Maio 19, 2025
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O banco Santander obteve um Lucro Líquido Gerencial de R$ 13,849 bilhões em 2020. Desconsiderando o efeito da provisão extraordinária (PDD), o lucro seria ainda maior, alcançando os R$ 15,609 bilhões, alta de 7,3% em doze meses e 1,4% no trimestre. A rentabilidade (retorno sobre o Patrimônio Líquido Médio Anualizado – ROE) chegou aos 19,1%. Sem o efeito da PDD, a rentabilidade atinge os 21,5%, alta de 0,2 pontos percentuais em um ano.

“O governo libera dinheiro para os bancos. E os bancos arrecadam dinheiro dos clientes e da sociedade como um todo. Não é de se impressionar que, desta forma, o banco consiga, em pleno período de pandemia, com um monte de empresas fechando, obter tamanho lucro. E, mais do que o lucro, tamanha rentabilidade”, criticou o secretário de Assuntos Socioeconômicos da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Mario Raia. “O que é impressionante é que, mesmo diante deste esplendido resultado, o banco demita e reduza seu quadro de funcionários”, continuou.

holding encerrou o ano com 44.599 empregados, 3.220 postos de trabalho a menos em doze meses, sendo 2.593 entre março e dezembro de 2020, mesmo após o Santander ter assumido o compromisso de “Não Demissão” durante a pandemia.

O cliente paga a conta

“Os funcionários são prejudicados com a perda de emprego, mas essa redução de quadro também afeta em cheio a população, que tem um serviço precarizado e vê as filas aumentarem. O mesmo acontece com o fechamento de agências. O cliente precisa realizar um deslocamento muito maior para encontrar uma agência”, disse a coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE), Lucimara Malaquias, ao lembrar que, em um ano, o banco fechou 175 agências, 106 delas entre abril e dezembro de 2020.

Não é à toa, que a soma das receitas obtidas com prestação de serviços e tarifas bancárias pelo Santander em 2020 totaliza R$ 18,464 bilhões. O valor é alto, mas para o banco é uma fonte irrisória frente ao que ele arrecada com as demais transações financeiras. Mesmo assim, é mais do que o dobro (204,4%) gasto nas despesas de pessoal, atingindo R$ 9,035 bilhões no período.

O Brasil salva

Segundo dados divulgados pelo banco, o resultado global foi de € 8,871 bilhões de prejuízo, fortemente impactado pelas provisões para perdas em decorrência da pandemia causada pelo novo coronavírus (Covid-19) no mundo.

“O Brasil e os brasileiros salvam o Santander. É daqui que o banco obtém, em média, 30% do seu lucro. Talvez em decorrência das altas taxas cobradas dos seus clientes e das tarifas que são cobradas, inclusive dos funcionários, diferentemente do que acontece em outros países”, concluiu Mario Raia, que representa a Contraf-CUT na COE.

Outros dados

As informações são baseadas na análise realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Veja abaixo a tabela resumo dos resultados, ou, se preferir, acesse a íntegra do documento.

O Itaú obteve um lucro líquido de R$ 18,91 bilhões em 2020, contra R$ 26,58 bilhões em 2019 (-28,87%). Enquanto que o Lucro Líquido Recorrente somou R$ 18,53 bilhões, variando 34,65% em relação ao de 2019 (R$ 28,36 bilhões). De acordo com o banco, a despeito do resultado menor, houve sinais de melhora no 4º trimestre de 2020, com crescimento da carteira de crédito na maior parte dos segmentos. O retorno recorrente consolidado sobre o Patrimônio Líquido médio anualizado (ROE) foi de 14,5%, com queda de 9,2 p.p., enquanto, no Brasil, o retorno foi de 15,3% (queda de 9,6 p.p. em comparação a 2019).

Veja aqui os destaques do Dieese.

“Em um ano apático pela crise econômica gerada com a pandemia, no qual muito setores sofreram perda e diminuição de trabalhadores, o Itaú teve um lucro. Isso prova que o sistema financeiro continua rentável no Brasil e não há motivo para demissão de seus trabalhadores, mas sim a necessidade de aumentar o nível de emprego na categoria”, afirmou Jair Alves, coordenador da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú.

