Setembro 12, 2025
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Contrariando um compromisso firmado com a categoria bancária de não demitir durante a pandemia, os bancos tem feito demissões em massa.

Foi o que aconteceu com Eduardo Batista de Moura, da Agência 2059 do Banco Bradesco, no Centro de Duque de Caxias.

Após sua demissão, o bancário procurou os departamentos jurídico e de saúde do Sindicato dos Bancários da Baixada Fluminense.

E o atendimento pontual deu certo: Eduardo Batista teve sua reintegração determinada pela juíza da 7a Vara do Trabalho de Duque de Caxias.

“O Departamento Jurídico do Sindicato está incansável na luta pela defesa do trabalho bancário. Os resultados estão acontecendo e estamos colecionando vitórias. Obrigado, bancários e bancárias, pela confiança”, comentou Leandro Aresta, Diretor Jurídico do Sindicato.

A orientação, em caso de demissão, é para que o bancário ou bancária entre em contato imediatamente com o Sindicato.

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A Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/ Caixa) é veementemente contra o normativo CR 444 000, publicado em outubro pelo banco, como Programa de Incentivo às Práticas de Vendas Qualificadas (PQV). A principal discordância com o texto está nas condutas que passarão a ser monitoradas e passíveis de punição, como o mau humor, uso de celular, alimentar-se durante o atendimento e apontar o dedo.

“O programa não só traz ainda mais trabalho aos gestores, que terão de fiscalizar os empregados, como também é um instrumento claro de assédio moral e exposição, com a possibilidade de punição subjetiva por baixo desempenho”, avaliou Fabiana Uehara Proscholdt, secretária da Cultura da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e coordenadora da CEE/ Caixa.

O PQV cria o conceito de “falha comportamental”, que pode ser apontada e corrigida por procedimento correcional ou instauração de processo administrativo, o que é bastante preocupante. Além disso, não deixa claro quais seriam essas ações para correção.

“As condutas indicadas como ‘falhas comportamentais’ são bastante peculiares e o seu julgamento completamente subjetivo. Como é possível que o empregado se mantenha de bom humor o tempo todo? Ou deixe de atender o celular ou responder uma mensagem, quando os próprios gestores enviam informações durante a jornada de trabalho? Inclusive, muitos colegas utilizam o próprio celular pra agilizar o atendimento do cliente, até porque nem todas as ferramentas da própria Caixa são ágeis ou ficam disponíveis, como deveria ser o padrão. É surreal um normativo como esse pra não dizer desnecessário”, completou Fabiana.

Fonte: Contraf-CUT

O Comando Nacional dos Bancári@s se reúne nesta sexta-feira (20) com representantes da Federação Nacional dos bancos (Fenaban) na Mesa Covid. O encontro será por teleconferência, a partir das 15h.

“Queremos discutir nessa reunião a proteção dos bancários e bancárias diante do crescimento dos casos de coronavírus. Para a categoria, é essencial que que o teletrabalho seja mantido e até mesmo reforçado. Estamos recebendo informações preocupantes sobre o aumento do número de contaminações, internações e mortes por Covid-19 no Brasil”, afirmou a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira, que também é uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários.

O crescimento de uma segunda onda de covid-19 na Europa alertou o movimento sindical bancário. Levantamento do consórcio de veículos de imprensa divulgado no início da tarde desta quarta-feira (18) indica que o Brasil tem 166.847 mortes por coronavírus. A média móvel de mortes está em alta de 45% em comparação à média de 14 dias.

No início da pandemia no Brasil, o Comando Nacional dos Bancári@s se reuniu a partir de março com a Fenaban para garantir condições mínimas de segurança para a categoria, entre elas a implementação do teletrabalho. Cerca de 300 mil bancári@s chegaram a trabalhar em casa como medida de segurança.

Fonte: Contraf-CUT

A primeira reunião da mesa permanente de negociações entre a Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa) e a direção do banco depois da Campanha Nacional 2020 será realizada na primeira semana de dezembro. Para o primeiro encontro, os principais pontos da pauta são teletrabalho e banco de horas.

“Fizemos um excelente acordo na Campanha, diante do cenário atual, com a manutenção de todos nossos direitos garantidos no Acordo Coletivo de Trabalho (ACT). Porém, algumas questões ainda estão pendentes e tantas outras surgem no cotidiano. Por isso o retorno deste espaço é tão importante. Ele foi criado para debater as demandas específicas dos empregados do dia a dia”, explicou Fabiana Uehara Proscholdt, secretária da Cultura da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro e coordenadora da CEE/ Caixa.

