Maio 15, 2025
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Os bancários e bancárias da base do Rio de Janeiro e Espírito Santo realizaram no sábado (19), em Três Rios, os debates e estratégias de organização de luta para a campanha nacional da categoria. A unidade da categoria e a mesa única de negociação continuam sendo estratégias de luta fundamentais para os bancários. Entretanto, diante da conjuntura mais adversa para os trabalhadores nas últimas décadas, a busca por garantia do emprego e melhores condições de vida e de trabalho com aumento real de salários, na avaliação dos sindicalistas, não poderá se restringir à mesa de negociação.

“Não estão em risco apenas nossos direitos da CLT e da Convenção Coletiva de Trabalho, mas também a estrutura de organização de luta dos trabalhadores, retirando recursos para a sobrevivência das entidades sindicais”, disse o vice-presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Vinícius Assumpção. Na avaliação do sindicalista, o país sofreu em dois anos do golpe que levou Temer à presidência da República, um retrocesso de 20 anos, disse parodiando o slogan publicitário do atual governo, que foi suspenso devido às críticas e deboches que tomaram as redes sociais.

“O Brasil, que se tornou referência no combate à miséria com Lula e Dilma retornou ao Mapa da Fome com Temer”, acrescentou. Para Vinícius, o movimento sindical precisa repensar as estratégias de organização de luta.

“Temos que fortalecer a mobilização criando a unidade dos trabalhadores do macro setor de serviços, unificando datas-bases e as categorias, como bancários, trabalhadores dos transportes e comerciários”, concluiu.

Além da negociação
O diretor do Sindicato dos Bancários do Rio, Ronald Carvalhosa, compartilha da ideia.

“Se limitarmos nossa campanha nacional às mesas de negociações seremos derrotados porque com a reforma trabalhista os banqueiros podem tudo”, disse.

Para Carvalhosa, a insegurança jurídica e política criada pelas novas regras trabalhistas não atinge apenas os trabalhadores, mas também os patrões.

“Precisamos refletir sobre a causa de a reforma trabalhista ainda não ter sido implementada de uma forma mais pesada nos bancos. Certamente não é porque os banqueiros são bonzinhos. Há insegurança jurídica em relação as reformas e também política. Os patrões não sabem no que vai dar esta eleição de 2018 por isso temos de fazer o debate político”, destacou.

Diálogo com a categoria
A presidenta reeleita do Sindicato do Rio, Adriana Nalesso, defendeu a ampliação do diálogo com a categoria.

“É fundamental nesta conjuntura ampliar o diálogo com a categoria para fazer o debate do processo político e desta conjuntura tão adversa. Muitos bancários ainda não tomaram conhecimento de que poderemos perder mais de 40% dos direitos e conquistas de nossa convenção coletiva, a partir do dia 31 de agosto, quando acaba o acordo de dois anos,”, ressaltou.

As mentiras da reforma
Para o presidente da Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro do Rio de Janeiro e Espírito Santo (Fetraf-RJ/ES), Nilton Damião, o Niltinho, o povo já percebeu que a reforma trabalhista é uma furada para os trabalhadores.

“Todos estamos vendo que caiu por terra as mentiras deste governo de que a reforma trabalhista iria gerar mais empregos”, disse. Dados divulgados pelo IBGE nesta semana revelam que4,6 milhões de brasileiros desistiram de procurar trabalho e 3 milhões estão sem emprego há mais de dois anos.

A Conferência Interestadual, que contou com a presença de 448 delegados e parlamentares, entre eles o deputado estadual do Rio de Janeiro, Gilberto Palmares (PT) e o vereador petista Reimont Luiz, elegeu chapa única com os delegados que vão para a 20ª Conferência Nacional dos Bancários, dias 9 e 10 de junho, em São Paulo.

Um consenso no encontro foi a defesa da restauração da democracia, com a liberdade e o direito do ex-presidente Lula ser candidato à presidência da República. A todo momento os participantes entoavam o lema “Lula livre! Fora Temer!”

Fonte: Seeb/Rio de Janeiro

Após muitos questionamentos, a Funcef publicou comunicado em que apresenta alguns argumentos para a mudança na metodologia de provisionamento de recursos para fazer frente ao enorme contencioso previdencial dos planos de benefícios. O passivo trabalhista que vem sendo gerado pela Caixa e que acaba sendo pago pelos participantes foi subitamente reduzido quase pela metade. Novos critérios de classificação do risco das ações ou manobra contábil?

Segundo o departamento jurídico do fundo de pensão, desde 2012 a metodologia de cálculo do provisionamento do contencioso não era revista, e por meio de estudos internos e da contração de uma consultoria especializada, foi possível “analisar a evolução jurisprudencial sobre a matéria”. A declaração gerou dúvidas sobre por que a Funcef esperou tanto tempo. Entre 2012 e 2016, o provisionamento do contencioso subiu 76,4 %, de R$ 1,3 bilhão para R$ 2,4 bilhões. Também não há informação sobre o quanto a Fundação gastou na contratação da consultoria.