Um item com forte impacto nos resultados do banco foi a conta de impostos e contribuições, que passou de uma despesa de, aproximadamente, R$ 4,26 bilhões em 2019, para uma receita de quase R$ 9,8 bilhões em 2020, devido à entrada de créditos tributários. Ainda assim, o resultado antes dos impostos ficou 77,81% menor em relação a 2019, fechando 2020 em R$ 6,98 bilhões.

O Índice de Inadimplência superior a 90 dias, no país, caiu 0,7 p.p., ficando em 2,3%. Ainda assim, as despesas com provisão para devedores duvidosos (PDD) cresceram 26,13% no ano, totalizando R$ 30,14 bilhões.

A receita com prestação de serviços e tarifas bancárias caiu 2,45% em doze meses, totalizando R$ 39,57 bilhões. As despesas de pessoal, por sua vez, caíram 5,82%, somando R$ 22,42 bilhões. Com isso, a cobertura destas despesas pelas receitas secundárias do banco foi de 176,55% no período.

Ao final do 4º trimestre de 2020, a holding contava com 83.919 empregados no país, com crescimento de 2.228 mil postos de trabalho em doze meses, mas uma redução de 353 postos em relação ao trimestre anterior. Importante salientar que, a partir do segundo trimestre, o total de empregados passou a considerar também os trabalhadores da ZUP (empresa de tecnologia adquirida em outubro de 2019). Em doze meses, foram fechadas 117 agências físicas no Brasil e não foi aberta nenhuma agência digital, totalizando 3.041 e 196, respectivamente.

Fonte: Contraf-CUT

A Caixa divulgou, na última sexta-feira (29), uma arrecadação recorde em toda a história das Loterias. O resultado de 2020 foi de R$ 17,1 bilhões – 2,35% maior do que em 2019, com 16,7 bilhões arrecadados. O valor do repasse para áreas sociais como saúde, educação, segurança e esportes também foi o maior da história – R$ 8,05 bilhões, 1,6% acima do repassado em 2019.

Para o presidente da Federação Nacional do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), Sergio Takemoto, as loterias são partes estratégicas da Caixa e fundamentais para a redução da desigualdade regional e social no país.

“Além de premiar os apostadores, as loterias repassam 40% dos recursos arrecadados para o financiamento de políticas públicas em educação, saúde, esporte, cultura e outras áreas, reforçando o papel social da Caixa. Mas devemos lembrar que a Caixa Loterias já é uma subsidiária e está na lista de privatizações do Governo. Se for vendida, a empresa vai continuar repassando estes valores para essas áreas ou estes recursos vão para o lucro da empresa?”, questiona Takemoto. “A Fenae continua lutando para que nenhuma subsidiária do banco seja vendida. A caixa é 100% dos brasileiros”, ressaltou.

O presidente da Caixa, Pedro Guimarães, anunciou que vai retomar as operações de mercado de capitais neste ano. “É um foco total da Caixa realizar os IPOs [abertura de capital], inclusive do banco digital”, disse em evento no dia 26 de janeiro. A Caixa Loterias também é uma área que Guimarães quer vender. Além das loterias e do banco digital, a Caixa Seguridade, Caixa Cartões e gestão de recursos (asset) estão na fila para listagem na bolsa de valores.

Prêmio

De acordo com a divulgação da Caixa, a Megasena continua a principal modalidade de vendas e foi responsável por R$ 6,9 bilhões em arrecadação – 40,4 % do total. Em seguida está a Lotofácil, responsável por R$ 5,2 bilhões e participação de 30,5% no portfólio de jogos da CAIXA. Em terceiro, com 17,4% de participação, segue a Quina, que arrecadou mais de R$ 3,0 bilhões”.

