Julho 09, 2025
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Os bancos fecharam 9.463 postos de trabalho no país entre janeiro e dezembro 2019, de acordo levantamento realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Segundo o Dieese, o setor bancário acumula um saldo de 70.069 postos de trabalho desde 2013, quando os saldos negativos se tornaram uma constante a cada mês. Nestes 96 meses, o saldo foi positivo somente em 23.

Os estados com as maiores reduções de postos de trabalho do ano foram São Paulo (-2071), Rio de Janeiro (-1.973), Rio Grande do Sul (1.251) e Distrito Federal (-1.076 postos). No Pará, houve maior número contratações do que de demissões e o saldo ficou positivo em 247 postos.

Faixa etária

A abertura dos postos bancários ficou concentrada na faixa entre 18 e 29 anos, com criação de 12.454 postos de trabalho. Acima de 30 anos, todas as faixas apresentaram saldo negativo, com destaque para a faixa de 50 a 64 anos, com fechamento de 13.202 postos.

Outra constatação que pode ser feita a partir da análise da tabela é a redução dos salários dos novos contratados na comparação com os demitidos. A remuneração média dos demitidos era de R$ 7.138,00, a dos admitidos de R$ 4.564,00.

Desigualdade de gênero

O levantamento do Dieese aponta ainda que as 16.400 mulheres admitidas receberam 75,7% a menos do que os 19.100 homens admitidos no mesmo período. A diferença de remuneração entre homens e mulheres permanece durante toda a carreira, até o desligamento do banco. As 22.063 mulheres desligadas dos bancos recebiam, em média, 74,2% da remuneração média dos 22.900 homens desligados dos bancos no período.

A análise do Dieese ainda apresenta dados sobre os tipos de desligamentos ocorridos no período. Leia a análise na íntegra.

Fonte: Contraf-CUT

O mercado de trabalho formal, que deveria ofertar postos de trabalho com melhor qualidade, é que o mais vem sendo precarizado nos últimos dois anos. A análise é do diretor técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio, em entrevista ao jornalista Glauco Faria, da Rádio Brasil Atual, sobre os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados nesta sexta-feira (24) pelo Ministério da Economia.

De acordo com o balanço, depois dos últimos três anos em queda, o mercado formal mostrou crescimento na criação de postos de trabalho com carteira assinada em 2019: foram pouco mais de 644 mil, formando um estoque de 39 milhões de vínculos formais, um número ligeiramente superior a 2018, quando o estoque foi fechado em 38,4 milhões. No entanto, esse crescimento não veio acompanhado de um aumento na remuneração, ao contrário.

O salário de admissão em dezembro foi mais baixo do que o de igual período em 2018, caindo de R$  1.597,94 para R$ 1.595,53. Além de registrar diferença no salário de admissão para o de demissão, com média de R$ 1.785 – diferença que mostra que o mercado demite para contratar por um salário menor. Os dados do Caged ainda revelam que são as empresas com até 19 funcionários, portanto as pequenas e microempresas, que mais contratam.

Para o diretor técnico do Dieese, os dados demonstram que as contratações formais são cada vez mais com salários menores e sob formas precarizantes de contratação. “Há um conjunto muito fácil de iniciativas que faz com que, cada vez mais, o assalariamento com carteira se aproxime de toda a flexilidade e insegurança, que são presentes no mercado de trabalho informal”, explica Clemente.

Em função da “reforma” trabalhista, da terceirização e de outras mudanças, como a introdução do trabalho intermitente, modalidade que permite a contratação formal, mas não garante a remuneração para os meses que o trabalhador não é chamado pela empresa, há um gradativo aumento da precarização do mercado formal. O Caged mostra que 16,5% das vagas criadas no país foram intermitentes ou por contrato de tempo parcial, em que a jornada de trabalho é de 26 horas semanais, com restrição de hora extra, ou então 30 horas por semana, sem hora extra.