Aumenta a base do iceberg
Até novembro de 2017, o valor provisionado para as chamadas ações de perda provável – aquela cuja execução já é esperada – já era superior a R$ 2,5 bilhões, o equivalente a quase 20% do déficit acumulado. Já as ações de perda possível – com probabilidade de perda estimada em 50% - somavam R$ 15,3 bilhões.

Os valores relativos às ações de perda possível não precisam ser contabilizados, por isso permanecem no anonimato das notas explicativas nos balanços. Esse volume obscuro, que chega a ser seis vezes maior que o valor contabilizado traz suscita a dúvida sobre o quanto o real impacto do contencioso pode estar subestimado.

“São muitos bilhões de reais que, aos poucos, vão subindo dessa camada não contabilizada para compor as o valor provisionado. As análises de risco não são infalíveis e muitas ações que podem ser classificadas como de perda possível podem sim ser executadas e gerar prejuízo aos planos”, alerta Fabiana Matheus, diretora de Saúde e Previdência da Fenae.

Nos resultados de 2017, divulgados no final de março deste ano, a Funcef informou a redução de 42% no provisionamento do contencioso, uma diminuição de R$ 1 bilhão, resultante, segundo a Fundação, da revisão de metodologia. Contudo, o valor registrado para perdas possíveis subiu 13% de novembro de 2017 para dezembro, chegando a R$ 17, 2 bilhões, o que evidencia o a movimentação contábil realizada.

“Ao menos R$ 1 bilhão que estava provisionado foi remanejado para perda possível e deixou de ser contabilizado como déficit. Temos receio de que com esse movimento, a diretoria da Funcef esteja jogando a sujeira para baixo do tapete e que isso acabe vindo à tona nos próximos anos”, diz Fabiana Matheus.

Fonte: Fenae

Em missa nesta quinta-feira (17), no Vaticano, o papa Francisco, durante a homilia, criticou a utilização do método da intriga para dividir o povo, na vida civil e na política. "Criam-se condições obscuras" para condenar a pessoa, explicou, e depois a unidade se desfaz. Um método com o qual perseguiram Jesus, Paulo, Estevão e todos os mártires, e muito usado ainda hoje.

Sem citar o Brasil, ou outros países com passado recente de mudanças de governo por meio de mecanismos de exceção, Francisco afirmou que primeiro "a mídia começa a falar mal das pessoas, dos dirigentes, e com a calúnia e a difamação essas pessoas ficam manchadas. Depois chega a Justiça, as condena e, no final, se faz um golpe de Estado".

Francisco lembrou a história do apóstolo Paulo, contra quem o povo grita sem nem mesmo saber o que está dizendo, com "os dirigentes" sugerindo o que gritar. "Esta instrumentalização do povo é também um desprezo pelo povo, porque o transforma em massa. É um elemento que se repete com frequência, desde os primeiros tempos até hoje. Pensemos nisso."

Ele comparou com as intrigas que semeiam a divisão também nas comunidades paroquiais, "quando dois ou três começam a criticar o outro. E começam a falar mal daquele outro…", e afirmou que "a fofoca é uma atitude assassina, porque mata, exclui as pessoas, destrói a reputação".

FONTE: Rede Brasil Atual

O desemprego, que segue em alta pelo país, atinge ainda mais a população negra, segundo os dados do IBGE. No primeiro trimestre, os pardos (classificação usada pelo instituto) eram 52,6% dos 13,7 milhões de desempregados no país e os pretos, 11,6%, somando 64,2% e mantendo tendência de alta – há seis meses, eram 63,7%.

Em igual período de 2012, eles correspondiam a 48,9% e 10,2%, respectivamente. Nessa mesma comparação, a participação dos brancos diminuiu de 40,2% para 35,2%.

Além disso, o total de desempregados quase dobrou nesse período. Passou de 7,6 milhões, no primeiro trimestre de 2012, para 13,7 milhões.

A taxa de desemprego dos brancos foi de 10,5%, abaixo da média nacional (13,1%). Já a de pretos e pardos ficou acima: 16% e 15,1%. Nos três casos, houve crescimento em relação a 2012.

Segundo o IBGE, que divulgou nesta quinta-feira (17) mais informações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, os pardos representavam 48,1% da população fora da força de trabalho. Os brancos eram 42,5% e os pretos, 8,4%.

As mulheres eram maioria (50,9%) dos desempregados. Isso aconteceu em quase todas as regiões – a exceção foi o Nordeste (47,3%). A taxa de desemprego foi bem maior entre a mão de obra feminina (15%) do que para os homens (11,6%). Elas também compõem a maior parte da população fora da força de trabalho (65,2%).

De acordo com o instituto, o rendimento médio do trabalho manteve-se estável, sendo estimado em R$ 2.169. O valor ficou próximo ao do último trimestre de 2017 (R$ 2.173) e foi igual ao do primeiro período do ano passado.

FONTE: Rede Brasil Atual

Os ex-funcionários do BCN realizarão, nesta segunda-feira (21), uma reunião, às 19h, na quadra do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região, para definir a forma de pagamento dos valores remanescentes aos trabalhadores.