Veja como ficou a distribuição dos repasses sociais:

  • Ministério do Esporte: R$ 413.138
  • Clubes de futebol: R$ 63.942
  • Comitê Olímpico do Brasil: R$ 297.992
  • Comitê Paralímpico Brasileiro: R$ 162.672
  • Comitê Brasileiro de Clubes: R$ 82.763
  • Confederação Nacional dos Clubes: R$ 6.524
  • Secretarias Estaduais dos Esportes: R$ 165.526
  • Confederação Brasileira de Desporto Escolar: R$ 35.882
  • Confederação Brasileira do Desporto Universitário: R$ 17.941
  • Prêmios prescritos repassados ao Fies: R$ 311.957
  • Fundo Nacional da Cultura: R$ 484.862
  • Fundo Penitenciário Nacional: R$ 169.656
  • Fundo Nacional de Segurança Pública: R$ 1.533.601
  • Seguridade Social: R$ 2.895.383
  • Fundo Nacional da Saúde: R$ 4.662
  • Fundo Nacional de Apoio à Criança e Adolescente: R$ 1332
  • Concursos Especial Apae: R$ 773
  • Concursos Especial Cruz Vermelha Brasileira: R$ 961
  • Concursos Especial Fenapestalozzi: R$ 2.063
  • Imposto de renda sobre prêmios pagos: R$ 1.394.833
  • Total de repasses: R$ 8.046.463

Fonte: Fenae

A retomada do teletrabalho e maior rigidez dos protocolos de saúde e segurança para enfrentar o agravamento da pandemia foram discutidas na reunião desta terça-feira (2), entre o Comando Nacional dos Bancári@s e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban). Para os representantes da categoria, essas e outras medidas protetivas são fundamentais enquanto os trabalhadores não recebam a vacina.

A tragédia em Manaus e a possibilidade de a nova cepa do coronavírus se espalhar para além da região Norte do país foram a referência das discussões entre o Comando e a Fenaban. “A população é vítima da ausência de gestão do governo Bolsonaro e de um ministro da Saúde que não faz nada para combater a pandemia. Queremos que o governo providencie vacina para todo mundo. Por causa desse atraso, precisamos também colocar a categoria bancária como um setor essencial no calendário de vacinação. Tivemos aglomerações nas agências e isso é um dos fatores de risco. Depois dos grupos prioritários a serem vacinados, queremos que a categoria seja incluída pelo Ministério da Saúde como um dos setores essenciais no calendário da vacina”, afirmou a coordenadora do Comando Nacional e presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira.

Agravamento

Por causa do agravamento da pandemia, o Comando Nacional dos Bancári@s e a Fenaban concordaram em fazer reuniões regulares para discutir as medidas de proteção da categoria. O Brasil já superou a marca de 225 mil mortes causadas pelo coronavírus e se aproxima dos 10 milhões de contágios. “É neste contexto de agravamento da doença que cobramos dos bancos a manutenção do teletrabalho, a rigidez dos protocolos se segurança e equipamentos em todos os locais”, explicou Juvandia.

O encontro ocorreu após relatos de retorno ao trabalho presencial de bancári@s de grupo de risco e que d@s que estavam em teletrabalho. “Precisamos nos antecipar ao sério risco que temos pela frente. Especialistas dizem que essa nova variamente do coronavírus está se espalhando. O risco é termos uma megapandemia dentro de 60 dias. Como a vacina vai demorar, com essa esculhambação do governo, precisamos reforçar as medidas preventivas. É uma questão de responsabilidade. Do final do ano passado até agora, houve um relaxamento enorme. O home office foi importante, distanciamento social, higiene, isso não mudou como formas de enfrentar a doença. A situação pode ficar pior que no ano passado e por isso chamamos os bancos à responsabilidade. Aumentou o número de doentes na categoria e inclusive o número de mortes.”, alertou o secretário de Saúde do Trabalhador da Contraf-CUT, Mauro Salles Machado.

Os representes da Fenaban disseram na reunião que atualmente metade da categoria está em teletrabalho e que vão fazer uma discussão na entidade sobre a manutenção de trabalhadores em trabalho remoto. O secretário de Saúde do trabalhador da Contraf-CUT pediu que os bancos sejam mais criteriosos no controle da doença, principalmente na realização de testes em suspeitos de contaminação. “O bancário tem sintomas e, muitas vezes, nem passa pelos médicos. O gestor manda ir à farmácia, fazer o teste e, se der negativo, volta a trabalhar”, disse.

