Maio 15, 2025
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“Sou um otimista moderado (…) o lado de lá não tem nomes. Onde foram parar José Serra, Aloysio Nunes, Aécio Neves (senadores tucanos)? O que fazem da vida? Não digo que aqui está ótimo, está complicadíssimo, porque eles desorganizaram o país e só eleições livres, diretas e sem perseguição do Judiciário vai pacificar o povo”, disse o ex-ministro da Secretaria de Comunicação Social durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Franklin traçou um panorama do cenário político-eleitoral recente e observou que ninguém ganha eleição sem debater temas que são problemas das grandes multidões. "Fernando Henrique Cardoso (PSDB) foi eleito porque falou da inflação. O PT foi eleito porque promoveu a inclusão social. Como a direita quer ser eleita agora dizendo que vão acabar com a Petrobras, a Eletrobras, com bancos públicos e excluir o Nordeste da economia? Eles querem fazer uma manipulação de massa mas estão entalados", disse.

“Deram um golpe e disseram que não era golpe, que era impeachment. Disseram que acabariam com a corrupção, que era culpa do PT. E disseram que ajeitariam a economia em seis meses. Agora, apesar de todo o massacre midiático, boa parte do povo sabe que foi golpe. Segundo, quem deu o golpe foi uma quadrilha com nomes como o Eduardo Cunha. Eles eram os corruptos. Terceiro, depois de um ano de Michel Temer (MDB), o Brasil está com a miséria crescendo, desemprego. Estão destruindo o país e estão sem discurso”, completou.

O ex-ministro participou do programa Contraponto, exibido nesta segunda-feira (7) pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e pela RBA. O programa teve a participação do blogueiro Eduardo Guimarães e da jornalista Ana Claudia Mielke, do coletivo Intervozes, com mediação da presidenta do sindicato, Ivone Silva.

Ivone lembrou entrevista da ex-presidenta Dilma Rousseff, ao jornal argentino Página 12, em que afirmou que a mídia brasileira passou a fazer política e liderou um "ambiente de caos", disse Ivone. O jornalista ressaltou que “toda mídia faz política, o que temos de novo é a mídia se comportando como um partido político e usando concessões públicas para fazer este trabalho”.

Franklin falou sobre o fato de a democratização da mídia ter de passar por um processo de regulamentação, algo que existe na grande parte do mundo democrático, em países como França, Estados Unidos e Inglaterra.

“Quando falam em regulamentar a imprensa, acusam de censura. Mas o cartel da imprensa é que vem censurando tudo que vai contra o programa político deles de retrocesso, de fim da democracia. Eles só conseguem dominar o país escondendo informações e o que eles pensam”, disse.

Como exemplo, citou a natureza do tríplex atribuído a Lula, que o levou ao cárcere há um mês. “Acho estarrecedor. Passou-se ainda ideia de que o tríplex era um imóvel de luxo. Precisou o MTST ir lá para vermos que o que existe é um apartamento modesto que tampouco era de Lula. Por que nunca mostraram isso? É censura.”

O jornalista reiterou que acredita no retorno da democracia. “A direita não tem mais para onde ir. Em 1964 deram um golpe contra expectativas de mudanças. Desta vez, deram um golpe contra experiência de mudança. A essência deles faliu. Quando o povo é encarado como ativo, quando o Nordeste é incluído na economia, o país fica forte. Quando tudo isso se dissipa, ficamos neste nada, nesta vergonha. Mas eles vão passar, serão tirados.”

Para ele, essa retomada democrática não tem data, mas quando vier, carece de fortalecimento das instituições populares. “Na reconquista, vamos precisar de um sistema político melhor, de um Judiciário que não seja de castas nem partidário. E na mídia, precisaremos de pluralidade. Só o voto não é suficiente, temos que ter possibilidades de liberdade, o povo tem que ser mais ouvido.”

Panaceia ou realidade?

Eduardo Guimarães, do Blog da Cidadania, questionou o ex-ministro sobre a eficácia real de se criar formas de regulamentar a mídia. “Na Argentina diziam que a Lei de Meios seria uma panaceia. O projeto foi elogiado na ONU e aqui foi vendido como censura. Mas lá, mudou o governo e tudo foi desfeito com um estalar de dedos”, disse.

