Maio 19, 2025
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A Central Única dos Trabalhadores (CUT) e outras entidades que defendem as empresas estatais e o serviço público das três esferas – federal, estadual e municipal – realizam nesta quinta-feira (10) uma mobilização nacional em defesa do setor público, contra a reforma Administrativa e pela manutenção do auxílio emergencial de R$ 600. Atos, carreatas, panfletagens e intervenções culturais estão sendo realizados em todo o país, respeitando todos os protocolos de segurança e distanciamento social para evitar a disseminação do novo coronavírus.

As atividades continuam nesta sexta-feira (11), com um dia em defesa das estatais brasileiras, que vêm sendo atacadas desde o golpe de 2016, primeiro por Michel Temer (MDB-SP), depois, pelo governo de Jair Bolsonaro (sem partido), que pretende entregar à iniciativa privada e ao capital estrangeiro as principais empresas nacionais, estratégicas para o desenvolvimento do Brasil, como a Petrobras, Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Eletrobrás e Correios.

Os ataques às empresas públicas afetam toda a sociedade, que corre o risco de perder serviços essenciais em áreas importantes como saúde e educação. “Os trabalhadores devem estar mobilizados para enfrentar os ataques do governo ao serviço público porque, no fim, quem vai pagar a conta dessa destruição é o povo brasileiro, em especial os mais pobres, que não vão ter mais acesso a serviços básicos como saúde e educação”, disse Pedro Armengol, diretor executivo da CUT e diretor da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef).

Reforma Administrativa

A principal frente de ataque é a reforma Administrativa proposta pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. Trata-se de um conjunto de medidas que tira do Estado qualquer responsabilidade social.

“A ganância do capital é cruel. No meio de uma pandemia, em que o Brasil inteiro percebeu a importância do serviço público, o governo apresenta uma proposta que, resumindo, tira a responsabilidade Estado”, explicou Armengol, ao explicar que a intenção de Bolsonaro e Paulo Guedes é terceirizar os serviços públicos e cortar recursos e postos de trabalho, destruindo assim o serviço público.

Auxílio emergencial

Ainda de acordo com o dirigente, os trabalhadores públicos entendem que neste momento, com a gravidade da crise econômica e o aumento do desemprego, consequências da falta de políticas de enfrentamento à pandemia do coronavírus por parte de Bolsonaro, o pagamento do auxílio emergencial de R$ 600,00, conquistado pela CUT, centrais e partidos de oposição em abril desde ano, é, ao menos, “um paliativo que minimiza a situação de precarização das pessoas”.

Defesa das estatais

Na sexta-feira, dia 11, a mobilização será contra as privatizações de empresas públicas e, além dos atos, duas publicações – uma em português e outra em espanhol –, serão lançadas neste dia, para reforçar a importância das empresas e serviços públicos para a sociedade.

Já é possível acessar a íntegra das obras nos links abaixo e nos sites do Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas (www.comiteempresaspublicas.com.br) e no da representante dos empregados da Caixa no Conselho de Administração, Rita Serrano – www.ritaserrano. com.br.

O estudo do Transnational Institute (TNI) apresentado em meados deste ano reúne informações sobre mais de 1.400 casos bem-sucedidos de remunicipalização em mais de 2.400 cidades de 58 países ao redor do mundo.

Além da obra “O Público em Mãos Públicas”, será lançada a cartilha Empresas Públicas, Fakes e Hechos. Esta publicação foi originalmente lançada pelo Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas em 2019, e agora ganha sua versão em espanhol.

O lançamento das duas obras, com ato e debate sobre os temas, será realizado a partir das 16h no Facebook da Fenae, do Comitê em Defesa das Empresas Públicas e de Rita Serrano, que também é representante dos empregados no Conselho de Administração da Caixa.

Fonte: CUT, com edições da Contraf-CUT

 

Funcionários do Banco do Brasil de todo o país aprovaram, nesta quarta-feira (9) o acordo que regulamenta o teletrabalho no banco após o fim da pandemia. O acordo garante ajuda de custo para quem atue em mais de 50% dos dias úteis na modalidade de teletrabalho, fornecimento e manutenção de equipamentos e cadeira adequada pelo banco, VR e VA nos termos da CCT, controle de jornada, desconexão entre outros pontos.

“O acordo aprovado pelos funcionários nas assembleias terá validade para depois da pandemia. Enquanto estiver em vigência o decreto de Estado de Calamidade em decorrência da pandemia, continua valendo o Acordo Emergencial, aprovado anteriormente e que tem validade enquanto perdurar o Estado de Calamidade”, explicou o coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), João Fukunaga.

O Estado de Calamidade tem vigência até 31/12/2020, mas, caso o Governo Federal estenda este prazo, o Acordo Emergencial de Teletrabalho do Banco do Brasil é automaticamente estendido.

“O Acordo Emergencial da Covid-19 permitiu que muitos funcionários fossem para o home office rapidamente e, com isso, foi importante para preservar vidas em um momento de incertezas e insegurança. O acordo aprovado na quarta-feira não é sobre a pandemia, mas sim para regular futuramente qualquer forma de teletrabalho, cabendo ao banco definir as áreas e a quantidade de funcionários que irão para home office”, completou o coordenador da CEBB.

