Maio 17, 2025
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O Itaú informou à Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), nesta segunda-feira (10), que vai reajustar os valores do Programa Complementar de Resultados (PCR) e da bolsa estudos. O PCR será reajustado em 9% e a bolsa de estudos em 5%.

O valor do PCR pago em setembro de 2018 foi de R$ 2.662,66. Com a correção, em 2019 será de R$ 2.900,00. O valor será creditado em setembro de 2019, junto com a primeira parcela da Participação nos Lucros ou Resultados (PLR). Com relação à bolsa de estudo, o teto passa a ser de R$ 410/mês. Para 2020, os valores serão reajustados pela variação do INPC/IBGE, mas 1% de aumento real, conforme negociação da Campanha Nacional da categoria.

“Mesmo em uma conjuntura adversa, a categoria bancária conseguiu manter todos os direitos previstos em sua Convenção Coletiva de Trabalho e obteve reajustes com aumento real acima da média das demais categorias para seus salários, vales refeição e alimentação e demais direitos econômicos”, observou a presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira. “Estes reajustes informados agora pelo Itaú devem ser comemorados pelos bancários do Itaú, mas também por toda a categoria. É uma mostra de que a união dos trabalhadores e nossa estratégia de negociação estão surtindo o efeito esperado”, concluiu.

Para o coordenador da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú, Jair Alves, a proposta apresentada é boa. “Nossa reivindicação é para que o PCR seja reajustado anualmente na mesma proporção do lucro do banco. Mas, o reajuste de 9% está bem acima da inflação. Os trabalhadores são recompensados com esse aumento. Mas, nossa luta continua”, disse.

Jair ressaltou ainda que o PCR é um programa linear, que contribui com a complementação da renda dos mais de 80 mil bancários do Itaú. “Todos os funcionários serão contemplados por essa negociação realizada pela Contraf-CUT, federações e sindicatos por meio da COE”, concluiu.

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Fonte: Contraf-CUT

Depois de muitos questionamentos dos usuários, dos sucessivos problemas na central de atendimento e de meses no topo do ranking de reclamações da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), a Caixa criou um canal de reclamações exclusivo sobre o programa de assistência à saúde do empregados e aposentados, o Reclame Saúde Caixa.

A ideia é que os usuários que não conseguirem solução para suas solicitações na Central de Atendimento do Saúde Caixa, possam recorrer ao novo canal como uma espécie de segunda instância. O Reclame Saúde Caixa também pretende resolver dirimir discordâncias dos usuários em relação às respostas recebidas da Central de Atendimento. Os contatos devem ser feitos por telefone (0800 095 60 94) ou pelo site centralsaudecaixa.com.br/reclame/. O serviço funciona 24 horas por dia.

Diferentemente do atendimento da central, feito por atendentes de telemarketing terceirizados, a Caixa afirma que a análise das demandas no novo canal será feita por empregados do banco e as respostas serão dadas em até cinco dias.

Em evento recentemente realizado com aposentados, o diretor executivo de Gestão de Pessoas da Caixa, Roney Granemann, reconheceu falhas no planejamento da Central de Atendimento, como a previsão subestimada da quantidade necessária de atendentes e do número de demandas.

Melhorar o atendimento é uma das reivindicações antigas dos empregados e obrigação da Caixa que faz a gestão do plano de forma displicente e pouco transparente. Temos que aguardar os resultados para ver se o novo canal vai de fato representar uma melhoria aos usuários. No entanto, a empresa não pode querer responsabilizar os participantes do plano pelas eventuais sanções que a ANS venha a impor em razão do aumento das reclamações.

“Foram muitas reclamações e muito tempo de espera. Pessoas com necessidades urgentes, aposentados, os usuários perceberam a perda de qualidade. É inadmissível um banco do tamanho da Caixa não organizar uma estrutura de atendimento adequada”, questiona a diretora de Saúde e Previdência da Fenae, Fabiana Matheus.