“Não tenho a visão de que regulação é panaceia. Acho uma necessidade para a democracia, mas não vai resolver todos os problemas. O Bolsa Família também não resolve tudo. Precisamos de um conjunto de políticas públicas. Na Argentina, fizeram a lei e a direita atacou, mas isso não significa que, quando a direita perder, a Lei de Meios não vá voltar", respondeu o ex-ministro. "Brasil e Argentina não são iguais. A Argentina é um potro fogoso, forma maioria política e perde com rapidez. O Brasil é um elefante, não pula a cerca e não tira a pata do chão. Aqui, as transformações são lentas."

Ana Cláudia, do Intervozes, questionou sobre os porquês de nem Lula, nem Dilma terem criado mecanismos de democratização da mídia. “Havia um setor da economia que queria derrubar o PT em conjunto com os meios de comunicação que tornaram o golpe viável. Por que esse assunto gera um receio na esquerda? Falar de regulação econômica da rádio difusão?”, perguntou. Para Martins, o fato de nunca termos regulamentação no setor, “naturalizou” a ideia de censura.

“Nunca tivemos regulação. Sou a favor da regulamentação das concessões e não da mídia. Tem que cumprir obrigações para ter concessão pública. Todas as áreas nesse modelo têm, como transportes. Sempre dizem que é censura, o que é uma mentira, porque no mundo inteiro existe. A sociedade precisa de pluralidade. Eles naturalizaram essa ideia, desde os anos 1950, de que não precisa de regulamentação, como se a concessão fosse propriedade de grupo econômico (…) Vê se alguém fala que controle é censura quando se fala de França ou Inglaterra”, completou.

FONTE: Rede Brasil Atual

No primeiro trimestre, as entidades sindicais perderam 80% de suas receitas e arrecadaram R$ 34,6 milhões. Em igual período de 2017, segundo dados do Ministério do Trabalho, os sindicatos haviam recebido R$ 170 milhões. De acordo com o Dieese, a queda se dá pela "reforma" trabalhista e o fim da obrigatoriedade do imposto sindical.

O diretor técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio, afirma que a contribuição sindical é a coluna vertebral do movimento e a nova legislação fragiliza as entidades. "A partir de agora, com a lei, os trabalhadores não têm mais o imposto descontado e quem quiser contribuir deve fazer individualmente. Isso é visto na Organização Internacional do Trabalho (OIT) como uma medida antissindical, que constrange o trabalhador e pode tirar da base da empresa quem escolher ter vínculo com o sindicato", explica, em entrevista à jornalista Marilu Cabañas, na Rádio Brasil Atual.

Para Clemente, essa fragilização tem como objetivo barrar a resistência dos trabalhadores na retirada de direitos e retrocessos previstos na nova legislação trabalhista promovida pelo governo Temer. Ele acrescenta que o momento exige que o empregado se sindicalize. 

"Se o trabalhador não tiver a clareza que o sindicato é seu escudo de proteção, a lei auxilia na quebra dessa coluna. O momento é do trabalhador observar o jogo que o setor empresarial faz e estar junto do sindicato. Se tem alguma crítica à entidade, vai na assembleia ou na diretoria reclamar, mas precisa estar junto ao sindicato", diz Clemente. 

O diretor técnico do Dieese lembra que só por meio da ação dos sindicatos foi possível obter conquistas no passado. "Veja se o trabalhador prefere ganhar o piso da categoria ou o salário mínimo, ou escolher entre a hora extra e adicionais ou o que está na lei. Um estudo do Banco Mundial mostra que os países sem sindicatos fortes são sociedades mais desiguais, ou seja, no mundo todo os sindicatos aumentam o padrão de direitos e de proteção social."

 

FONTE: Rede Brasil Atual

A nova Lei Trabalhista (Lei 13.467), não pode ser aplicada aos processos ajuizados antes de 11 de novembro de 2017. A reforma deve ser aplicada de acordo com a Constituição Federal e as convenções e tratados internacionais e os juízes do Trabalho, em suas decisões, não podem ser tolhidos na sua livre convicção motivada. Esta foi uma das 103 resoluções do 19º Congresso Nacional da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), ocorrido de 2 a 5 de maio, em Belo Horizonte (MG).

Aprovou-se, também, tese pela qual se entende inconstitucional qualquer norma que blinde o conteúdo dos acordos e convenções coletivas de trabalho da apreciação da Justiça do Trabalho, inclusive quanto à sua constitucionalidade, convencionalidade, legalidade e conformidade com a ordem pública social; e, da mesma forma, a que denuncia como autoritária e antirrepublicana toda ação política, midiática ou administrativa que impute ao juiz do trabalho o “dever” de interpretar a Lei nº 13.467/2017 de modo exclusivamente literal.