“Os dados revelam que há um processo de aumento gradativo de contratação por meio de uma formalização precarizante”, destaca o diretor técnico. “Jornadas parciais, jornadas com salários inferiores ao salário mínimo, portanto uma remuneração bastante insegura, e essas formas vêm crescendo, com a facilidade para contratar e a dificuldade para o trabalhador reivindicar os direitos trabalhistas”, contesta.

Fonte: Rede Brasil Atual

O Programa Criança Feliz, iniciado no governo Temer e continuado no governo Bolsonaro, como qualquer ação na área social, deve ser avaliado dentro do contexto em que é implementado. E o contexto, em questão, é marcado pelo severo desemprego e o desmonte dos sistemas públicos de proteção no Brasil, expresso no desfinanciamento da educação, e da saúde e assistência social, tornando as políticas públicas inócuas frente ao aumento da pobreza e da fome em todo o país.

O desenho do programa, rejeitado pelas instâncias deliberativas da política de assistência social, limita-se à contratação de um exército de “agentes sociais”, sem formação profissional especializada, sendo a maioria com nível médio, constituindo-se um programa de visitação social, sem nenhuma articulação com serviços públicos de promoção e proteção integral às crianças pequenas.

Do ponto de vista metodológico, as visitas às famílias são estéreis, restringindo-se a algumas orientações sobre estímulo e cuidados básicos, sem a existência de qualquer protocolo e/ou fluxo que assegure mecanismos de referências intersetoriais para o atendimento integral às necessidades das crianças, das famílias ou mesmo dos ambientes onde vivem

Entre equívocos conceituais e metodológicos em relação ao trabalho social com famílias, o projeto apresenta vários problemas:

1) Parte do princípio de que é melhor a criança ficar em casa com a mãe do que ir para uma creche ou equipamento de educação infantil. Na verdade, é mais barato (por isso caiu nas graças dos liberais de plantão), mas é pior para a criança, que na creche teria acesso a outros cuidados, direitos, comida, socialização etc.

Também é pior para a mãe que fica impedida de trabalhar e tomar suas decisões limitando sua atividade aos cuidados dos filhos. No caso da maioria das famílias pobres, isso implica em ter familiares com baixa escolaridade como cuidadores desta criança, e limite às possibilidades de renda e rompimento de padrões de pobreza.

2) O desmonte dos programas de creches e os cortes na educação tornam esse esforço inócuo. Se o Criança Feliz fosse um plus (uma ação adicional às garantias de serviços universais de saúde, educação, assistência social, ao direito à alimentação e qualificação dos espaços públicos favoráveis ao brincar), poderia ser considerado, mas ele tem se mostrado crescentemente um paliativo à destruição da rede de proteção social garantida pela Constituição Federal de 1988.

3) Vai na contramão da garantia de serviços de qualidade que deveriam contar com profissionais formados e com serviços continuados, como os ofertados no Suas (Sistema Único de Assistência Social), a educação infantil e os agentes comunitários de saúde.

O fato de o programa receber algum elogio, quando visto isoladamente, não reduz seu papel tóxico na destruição da rede de serviços socioassistenciais e da educação infantil, tornando válida a pergunta: pode ser feliz a criança com pais desempregados e sem renda, com fome, sem saúde, sem educação infantil, sem proteção social? Enquanto isso, mais de um milhão de crianças aguardam desesperadas que suas famílias sejam incluídas no Bolsa Família.



Tereza Campello é doutora por Notório Saber em Saúde Pública e economista. Foi ministra de Desenvolvimento Social e Combate a Fome no governo Dilma Rousseff, pesquisadora associada à Universidade de Nottingham, Reino Unido

 



Ieda Castro é assistente social, doutora em Política Social, mestra em Educação Brasileira.  Foi secretária Nacional de Assistência Social do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS)

Fonte: Rede Brasil Atual

Começaram a valer, na semana passada, as novas regras para o cheque especial, umas das modalidades de crédito com juros mais altos do mercado. De acordo com a resolução do Banco Central que instituiu a mudança, as instituições financeiras só poderão oferecer esse tipo de crédito com juros mensais de até 8% ao mês (150% ao ano). Porém, a pretextos de “reduzir juros”, os bancos poderão cobrar, a partir de agora, uma taxa de 0,25% apenas para incluir o cheque especial na conta do cliente, mesmo que ele não use.