Pará

Participou da reunião a presidenta da Sindicato dos Bancários do Pará, Tatiana Oliveira, que falou sobre a situação preocupante no Estado e em toda a região Norte. “A região de Santarém, no Oeste do Pará, está em lockdown. A doença se espalhou pelos municípios próximos. Um dos dados da doença é de que para cada dez pacientes contaminados que vão para a UTI, seis morrem. Na região Norte, esse número é de oito para cada dez”, relatou Tatiana, que acredita que a nova cepa do coronavírus já tenha se espalhado por todo o Pará.

Fonte: Contraf-CUT

Funcionárias e funcionários do Banco do Brasil irão deliberar em assembleia virtual, nesta sexta-feira (5 de Fevereiro), para apreciar e deliberar sobre a proposta de decretação de Estado de Greve no dia 10 de fevereiro de 2021.

A assembleia ocorrerá das 8h até as 18h.
 
Para votar e participar, basta acessar o link de votação: https://bancarios.votabem.com.br/
 
O link estará, também, disponível em nosso site (http://www.bancariosbaixada.org.br/)
 
 

Nesta última terça-feira, dia 2 de fevereiro, mais uma bancária do Banco Bradesco foi reintegrada pelo Sindicato dos Bancários da Baixada Fluminense, através de seus Departamentos Jurídico e de Saúde. A reintegração foi feita após decisão judicial proferida pela 6a Vara do Trabalho de Duque de Caxias.

Após esta decisão, a bancária Debora de Oliveira da Silva, demitida em plana pandemia do novo coronavírus, foi reintegrada às suas funções.

ENTENDA O CASO

Os bancos vem contrariando o compromisso firmado com a categoria bancária de não demitir durante a pandemia. 

Debora, ao ser comunicada de sua demissão, procurou atendimento no Sindicato. 

Após o primeiro contato, a bancária saiu do Sindicato com a certeza de que sua demissão seria revertida. O Departamento Jurídico do Sindicato dos Bancários da Baixada Fluminense, que vem trabalhando duro no combate às injustiças praticadas pelos grandes banco, obteve mais uma vitória e conseguiu a reintegração da trabalhadora. 

IMPORTANTE

Em caso de demissão, a orientação é para que o bancário ou bancária entre em contato imediatamente com o Sindicato.

SINDICALIZE-SE

Nesta terça-feira (2), Comando Nacional dos Bancários vai se reunir na próxima terça-feira (2) com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) para discutir a adoção de medidas preventivas para proteger a categoria diante do agravamento da Covid-19. A retomada do trabalho em regime de teletrabalho, com rodízio das equipes, para reduzir a aglomeração nos locais de trabalho, será o tema da reunião.

“Com o agravamento da pandemia, os bancos precisam adotar novas medidas preventivas para proteger a categoria. Quando a pandemia começou, conseguimos tomar providências como o incremento do teletrabalho, além de medidas e cuidados nos locais de trabalho. Agora, precisamos redobrar os cuidados e até mesmo ampliar o teletrabalho para reduzir os riscos de contágio”, disse a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e coordenadora do Comando Nacional dos Bancários, Juvandia Moreira.

Juvandia destaca que a necessidade de se ampliar as medidas protetivas na categoria bancária se faz necessária porque o governo federal tem se mostrado incapaz de adotar uma política que proteja a população da pandemia. “O governo não conseguiu montar um estoque de vacinas, falhou na tragédia de Manaus, onde faltou oxigênio para as vítimas da doença. Precisamos aumentar a proteção para evitar novas tragédias pelo país”, alertou a presidenta da Contraf-CUT.

Levantamento feito na tarde desta segunda-feira (1) pelos órgãos de imprensa mostrou que o Brasil registrou 9.204.386 casos de Covid 19 e 224.601 mortes.

Fonte: Contraf-CUT

O público que participou virtualmente do Fórum Social Mundial 2021, realizado entre os dias 23 e 31 de janeiro, pode conhecer melhor o “Projeto Basta, não irão nos calar”, implementado desde dezembro de 2019 pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e que presta atendimento jurídico especializado para as vítimas de violência doméstica, de gênero e injúria racial.