Leia mais no site da Anamatra.

Fonte: Contraf-CUT

A situação das mulheres em relação aos trabalhos domésticos não tem avançado. Segundo o IBGE, elas trabalham dez horas a mais que os homens, com jornada dupla e pouca ajuda em casa.

A divisão do tempo entre o trabalho assalariado e o doméstico é a rotina de quase 93% das mulheres e de 78% dos homens que trabalham fora de casa. A diferença é que as mulheres trabalham 21 horas por semana em casa, e os homens apenas 11 horas.

Depois de oito horas de trabalho numa empresa, Elisete chega em casa e começa uma nova jornada: os afazeres domésticos e o cuidado com a família. "A minha vida é assim. Chego do trabalho e vou fazer o serviço de casa também para não acumular muito", conta em entrevista ao repórter Jô Myiagui, da TVT.

Varrer, cozinhar, lavar a roupa e louça. Essas atividades de cuidados com o lar não aparecem nas estatísticas econômicas, mas o trabalho é o mesmo de faxineiras, empregadas domésticas, cuidadora de idosos e babás.

"Mulheres acabam saindo do trabalho porque não têm com quem deixar o seu filho e vão trabalhar dentro de casa, cuidando da criança. Isso não é remunerado ou valorizado pela sociedade", afirma Márcia Viana, da Secretaria de Mulheres da CUT.

Quando o governo Temer apresentou a reforma da Previdência tinha como objetivo igualar a idade de aposentadoria para homens e mulheres, sem levar em conta a dupla jornada. “Ele achava privilégio a mulher viver por mais anos, quando na verdade ele não considerava em nada essa segunda jornada de trabalho, como se tudo fosse feito sozinho ou magicamente", diz Rachel Moreno, psicóloga do Observatório da Mulher.

Políticas públicas como construção de creches, escolas de tempo integral e até restaurantes populares podem ajudar na redução desse trabalho extra. "No Brasil, o que nós temos é uma restrição das despesas do Estado, tirando inclusive a verba e reduzindo a quantidade de creches", acrescenta Rachel.

 

FONTE: Rede Brasil Atual

A 3ª Conferência Nacional dos Financiários definiu, nesta sexta-feira (4), a minuta de reivindicações que deverá ser apresentada à Federação Interestadual das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Fenacrefi), no início da Campanha Nacional da categoria, que tem como data base 1º de junho.

Jair Alves, coordenador do coletivo das financeiras, revela que o objetivo é manter a atual Convenção Coletiva de Trabalho, com ajustes. “Esta será a primeira negociação após a Reforma Trabalhista. Por isso temos que garantir a manutenção dos nossos direitos, com garantias de que a nova lei não nos afete.”

Antes da apresentação para a bancada patronal, o material deve passar pela avaliação do Comando Nacional dos Bancários e da categoria, por meio de assembleias.

Para Juvandia Moreira, presidenta da Contraf-CUT, a grande batalha desse ano vai ser dialogar com os trabalhadores sobre o quanto as eleições são estratégicas para a gente. “Nós queremos manter nossos direitos ou queremos perder ainda mais direitos? A nova lei trabalhista trouxe uma série de prejuízos para a classe trabalhadora e nós não vamos resgatar isso se não mantivermos a democracia, o direito de manifestação popular. A gente precisa dizer isso para os trabalhadores. Está na hora de unir a classe trabalhadora, pois juntos somos mais fortes. A males que vem para o bem. O ruim disso tudo é a perda de direitos, mas o bom é uma classe trabalhadora mais unida, politizada e fortalecida.”

Na manhã desta sexta, Barbara Valejos, técnica do Dieese na subseção do Dieese na Contraf-CUT, fez um relato sobre a reunião de coordenação do Macrossetor de Serviços da CUT, realizada ontem, que mostrou a importância da organização de base. Barbara ainda abordou o compartilhamento das sindicalizações.

“A cada ano a Conferência Nacional dos Financiarios cresce na participação das representações e avança na qualidade dos debates específicos do ramo financeiro, o que me deixa muito otimista para conquistarmos mais”, afirmou Katlin Salles, do Sindicato dos Bancários de Curitiba.

“Os financiarios do estado do Paraná, representados pela Fetec PR, precisam se engajar nesta luta, participando das instancias de deliberações e atos, para que juntos consigamos manter e agregar anseios da categoria” afirmou Eliane Fontana, Diretora do Ramo Financeiro na FETEC- PR.

