-feira (28), bancários de todo o país participam de um tuitaço contra a transformação de agências em Postos de Atendimento Avançado (PAAs) e a demissão de centenas de funcionários e funcionárias com mais de 30 anos, que não conseguem planejar seu futuro dentro da empresa. Para participar, basta fazer pelo menos uma postagem entre 11h e 12h com as hashtags #MercantilSemCompromisso e #MercantilSemCompromissoComVocê.

Fonte: Contraf-CUT

Sindicatos de bancários de todo o país realizam assembleias dos empregados da Caixa Econômica Federal nesta quinta (28) e sexta-feira (29) para a deliberação sobre a proposta de modelo de gestão e custeio do Saúde Caixa, construída em mesa de negociações com o banco. O Comando Nacional dos Bancários orienta a aprovação da proposta que será deliberada nas bases dos sindicatos que compõem o Comando.

“É importante que todos os sindicatos se empenhem pela aprovação da proposta construída durante uma longa negociação realizada pelo GT específico do Saúde Caixa e pela Comissão Executiva dos Empregados (CEE) que assessora a Contraf-CUT e o Comando Nacional nas negociações com o banco. Ela mantém os princípios de solidariedade e do pacto intergeracional, o que impede que os empregados que ganham menos, com mais idade e aposentados sejam impedidos de permanecer no plano devido ao aumento das mensalidades que teriam que pagar se estes princípios não fossem mantidos”, afirmou a coordenadora do Comando Nacional dos Bancários, Juvandia Moreira, que também é presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT). “Precisamos considerar, inclusive, a atual conjuntura e trabalharmos para que num futuro próximo haja mudança neste cenário e a gente possa voltar a negociar em melhores condições para poder melhorar para os empregados o modelo de custeio”, completou.

A deliberação será por sistema de votação eletrônico (https://bancarios.votabem.com.br/) disponibilizado pela Contraf-CUT. Entre os sindicatos que compõem o Comando Nacional dos Bancários, apenas nas bases do Espírito Santo, Bahia, Sergipe e São Paulo, Osasco e Região votam por outro link, em sistema próprio. Assim, no dia da assembleia, cada empregado deverá acessar o link acima, ou os sites destes sindicatos e procurar o link de votação.

Quem pode e como votar

Todo empregado da ativa, aposentado, ou pensionista participante do Saúde Caixa tem direito ao voto. Basta acessar o link, inserir seu número de matrícula (sem o zero à esquerda e sem o dígito) e o sistema apresentará três nomes. Clique sobre o próprio nome. Depois é só votar.

“Votam todos os titulares do Saúde Caixa sendo ativos, aposentados e pensionistas. O voto será sim, não ou abstenção. O Comando Nacional dos Bancários defende o voto SIM nas bases dos sindicatos que compõem o Comando, pois a proposta mantém todos os princípios do plano, sem cobranças individuais de valor mínimo de acordo com faixa de idade, pois isso prejudicaria quem ganha menos e os aposentados”, defendeu a coordenadora da CEE, Fabiana Uehara Proscholdt, que também é secretária de Cultura da Contraf-CUT. “Se a proposta não for aprovada, a Caixa poderá aplicar os reajustes como quiser e isso inviabilizará a continuidade no plano dos aposentados e de quem ganha menos”, completou.

Resumo da proposta

Mantem o modelo atual, onde:

  • a participação da CAIXA no custeio das despesas assistenciais e administrativas limitada a 70% do montante ou ao teto de 6,50%, o que for menor;
  • mensalidade do titular no valor de 3,5% da remuneração base e uma mensalidade adicional de 0,4% para cada dependente direto cadastrado no plano, limitado ao teto de 4,3% por titular;
  • mensalidade de 0,4% para cada dependente indireto;
  • tratamentos oncológicos e internações são isentos de coparticipação;
  • coparticipação para consulta em pronto socorro / atendimento corresponderá ao valor fixo de R $ 75 (setenta e cinco reais);
  • teto anual de R $ 3.600,00 (três mil e seiscentos reais) por grupo familiar;
  • sem aumento nas mensalidades mês a mês, mas com a instituição de uma mensalidade extraordinária também sobre o 13º salário para atender a necessidade de aumento da arrecadação;
  • utilização da reserva técnica para evitar contribuições extraordinárias em caso de déficit;
  • manutenção do GT Saúde CAIXA com maior acesso a relatórios, dados, acompanhamento de credenciamento e descredenciamento com vistas a dar suporte para a mesa permanente.