Resumo da proposta

Definição de trabalho remoto
Toda e qualquer prestação de serviços realizada remotamente, de forma preponderante ou não, fora das dependências do banco ou em local diferente do de lotação do funcionário, com a utilização de tecnologias da informação e comunicação.

Modalidades do trabalho
O trabalho remoto no BB poderá ocorrer:
a) Na residência do funcionário, o qual se denomina home office;
b) Em outras dependências do banco, empresas parceiras ou em coworkings (espaços colaborativos) internos, o qual se denomina on office.

Excepcionalmente, há a possibilidade da realização do trabalho remoto fora da praça de lotação, por interesse do funcionário, sendo necessária a autorização do comitê da unidade gestora.

Equipamentos para o Trabalho Remoto
a) Equipamento eletrônico corporativo (desktop ou notebook);
b) Acessórios (mouse, teclado, headset);
c) Cadeira ergonômica.

Ajuda de custo
a) R$ 80,00/mês para funcionários que atuem em mais de 50% dos dias úteis do mês e tenham aderido ao trabalho remoto, na modalidade home office.

Outros itens do acordo

Facultatividade: A adesão ao teletrabalho deve ser facultativa ao funcionário;
Controle de jornada: O banco implantará um sistema de controle da jornada, para evitar que haja excesso de trabalho e “pedidos” fora do expediente;
Desconexão: Serão dadas instruções e orientações para desconexão em horários fora do expediente;
Manutenção dos equipamentos: será de responsabilidade do banco;
Preocupação com a saúde: Além de oferecer equipamentos ergonômicos, o banco se compromete a manter cuidados especiais com a saúde dos funcionários que exercerem suas atividades em home office;
Violência doméstica: Conforme estabelecido na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria, o banco criará uma Central de Atendimentos para as bancárias vítimas de violência doméstica;
Auxílio refeição e alimentação e vale transporte: Serão mantidos os direitos aos vales refeição e alimentação e ao vale-transporte;
Acompanhamento pelo sindicato: Os sindicatos terão acesso aos funcionários que exercerem seus trabalhos fora das dependências do banco.

Fonte: Contraf-CUT

Entidades, movimentos sindicais e associativos de todo o país se unem para um ato contra a reestruturação da Caixa Econômica Federal nesta sexta-feira (11). A manifestação denuncia a reestruturação que está acontecendo no banco, sem planejamento e negociação com os empregados. O ato cobra respeito da direção e mais contratações pela Caixa. Empregados e a sociedade estão convidados a defender a Caixa 100% pública e lutar contra o desmonte.

As mudanças têm pressionados os empregados a aderirem ao Programa de Desligamento Voluntário (PDV) e os deixado em pânico. A falta de empregados também atinge em cheio a Caixa. Mesmo com um déficit acima de 19 mil trabalhadores, as contratações não estão nos planos do banco. Sem novas contratações, a gestão prejudica os empregados, que acumulam trabalho, e compromete o atendimento à população.

Os atos acontecem durante o dia, de acordo com cada sindicato, por todo o país, com manifestações e panfletagens. Aos empregados que participarem presencialmente do ato, os movimentos sindicais orientam a vestirem-se de preto. A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) disponibiliza na área restrita do seu site arquivos de materiais prontos para serem impressos.

Manifestação virtual

Haverá ainda um tuitaço, às 11h, contra a reestruturação e por mais respeito aos empregados da Caixa. Participe! Use as hastags #MexeuComACaixaMexeuComOBrasil #MaisContrataçõesMenosFilas #CaixaRespeiteOEmpregado para postar contra os abusos da gestão da Caixa.

A população e os representantes da categoria também poderão se manifestar de forma virtual. Por meio do aplicativo Manif.app é possível se manifestar virtualmente e pelo link o manifestante entra diretamente na Matriz I da Caixa, o local do protesto. Ao acessar o app, a sua manifestação poderá ficar até 24 horas no local indicado.

A coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa e secretária da Cultura da Contraf-CUT, Fabiana Uehara Proscholdt, destacou que todos precisam participar da manifestação para defender a Caixa. “Temos que lutar contra esse desmonte. Essa mudança prejudica os empregados que estão cansados diante das jornadas extensas e metas abusivas. Além disso, afeta o atendimento à população”, afirmou Fabiana.

Para o presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), Sergio Takemoto, a Caixa erra ao não planejar as mudanças e em não comunicar aos trabalhadores. “Até o momento não tivemos nenhuma informação oficial do que está acontecendo. E o que estamos vendo é uma medida da Caixa que está gerando pânico e insegurança entre os trabalhadores. A Caixa precisa respeitar mais seus empregados e fazer a contratação de mais trabalhadores fortalecendo o banco e o atendimento à população”, afirmou Takemoto.

Ato virtual

O ato acontece na Matriz I da Caixa, na sexta-feira (11), a partir das 11h, em Brasília (DF). O encontro será por meio do Manif.app, ferramenta criada na França por sindicalistas e utilizada em manifestações durante a pandemia de coronavírus. Com ela, a militância marca presença digitalmente no protesto.