Emprego

Na tarde de quinta-feira (4), Catia Uehara, economista do Dieese baseada no Sindicato dos Bancários de São Paulo, apresentou um estudo sobre o emprego nas financeiras. A Relação Anual de Informações Sociais do Ministério do Trabalho e Emprego (RAIS-MTE) registrou a existência de 5.624 financiários em dezembro de 2016. Essa categoria de trabalhadores representa 0,7% do total do emprego no sistema financeiro formal (853.575).

Quando se observa a evolução do emprego no setor financeiro no período compreendido entre 2006 e 2016, nota-se que os financiários tiveram aumento de 17,3% no emprego, passando de 4.796 trabalhadores em 2006 para 5.624 em 2016. Tal crescimento foi inferior à média observada para o Sistema Financeiro (28,7%).

Por outro lado, as financeiras aumentaram significativamente a contratação de correspondentes bancários no período. Em dezembro de 2007, as financeiras haviam contratado 4.134 correspondentes bancários. Em dezembro de 2016, esse número subiu para 34.568, representando aumento de 736,2%.

A remuneração média dos financiários aumentou 15,5%, em termos reais, entre 2006 e 2016, ganho superior àquela percebida na média do Setor Financeiro (7,6%).

Quanto ao perfil, os dados dos Registros Administrativos do Ministério do Trabalho e Emprego, demonstram que as mulheres são maioria (57%) entre os financiários, porém, recebem remunerações, em média, 31,9% inferiores à dos homens.

Fonte: Contraf-CUT

A Contraf-CUT disponibilizou em seu site a Consulta Nacional dos Bancários 2018. O Comando Nacional dos Bancários definiu os principais temas que estarão no questionário, que deve ser entregue pelos sindicatos aos bancários e às bancárias de base. O objetivo da pesquisa é buscar maior participação da categoria na construção da pauta nacional de reivindicações.

A Consulta pode ser acessado na seção de download da área restrita do site da Contraf-CUT para impressão. A consulta deve ser aplicada, sobretudo, para aferir quais são as prioridades, demandas e principais preocupações dos bancários e bancárias de todo país. Os resultados obtidos servirão de base para a elaboração da minuta nacional de reivindicações, que será entregue à Fenaban.

O resultado final da consulta será apresentado durante a 20ª Conferência Nacional dos Bancários, que acontece entre os dias 8 e 10 de junho, em São Paulo.

Fonte: Contraf-CUT

Uma das regras do atual estatuto da Funcef que protegem os participantes e seu patrimônio é o impedimento da utilização do voto de Minerva para alteração do estatuto, mas esta e outras garantias correm risco de acabar. Em comunicado divulgado nesta quinta-feira (3), a Funcef informou que o Conselho Deliberativo decidiu unanimemente iniciar a revisão do estatuto. A Fenae questiona a conduta unilateral da Funcef, que delegou a um grupo de trabalho o processo de revisão e limitou a contribuição dos participantes a uma consulta pública de duas semanas sobre uma proposta que já estará pronta.

Na ata da reunião em que a mudança foi aprovada pelos conselheiros indicados e pelos eleitos, datada de 26 de janeiro, consta a diretriz de aperfeiçoar o estatuto “em especial quanto à adequação às normas e legislações vigentes, governança, gestão e organização, eficiência, produtividade, controle e desempenho da Fundação”. A proposta de nova redação será submetida a uma consulta pública com duração de 15 dias.

A diretora de Saúde e Previdência da Fenae, Fabiana Matheus, chama atenção para a falta de transparência na condução de um assunto tão importante e considera inadequada a conduta da Funcef de não envolver os participantes desde o início do processo. “A decisão de alterar o estatuto foi tomada em janeiro e só divulgam agora, após o término do processo eleitoral. O estatuto tem dispositivos que protegem os participantes e o patrimônio dos planos, regras que resultam de muita negociação com os participantes”, afirma Fabiana.

No dia 23 de março, foi instituído o grupo de trabalho que cuidará da revisão no prazo de 45 dias corridos. O grupo é constituído por representantes da Caixa, da Funcef e por membros eleitos do Conselho Deliberativo.

Desde maio de 2016, permanece sobrestada na Diretoria Executiva da Funcef a portaria que nomeava um grupo de trabalho tripartite para discutir diversas questões de interesse do participante, como as alterações no estatuto. Um dos questionamentos feitos pela Fenae é sobre por que a Funcef não implementou o grupo tripartite e optou por um modelo que restringe a presença os participantes na etapa inicial de elaboração da proposta de revisão do estatuto.