Elaine Cutis Gonçalves, secretária da Mulher da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/CUT), iniciou o debate lembrando que apesar de ser considerada às vezes um tabu no ambiente corporativo, a violência cometida por pessoas próximas causa grandes impactos na carreira e na qualidade do trabalho. “Recentemente pesquisa da Universidade do Ceará constatou que a violência doméstica gera problemas de saúde mental e falta de concentração no trabalho. Foi isso que levou o movimento a cobrar na mesa de negociação com a Fenaban uma política de acolhimento e que culminou nesse atendimento”, afirma ela.

O atendimento é sigiloso e atualmente é feito também de forma virtual. Até o momento foram realizados 79 atendimentos, sendo que oito são de homens e testemunhas das denúncias. Para a presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo e uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários, Ivone Silva, esse trabalho se reveste da maior importância nesse momento em que um presidente da República “abriu as portas” para uma agressividade muito grande em relação a gênero, raça e orientação sexual no país. “E a coisa fica ainda mais trágica ao constatarmos que no home office a mulher ficou ainda mais vulnerável, a vítima fica refém do agressor”, ressaltou.

A pesquisadora Rachel Moreno avalia que é preciso acabar com a visão capitalista do “repouso do guerreiro”, que pode ser rei em sua casa e não deve prestar contas. É o único lugar onde ele pode descarregar a raiva e a angústia por viver em um sistema que o faz acordar cedo, enfrentar um ônibus lotado, os desmandos de um chefe e mais duas horas para voltar para casa. “A violência doméstica beneficia o capitalismo, é preciso que a gente diga isso”, afirma ela.

Para Pamela Godoy, que coordena o projeto, o atendimento busca também articular e responsabilizar o Estado a assumir seu papel. “Não se cale, procure o sindicato e denuncie, pois queremos andar e paz e porque sim, outro mundo é possível”, afirmou.

Fonte: Contraf-CUT

A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) enviou um ofício nesta segunda-feira (1) à direção da Caixa para requerer esclarecimentos sobre a abertura de 75 novas agências e a contratação de 500 empregados, anunciados pelo presidente do banco, Pedro Guimarães, na semana passada.

Fabiana Uehara Proscholdt, coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa) e secretária da Cultura da Contraf-CUT, lembra que o movimento sindical sempre cobrou a contratação de mais empregados, inclusive na última mesa de negociação permanente, realizada no dia 03 de dezembro de 2020. “Na Caixa temos um déficit de mais de 19 mil postos de trabalho. Isso somado às condições precárias de trabalho e às metas desumanas, faz com que os empregados estejam em sua maioria esgotados e adoecidos. Com mais contratações, com certeza, a situação melhoraria, pela distribuição de atividades. Mas, reforçamos que a contratação de 500 funcionários diante da abertura de 75 novas agências é muito pouco perto da necessidade.”

“Reforçamos a reivindicação também de melhores condições de trabalho, como reforço dos protocolos contra o Covid-19, sistemas constantes e ágeis, manutenção de equipes de apoio como recepcionistas e vigilantes. Isso também propicia melhor atendimento para a sociedade”, completou Fabiana.

A Caixa chegou a ter 101,5 mil trabalhadores em 2014 e atualmente conta atualmente com 84,2 mil empregados. Mesmo assim, o banco trabalha com a estimativa de desligamento de mais 7,2 mil trabalhadores por meio de Programa de Desligamento Voluntário (PDV).

Em defesa de mais contratações, a Contraf-CUT e a Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae) iniciaram um trabalho de coleta de adesões a um abaixo-assinado, cujo objetivo é reivindicar a recomposição do quadro de empregados da Caixa, reduzido ano a ano. A iniciativa foi adotada com o entendimento de que, sem investimentos, o banco público é submetido à precarização das condições de trabalho, o que reflete no adoecimento dos empregados e na qualidade do atendimento à população.