Confira o passo a passo de como participar:

  • Acesse o link para localizar o prédio da Caixa: https://bit.ly/2IvuQki
  • Para dar um zoom: se estiver usando telefone, coloque dois dedos sobre a tela e afaste-os.
  • Se estiver usando o computador, arraste o mapa rolando o botão do mouse.
  • Clique no botão de “Manifestar!” (vermelho no alto da página e centralizado) para pousar o seu avatar e iniciar a manifestação.
  • Mova o seu avatar à vontade.
  • Preencha o campo de “slogan” com uma das nossas hastag #MexeuComACaixaMexeuComOBrasil #MaisContrataçõesMenosFilas #CaixaRespeiteOEmpregado e dê um Enter para modificar seu slogan.
  • Mova o mouse sobre os outros avatares para ver os slogans dos outros manifestantes presentes.
  • Clique sobre “Parar” para encerrar a sua participação. O seu avatar ficará no mapa compartilhado durante 24 horas após a última modificação.
  • Clique sobre “Atualizar” para ver os manifestantes presentes no momento (o mapa não é atualizado automaticamente).

Fonte: Contraf-CUT

Depois de Cobrança da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú, o banco apresentou os principais pontos do evento realizado com os funcionários de agências no último dia 26/11/20, em reunião realizada na tarde de terça-feira (8).

Os representantes do Itaú informaram que haverá um projeto-piloto em 20 agências com um novo modelo. Por isso ainda não há um formato pronto de como funcionará as agências no futuro (Itaú 2030). Este projeto começará em janeiro de 2021 e eles informarão a COE Itaú quais serão as unidades que farão parte deste processo. No novo modelo, as agências terão caixa híbrido e espaços de descanso e relaxamento para os funcionários.

Eles relataram que ocorrerão mudanças no programa de remuneração variável das agências, que passará a se chamar “GERA”, com metas mensais e semestrais. Nas mensais, a produção será medida individualmente com “cesta de produtos”, por exemplo.

Proteção – Seguros e Aquisição de bens – imobiliário, consórcio etc

As metas semestrais terão acelerador de vendas de 5% a 15%. Já a avaliação do SQV (Score de Qualidade de Vendas), como pagamento de bônus, será inclusa para o time comercial no dimensionamento do porte da agência e o gerente geral terá um contrato único para todo seguimento.

Os representantes dos trabalhadores questionaram o banco sobre o porquê de no evento de apresentação ter excluído os bancários da área operacional, que não foram citados em nenhum momento no novo modelo. “Os trabalhadores estavam com expectativas que não foram atingidas, causando frustação e o medo de demissões aumentou”, salientou Jair Alves, coordenador da COE Itaú.

Também foi questionado o novo modelo de layout que prevê espaços para relaxamento, já que muitas agências não têm estrutura para esta implantação. Além de ter poucos funcionários para realizar o atendimento, deixando muitas vezes o bancário sem realizar o horário de almoço.

“Solicitamos que os sindicatos participem da elaboração deste novo Programa de Remuneração, sendo que esta reivindicação é antiga, já que o programa AGIR existente no banco exclui vários trabalhadores, possui metas inalcançáveis que causam o crescimento de doenças nos locais de trabalho”, completou Jair Alves.

Os representantes do Banco se comprometeram a levar as reivindicações para serem discutidas internamente e darão retorno.

Grupo de Risco

Na reunião, o Itaú também abordou o comunicado publicado sobre o retorno ao trabalho dos funcionários do grupo de risco da pandemia e da compensação das horas devedoras, que apesar da informação nele contida, o tema será debatido novamente com a COE Itaú assim que o acordo se encerrar, no início do ano que vem.

“Nós esperamos que nenhum trabalhador seja prejudicado e que vidas sejam preservadas, pois a pandemia continua e o número de mortos aumenta a cada dia. Temos de garantir que os funcionários do grupo de risco estejam protegidos e consigam cumprir o Banco de Horas sem ter sua vida pessoal abalada”, afirmou o coordenador da COE Itaú.

Na reunião foi cobrado também o retorno da resposta sobre a proposta apresentada de PCR e também entregue uma proposta para a Bolsa Educação para 2021/2022. “Queremos debater com o banco logo a Bolsa Educação para que os trabalhadores não tenham prejuízo, pois estamos em dezembro e as aulas se iniciam logo no começo do ano. A intenção é aumentar o número de bolsas e o valor que está muito baixo perto do que é cobrado nas universidades”, explicou Jair Alves.

Hoje, o Itaú oferece 5.500 bolsas no valor de R$ 410,00. No ano passado houve mais de 10.000 inscritos. O movimento sindical acredita que o Itaú tem condições de aumentar o valor da bolsa, pois mesmo com a pandemia, o banco continua com lucros muito altos.