Fonte: Contraf-CUT

O Itaú está convocando trabalhadores para a realização do exames periódicos (médico da família). O Sindicato apurou a existência de um perfil que está sendo priorizado pelo banco: trabalhadores com mais de 15 anos de casa. Muitos que relataram doenças de ordem emocional ou psicológica como depressão, síndrome do pânico, síndrome de burnout ou crise de ansiedade estão sendo demitidos depois de algum tempo que passam pelo exame.

Quando o trabalhador relata algum problema emocional ou físico, normalmente o médico do trabalho o orienta a procurar tratamento. Se a doença é de ordem emocional, o bancário é direcionado para o "Fique Ok", programa do banco que tem assistentes sociais e psicólogos. 

A principal reclamação dos trabalhadores direcionados para o “Fique Ok” é que os profissionais do programa sempre demonstram alinhamento com a empresa: colocam que o problema psicológico tem origem na vida pessoal, procurando descaracterizar qualquer tipo de correlação com o trabalho a fim de afastar a responsabilidade do banco no desenvolvimento da doença. 

Por conta da pandemia, muitos trabalhadores estão em home office, mas a demanda nas agências não diminuiu; quem trabalha na linha de frente se sobrecarrega e ainda enfrenta o risco eminente de contrair covid-19 nas unidades bancárias superlotadas. Soma-se a isto a cobrança abusivas por metas impraticáveis em meio a um cenário de paralisia econômica. Este cenário é ideal para o aumento do estresse mental e para a eclosão de doenças psicológicas, o que afeta a performance.

O Itaú armazena o histórico psicológico do trabalhador que relata algum problema emocional aos profissionais do “Fique Ok”. Muitos desses bancários com mais de 15 anos de empresa estão sendo demitidos, sob alegação de baixa performance, atualmente a “justificativa oficial” utilizada pelo banco.

“Ou seja, trabalhadores que doaram grande parte das suas vidas ao Itaú, e de um momento para outro – quando o país enfrenta uma pandemia que já matou mais de 165 mil pessoas, e a economia se encontra em rota de declínio –, o banco alega baixa performance para demitir, demonstrando ausência de responsabilidade com os trabalhadores e seus familiares e criando um ambiente de incertezas na estrutura profissional”, denuncia o dirigente sindical e bancário do Itaú Júlio César Silva Santos. 


“Muitas vezes o exame periódico identifica o bancário que atingiu o limite mental e que em breve vai se afastar. O banco utiliza a tática cruel de demiti-lo para não ter responsabilidades com estes trabalhadores”, ressalta Júlio César. 

O Sindicato também tem identificado uma elevação na quantidade de trabalhadores com problemas emocionais no Itaú, resultantes da violência organizacional instituída pela empresa, que está mudando o comando de todas as diretorias. Elas estão competindo entre si, e a forma de tentar mostrar resultados é cortar custos demitindo trabalhadores adoecidos.

“Soma-se se a isto a cobrança abusiva de metas, as incertezas e as inseguranças decorrentes da pandemia de covid-19. É o cenário ideal para uma bomba relógio da qual o Itaú tem sua parcela de culpa, mas quer se eximir de qualquer responsabilidade ao demitir trabalhadores que podem vir a ter problemas psicológicos. O banco deve mostrar mais responsabilidade social com os seus trabalhadores, que são os responsáveis pelos lucros expressivos apresentados pela empresa”, afirma Júlio César. 

Fonte: SEEB SP

A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) transmite nesta quarta-feira (18), a partir das 18h, um debate sobre a necessidade de “Tributar os super-ricos para investir na Saúde Pública”. A transmissão ocorre pelo canal TVContraf no Youtube e pelas páginas da Contraf-CUT e da Campanha Tributar os Super-Ricos no Facebook.

Contribuirão com o debate a médica e deputada federal Jandira Feghali (PCdoB/RJ), o economista Paulo Nogueira Batista Júnior, o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Seguridade Social (CNTSS), Sandro Alex de Oliveira, o integrante do Conselho Nacional de Saúde (CNS), Getúlio Vargas Júnior, e a presidenta da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal (Confetam/CUT), Vilani Oliveira. A mediação será da jornalista e editora do jornal Brasil de Fato, Katia Marko.