Durante muitos meses, a Caixa esteve no topo ranking de reclamações da ANS. De fevereiro a agosto, o Saúde Caixa permaneceu líder no Índice Geral de Reclamações (IGR) elaborado pela agência reguladora. Em fevereiro, o IGR do Saúde Caixa era de 8,69 ocorrências para cada 10 mil usuários, muito além da média do segmento, que era de 2,78. Em junho, o IGR do Saúde Caixa subiu para 9,63, enquanto a média do segmento era de 3,04. Atualmente, o programa de saúde do pessoal da Caixa ocupa a quinta posição no ranking, com IGR de 6,14, índice duas vezes maior que a média do segmento.

Fonte: Fenae

A Comissão Executiva dos Empregados da Caixa Econômica Federal (CEE/Caixa) tem reunião agendada com o banco para esta quarta-feira (12), em Brasília. O fechamento de unidades, as agências digitais e quiosques, o Programa de Desligamento Voluntário (PDV), a extinção da função de tesoureiro, o Processo de Seleção Interna (PSI) entre vice-presidências, meta de vendas e descomissionamento dos caixas e o leilão da lotex estão entre os assuntos a serem tratados.

“Mas, o banco não garantiu a realização da reunião”, informou o coordenador da CEE/Caixa, Dionísio Reis. “Todos os assuntos a serem tratados são fundamentais para os empregados. Sem contar os prejuízos financeiros, deixar de confirmar a reunião na véspera de sua realização prejudica o planejamento e a mobilização dos trabalhadores”, disse indignado o dirigente, lembrando que bancários de todo país foram convidados a participar da reunião com sugestões das pautas a serem debatidas na mesa de negociações com o banco.

Dionísio informou ainda que a CEE vai debater com as entidades e os empregados a solução para os temas que estavam pautados para a mesa de negociações e planejar a resistência para o ano 2019.

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Fonte: Contraf-CUT

Brasil de Fato – Nesta segunda (10), dia em que se celebra o aniversário de 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, o padre Domenico Costella chamou a atenção para os direitos fundamentais que seguem violados no país. O religioso visitou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba (PR) e, após a visita, concedeu entrevista coletiva à imprensa. 

Para Costella, a prisão de Lula é uma injustiça,baseada em um "processo que não tem uma prova contundente". O padre entende que um Estado que preza pela democracia e respeita os direitos humanos deveria oferecer, no mínimo, um processo justo para todos os cidadãos. 

"Hoje faz 70 anos que os Direitos Humanos foram proclamados. Mas, na verdade, não são vividos em muitos países, inclusive no nosso. Direito à vida, ao trabalho, direito à honra, a um processo legal. Nem sempre tudo isso é vivido", disse. 

Nascido em Parma, na Itália, e ordenado sacerdote na Capela da Teologia Xaveriana de Parma, Costella mudou-se para o Brasil em 1974. Ex-professor de Filosofia Política do curso de Direito da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), ele lembrou a ascensão do fascismo na Itália ao falar sobre o atual momento político do Brasil, marcado pela prisão de Lula e pela eleição de Jair Bolsonaro (PSL)à Presidência da República. 

O religioso também comparou a conjuntura brasileira à eleição recente de governos alinhados ao campo da direita em países da Europa, como a França, e do próprio continente latino-americano, como a Argentina. Para o missionário, as "grandes crises econômicas e sociais" fortalecem a extrema direita.

"Temos que lutar sempre para manter a democracia. A democracia não será o ideal, mas é sempre o melhor sistema, com respeito aos direitos humanos, à participação do povo. Quando começa a ir para a direita é um perigo, porque a mentalidade da direita não é muito democrática", acrescentou. 

Segundo o padre Costella, o crescimento do pensamento neoliberal também é percebido dentro das igrejas, e o apoio que muitos cristãos deram ao presidente eleito mostra a necessidade de reavaliação interna. Para o padre, 2019 será um ano de "análise desses votos, porque existe um limite democrático para quem acredita em Cristo".

Presentes para Lula

Após a entrevista coletiva, o padre Domenico Costella visitou a Vigília Lula Livre e transmitiu à militância as percepções que teve da conversa com o ex-presidente Lula. 

O padre afirmou ter encontrado "um homem sofrido pela violência de que está sendo vítima, mas sereno". Como presente a Lula, ele deixou um presépio italiano e um crucifixo – que, segundo Costella, o ex-presidente "colocou no pescoço imediatamente". 