Fonte: Contraf-CUT

Começou nesta quarta-feira (9) a 5ª Conferência da UNI Américas Finanças. A UNI Américas é o braço no continente da UNI Global Union, sindicato global que representa trabalhadores dos setores de serviços em todo o mundo. A UNI América Finanças é o ramo da entidade sindical continental para o ramo financeiro. Participou do encontro o ex-presidente do Uruguai, Pepe Mujica.

“Vocês bancários pertencem ao mundo da distribuição da riqueza e dos recursos. Têm uma importância enorme. Na minha juventude, o sindicato dos bancários era o mais radical. Vocês são privilegiados porque têm um sindicato latino-americano. Não esqueçam dos demais trabalhadores. Obrigado por não ficarem calados”, disse Mujica na abertura da conferência. Para o ex-presidente uruguaio, o mundo passou por grandes transformações nas últimas décadas, mas a riqueza ficou cada vez mais concentrada. “A riqueza se multiplicou, mas está se juntando em um cantinho”, falou. Mujica lembrou também que os governo progressistas latino-americanos aumentaram a capacidade de consumo da população, mas não conseguiram formar uma sociedade consciente dos valores democráticos. “Não nos tornamos cidadãos, mas sim consumidores”, afirmou o ex-presidente.

Pandemia

“Essa conferência é muito importante nesse momento de pandemia. A crise econômica foi aprofundada pela pandemia, com o crescimento do desemprego. Acelerou os avanços tecnológicos e que vão ter impactos nos empregos. É o momento de a gente debater que mundo que a gente quer”, declarou a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira, que também participou da abertura da conferência.  A pandemia e seu impacto nas relações de trabalho da categoria bancária foi um dos temas mais discutidos no encontro

“Temos um milhão e meio de mortos por conta da pandemia. Mais da metade dessas mortes está aqui na América, então é o momento de a gente debater que América que a gente quer, também. Temos de discutir que mercado financeiro que a gente quer, que tem que existir para gerar desenvolvimento econômico, distribuição de renda. Essa conferência vai debater temas super importantes, que passam pela transformação do nosso continente. A gente quer um continente justo, com igualdade. Somos um dos continentes mais desiguais do mundo. Temos riquezas profundas, mas também desigualdades profundas”, disse Juvandia.

Rompendo barreiras

O secretário de Relações Internacionais da Contraf-CUT, Roberto Von Der Osten, fez a primeira apresentação do plano estratégico “Rompendo Barreiras” a primeira das moções discutidas na conferência. O documento reafirma o compromisso de continuar combatendo as políticas neoliberais com maior unidade sindical e contribuindo a um novo modelo de desenvolvimento no continente. “Romper barreira hoje nunca foi tão necessário. Há um mundo que quer excluir pessoas do mercado de trabalho com a tecnologia. Querem eliminar definitivamente os sindicatos e colocar a meritocracia no lugar. Um momento triste para a humanidade, mas desafiador para o movimento sindical”, analisou o secretário.

A economista Vivian Machado, da subseção do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) da Contraf-CUT, fez a apresentação com o tema “O Novo Mundo da Banca”, sobre a digitalização e novas tecnologias bancárias. A economista observou que, com a pandemia, o processo de digitalização bancária sofreu uma aceleração. Vivian citou a pesquisa feita pela Contraf-CUT com os trabalhadores que foram trabalhar em casa após o início da pandemia. A pesquisa mostrou a necessidade de se regulamentar o teletrabalho para evitar que a categoria fosse submetida a jornadas excessivas e sem controle, além de gastos adicionais com energia e internet.

A 5ª Conferência prossegue nesta quinta-feira (10), com debate de outras moções e a eleição do novo Comitê Executivo da UNI Américas Finanças.

O que é a UNI Global Union 

A UNI Global Union  (sindicato mundial de serviços que representa mais de 20 milhões de trabalhadores de mais de 150 países diferentes nos setores que mais crescem no mundo – habilidades e serviços), é uma entidade sindical mundial à qual a Contraf-CUT é filiada. Está organizada em quatro grandes regiões (Américas, Europa, África e Ásia/Pacífico). A cada quatro anos estas estruturas todas se reúnem, tanto as regionais quanto os setoriais e horizontais para eleger suas direções.

Fonte: Contraf-CUT

A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), por meio da Comissão Executiva de Empregados da Caixa (CEE/Caixa), reiterou ao banco público, nesta terça-feira (8), a instalação do Grupo de Trabalho – Saúde Caixa, conforme celebrado em Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), na Campanha Nacional dos Bancários 2020.

Assinado pela presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira e pela coordenadora da CEE/Caixa e secretária de Cultura da Confederação, Fabiana Uehara Proscholdt, o documento solicita ainda informações sobre o andamento das medidas de inclusão de todos os empregados na assistência medica Saúde Caixa, tema relevante e subscrito pelas partes no ACT e objeto de oficio anterior não respondido.

“O grupo de trabalho é um espaço de suma importância, considerando que foi algo extremamente debatido durante a Campanha Nacional e o GT tem como responsabilidade pensar alternativas para que o plano de assistência à saúde dos empregados seja viável e sustentável para todos a partir de 2022. Por isso, aguardamos um retorno urgente da Caixa”, ressaltou Fabiana.