Fica isento de tarifa quem tem até R$ 500 de limite no cheque especial. Acima desse limite, o percentual passa a ser cobrado. Nesta primeira fase, a cobrança só acontecerá para quem abrir uma nova conta. Para quem já tem cheque especial, a mudança começará a valer a partir do dia 1º de junho.

As alterações foram definidas em novembro pelo Banco Central. Até então, não havia nenhuma limitação de taxa para o cheque especial, cuja média de juros cobrada ultrapassava os 12% ao mês.

Caso o cliente possua um limite de R$ 4.000 no cheque especial, ele passa a ter que pagar uma tarifa mensal de R$ 8,75, que corresponde a 0,25% de R$ 3.500, já que os outros R$ 500 estão na faixa de isenção. Se o cliente usar o cheque especial, o valor da tarifa será descontado sobre os juros que ele terá de pagar pelo uso do crédito. Na prática, portanto, a tarifa só é cobrada para disponibilizar o serviço, desde que o cliente não use.

De acordo com a Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste), o consumidor deve ficar atento e rever o quanto tem disponível de limite de cheque especial em sua conta, para evitar pagar uma tarifa de um valor que não vai utilizar.

Outra orientação da entidade é que as pessoas evitem ao máximo o uso do cheque especial, devido ao alto valor dos juros, que só perdem para os juros cobrados no cartão de crédito, que ultrapassam os 200% ao ano.

“Muitas pessoas cometem o erro de utilizar o cheque especial como extensão de renda, por isso apesar dos juros altíssimos cobrados, ele segue como uma das modalidades de crédito mais usadas pelos correntistas que excedem o orçamento no final do mês. Porém, fica o alerta de que o cheque especial deve ser evitado ao máximo. Ele deve ser usado em situações de extrema emergência e por um curtíssimo prazo para evitar ter que contratar um empréstimo para quitar o cheque especial”, afirma a Proteste, em nota.

Ação da OAB

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) é contra a cobrança de tarifa pela disponibilização do cheque especial e ingressou na Justiça com uma ação civil pública para barrar a medida. O caso deverá ser analisado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

De acordo com a OAB, cobrar pela disponibilização de crédito não utilizado fragiliza a proteção do consumidor, além de ser ilegal e inconstitucional. Segundo dados do próprio Banco Central, do universo de 80 milhões de pessoas que possuem contas bancárias, cerca de 19 milhões podem ser afetadas com a nova mudança, por possuírem limite de cheque especial acima de R$ 500.

Fonte: Rede Brasil Atual

A Caixa Econômica Federal anunciou, nesta semana, uma nova reestruturação na rede, com a justificativa de “alinhamento da Matriz com a Rede” e “garantia do padrão na execução das diretrizes corporativas”. Pela proposta, haverá redução na quantidade das atuais superintendências regionais e a criação de outras instâncias de decisão no banco, como as superintendências executivas na rede.

“É lamentável que, mais uma vez, a empresa adote medidas que mexem com a vida funcional dos trabalhadores sem discussão com as representações deles. A indefinição provocada por medidas de reestruturações sem qualquer debate com os trabalhadores está gerando um clima de medo e insegurança no ambiente de trabalho, acarretando muitas dúvidas entre todos os bancários das áreas afetadas”, afirmou Sérgio Takemoto, Secretário de Finanças da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro e vice-presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae).

Segundo informações da direção do banco, a reestruturação reduzirá o número de Superintendências (Sure) de oito para seis (as Sure passarão a se chamar Superintendências Nacionais de Varejo – SUV). As superintendências regionais também serão reduzidas das atuais 84 para 54.

“É um desrespeito com os empregados, que estão bastante apreensivos com a notícia de mais uma etapa da reestruturação que vem sendo promovida desde 2016 e que já resultou no descomissionamento de centenas de empregados”, protesta Dionísio Reis, coordenador da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa).