Espiritualidade, literatura, viagens e política foram alguns dos temas da conversa com o ex-presidente. Bem humorado, o religioso disse que pretende voltar a visitar Lula antes do Natal, para "presenteá-lo com um panettone italiano".

A presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira, visitou a Federação dos Bancários do Rio de Janeiro e Espírito Santo (Fetraf/RJ-ES), na quinta-feira (7), e conversou com alguns dirigentes para avaliar a Campanha Nacional 2018 e debater sobre os desafios que se colocam à categoria e à classe trabalhadora.

“A campanha deste ano foi a primeira desde a entrada em vigor da reforma trabalhista. Os bancários estavam apreensivos com a possibilidade de perderem diversos direitos históricos. Os banqueiros trouxeram uma pauta enorme para a mesa de negociação que propunha a retirada de várias cláusulas da convenção coletiva e a nossa unidade nacional garantiu a manutenção de todas elas, o aumento real e a manutenção da mesa única. Essas foram nossas grandes vitórias”, disse a presidenta Contraf-CUT.

A presidenta lembrou que a Campanha Nacional Unificada 2018 ocorreu numa conjuntura extremamente desfavorável aos trabalhadores. Foi a primeira campanha da categoria após as mudanças promovidas pela reforma trabalhista do pós-golpe. Em 2016, o acordo assinado garantiu os direitos até este ano.

O Comando Nacional dos Bancários tinha como estratégia principal, apontada pelos bancários na consulta e nas assembleias, a manutenção de toda a CCT para toda a categoria, como forma de neutralizar os impactos nefastos do desmonte da legislação trabalhista que poderia afetar 61% das cláusulas da nossa Convenção Coletiva.

Juvandia Moreira ressaltou ainda a importância da unidade da classe trabalhadora contra qualquer proposta que vise a retirada direitos. “Temos que nos manter unidos para impedirmos retrocessos e qualquer ataque aos direitos dos trabalhadores. Precisamos defender os bancos públicos como instituições fortes que podem ajudar no desenvolvimento econômico do país e na geração de emprego.”

Fonte: Contraf-CUT

A Declaração Universal dos Direitos Humanos completa no mês de dezembro, de 2018, 70 anos de existência, e no dia 10 se comemora o Dia Internacional dos Direitos Humanos. Num momento no qual o Brasil vive um grande retrocesso, as leis, que tornam à liberdade, educação, segurança, a igualdade social, direitos obrigatórios a todos os seres humanos, são ignoradas com situações cada vez mais frequentes de violência, descaso e discriminação no país.

De acordo com dados do IBGE, de 2018, foi constatado que 55 milhões de brasileiros vivem na pobreza. Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) mostram que 2,5 milhões de crianças e adolescentes não estão matriculadas em escolas.

Quando o assunto é violência os números são ainda mais alarmantes. Cerca de 153 brasileiros são assassinados por dia. De acordo com o Atlas da violência de 2018, 71,5% dos crimes são motivados pelo racismo contra pessoas negras ou pardas.

Os crimes motivados pelo preconceito e discriminação também fazem vítimas em todo o país. De acordo com o Grupo Gay da Bahia, a cada 19 horas 1 pessoa é assassinada vítima de lgbtfobia. Dados da OMS mostram que o Brasil tem a 5ª maior taxa de feminicídio no mundo.

Para Adilson Barros, diretor executivo da Contraf-CUT e membro da Comissão de Gênero, Raça e Orientação Sexual (GROS), o Dia Internacional dos Direitos Humanos precisa ser lembrado todos os dias devido ao aumento do genocídio de pessoas no mundo inteiro e em especial, infelizmente no Brasil. “Esta data além da necessidade de uma reflexão, tem como maior objetivo exigir de nossos governantes, políticas públicas e leis que punam de forma efetiva pessoas que não reconhecem ou deixam de cumprir a Declaração.  E nós, representantes de trabalhadores, temos também o dever e seguir na integra tais direitos e sempre alertar lugares onde existem o descumprimento dos direitos humanos”, concluiu.