Em decorrência da decretação das medidas preventivas à pandemia, as reuniões poderão ocorrer em formato eletrônico, através dos meios digitais mais compatível às partes.

Fonte: Contraf-CUT

Empregados contam como foi a semana em que a Caixa iniciou a entrega de quase 170 imóveis. Segundo trabalhadores, as informações seguem desencontradas

 

 

De uma hora para outra, prédios fechados e trabalhadores proibidos de entrar. Foi assim que muitos empregados iniciaram a semana em que a Caixa resolveu não renovar o aluguel ou vender mais de 170 imóveis. "Não tivemos tempo de pegar nossos pertences", contou um empregado que trabalha em uma das gerências executivas de Governo (Gigov) atingidos pela reestruturação.

Há 15 anos na Caixa, L.F. (nome fictício), que preferiu não se identificar, disse que foi uma grande tensão quando descobriu que não poderia entrar no prédio em que trabalhava. "Como assim eu não posso mais nem adentrar, nem para retirar meus pertences. Disseram que ninguém mais poderia circular no prédio. Eu nunca vi isso acontecer em unidade nenhuma na Caixa", contou. L.F. Ele lembrou ainda que o imóvel em que estava alocado foi recém contratado em setembro.

Os empregados atingidos pela reestruturação foram colocados em home office pela direção da Caixa. Com a mudança, eles enfrentam também problemas de conexão. "Nós temos que dar conta do serviço, de metas, fazer tudo de casa sem suporte, porque nada funciona. Não temos como baixar os documentos na internet, porque a Caixa não permite e temos que ficar burlando o sistema. Tudo isso para atender a Caixa e alcançar metas", desabafou.

A falta de informação é grande. Apenas os boatos chegam até os empregados. Há notícias que algumas áreas irão para os mezaninos das agências, outras dão conta de que Gihab e Gigov vão acabar. "É uma insegurança que eles passam para a gente. A Caixa transmite essa insegurança no meio de uma pandemia. Todo que chega é informalmente e assim, não tem discussão, não tem negociação e não tem conversa", ressaltou.

L.F. acredita que essa movimentação da Caixa é para que os empregados façam a adesão ao PDV. O mesmo pensamento é da empregada V. A., que está há 16 anos na Caixa. Segundo ela, a direção do banco está criando um clima de pânico entre os trabalhadores.

J.S. (nome fictício), que também preferiu não se identificar, trabalha na Gilog, a gerência de logística, uma das áreas responsáveis por fazer essas mudanças. “Temos a ordem de desocupar prédios até 20 de dezembro e veio do nada, sem planejamento. Temos ordem de desocupar o depósito até 31 de dezembro. O material precisa ser leiloado. Está enlouquecedor”, afirmou.

Segundo a trabalhadora, parece que tudo está sendo feito com muito sigilo. “Não sabemos se vamos ter vaga para ir para São Paulo, se todos estão sem função, sem vaga, ao Deus dará. Ninguém consegue falar nada com a gente”, desabafou. Assim como L.F., ela também afirmou que não está havendo nenhuma conversa entre os empregados. “A pessoa que está determinando que isso seja feito não está aceitando nenhum tipo de contestação, não está aberta a discussão. A ordem é entregar prédios”.

Entidades cobram negociação e mais planejamento

A Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae) e as entidades que representam a categoria questionaram a falta de planejamento da direção do banco. Sem aviso prévio e sem negociação com os trabalhadores, o banco resolveu fazer as mudanças com o intuito de fortalecer a governança, economicidade e melhor gestão dos recursos públicos. “Até o momento não tivemos nenhuma informação oficial do que está acontecendo. E o que estamos vendo é uma medida da Caixa que está gerando pânico e insegurança entre os trabalhadores”, afirmou o presidente da Fenae, Sergio Takemoto.

A coordenadora do Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas e representante dos empregados no Conselho de Administração da Caixa, Rita Serrano, também destacou a falta de negociação, organização e planejamento, além de não levar em consideração a realidade dos empregados. “O primeiro problema é: você não pode mudar a vida das pessoas sem que isso seja negociado, para você diminuir os conflitos e insatisfações. Retirar as pessoas do seu local de trabalho e locar nas agências também tem que se precedido de um planejamento. Nós estamos em uma pandemia e você locar mais pessoas para trabalhar juntas é muito ruim e aumento o risco de contágio”, afirmou.

A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), assessorada pela CEE/Caixa, questionou o banco quanto ao deslocamento dos trabalhadores e a falta de negociação da direção da Caixa com os trabalhadores, como garante o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT). “É lamentável ver a direção da Caixa fazendo mudanças de forma brusca, sem aviso prévio e nem diálogo com os empregados nem com seus representantes sindicais. A insegurança está instalada nos locais de trabalho, visto que os funcionários são pegos de surpresa, sem saber como ficam as alterações na vida funcional e em suas remunerações. Por isso, solicitamos esclarecimentos e discussão sobre um possível processo de reestruturação em curso”, afirmou a presidente da Contraf-CUT, Juvandia Moreira.