“Todas as pessoas que defendem maior justiça social e não querem que os mais pobres sejam ainda mais onerados precisam participar desta e das outras atividades propostas da campanha e difundir ao máximo as propostas para tributar os super-ricos. Temos que fazer com que toda a sociedade entenda essa necessidade e o quanto todos serão beneficiados”, afirmou a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira.

Salvar vidas

“Tributar os super-ricos é urgente e necessário para salvar vidas. Precisamos de mais leitos, mais médicos, mais remédios, mais atendimento básico e mais justiça fiscal”, disse a auditora fiscal aposentada da Receita Federal, Maria Regina Paiva Duarte, que é presidenta do Instituto de Justiça Fiscal (IJF), uma das dezenas de entidades que promovem a campanha.

A campanha apresenta oito projetos, prontos para serem pautados no Congresso Nacional, que elevam a tributação de altas rendas e grandes patrimônios e reduzem impostos para os mais pobres e pequenas empresas. Se aprovados, taxam apenas 0,03% dos mais ricos e podem aumentar a arrecadação em quase R$ 300 bilhões por ano, quase o dobro do orçamento previsto para a saúde pública neste ano.

A saúde não pode esperar

Durante a pandemia, 42 bilionários brasileiros aumentaram seu patrimônio em R$ 170 bilhões, valor superior ao orçamento da saúde pública no Brasil em 2020. Ao mesmo tempo, nove milhões perderam o emprego e milhares de negócios quebraram.

A riqueza total estimada destes 42 bilionários do Brasil é de aproximadamente R$ 600 bilhões. Com um imposto de 2% sobre essa fortuna daria para arrecadar R$ 12 bilhões por ano, valor suficiente para garantir o funcionamento de Unidades de Tratamento Intensivo para 267 mil pacientes infectados pela Covid-19 no país.

Fonte: Contraf-CUT

Dados do Atlas da Violência 2020 apontam que a forte concentração dos índices de violência letal na população negra é uma das principais expressões das desigualdades raciais existentes no Brasil. Produzido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o estudo mostra que os jovens negros são as principais vítimas de homicídios no país e que as taxas de mortes de negros apresentam crescimento acentuado ao longo dos anos. Entre os brancos os índices de mortalidade são muito menores e, em muitos casos, apresentam redução.

Para o secretário de Combate ao Racismo da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Almir Aguiar, trata-se de um verdadeiro genocídio contra o povo negro, respaldado pelo Estado. “O aparato policial do Estado é o que mais mata! Esta política deve ser combatida!”, disse.

Em 2018, 75,7% das vítimas de homicídios eram negras (soma de pretos e pardos), uma taxa de homicídios de 37,8/100 mil habitantes. Entre os não negros (soma de brancos, amarelos e indígenas) a taxa naquele ano foi de 13,9/100 mil habitantes. “Esse dado mostra que para cada pessoa não negra assassinada, ocorreram 2,7 homicídios de negros. Ou seja, ocorrem quase três vezes mais homicídios de negros do que de brancos em nosso país”, disse indignado o dirigente da Contraf-CUT.

#VidasNegrasImportam

“Os indicadores sociais da violência indicam o aprofundamento das desigualdades raciais. Isso é facilmente perceptível quando observamos que a redução da taxa de homicídios se concentrou entre a população não negra. Entre os negros houve aumento”, ressaltou Almir.

Os dados do Mapa da Violência 2020 indicam que, entre 2008 e 2018, as taxas de homicídio apresentaram um aumento de 11,5% para os negros, enquanto para os não negros houve uma diminuição de 12,9%.

“Mas, não podemos deixar de lembrar que o racismo no Brasil é estrutural, está presente em toda a estrutura social. E, assim como ocorre no quesito violência, quando falamos sobre mercado de trabalho o negro também sofre discriminação”, completou o dirigente da Contraf-CUT. “Aos negros e negras são destinados os cargos de menor importância e salários e são ceifadas todas as possibilidades de ascensão profissional”, concluiu.

Consciência Negra

Na sexta-feira, 20 de novembro, a Contraf-CUT, sindicatos e federações de trabalhadores do ramo financeiro de todo o país se somam às atividades do Dia da Consciência Negra e a partir das 12h, realizarão uma manifestação pelas redes sociais com a hashtag #VidasNegrasImportam.

“Vamos utilizar o Twitter para denunciar a discriminação racial, que pune a população negra, com a violência, a discrimina no mercado de trabalho e em toda a estrutura da sociedade. Não podemos mais tolerar o racismo!”, disse Almir.