Fonte: Contraf-CUT

A discussão e o desenvolvimento de métodos de sindicalização e de diálogo com os trabalhadores foram alguns dos assuntos discutidos na segunda edição do Fórum de Sindicalização da UNI Américas Juventude, braço da UNI Global Union. O evento ocorreu entre os dias 5 e 7 de dezembro, em São Paulo, e reuniu 40 representantes de países do continente, entre eles Brasil, Argentina, Uruguai, Nicarágua, República Dominicana e Chile.

A UNI Global Union é um sindicato global que representa mais de 20 milhões de trabalhadores de 900 sindicatos do setor de serviços em países de todos os continentes.

O evento contou com a participação das dirigentes sindicais Lucimara Malaquias, vice-presidenta da UNI Américas Juventude, diretora do Sindicato dos Bancários de São Paulo e bancária do Santander; Fernanda Lopes, secretária nacional de Juventude da Contraf-CUT e bancária do BB, Karen Souza, do coletivo Juventude do Seeb/São Paulo e bancária do Bradesco; Fernando Pereira Arantes, do Sindicato dos Bancários de Belo Horizonte e Região; e Daniele Caroline Miyachiro, do Sindicato dos Bancários de Campinas e Região.

“Nesses fóruns sempre procuramos encontrar os melhores métodos e as possibilidades de adaptá-los em diferentes realidades, sempre respeitando as especificidades da categoria e as culturas locais de cada país”, ressaltou Lucimara Malaquias.

"A troca de experiências entre diversos países e ramos de atividade é enriquecedora. Na categoria bancária, temos alto índice de sindicalização. E uma categoria unificada é muito mais forte. Aqui no Brasil, a juventude vem sendo diretamente impactada pela reforma trabalhista, terceirização e outros retrocessos e precisa estar organizada para lutar contra toda forma de precarização do trabalho", acrescentou Fernanda Lopes.

“As estratégias que construímos nestes três dias de muito estudo foram enriquecedoras para todos, em suas diferentes realidades e dificuldades. Vemos o avanço dos governos de direita na América, e os trabalhadores precisam estar unidos fortalecendo suas entidades para juntos lutarmos por nossos direitos”, finalizou Karen Souza, que participou pela primeira vez de um fórum internacional com jovens sindicalistas de diversos países.

Fonte: SPBancários

Não é de hoje que o Ministério do Trabalho vem sendo desmantelado, diz em entrevista o professor Marco Gonsales, da Universidade São Judas Tadeu. "Para que existir, se a sua função é tida como um dos maiores empecilhos para o sucesso do projeto de país que essa gente aspira? O principal alvo dessa guerra não é o MT, é o trabalhador e a trabalhadora e, portanto, o trabalho, no sentido dos direitos conquistados", afirma, sobre o plano de "fatiar" a pasta, cujas atribuições, na gestão Bolsonaro, deverão se espalhar por três áreas.

Isso deixará ainda mais pendente, pró capital, uma balança que a rigor nunca teve equilíbrio no Brasil, avalia o professor, que antes de ir para a academia atuou no meio empresarial e formação em Administração de Empresas. "Um fenômeno também global característico desta fase neoliberal do capitalismo. Há pelo menos 50 anos, países centrais e periféricos realizam os ajustes rumo à tão sonhada austeridade fiscal. Em suma, eliminam direitos – sob o pretexto do equilíbrio das contas públicas."

As consequências nocivas ao trabalhador serão várias, enumera. "Para quê fiscalização se o trabalho análogo a escravidão será legalizado com as carteiras verde e amarela?", questiona Gonsales. "Os empresários não terão mais motivos para não formalizar os seus trabalhadores. Direitos conquistados ao longo do século 20 serão suprimidos. Grande parte do atual e do futuro governo é composta por grupos empresariais responsáveis pelo trabalho escravo e infantil no país, tanto no campo quanto nos centros urbanos."

Ele avalia que a situação irá piorar, em um país que já tem 27 milhões de desempregados ou subempregados, com uma "regulamentação de desregulamentação". Normas de saúde e segurança também deverão ser comprometidas. "Temos uma média de 700 mil acidentes de trabalho por ano no Brasil. Ocupamos o trágico quarto lugar no mundo em ocorrência de acidentes de trabalho, atrás somente da China, Índia e Indonésia. Em suma, a quase metade da classe que trabalha no Brasil reclama por salários atrasados, um quinto implora por uma alimentação digna e outros 16% por mínimas condições de trabalho. Não tem como o Brasil não ser um dos lugares mais perigosos para se trabalhar no mundo e, com toda certeza, esse cenário só deve piorar com o futuro governo."