Fonte: Fenae

A Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Mercantil do Brasil decidiu realizar nesta quinta-feira (10) um Dia Nacional de Lutas em repúdio às demissões realizadas pelo banco e também contra uma série de problemas que afetam funcionários e clientes. As manifestações vão denunciar o assédio moral, as metas abusivas, a precariedade no atendimento bancário, longas filas nas agências. Será um ato em solidariedade às dezenas de pais e mães de famílias que perderam seus empregos em meio à pandemia do coronavírus (Covid-19). Nesse dia, haverá um tuitaço às 11h para denunciar o banco. A hashtag é #QueVergonhaMercantilBrasil . Ajude a divulgar o tuitaço. Passe a hashtag para seus amigos e familiares.

Na segunda quinzena de novembro, o Mercantil do Brasil demitiu mais de 30 funcionários. Para denunciar essa política de demissões é que a COE decidiu fazer as manifestações. Serão realizados atos nas portas das agências do banco, com distribuição de cartas abertas à população, mensagens em carros de som e mobilizações virtuais. “Vamos denunciar a falta de compromisso do banco, que insiste em demitir trabalhadores em plena pandemia e com os lucros nas alturas”, afirmou Marco Aurélio Alves, coordenador da COE do Mercantil.

Clientes reclamam

O Mercantil também vem sendo alvo de reclamações de clientes, que acabam sendo afetados pelas demissões. “Os clientes do Mercantil do Brasil, na maioria aposentados e pensionistas do INSS, padecem nas longas filas à espera de atendimento. Esse é o resultado das demissões, pois o atendimento foi precarizado”, ressaltou Marco Aurélio Alves. Os clientes do banco também reclamam da venda casada de produtos, o que infringe o Código de Defesa do Consumidor. A COE já denunciou essa situação junto ao Recursos Humanos do banco, mas até o momento não houve uma resposta convincente.

A comissão também denuncia as pressões sofridas pelos trabalhadores do banco. “Os funcionários que escaparam das demissões, ainda têm que lidar com o assédio moral e com o aumento abusivo de metas, impostos por uma Superintendência comercial draconiana e sem limites. Um absurdo sem precedentes”, criticou o coordenador da COE do Mercantil.

Fonte: Contraf-CUT

A Medida Provisória (MP) 995, que permitia a privatização da Caixa a partir de suas subsidiárias, teve seu prazo de vigência encerrado na última sexta-feira (4). Um ato declaratório publicado pelo Congresso Nacional, nesta terça-feira (8), no Diário Oficial da União, oficializa a caducidade da medida.

“O fim desta MP, que possibilitava o desmonte da Caixa, representa uma conquista da forte mobilização dos empregados do banco público e das entidades representativas, mas precisamos continuar atentos e não esmorecer a nossa luta contra a agenda privatista deste governo”, alertou Fabiana Uehara Proscholdt, coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa) e secretária de Cultura da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).

Pela norma, a Caixa e suas subsidiárias ficariam autorizadas, até o final de 2021, a constituir outras subsidiárias, inclusive se valendo da incorporação de ações de outras sociedades empresariais, assim como adquirir controle societário ou participação societária minoritária em sociedades empresariais privada.

Luta contra a MP 995

Vale lembrar que desde que foi editada, em 7 de agosto, a Contraf-CUT, a Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), junto com entidades representativas dos bancários e parlamentares realizam ações de mobilização para pressionar o governo federal a revogar a MP 995.

No decorrer de 2020, importantes atos foram realizados contra a MP e em defesa da Caixa 100% pública, promovidos por várias frentes, tais como Contraf-CUT, Fenae, Comitê Nacional em Defesa da Caixa, Frente Parlamentar em Defesa dos Bancos Públicos e Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos Humanos.

Ações na Justiça

As entidades também questionaram a MP na Justiça. Em agosto, a Contraf-CUT, protocolou uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) no Supremo Tribunal Federal (STF) com medida cautelar para suspender os efeitos da Medida. A entidade argumentou que o documento foi elaborado como “artifício para o fatiamento da empresa estatal” a partir da criação de subsidiárias, sob o risco de esvaziamento da empresa-mãe. O governo burlou um entendimento da Corte, que decidiu, em junho de 2019, que a empresa-matriz não pode ser privatizada sem o crivo do Congresso. Mas os ministros entenderam que as subsidiárias das estatais não precisam de autorização legislativa para serem vendidas.

Os partidos de oposição ao governo Bolsonaro — PT, Psol, PCdoB, PDT, Rede e PSB — também entraram com ADI no STF contra a Medida Provisória 995.

Mesmo diante de todas as ações contra a privatização da Caixa, o governo e a direção do banco mantêm as tentativas de vender partes da estatal. A abertura de capital da Caixa Seguridade e o Banco Digital podem acontecer no próximo ano, como vem anunciando o ministro da Economia, Paulo Guedes e o presidente do banco, Pedro Guimarães.