O resultado da reestruturação – que já vem sendo implantada desde 2016 – é uma incógnita. Mas analisando este processo que visa a segmentação e a verticalização (priorização de clientes de rendas mais elevadas), e que prometia o fortalecimento da Caixa frente à concorrência, o que se verificou foi exatamente o contrário: o banco público perdeu mercado para os bancos privados. O Santander e o Itaú, por exemplo, ganharam espaço no mercado de crédito, com destaque para o empréstimo imobiliário.

Aliado a isso, o lucro da Caixa tem dependido cada vez menos das operações bancárias, como oferta de crédito, e mais da venda de ativos e de operações de tesouraria, como venda de títulos (ITVM), e comercialização de ações (Petrobras), ou com a imposição de um teto de gastos para o Saúde Caixa.

A direção do banco também nega que a venda de ativos significa a privatização do banco. “Na verdade, é uma sabotagem ao banco público, porque por um lado se cria uma narrativa de que a venda de ativos irá capitalizar o banco, mas por outro, se descapitaliza o banco passando para o Tesouro o capital adquirido com a venda de ativos, como o que a direção pretende com o IHCD. E vai chegar a hora de que o banco não terá mais o que vender”, alerta o dirigente.

Outra preocupação das entidades representativas dos empregados é que a reestruturação sinaliza para uma clara mudança no perfil do banco com foco nos negócios. “Nossa avaliação é de que as cobranças por metas vão aumentar e, consequentemente o assédio moral também. A empresa precisar dar estrutura para os empregadores fazerem bem o seu trabalho e isso não acontece hoje”, destaca a secretária da Cultura e representante da Contraf-CUT nas negociações com o banco, Fabiana Uehara.

Fonte: Contraf-CUT

A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) completa 14 anos no próximo domingo (26). Com oito federações e 108 sindicatos associados, a entidade coordena o Comando Nacional dos Bancários, que representa 94% da categoria em todo o país.

Para a presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira, a grande representatividade é consequência das lutas e da presença de nossas filiadas no cotidiano dos trabalhadores. “Mais do que isso, dos resultados destas lutas para os trabalhadores, que são conquistas de direitos e reajustes de salários, vales refeição e alimentação, auxílios creche e educação entre outros”, disse.

Fundação

A Contraf-CUT é resultado da luta e aprimoramento da organização sindical bancária e da retomada das entidades sindicais pelos trabalhadores, no início dos anos 1980.

O primeiro passo para uma organização alternativa e, ao mesmo tempo, mais representativa ocorreu com a criação do DNB (Departamento Nacional dos Bancários), em 1985, cuja atuação foi essencial para a primeira greve nacional (naquele ano) da categoria após o regime militar.

O DNB atuou até 1992 quando foi substituído pela Confederação Nacional dos Bancários (CNB-CUT) que por sua vez deu lugar à Contraf-CUT, em 2006, e formalmente reconhecida pelo Ministério do Trabalho e Emprego em 24 de junho de 2008.

Fonte: Contraf-CUT

Levantamentos sobre as negociações salariais de 2019 mostram que menos da metade das categorias conseguiu obter reajuste com aumento real de salários, segundo reportagem publicada na quinta-feira (23) pelo jornal Valor Econômico.

O jornal diz que, de acordo com levantamento realizado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), apenas 49,4% das negociações realizadas em 2019 entre patrões e empregados resultou em reajustes de salários com ganho superior à variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Em 2018, 75,5% das negociações conquistaram aumento real, segundo levantamento da Fipe.

Para o coordenador do boletim Salariômetro, da Fipe, Hélio Zylberstajn, as perspectivas para as negociações salariais em 2020 são pouco animadoras. “No geral, deve ser tão difícil quanto o ano passado, pelo menos.”

Os dados são semelhantes ao do levantamento realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), que aponta que 49,9% das negociações conquistaram aumento real no ano passado. No boletim “Cadernos de Negociação”, o Dieese ressalta que “mesmo com inflação baixa, apenas metade dos reajustes resultou em ganhos reais.