Estatuto construído pelos participantes
A legislação dos fundos de pensão não prevê a paridade na composição da Diretoria Executiva da Fundação. Foi aí que os trabalhadores da Caixa se mobilizaram e conquistaram uma importante vitória. Em agosto de 2007, entrou em vigor o atual Estatuto da Funcef, com a previsão da paridade na composição da diretoria e da escolha dos representantes dos trabalhadores por meio de eleições diretas.

Outro avanço importante é a definição de limites para o uso do voto de minerva, cuja prerrogativa é do presidente, que no Conselho Deliberativo e na Diretoria Executiva é indicado pela Caixa e no Conselho Fiscal, é eleito pelos participantes. Hoje, o uso do voto de minerva é vedado para alterações no estatuto e nos regulamentos dos planos, retirada de patrocínio e aprovação de investimentos acima de 2% dos recursos garantidores.

Fonte: Fenae

O livro Dimensões críticas da reforma trabalhista, organizado por José Dari Krein, Denis Gimenez e Anselmo dos Santos no âmbito de um convênio entre o Ministério Público do Trabalho e o Centro de Estudos Sindicais e Economia do Trabalho (Cesit) da Unicamp, é, possivelmente, o mais completo trabalho sobre a reforma trabalhista aprovada pelo Congresso Nacional em 2017.

Mais de 20 pesquisadores foram mobilizados para tratar de várias dimensões da reforma trabalhista; a experiência internacional, os impactos sobre a flexibilização das relações de trabalho, sobre os sindicatos, sobre a desigualdade e a vulnerabilidade dos trabalhadores, sobre o financiamento da Previdência Social, dentre outros temas.

Acesse o livro completo AQUI.

Confira um trecho da introdução assinado pelos organizadores:

Trata-se de uma contribuição aos pesquisadores da área do trabalho, com o objetivo de fornecer subsídios capazes de orientar outros estudos e o acompanhamento dos desdobramentos da reforma. Procura também oferecer uma série de indicadores e reflexões que podem colaborar com ações de instituições públicas nas temáticas abrangidas pela reforma, considerando a situação do trabalho e dos trabalhadores no Brasil, no contexto da atual crise econômica (2014-2017).

A reforma trabalhista significa uma mudança substantiva no padrão de regulação do trabalho no Brasil, pois altera mais do que as relações de emprego, tendendo a produzir efeitos deletérios sobre a economia, o mercado de trabalho, a proteção social e a forma de organização da sociedade brasileira.

Leia também: Após reforma, número de novos processos trabalhistas caiu pela metade

De forma bastante sintética, a reforma modifica os elementos centrais da relação de emprego, uma vez que: (1) amplia as possibilidades de utilização de modalidades de contratação a termo e introduz a figura do contrato intermitente, do trabalhador autônomo permanente e do home office; 2) viabiliza inúmeras formas de flexibilização da utilização do tempo de vida do trabalhador em favor da empresa; 3) permite o avanço da remuneração variável e o pagamento como não salário.

Em outras palavras, ela constitui um sistema que amplia o poder e a liberdade do capital para determinar as condições de contratação, uso e remuneração do trabalho. Sua contraface é deixar o trabalhador em uma condição de maior insegurança, vulnerabilidade e risco, com consequências negativas sobre a vida pessoal, familiar e social.

A viabilização desse novo padrão requer fragilizar, não somente os direitos inscritos no arcabouço legal institucional, bem como esvaziar as instituições públicas responsáveis em assegurar a efetivação dos direitos. Na mesma perspectiva, enfraquece os sindicatos e descentraliza as negociações coletivas. Portanto, é uma reforma que altera substantivamente as condições sob as quais se estrutura o mundo do trabalho em nosso país.

O livro aborda o debate sobre os impactos da reforma trabalhista no mercado e nas relações de trabalho, nas negociações coletivas, na organização sindical, na proteção social, na atuação das instituições públicas do trabalho (Justiça do Trabalho e sistema federal de inspeção), nas contribuições sociais vinculadas à folha de pagamento e no desenvolvimento do país.

Além disso, a partir de experiências internacionais, o estudo investiga como as reformas flexibilizadoras levadas a efeito em outros países estão contribuindo para reconfigurar o mundo e as relações de trabalho, a proteção social e o papel das instituições públicas do trabalho. Ao fazer um primeiro e geral diagnóstico sobre a situação do trabalho antes da implantação da reforma, os artigos trazem elementos que permitem construir metodologias para acompanhar os desdobramentos de muitas de suas dimensões, fornecendo a base para estudos futuros.