Segundo o presidente da Fenae, Sergio Takemoto, se depender deste governo as tentativas de privatização do banco público vão continuar. “Precisamos nos manter atentos e mobilizados contra qualquer tentativa de privatização. Este governo não vai desistir de entregar nosso patrimônio e enfraquecer a Caixa, que é imprescindível para a população.  Os prefeitos e vereadores eleitos também serão alertados quanto aos impactos negativos para seus municípios e suas populações. Vamos resistir”, afirmou Takemoto.

Clique aqui e veja a íntegra do ato que declarou a perda de validade da MP.

Fonte: Contraf-CUT

O Brasil está atrasado em relação à vacinação contra a covid-19. Interferência política e negacionismo por parte do governo de Jair Bolsonaro, atrapalham os avanços da imunização no país. A sentença é do epidemiologista da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Jesem Orellana. Ele compara a situação brasileira à de países como Inglaterra e Rússia, que já estão em pleno processo de vacinação em massa, além de outros que já instituíram um planejamento concreto para a proteção de suas populações. Caso de Alemanha, França, Espanha e a vizinha Argentina, entre outros.

“A ciência finalmente parece ter encontrado uma solução satisfatória para o enfrentamento efetivo da pandemia de covid-19, embora saibamos que estamos um pouco distantes do fim dessa tragédia. No entanto, o Brasil segue afundado na primeira onda da covid-19, a qual não parece ter data para acabar“, disse à RBA.

Enquanto a Europa mostrou eficiência no controle de uma segunda onda de covid-19 que atingiu o continente nos últimos meses, o Brasil sequer conseguiu deixar a primeira. Já são 178.159 mortos e 6.674.999 infectados desde o início da pandemia, em março. Nas últimas 24 horas, foram 842 vítimas e 51.088 contaminados. As informações são do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) em boletim divulgado no início da noite de hoje (8). O Brasil vive um momento de crescimento da epidemia, enquanto não avança na elaboração de planos para a vacinação.

Jesem lembra que o país testa muito pouco e comete o crime de desperdiçar exames já comprados. Isso provoca ampla subnotificação. São mais de 70 mil mortos por Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag) não especificadas neste ano. Muitas delas possivelmente causadas por covid-19. “O pesadelo está se prolongando e infectando brasileiros aos milhões; causando adoecimento grave de outras dezenas de milhares; deixando sequelas neurológicas, psicológicas, cardíacas, respiratórias, sociais, econômicas, de ensino-aprendizagem em milhões de estudantes; e, o pior, já matou mais de 200 mil brasileiros, entre mortes diretas e indiretas”, alerta.

As vacinas

O governo federal segue em sua postura adotada durante toda a pandemia. Nega a gravidade da maior crise sanitária da humanidade em mais de 100 anos e rejeita a ciência. Bolsonaro, pessoalmente, chega a fazer campanha contra vacinas e afirma que não vai tomar. Os ataques são mais agressivos contra a CoronaVac, vacina em elaboração pelo Instituto Butantã, em São Paulo, em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac.

Embora ainda falte a conclusão do estudo final de eficácia (previsto para o dia 15), o grande problema apontado é a necessidade de aprovação da CoronaVac pela Anvisa. Questiona-se se órgão, ligado ao governo federal, pode dificultar a liberação do imunizante. Governadores e prefeitos, além da oposição no Legislativo, já se organizam para forçar o governo a não causar problemas.

Brasil às escuras

Jesem Orellana vê a situação brasileira como “muito preocupante”. Tanto em relação à morosidade do processo de vacinação, como no avanço da pandemia que volta a apresentar acentuada curva de crescimento de casos e mortes.

Ainda sobre o processo de imunização, Jesem argumenta que “a esta altura do campeonato, deveríamos estar com a Anvisa profundamente envolvida no acompanhamento contínuo de ao menos três vacinas atualmente em processos finais de desenvolvimento e muito próxima de anunciar o registro emergencial de ao menos uma. Ninguém tem o direito, neste momento tão crítico, de esperar tanto pela vacina ideal ou pelo resultado ideal, especialmente com uma média móvel de óbitos se aproximando dos mil novamente”.

O cientista afirma à RBA que seria adequado um processo de planejamento para a vacinação, e lamenta o descaso com o eficiente e histórico programa de imunização brasileiro. “Esta desarticulação nacional ameaça o atualmente Programa Nacional de Imunizações (PNI), o mesmo que por décadas foi considerado um dos melhores do planeta e, sem dúvida, apesar de tudo, ainda é um dos principais alicerces do também fragilizado e indispensável Sistema Único de Saúde (SUS).”

Leia a íntegra do comunicado de Jesem, enviado com exclusividade à RBA:

O BRASIL SEGUE ÀS ESCURAS EM PLENA PANDEMIA

A ciência finalmente parece ter encontrado uma solução satisfatória para o enfrentamento efetivo da pandemia de COVID-19, embora saibamos que estamos um pouco distantes do fim dessa tragédia. A Rússia, por exemplo, diz ter vacinado 100 mil cidadãos com a Sputinik-V e, amanhã, o Reino Unido dará início a um complexo e desafiador processo de vacinação em massa com a promissora vacina da Pfizer/BioNTech. A vizinha Argentina prometeu vacinar até 300 mil com a Sputinik-V, ainda em 2020.