Para a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira, os dados de ambas as entidades confirmam o acerto da estratégia de negociação do Comando Nacional dos Bancários que, ainda em 2018, firmou uma Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), que garantiu a manutenção dos direitos da categoria até 31 de agosto de 2020 e o reajuste com aumento real nos salários e demais cláusulas econômicas da convenção de 1%, bem acima da média dos aumentos reais que, segundo o Dieese, ficou em 0,2%.

“Não fosse a estratégia do Comando Nacional dos Bancários, o aumento real e muitos direitos estariam em risco já em 2019”, disse. “Neste ano teremos que manter a mobilização e a união da categoria para obtermos sucesso em nossas negociações”, completou Juvandia, que, além de presidente da Contraf-CUT, é uma das coordenadoras do Comando Nacional da categoria.

Juvandia disse ainda que a queda dos salários e de direitos tem a ver com a política econômica neoliberal adotada pelo governo, que coloca os interesses do mercado em primeiro lugar. “Mas os bancários vão lutar por aumento real e direitos como sempre fizemos”, concluiu.

Fonte: Contraf-CUT

O Brasil se manteve no pior patamar em ranking mundial de percepção sobre combate à corrupção no setor público, pelo segundo ano consecutivo, de acordo com o Índice de Percepção da Corrupção (IPC) 2019. Com apenas 35 pontos, o pior resultado desde 2012, o país está atrás de outros como Sri Lanka, Vietnã, Timor Leste, Etiópia, Arábia Saudita e Colômbia.

Com essa pontuação baixa, o Brasil caiu mais uma posição em uma lista de 180 países, indo para o 106º lugar, a pior colocação desde o início da série histórica, em 1995. Em 2018, o país já havia perdido dois pontos e caído nove posições.

Nas primeiras cinco posições estão Dinamarca, Nova Zelândia, Finlândia, Singapura e Suécia. Nas últimas, Venezuela, Iêmen, Síria, Sudão do Sul e Somália. Produzida pela Transparência Internacional, a avaliação se dá em cima de 180 países, cuja escala vai de 0 a 100. Quanto mais próximo de 0, mais o país é percebido como altamente corrupto; mais perto de 100, o país é percebido como muito íntegro.

Causas e obrigações

A Transparência Internacional, junto com o índice, divulga também uma análise do cenário que pode ter influenciado o ranqueamento do Brasil. Para a organização, em 2019, não houve aprovação de reformas no Congresso Nacional que de fato levassem à raiz do problema da corrupção. Ao contrário, foram “poucos avanços e retrocessos em série” que marcaram o ano anterior.

Como exemplo, a organização cita “um aumento das tentativas de interferência política do Palácio do Planalto nos órgãos de controle” como o antigo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), hoje conhecido como Unidade de Inteligência Financeira (UIF), e “substituições polêmicas na Polícia Federal e Receita Federal e nomeação de um Procurador-Geral da República fora da lista tríplice”.

“O cenário só não foi menos desolador graças à forte reação da sociedade e das instituições brasileiras que conseguiram barrar alguns retrocessos significativos e garantir alguns avanços.”, aponta o relatório.

Além do cenário, a Transparência Internacional também faz recomendações aos países, de acordo com a realidade de cada um, para que o combate à corrupção seja mais eficiente. Como primeiro e mais importante fator, a organização aconselha a implementação de reformas que “ataquem as causas estruturais do problema”.

Ao Poder Judiciário e ao Ministério Público, a recomendação é agir contra a ineficiência administrativa, como “a falta de responsabilização de seus membros por mau desempenho e corrupção e os privilégios, como férias abusivas e remunerações exorbitantes, que resultam na prestação jurisdicional ineficiente, morosa e seletiva”.

Quanto ao processo eleitoral, os órgãos de controle e a Justiça Eleitoral devem coordenar juntos as eleições municipais de 2020 contra “o financiamento ilícito de campanhas e o desvio de fundos públicos sob controle dos partidos, incluindo a utilização de candidatas laranjas e novas modalidades de manipulação virtual, como uso de robôs e disseminação de fakenews”.