 

FONTE: Carta Capital

Os bancários participaram dos atos deste 1º de maio, Dia do Trabalhador, realizados pela CUT e demais centrais sindicais do Brasil, e as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo em parceria com a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT). As manifestações ocorrem em várias capitais do país.

Em Curitiba, capital onde o ex-presidente Lula é mantido como preso político, desde 7 de abril, foi realizado o primeiro grande ato unificado pelas centrais desde a redemocratização do Brasil. A atividade contou com a presença de artistas, que se apresentaram desde às 14h na Praça Santos Andrade (Praça da Democracia). Às 16h, houve um ato político com a presença dos presidentes das centrais sindicais, representantes dos movimentos populares e parlamentares.

“Saímos às ruas neste 1º de maio para mostrar nossa indignação contra os ataques que o governo Temer e seus aliados estão promovendo aos direitos dos trabalhadores. Mas, também para defender a democracia, a liberdade do presidente Lula, o direito de ele ser candidato e justiça para Marielle, que foi assassinada há mais de um mês e nenhum dos culpados estão presos”, explicou Juvandia Moreira, presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).

Uma política econômica de geração de empregos e renda, seguridade e previdência social, o fim da lei do congelamento de investimentos em políticas sociais e a revogação da reforma Trabalhista foram outras pautas comuns de interesse da classe trabalhadora defendidas nas atividades.

“Pela primeira vez temos um ato de 1º de Maio unitário desde o surgimento de todas as centrais sindicais. E é importante destacar isso porque somente Lula foi capaz de nos unificar. Estão todos aqui unidos em defesa de Lula, em defesa da classe trabalhadora”, disse Vagner Freitas, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT).

Em São Paulo, a CUT, CTB, Intersindical e movimentos organizados nas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo realizaram o tradicional 1º de Maio, Dia dos Trabalhadores e das Trabalhadoras. A atividade, realizada na Praça da República, no centro da capital paulista, foi mantida em solidariedade às 400 vítimas do incêndio ocorrido na madrugada de terça-feira (1). Durante o ato, que reuniu 10 mil pessoas, um minuto de silêncio foi feito.

 

Fonte: Contraf-CUT

O banco Itaú obteve um Lucro Líquido Recorrente de R$ 6,419 bilhões no 1º trimestre de 2018, com crescimento de 3,9% em relação ao mesmo período de 2017 e de 2,2% nos três primeiros meses. A rentabilidade (Retorno sobre o Patrimônio Líquido médio anualizado – ROE) ficou em 22,2%, com aumento de 0,2 pontos percentuais em doze meses.

Do ponto de vista gerencial, os itens que impactaram o crescimento do lucro no ano não foram as receitas e sim a queda das despesas, principalmente o item custos de crédito (-11%), que inclui as despesas de Provisão para Devedores Duvidosos (PDD) e as despesas não decorrentes de juros (-7,9%).

Para Jair Alves, coordenador da Comissão de Empregados do Itaú (COE-Itaú), o banco continua lucrando muito alto. “Os rendimentos dos funcionários não acompanham a rentabilidade do banco, nem mesmo no que se refere às receitas que o banco obtém com a cobranças de tarifas de serviços”, explicou.

A receita com prestação de serviços e tarifas bancárias cresceu 8,2% em doze meses, totalizando R$ 9,3 bilhões. Já as despesas de pessoal subiram 4,9%, chegando a R$ 5,5 bilhões. Com isso, a cobertura destas pelas receitas secundárias do banco foi de 167,87% em março de 2018, um aumento de 5,03 pontos percentuais.

A holding encerrou o mês de março de 2018 com 85.843 empregados no país, com abertura de 4.624 novos postos de trabalho em doze meses. Segundo o banco, a abertura de postos foi devido a contratação para a estrutura do banco de varejo, relacionado à rede de agências, ao mesmo tempo em que teve início um processo de contratação com o objetivo de reforçar o potencial de vendas da rede. Nesse total, estão inclusos os trabalhadores do Citibank (+2.897), no Brasil. Numa análise rápida, o saldo aparente é de que foram abertas 34 agências físicas e 16 agências digitais, mas, ao se considerar que 71 agências físicas do Citibank foram incorporadas ao grupo, vê-se que o saldo, de fato, é de 37 agências físicas fechadas em doze meses.

Fonte: Contraf-CUT