 

Qual o significado, em termos institucionais, do fim ou do "fatiamento" do Ministério do Trabalho?

Temer e Bolsonaro são faces da mesma moeda. A diferença é o como fazer, mas o objetivo é o mesmo. Para esses representantes das frações dominantes brasileiras, o objetivo é claro: manter o Brasil na posição de país subalterno, semi-periférico, norteado pelos interesses do grande capital internacional. É assim que a nossa elite aprendeu historicamente a acumular riqueza, se perpetuar no poder e saquear o país: explorando o trabalhador e trabalhadora e/ou entregando as nossas riquezas, naturais e socialmente construídas. Veja o caso da Embraer. Um patrimônio brasileiro que FHC privatizou, Temer preparou e será entregue definitivamente por Bolsonaro.

O desmantelar do MT não é de hoje. Quem não se lembra da nomeação de Cristiane Brasil, por Michel Temer, para a pasta do ministério? A filha de Roberto Jefferson tinha sido processada pela Justiça do Trabalho, além de possuir três ações movidas contra ela por três antigos trabalhadores. Já o atual ministro, Caio Luiz de Almeida, Vieira de Mello, recebeu 24 atuações entre 2005 e 2013 da própria pasta que passou a comandar. Um escárnio!

Como apresentado, de maneira ainda muito leviana, pra não dizer amadora, pelo futuro ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, a Secretaria de Políticas Públicas deve ficar com os ministérios da Economia, de Paulo Guedes, e Cidadania, de Osmar Terra. Este último foi ministro do Desenvolvimento Social de Michel Temer e responsável pelo cancelamento de 85 mil auxílios-doença e pelo corte de 4,4 milhões de famílias do Bolsa Família.

Em suma, o fim do MT começou a ser desenhado após o golpe parlamentar de 2016. Para que existir, se a sua função é tida como um dos maiores empecilhos para o sucesso do projeto de país que essa gente aspira? O principal alvo dessa guerra não é o MT, é o trabalhador e a trabalhadora e, portanto, o trabalho, no sentido dos direitos conquistados. As frações burguesas brasileiras, e de muitos outros países periféricos, vivem ancoradas na lógica do capitalismo de rapina.

Parece fato que o MT deixou de ter peso nas decisões governamentais. Mas sua extinção não enfraquece ainda mais a área social, em favor da econômica, predominante? A balança não fica ainda mais desequilibrada?

A balança, que por aqui nunca teve equilíbrio, também, desde 2016, pende radicalmente a favor do capital. Um fenômeno também global característico desta fase neoliberal do capitalismo. Há pelo menos 50 anos, países centrais e periféricos realizam os ajustes rumo à tão sonhada austeridade fiscal. Em suma, eliminam direitos – sob o pretexto do equilíbrio das contas públicas. É claro que esse caminho não é linear, cada povo tem as suas particularidades sociais, culturais e políticas, há também os conflitos entre os próprios capitalistas, além das lutas das classes subalternas que também dão o tom neste processo.

A própria América Latina elegeu diversos governos progressistas no começo deste século em meio ao período neoliberal capitalista. O próprio México, ao que tudo indica, deve adentrar em um período de conquistas de direitos pelas classes subalternas. Mas não há dúvida, o capitalismo em sua fase neoliberal – principalmente após as quedas da URSS e do muro – desequilibra a balança das lutas de classes a favor das elites. Não por menos, os estudos sobre a desigualdade social no capitalismo contemporâneo, de Thomas Piketty, são best-sellers.

  • Como fica, por exemplo, a atuação dos grupos móveis de fiscalização de combate ao trabalho escravo, criados em 1995 e que se tornaram uma política do Estado? Lembrando que essa ação específica sempre esteve na mira de grupos críticos ao que chamam de "excessivo" rigor da lei.