Fonte: Contraf-CUT

Com inflação acima do esperado, como se viu ontem, e questionamentos na área fiscal, entre outras incertezas, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) deve aprovar outra alta forte dos juros, na reunião que termina nesta quarta-feira (27). A aposta majoritária está entre 1,25 e 1,50 ponto percentual, o que levaria a taxa básica (Selic) para até 7,75% ao ano.

O esperado sexto aumento seguido dos juros faria com que a Selic atingisse o maior nível em quatro anos. Mas os analistas acreditam que o Copom não vai parar por aí. Já se fala em taxa básica de dois dígitos até o ano que vem. Na última divulgação, a inflação oficial (IPCA) já superou os 10% em 12 meses.

Com juros mais altos, o crédito também sobe. Segundo a Associação Nacional de Executivos (Anefac), a taxa média mensal do cartão de crédito, por exemplo, está em 12,76%, ou 277,42% em 12 meses. A do cheque especial chega a 7,48% (131,78%). Isso no momento em que a renda cai. Ontem, o Dieese informou que a maioria (56%) dos acordos salariais com data-base em setembro ficaram abaixo da inflação, mantendo tendência negativa.

Outro fator que trouxe turbulência aos “aos mercados” envolveu uma possível queda de Paulo Guedes, depois da saída de quatro secretários de sua pasta. A 242ª reunião do Copom começou ontem, com análises da conjuntura e do mercado. Não se sabe se o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, consultou previamente o banqueiro André Esteves.

Fonte: Rede Brasil Atual

O Comitê Betinho conseguiu distribuir mais de 63 toneladas de alimentos, com investimentos de R$ 289.775,35, e 400 cobertores, ao custo total de R$ 11.320,00, desde o início da pandemia, em abril de 2020, através do programa Ação Contra a Fome e o Frio.

Só em setembro, o total investido foi R$ 15.751,60 transformados em 3,6 toneladas de alimentos. A Ação Contra a Fome e o Frio arrecada recursos para comprar alimentos, produtos de limpeza e cobertores que são entregues a entidades voltadas às pessoas em situação de vulnerabilidade. No mês de setembro foram apoiadas as seguintes organizações: Missão Belém, Sopa Fraterna Laércio Lopes, Casa de Caridade, Pastoral do Povo da Rua Diocese de Guarulhos, Missão Belém e Reciclázaro.

A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) apoia os projetos de solidariedade e cidadania do Comitê Betinho, fundando em novembro de 1993 por funcionários do antigo Banespa (hoje controlado pelo Santander) e inspirado na Ação da Cidadania contra a Fome, a Miséria e pela Vida, idealizada pelo sociólogo Herbert de Souza, o Betinho.

Como doar:

1 – Doação em conta corrente:
Titular
Ação da Cidadania – Comitê Betinho
CNPJ: 02.336.848/0001-11

Banco do Brasil
Agência: 0018-3
Conta Poupança: 85406-9
(No caixa eletrônico usar variação 51)

Bradesco
Agência: 3003-1
Conta Poupança: 1008818-6

Caixa
Agência: 1004
Conta Poupança: 013-97707-8

Itaú
Agência: 7657
Conta Poupança: 13753-0/500

Santander
Agência: 0001
Conta Corrente: 13-027407-9

Fonte: Contraf-CUT

Condições de trabalho foi o tema da reunião de negociação entre a Comissão Executiva de Empregados (CEE) da Caixa Econômica Federal e o banco, ocorrida nesta sexta-feira (22). A pauta sugerida pelos representantes dos trabalhadores aborda o dia a dia dos empregados. O retorno ao trabalho presencial e o protocolo contra a Covid-19 também foram assuntos do debate.

A reunião foi aberta com uma crítica feita pela coordenadora da CEE, Fabiana Uehara Proscholdt. “Assuntos tão importantes não podem ser postergados como a Caixa tem feito. Isso gera insatisfação e reforça o sentimento de muitos colegas que estão largados à própria sorte, tendo que cumprir o que é determinado sem ter todos os recursos à disposição para realizar o trabalho e estão, ainda por cima, adoecendo”, destacou.

A CEE também cobrou uma posição sobre a eleição do Conselho de Administração. Até o momento não houve a divulgação da comissão eleitoral nem calendário de atividades. Fabiana Uehara alertou sobre o prazo da realização do pleito, que deve ocorrer em até 150 dias do vencimento do atual mandato.