Fonte: Contraf-CUT

Depois de cobrança da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú, a direção do banco fez uma nova apresentação das propostas para um acordo sobre teletrabalho, ponto eletrônico e acordo de quitação do espelho do ponto. O acordo deve regular o teletrabalho para entorno de 35 mil a 38 mil funcionários. Porém, ainda não foi apreciado por todos os trabalhadores, devido a dúvidas geradas na apresentação realizada em 28 de outubro para a COE. Além dos membros da COE, participaram do encontro os presidentes dos sindicatos e das federações de todo o Brasil.

A reunião começou com o tema que tem gerado mais dúvidas: o controle da jornada de trabalho com ponto eletrônico. O Itaú explicou como será feito todo o processo, que deve abranger cerca de 57 mil funcionários. O projeto piloto está sendo testado desde 2019, com mil bancários, inicialmente da aérea de tecnologia e algumas agências de São Paulo, e se expandiu para outras áreas.

Além do controle mensal do registro de ponto diário, os funcionários poderão acessar um termo de quitação de suas horas semestralmente e terão a possibilidade de concordarem ou não. Caso não haja concordância o funcionário deve procurar os sindicatos e abrir um chamado na Central de Pessoas. Os sindicatos acompanharão todo o processo para garantir que não haja irregularidades. Importante ressaltar que a quitação é opcional e se refere somente à jornada trabalhada, não impedindo nenhuma outra reclamação trabalhista. O banco também informou que as entidades se comunicarão com os funcionários através do e-mail corporativo da empresa.

Home Office

O banco reafirmou também que irá pagar uma ajuda de custo de R$ 80,00 por mês. O pagamento será feito em duas parcelas semestrais de R$ 480,00 cada. O Itaú garantiu ainda que irá respeitar os intervalos para refeição e os períodos de descanso. Serão mantidos, integralmente, os vales refeição e alimentação. O vale transporte vai ser pago proporcionalmente, para os dias em que o funcionário fizer o trabalho presencial, no local de trabalho. O banco vai fornecer o computador para o trabalhado em home office, além do que batizou de Kit conforto, que compõe teclado, mouse e cadeira ergométrica.

“A reunião foi muito boa para esclarecer as dúvidas que os dirigentes sindicais colheram na base. Agora, cada entidade voltará à sua base para fazer o debate no âmbito da sua diretoria e se posicionar quanto ao acordo”, afirmou Jair Alves, coordenador da COE do Itaú.

Fonte: Contraf-CUT

Se você ainda não assinou o abaixo-assinado pela aprovação do Projeto de Decreto Legislativo (PDC 956/18), da deputada Erika Kokay (PT-DF), que susta os efeitos da CGPAR 23, ainda dá tempo. Para assinar a petição online, clique aqui. Segundo os organizadores da mobilização, a intenção é atingir 50 mil assinaturas para o documento que será encaminhado aos deputados federais. Divulgue em suas redes e fortaleça a luta contra o desmonte dos planos de saúde de autogestão.

A iniciativa visa pressionar o presidente da Câmara Federal, deputado Rodrigo Maia (DEM/RJ), a pautar a votação dessa matéria. O PDC de Erika Kokay já venceu importantes etapas. Foi aprovado em duas das mais importantes comissões temáticas da Casa Legislativa: Trabalho, Administração e Serviço Público (CTASP) e Constituição, Justiça e Cidadania (CCJC). Falta, agora, ser votado em plenário para concluir o seu ciclo de tramitação.

O PDC 956/18 propõe a sustação dos efeitos da resolução 23 da Comissão Interministerial de Governança Corporativa e de Administração da Participações Societárias da União (CGPAR) por considerá-la inconstitucional e ferir diversos dispositivos legais nas esferas da saúde suplementar e trabalhista.

A resolução impõe séria restrições à destinação de recursos das empresas com a assistência à saúde dos empregados e que algumas empresas já começam a implantar, transferindo, em pouco tempo, todos os custos de tratamentos de saúde aos titulares.

O objetivo desse dispositivo é abrir para as operadoras privadas um novo nicho de mercado, representado pelos milhares de empregados e seus dependentes, como forma de reequilibrar as finanças das empresas que exploram comercialmente os serviços de saúde coletiva, visando a obtenção do lucro. Caso esse modelo seja adotado, a Associação Nacional dos Participantes de Previdência Complementar e Autogestão em Saúde (Anapar) alerta que nem todos os atuais participantes terão condições de migrar para planos de saúde privados.