Mexeu com a Caixa, mexeu com o Brasil

A Caixa Econômica Federal é a principal operadora e financiadora de políticas públicas sociais, além de geradora de emprego, renda e desenvolvimento. Cerca de 70% do crédito habitacional é feito pela Caixa e 90% dos financiamentos para pessoas de baixa renda estão no banco público. Além de moradias populares — como as do programa Minha Casa Minha Vida — a estatal também investe na agricultura familiar, no Financiamento Estudantil (Fies) e nas micro e pequenas empresas.

A Caixa está presente na vida de empreendedores e é o banco que mais facilita o crédito para os pequenos negócios. Só em 2020, liberou mais de R$ 28 bilhões em financiamentos a juros baixos para 300 mil pequenas e médias empresas.

O banco é, ainda, o maior parceiro dos estados e municípios no financiamento de grandes obras de saneamento e infraestrutura — áreas essenciais para a garantia de melhor qualidade de vida à população.

A Caixa está em 97% dos 5.570 municípios para que as ações sociais cheguem a quem mais precisa. São 54 mil pontos de atendimento disponíveis no país: 4,2 mil agências e postos, 8,6 mil correspondentes bancários, 12,9 mil lotéricos e 28,3 mil caixas eletrônicos (ATM’s). Além disso, é o único banco que chega aos locais mais remotos por meio de oito unidades-caminhão e duas agências-barco na Região Amazônica.

Fonte: Contraf-CUT

Nesta sexta-feira (29), agências, postos de atendimento, escritórios e outras unidades do Banco do Brasil pararam suas atividades contra o plano de reestruturação da direção da instituição. O movimento alcançou todo o país, em um sinal da rejeição por parte dos funcionários do plano de restruturação da direção do banco, que prevê 5 mil demissões e fechamento de centenas de agências, postos e escritórios do BB.

A paralisação ocorreu tanto nas capitais e grandes cidades, como em municípios do interior. (Veja ao final da matéria algumas cidades onde houve paralização de unidades do BB)

“A paralisação no dia de hoje foi muito boa. Muitos bancários entenderam a importância de cruzar os braços. Não foi uma paralisação contra o nosso trabalho, mas para cobrar respeito e dignidade por parte da direção do Banco do Brasil”, explicou o coordenador nacional da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), João Fukunaga. Além da paralisação, houve também um tuitaço com a hashtag #MeuBBvalemais.

Negociação

Na semana que vem, será avaliada a mobilização e sua continuidade, caso a direção do Banco do Brasil se recuse a dialogar com seus funcionários sobre eventuais mudanças no banco. “A Comissão de Empresa vai se reunir na próxima semana, junto com o Comando Nacional, para avaliarmos como foram os atos no Brasil inteiro. Vamos montar um novo calendário de lutas caso o banco não nos chamar para a negociação. Não descartamos a possibilidade de greve dos funcionários do Banco do Brasil”, afirmou o coordenador da CEBB.

Para ver as fotos da paralisação desta sexta-feira, clique aqui.

Veja a lista de algumas cidades onde houve paralisação.

Logo pela manhã foram registradas paralisações em cidades como Lagoa Santa (MG), Catanduva (SP), Divinópolis (MG), Passo Fundo (RS), Rolante (RS), Parobé (RS), Igrejinha (RS), Campina Grande (PB), Blumenau (SC), Rio Grande (RS), Macaé (RJ), Dourados (MS), Umuarama (PR), Assis Chateaubriand (PR), Cruzeiro do Oeste (PR), Campos de Goytacazes (RJ), Paranavaí (PR), Taubaté (SP), Olinda (PE), Paulista (PE), Igarassu (PE), Arcoverde (PE), Gravatá PE), Vitória de Santo Antão (PE), Apucarana (PR), Borborema (SP). Uberaba (MG), Mogi das Cruzes (SP) e Juiz de Fora (MG), Assis (SP), Cândido Mota (SP), Paraguaçu Paulista (SP) e Palmital (SP), Alta Floresta (MT), Sinop (MT), Sorriso (MT), Lucas do Rio Verde (MT), Pontes e Lacerda (MT), Catanduva (SP), Borborema (SP) e Novo Horizonte (SP).

Fonte: Contraf-CUT