O Interaxa

A ferramenta de interação com o cliente por meio do whatsapp, também foi amplamente debatido na reunião. Os empregados têm relatado dificuldades no atendimento devido à necessidade de domínio de diferentes assuntos para prestar esclarecimentos ao cliente. Muitas vezes necessitam de suporte dos gerentes, que também estão em atendimento. Há queixas sobre a simultaneidade no atendimento pela ferramenta e presencial e sobre o horário de funcionamento, que ultrapassa a carga horária de trabalho.

O banco sugeriu algumas possibilidades para solucionar o problema, como a realização do atendimento presencial intercalado com o do Interaxa, mas recebeu críticas dos integrantes da Comissão. “Tenho a impressão que o banco não entendeu os motivos que justificam nossa insistência em cobrar mesa de negociação para tratar esse assunto. Se pautamos é porque os empregados não estão conseguindo resolver o problema. O planejamento e as soluções apontadas pelo banco não refletem a realidade diária dos empregados, que devem fazer várias coisas ao mesmo tempo. Isso é desumano, assédio moral e as pessoas estão adoecendo por causa disso”, ressaltou Rogério Campanate, representante da Federação das Trabalhadoras e Trabalhadores do Ramo Financeiro do Rio de Janeiro (Federa-RJ).

Na opinião de Carlos Augusto Silva (Pipoca), representante da Federação dos Empregados em Estabelecimentos Bancários dos Estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul (Feeb/SP-MT), “a raiz do problema é a falta de empregados nas agências”, e sugeriu que os empregados que atendem pela ferramenta fiquem em local separado do atendimento presencial. O banco respondeu que vai avaliar a sugestão.

Equipamentos precários

Os representantes dos empregados cobraram a substituição dos materiais de trabalho como computadores, mouses, teclados e outros equipamentos periféricos danificados ou com péssimas condições de uso. Segundo o banco, haverá o acionamento das equipes regionais para a troca dos dispositivos.

Certificado digital para recém-admitidos

Empregados admitidos recentemente reclamaram da dificuldade em cumprir determinadas rotinas por não conseguirem obter o certificado digital. A Caixa avisou que o problema foi resolvido no dia 20.

Manutenção das equipes de apoio

Fabiana Uehara solicitou a continuidade dos serviços de vigilantes, recepcionistas, “posso ajudar?”, contratados em função do pagamento do auxílio emergencial. “Este quadro de pessoal ajuda muito no dia a dia das unidades e dá segurança aos empregados. Sem ele também há um prejuízo na triagem e organização do atendimento nas agências. A Caixa respondeu que os ajustes estão sendo realizados e que este pessoal foi contratado temporariamente. A Comissão cobrou que a empresa reveja estes ajustes.

Registro de ponto

Sobre os problemas no registro de início da jornada e volta do intervalo, a Caixa admitiu as falhas e informou que já há um projeto piloto para testar uma aplicação simplificada para facilitar o acesso aos sistemas de RH. O teste deve começar em novembro.

Retorno ao horário normal bancário

A Caixa informou que esse ponto já era item cobrado em reuniões anteriores e que o retorno será no dia 23 de novembro. A Comissão reforçou que o assunto deveria ser tratado na reunião e valorizado em rodada de negociação, já que era uma pauta recorrente.

Acesso ao Rede Caixa nas estações financeiras

A Caixa informou que vai atualizar a versão do sistema para regularizar o acesso. A Comissão sugeriu que nestas estações também seja possível acessar os manuais normativos.

Transferência de gerentes PJ

A CEE questionou a movimentação dos gerentes de conta PJ e a Caixa disse que responderá isso na próxima reunião.

Retorno presencial

Um dos assuntos de muito debate foi o retorno presencial dos trabalhadores em home office às agências, anunciado pela Caixa em uma live aos empregados na quinta-feira (21). A coordenadora da Comissão criticou a tomada de decisão sem qualquer debate com a representação dos empregados. “O retorno presencial e o novo protocolo contra Covid-19 deveriam ter sido discutidos em mesa de negociação, como foi feito com o home office no início da pandemia. Inclusive isso foi reforçado em reuniões com a Fenaban. O debate aqui envolve proteger vidas”, destacou. “Qualquer protocolo de retorno deveria ser feito somente quando 70% da população estivesse com o quadro vacinal completo. Não basta os empregados estarem vacinados. Isso é, inclusive, a recomendação dos cientistas”, acrescentou Fabiana Proscholdt.