Para quê fiscalização se o trabalho análogo a escravidão será legalizado com as carteiras verde e amarela? Segundo Paulo Guedes, a carteira de trabalho verde e amarela garantirá apenas três direitos: férias remuneradas, 13º e FGTS. Os empresários não terão mais motivos para não formalizar os seus trabalhadores. Direitos conquistados ao longo do século 20, como salário mínimo, hora extra, vale transporte, aviso prévio, seguro-desemprego, repouso semanal remunerado, salário-família, licença-maternidade, licença-paternidade auxílio-doença, adicional noturno, insalubridade e aposentadoria, serão suprimidos. No mais, a fiscalização é uma das principais funções do MT. No entanto, grande parte do atual e do futuro governo é composta por grupos empresariais responsáveis pelo trabalho escravo e infantil no país, tanto no campo quanto nos centros urbanos. A União Democrática Ruralista (UDR), uma das organizações de classe que mais apoiou o Bolsonaro, chama de “indústria das multas de cunho ideológico” as equipes de fiscalização do ministério.

  • Em relação às políticas públicas, o que se pode esperar caso essa área específica fique mesmo sob o comando de Paulo Guedes na Economia?

O principal objetivo do MT é pensar a geração de emprego. No Brasil, hoje, há mais de 27 milhões de desempregados ou subempregados e fica evidente que este quadro deve piorar. A política pública do futuro governo, no âmbito do trabalho, nós já sabemos. É a criação das “carteiras de trabalho verdes e amarelas”, idealizadas por Paulo Guedes. Uma sequência lógica após a reforma trabalhista realizada pelo governo Michel Temer. Em suma, ambas seguem a linha de muitas outras reformas realizadas recentemente em grande parte do mundo, onde o trabalho intermitente e com nenhum ou quase nenhum direito garantido, tem sido regulamentado. Em suma, regulamenta-se a desregulamentação. É a legalização do trabalho análogo a escravidão. É um mundo onde ser explorado (legalmente), tornou-se um privilégio.

  • A partir da pasta do Trabalho se elaboram também, por exemplo, normas técnicas de segurança e saúde no trabalho. Essa função pode ficar comprometida?

Não tem como não ficar comprometida. Temos uma média de 700 mil acidentes de trabalho por ano no Brasil. Ocupamos o trágico quarto lugar no mundo em ocorrência de acidentes de trabalho, atrás somente da China, Índia e Indonésia. Mais da metade da classe trabalhadora brasileira necessita da hora extra ou faz jornada dupla, em casa ou em outro emprego. Segundo o Dieese, há cinco anos, a classe trabalhadora brasileira realiza uma média de 2 mil greves por ano. Somos um dos países que mais pulsa no mundo. Os principais motivos para as greves são: atraso de salário (38%), reajuste (30%), alimentação (18%), condições de trabalho (16%). Em suma, a quase metade da classe que trabalha no Brasil reclama por salários atrasados, um quinto implora por uma alimentação digna e outros 16% por mínimas condições de trabalho. Não tem como o Brasil não ser um dos lugares mais perigosos para se trabalhar no mundo e, com toda certeza, esse cenário só deve piorar com o futuro governo. Em suma, tanto a fiscalização quanto a segurança do trabalho devem ser menosprezadas, assim como já são pelo o atual governo.

  • E os recursos do FAT e do FGTS, como ficaria sua gestão?

Aparentemente, os recursos do FAT e do FGTS, capital da classe trabalhadora, deve ficar com a pasta da Economia, um patrimônio de R$ 800 bilhões. Acenam revisar parte dos gastos obrigatórios e Paulo Guedes, recentemente, se posicionou favorável a restringir e até acabar com o abono salarial e com o seguro-desemprego. Em suma, mais direitos suprimidos, um saque, à luz do dia, à classe trabalhadora brasileira.

 

Fonte: Rede Brasil Atual

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) variou -0,21% em novembro, menor taxa para o mês desde a implementação do Plano Real, em 1994. O indicador oficial de inflação no país está acumulado em 3,59% no ano, acima do índice do mesmo período de 2017 (2,50%). Em 12 meses, vai a 4,05%, abaixo do período imediatamente anterior (4,56%). Os dados foram divulgados na manhã de hoje (7) pelo IBGE.