O abaixo-assinado é fruto da articulação de entidades representativas de participantes de planos de autogestão, entre elas a Anapar, a Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), e Federação Única dos Petroleiros (FUP).

“Para fazer chegar este abaixo-assinado a todos os deputados federais, o apoio de todos é de suma importância. É momento de mostrar a força e unidade dos trabalhadores, da população e de setores da sociedade na resistência contra retrocessos”, destaca o presidente da Fenae, Sergio Takemoto.

Fonte: Fenae

A saúde financeira do sistema bancário parece ter sido uma das poucas a não sofrer grandes abalos após oito meses de pandemia da covid-19 no país. A economia brasileira começou o ano com registro de “pibinho” por falta de ações do governo pela recuperação da economia. De março para cá, a situação só se agravou. O tombo previsto para o PIB no ano é superior a 5%. Empresas perderam negócios e trabalhadores perderam empregos. O desemprego explodiu, para mais de 14%. Com medo da inadimplência, os três maiores bancos do país aumentaram suas provisões. Por isso, o lucro líquido alcançado por Bradesco, Itaú e Santander entre janeiro e setembro deste ano foi de “apenas” R$ 34 bilhões. Apesar da saúde sólida, as demissões nos bancos não pararam de ocorrer.

Em março, os três haviam se comprometido, em negociações com os sindicatos da categoria, que não haveria demissões nos bancos durante a pandemia. A onda de contágios ainda não acabou, o país chega a 6 milhões de casos, as mortes em decorrência da covid-19 voltaram a rondar a casa do milhar por dia e já somam 164 mil vidas perdidas. Mas se a pandemia seguiu de pé, a palavra dos bancos, não.

Demissões nos bancos têm nome e rosto

Segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do governo, houve quase 13 mil demissões no sistema financeiro em nove meses. O Bradesco, sozinho, deixou sem trabalho 1.300 pessoas entre março e setembro, de acordo com os bancários. Uma das reações encontrada pelos sindicatos e a confederação nacional da categoria foi recorrer às redes sociais para denunciar o trio de bancos que agravou a situação da economia do Brasil.

Uma série de vídeos vem sendo divulgada pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região. Gravadas por atores, as mensagens são baseadas em relatos de personagens reais, de funcionários que não podem se expor, tidos como exemplares por Bradesco, Itaú e Santander. Expressam o sentimento de traição dos bancos ao promover demissões de empregados que passaram anos cumprindo com suas obrigações. Postados no canal da entidade no YouTube, os testemunhos de ex-bancários dos três maiores bancos do país já tiveram mais de 52 mil visualizações.

 

Humanizar os números

“O sindicato quis mostrar com esses vídeos uma coisa mais humana. Quando a gente vê só os números, fica uma coisa muito fria. A gente quis, com atores, mostrar a história verdadeira dos bancários. Que se dedicam muito. Cumprem metas e mesmo assim são demitidos” A explicação é da presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Ivone Silva.

“A gente quis dar um rosto para essas demissões. São pais e mães de família. São pessoas de quem suas famílias dependem. Pessoas que profissionalmente se dedicaram muito e mesmo assim foram demitidas. E isso apesar de todos os lucros dos bancos.”

demissões nos bancos
Ivone: bancos precisam explicar contradições

De acordo com Ivone, o sindicato vem promovendo ações nas redes sociais e toda semana essas campanhas, que “atingem, sim, a imagem dos bancos”, aparecem entre os assuntos mais comentados. E os bancos são cobrados e acabam tendo de se explicar. “Isso porque a imagem dos bancos é aquela coisa de propaganda, olha, vem pra cá, nós estamos preocupados com sua saúde, somos seus parceiros. Parceiro nada. Estão colaborando para os péssimos números de demitidos na economia, apesar de seus lucros serem exorbitantes”, afirma a presidenta da entidade.

“A gente tem tido bastante retorno positivo. Gente falando ‘é isso mesmo!’ E os bancos têm de dar satisfações aos clientes, porque eles sentem a contradição entre a propaganda e a vida real”, observa. “As demissões afetam as condições do atendimento. Você passa nas agências e vê filas enormes. Principalmente no Bradesco, que tem feito muita propaganda, as pessoas estão vendo que as agências não condizem com as propagandas.”

demissões nos bancos
Manifestação de sindicato dos bancários na Avenida Paulista