Os membros da CEE apontaram algumas falhas no protocolo. O representante da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe (Feeb/BA-SE), Emanoel Souza, sugeriu o retorno dos empregados do grupo de risco somente após a dose de reforço. “Não estamos defendendo o home office eternamente, mas precisamos de mecanismos que garantam o retorno seguro e a saúde dos empregados”.

O representante da Federação dos Bancários da CUT do Estado de São Paulo (Fetec-CUT/SP), Jorge Luiz Furlan, relatou a vulnerabilidade dos empregados com deficiência auditiva, já que precisariam pedir ao cliente para retirar a máscara para fazer a leitura labial durante o atendimento. O dirigente solicitou a garantia de que estes trabalhadores não vão fazer atendimento ao público e foi atendido pelos representantes do banco.

Outro questionamento de Furlan diz respeito à assinatura obrigatória do Termo de Imunização Covid-19 para aqueles que vão retornar. Em documento, a Caixa afirma que “a vacinação é um ato facultativo, conforme garantias constitucionais”. “Na live de ontem não ficou claro se os empregados não vacinados vão voltar ao trabalho presencial. Isso tem causado muita preocupação. Quem se vacinou será obrigado a trabalhar ao lado de quem optou por não tomar a vacina?”, questionou Furlan.

Em resposta, o banco garantiu que os não vacinados não retornarão neste momento e que estes casos serão estudados e divulgados posteriormente. O banco também informou que nos casos não previstos no protocolo divulgado, o gestor deve acionar o Grupo de Trabalho de Prevenção, coordenado pela área de Pessoas.

Em razão do tempo, não foi possível debater outros assuntos de grande importância para os empregados. A coordenadora solicitou uma nova rodada de negociação já na próxima semana para tratar dos seguintes assuntos – Gestão de Desempenho de Pessoas (GDP), Programa de Qualidade de Vendas (PQV), Participação nos Lucros ou Resultados (PLR), Promoção por mérito, Cross-Selling, assédio (inclusive o gerador de Sprints como mais uma ferramenta que pode resultar em assédio) e outros.

Fonte: Fenae, com edições da Contraf-CUT

Desde o dia 4 de setembro, o banco Santander voltou a abrir suas agências das 9h às 10h para atendimento prioritário e das 10h às 16h para o público em geral. Nenhum outro banco retomou o horário de atendimento pré-pandemia. A medida foi tomada sem qualquer tipo de negociação com a representação dos trabalhadores.

“Na ocasião lamentamos a atitude do banco, mostramos nossa discordância e alertamos que isso prejudicaria os funcionários, que estariam mais expostos ao vírus da Covid-19. Menos de um mês após a medida, já constamos grandes filas nas agências após às 14h, quando os demais bancos já estão fechados ao público. Isso causa aglomerações e aumenta ainda mais os riscos para clientes e funcionários”, alertou o secretário de Assuntos Socioeconômicos e representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) na mesa de negociações com o banco, Mario Raia.

O dirigente da Contraf-CUT lembrou, ainda, que o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) dos funcionários determina que, qualquer medida que tenha consequências diretas no dia a dia de trabalho, deve ser negociada com o movimento sindical, se referindo ao Comitê de Relações Trabalhistas, previsto na cláusula 35 do ACT, que em seu parágrafo primeiro define que as demandas do Santander e dos empregados, que não tratem de questões econômicas e de interesse local dos sindicatos, deverão ser encaminhadas através do Comitê.

Pioneiro

A volta da abertura das agências até às 16h era uma pauta que estava sendo debatida entre os bancos que fazem parte da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), mas não houve consenso e o encaminhamento foi de que a medida seria tomada de forma individual.

“O Santander, como sempre, é o pioneiro entre os bancos nestas questões que podem causar algum dano aos trabalhadores. O banco não tem medo de mostrar que não se importa com o que possa acontecer com seus funcionários. A única coisa que importa é o lucro”, lamentou o dirigente da Contraf-CUT.

Uma pesquisa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) avaliou as condições de teletrabalho da categoria após mais de um ano de duração dessa modalidade neste período de pandemia de Covid-19. Mais de 13 mil bancárias e bancários responderam ao questionário, que aponta maior incidência de diagnóstico positivo de Covid-19 (38%) entre os que permaneceram no trabalho presencial do que entre aqueles que passaram à modalidade em home office (23%). Chamou a atenção o fato de que o banco que menos colocou trabalhadores em teletrabalho foi o que mais teve registros de contaminação.

Fonte: Contraf-CUT