Não custa lembrar que há consideráveis evidências sugerindo que ambas as vacinas são mais eficazes que a da AstraZeneca, a mesma que foi precocemente adquirida pelo Governo Brasileiro. Além disso, entre as vacinas em fase avançada de avaliação nos ensaios clínicos de Fase III, há duas outras fortes candidatas, a da Moderna e a CoronaVac.

No entanto, o Brasil segue afundado na primeira onda da COVID-19, a qual não parece ter data para acabar. Ao contrário, o pesadelo está se prolongando e infectando brasileiros aos milhões; causando adoecimento grave de outras dezenas de milhares; deixando sequelas neurológicas, psicológicas, cardíacas, respiratórias, sociais, econômicas, de ensino-aprendizagem em milhões de estudantes; e, o pior, já matou mais de 200 mil brasileiros, entre mortes diretas (confirmadas por COVID-19) e indiretas (mortes por causa cardiovascular – devido ao caos sanitário provocado pela pandemia).

Seguimos enxugando gelo, com uma estratégia de vigilância diagnóstica e laboratorial que jamais deslanchou, devido a falhas graves de planejamento no nível federal e ao baixo investimento financeiro, com efeito cascata para estados e municípios. Prova disso é a quantidade inaceitável dos milhões de testes que seguem estocados ou sem uso oportuno, em um país mundialmente conhecido por testar pouco. Não é por acaso que temos mais de 70 mil mortes por Síndrome Respiratória Aguda não especificada no Brasil.

Enquanto isso, a solução que tem sido dada em estados e municípios é priorizar a abertura de mais leitos clínicos e de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) na rede hospitalar, mesmo sabendo que em torno de 60 de cada 100 pacientes intubados em UTI e com COVID-19 vão a óbito.

“Mas, e daí? É só uma gripezinha… Todo mundo um dia vai morrer!” Essa é a forma como o líder do executivo, Jair Bolsonaro, vê o problema. Faz desdém da pandemia e aprofunda um patológico desgaste com o Legislativo nacional, com o Supremo Tribunal Federal e com tantos outros Prefeitos e Governadores do Brasil, em especial João Dória do estado de São Paulo. Este, por sua vez, aproveita a falta de comando nacional para declarar seu próprio calendário de vacinação e lucrar politicamente, incluindo um populismo sanitário que promete vacinar qualquer brasileiro que não comprove residência na região.


Esta desarticulação nacional ameaça o Programa Nacional de Imunizações (PNI), o mesmo que por décadas foi considerado um dos melhores do planeta e, sem dúvida, apesar de tudo, ainda é um dos principais alicerces do também fragilizado e indispensável Sistema Único de Saúde (SUS).

A esta altura do campeonato, deveríamos estar com a ANVISA profundamente envolvida no acompanhamento contínuo de ao menos 3 vacinas candidatas e muito próxima de anunciar o registro emergencial de ao menos uma. Ninguém tem o direito, neste momento tão crítico, de esperar tanto pela vacina ideal ou pelo resultado ideal, especialmente com uma média móvel de óbitos se aproximando dos mil novamente.
Deveríamos estar, pelo menos, com uma vacina emergencialmente registrada, ainda que precisasse de refrigeração a -70º C ou -20º, pois poderíamos estar vacinando trabalhadores de saúde de pontos estratégicos em regiões metropolitanas, por exemplo. Poderíamos sim aceitar o registro emergencial de vacinas como a Sputinik-V ou a CoronaVac, que aliás são mais apropriadas para a rede de frio nacional e casa com parte da experiência que o PNI já possui.


Poderíamos estar projetando diferentes cenários de operacionalização da logística e da operacionalização da campanha nacional de imunização, bem como de treinamento/recrutamento de trabalhadores de saúde e ampliando o número e o conceito de “sala de vacinação” (poderíamos fazer postos volantes/móveis), em articulação com estados e municípios, seja por terra, água ou ar. Enfim, a campanha em prol da vacinação contra a COVID-19 nas redes sociais, na televisão e rádio já deveria ter começado, bem como o cadastramento dos primeiros candidatos a serem imunizados e tantas outras estratégias fundamentais.

Mas, nada disso foi feito ainda, seguimos às escuras e, mais uma vez, atrasados devido a repetidas e inaceitáveis ingerências, com uma epidemia que voltou a se agravar com o relaxamento/cansaço da população, período eleitoral e agora com o agitado comércio de dezembro e as festas de fim de ano. Infelizmente, podemos ter nosso primeiro janeiro das lamentações, ao invés do descanso e relaxamento típico para a maioria, já que estamos sujeitos a passarmos o mês de janeiro lembrando os mortos do primeiro semestre ou os do segundo, número que tende a aumentar por estes dias!

Ultrapassamos todos os limites da irresponsabilidade e da ingerência. Está na hora de uma mudança drástica na condução da epidemia de COVID-19. O Brasil, um país tão rico, recursivo e com um povo tão cheio de vida, não pode seguir à deriva e sendo literalmente exterminado por seus governantes!

Fonte: Rede Brasil Atual