Fonte: Contraf-CUT

Ano novo, vida nova. Que tal transformar aquelas promessas de novos desafios e conquistas em 2020 e investir na sua qualificação profissional? A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), em parceria com o Instituto Fenae de Responsabilidade Social, oferece cursos, na modalidade de Ensino à Distância, dedicados à formação profissional e desenvolvimento de novos hobbies e gostos pessoais.

“Como falar bem em público”, “Como fazer cerveja”, “Oratória”, “Sobremesas para Confeitaria Básica”, “Cozinha Criativa”, “Espanhol Básico”, “Investimento Inteligente”, “Escrita Criativa”, “FBB150” e “Matemática Financeira com o uso da HP12C na prática” se juntam aos outros dez cursos já oferecidos.

Os cursos são gratuitos desde a inscrição e serão devidamente certificados. “Nosso objetivo é oferecer a chance de qualificação profissional aos trabalhadores e seus dependentes, sem atrapalhar muito a rotina deles, já que os cursos são à distância”, explicou Sérgio Takemoto, secretário de Finanças da Contraf-CUT e vice-presidente da Fenae.

Os interessados devem procurar seu sindicato de base para o acesso e o cadastramento à plataforma que oferece os cursos. Será permitido a realização de dois cursos simultaneamente.

Confira a lista completa dos cursos:

  • CPA 10;
  • CPA 20;
  • CEA;
  • CA 600;
  • Bancos Públicos no Brasil;
  • FBB 200;
  • Introdução ao Mundo dos Vinhos;
  • MasterMind: “Desenvolvendo uma mente poderosa”;
  • Inglês Básico;
  • Cozinha Básica;
  • Como falar bem em público;
  • Cerveja;
  • Oratória;
  • Sobremesas para Confeitaria Básica;
  • Cozinha Criativa;
  • Espanhol Básico;
  • Investimento Inteligente;
  • Escrita Criativa;
  • FBB150;
  • Matemática Financeira com o uso da HP12C na prática.

Fonte: Contraf-CUT

O relatório da auditoria realizada em contratos de empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para empresas não encontrou quaisquer indícios de corrupção nas oito operações analisadas. O banco gastou R$ 48 milhões com a consultoria Cleary Gottlieb Steen & Hamilton LLP, dos Estados Unidos, na tentativa de “abrir a caixa-preta” para encontrar possíveis subornos, corrupção ou influência indevida nas atividades do BNDES durante gestões do Partido dos Trabalhadores.

Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs), realizadas na Câmara dos Deputados e do Senado em 2015 e 2017 e comissões de apuração interna já haviam chegado à mesma conclusão. Mesmo assim, em 2018, uma das promessas de campanha do então candidato à Presidência da República, Jair Bolsonaro, era “abrir a caixa-preta do BNDES”.

Em nota, a Associação dos Funcionários do BNDES diz que o resultado das investigações “desconstroem a fantasiosa ‘caixa-preta’ do BNDES, que políticos demagogos, com objetivos eleitorais mesquinhos, e alguns atores do mercado financeiro, que visam obter vantagens com a redução de tamanho do BNDES, lamentavelmente ainda tentam incutir na opinião pública”.

O texto, assinado pelo presidente da AFBNDES, Arthur Koblitz, diz, porém, que “se as conclusões da consultoria ajudarem a redefinir o debate público sobre o BNDES, o valor gasto na sua contratação terá valido a pena. (…) Chega de perder tempo com discussões vazias e discursos demagógicos sobre supostos malfeitos completamente destituídos de evidências”.

O banco divulgou no dia 10 de dezembro que o relatório elaborado pela empresa de auditoria apontou que não foram encontradas evidências diretas de corrupção, influência indevida sobre a instituição ou pressão por tratamento diferenciado na negociação, aprovação e/ou execução das oito operações investigadas.

Fonte: Contraf-CUT