Segundo o instituto, os combustíveis (-2,42%) foram um dos produtos que influenciaram o resultado do mês passado, com queda, principalmente, do preço médio da gasolina (-3,07%, chegando a -5,35% em Brasília). Óleo diesel e etanol caíram 0,58% e 0,52%, respectivamente. Com isso, o grupo Transportes, que em outubro havia tido a maior variação (0,92%), caiu 0,74%, com impacto de -0,14 ponto percentual no índice geral.

O grupo Habitação teve queda de 0,71%, com destaque para a energia elétrica: -4,04%. Esse item representou, sozinho, redução de 0,16% ponto no IPCA. Mas com variações. O IBGE apurou, por exemplo, queda de 6,83% na região metropolitana de Fortaleza e alta de 4,31% em Goiânia, onde houve reajuste das tarifas em outubro. 

Ainda nesse grupo, o gás encanado teve aumento médio de 2,08%, sob impacto de reajuste no Rio de Janeiro. E o gás de botijão subiu 0,52%, com reajuste nas refinarias autorizado pela Petrobras.

O grupo de maior peso, Alimentação e Bebidas, subiu menos (de 0,59%, em outubro, para 0,39%), mas representou impacto de 0,10 ponto percentual no mês. Entre os itens que ficaram mais caros, estão cebola (24,45%), tomate (22,25%), batata inglesa (14,69%) e hortaliças (4,43%). Já o preço do leite longa vida recuou 7,52%, com impacto de -0,08 ponto. Comer fora ficou mais caro: a refeição foi de 0,01% para 0,58% e o lanche, de -0,25% para 0,29%.

Em novembro, o menor índice foi o de Brasília (-0,43%) e o maior, de Goiânia (0,12%). Na região metropolitana de São Paulo, a taxa foi de -0,30%. Em 12 meses, o IPCA varia de 1,95% (Aracaju) a 4,63% (Porto Alegre). 

INPC

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) variou -0,25%, ante 0,40% em outubro, também o menor para novembro desde o Plano Real. O acumulado no ano está em 3,29% (1,80% em 2017). Em 12 meses, fica em 3,56%, ante 4% no período imediatamente anterior.

 

Fonte: Rede Brasil Atual

Em reunião com a Comissão de Organização dos Empregados (COE), na tarde desta quinta-feira (6), em São Paulo, o banco Itaú não apresentou a resposta sobre as propostas sobre o reajuste do valor das bolsas de estudo e sobre o Programa Complementar de Resultados (PCR).

O banco não deu uma nova data para a apresentação da resposta, mas uma nova reunião deve ser agendada ainda para 2018.

“O banco ainda está estudando a proposta. Esperamos que na próxima reunião isso seja resolvido e, quando for pago, o PCR a o valor venha com o valor calculado da forma como pedimos”, disse o diretor da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e coordenador da COE do Itaú, Jair Alves.

“Nos nove primeiros meses de 2018 o Itaú obteve um lucro líquido de R$ 19,255 bilhões. É possível avançar na proposta e oferecer um pouco mais para seus funcionários”, ressaltou o secretário de Assuntos Jurídicos da Contraf-CUT e membro da COE do Itaú, Mauri Sergio Martins de Souza.

Bolsas de estudos
Com relação às bolsas de estudos, os trabalhadores reivindicam o reajuste do valor, que atualmente vai até R$ 390,00, e também o aumento do número de bolsas concedidas. Hoje o banco concede 5.500 bolsas. “A demanda por bolsas de estudo é muito maior. Para 2018, houveram 8.742 inscrições. Toda empresa tem interesse que seus funcionários busquem formação para poderem atender seus clientes. A bolsa de estudo é um incentivo para que isso aconteça”, reivindicou o secretário de Assuntos Jurídico da Contraf-CUT.

Turnover
O banco também apresentou os dados sobre o número de demissões e de contratações de funcionários (turnover) em 2018. A taxa de tounover ficou em aproximadamente 10%. “No saldo o banco contratou mais do que demitiu neste ano, mas os novos funcionários entram ganhando muito menos do que os demitidos. O banco reduz o ganho dos funcionários e aumenta seu lucro. Os funcionários se sentem desvalorizados e ficam inseguros. Isso não contribui em nada com o clima no ambiente de trabalho”, criticou Mauri.

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Fonte: Contraf-CUT