Na última reunião, realizada na quarta-feira (16), na 4ª Vara Cível de Osasco, o juiz aceitou os cálculos, apresentados pelo sindicato com o número de credores ao banco para que o pagamento seja realizado o mais rápido possível, e homologou a conta.

 A reunião para definir a forma de pagamento será em São Paulo e os ex-funcionários de outros estados serão avisados da decisão da reunião.

Fonte: Contraf-CUT

A taxa de subutilização da força de trabalho, que inclui os desempregados, pessoas que gostariam e precisam trabalhar mais e aqueles que desistiram de procurar emprego, bateu recorde histórico no primeiro trimestre de 2018, chegando a 24,7% – é mais alta taxa da série iniciada em 2012.

Se comparado com o primeiro trimestre de 2014, antes do golpe de Estado que tirou do poder uma presidenta democraticamente eleita, a população subutilizada cresceu 73% - 11,7 milhões de pessoas.

Ao todo, são 27,7 milhões de pessoas com força de trabalho subutilizada. Desse total, 13,7 milhões estão desempregados, o que corresponde a 13,1%. Se comparado com 2014, o número de desempregados cresceu 94,2%, o que significa que há 6,6 milhões de pessoas a mais procurando emprego no País desde que o ilegítimo Michel Temer (MDB-SP) assumiu o governo.

Os dados de subutilização da força de trabalho, divulgados nesta quinta-feira (17) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que foi recorde também a taxa de desalento da força de trabalho. Aumentou em 194,9% o número de pessoas que desistiram de procurar emprego no primeiro trimestre de 2018 em comparação com o mesmo período de 2014.

O Brasil tem hoje 4,6 milhões de trabalhadores e trabalhadoras que sequer têm forças para procurar uma vaga no mercado de trabalho, depois de meses e meses de tentativas frustradas. A maioria (60,6%) vive na Região Nordeste, onde 2,8 milhões de trabalhadores estão desalentados.

Entre os que desistiram de procurar emprego, pretos e pardos são a maioria, representando 73,1%. Do total, 23,4% têm entre 18 e 24 anos e 38,4% ensino fundamental incompleto.

Para o presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, o governo golpista e ilegítimo de Temer é o que a gente sabia que seria: um desastre para a classe trabalhadora brasileira.

“Não há geração de emprego, milhões de brasileiros desistiram de entregar currículos e outros tantos milhões estão trabalhando por conta própria ou sendo explorados com contratos temporários”. 
O retrato do Brasil pós-golpe é miséria, desalento, desesperança.

Com o usurpador Temer, diz Vagner, o que temos são taxas recordes de desemprego e geração de trabalho precário e informal.

E as pesquisas confirmam a afirmação do presidente da CUT. No primeiro trimestre 2018, o Brasil atingiu o menor número de trabalhadores com carteira assinada desde 2012.

Norte e Nordeste mais penalizados

As Regiões Norte e Nordeste são as mais penalizadas com o desemprego e o subemprego. Com uma taxa de desemprego de 15,9%, o Nordeste é a Região que atingiu o pior índice.

Já o estado do Amapá registrou a maior taxa (21,5%). Na sequência vêm os estados da Bahia (17,9%) Pernambuco (17,7%), Alagoas (17,7%) e Maranhão (15,6%), todos no Nordeste.

Nas Regiões Norte e Nordeste o percentual de pessoas que trabalharam por conta própria, sem direitos, em condições precárias e sem renda fixa, também foi maior do que nas demais regiões. São 32,4% de pessoas no Norte e 29% no Nordeste.

São nessas regiões também que foram registrados os menores percentuais de empregos com carteira assinada - Norte (62,9%) e Nordeste (59,7%).

A Região Sul apresentou o maior índice (83,3%) de trabalhadores com registro em carteira, assim como também o menor número de desempregados (8,4%).

As menores taxas de desemprego foram registradas nas regiões Sul e Centro-Oeste - Santa Catarina (6,5%) Mato Grosso do Sul (8,4%), Rio Grande do Sul (8,5%) e Mato Grosso (9,3%).

Total população ocupada

A população ocupada, estimada em 90,6 milhões de pessoas, era composta, no primeiro trimestre de 20018, por 67,4% de empregados, 25,3% de pessoas que trabalharam por conta própria, 4,8% de empregadores e 2,5% de trabalhadores familiares auxiliares.

Fonte: CUT

Nesta quinta-feira (17), é comemorado o Dia Internacional de Luta contra a LGBTfobia, uma data para celebrar a diversidade contra todos os tipos de preconceito — missão urgente no Brasil, considerado um dos países que mais discrimina e mata pessoas LGBTs no mundo.

A data é referência simbólica da luta pelos direitos LGBT, uma vez que coincide com o dia em que a Organização Mundial da Saúde (OMS) deixou de considerar a homossexualidade como doença, como informa a presidenta da Rede Nacional de Pessoas Trans (Rede Trans Brasil) Tathiane Aquino de Araújo.

"A gente comemora o ganho do reconhecimento, mas isso ainda tem que ser apropriado por todos os aparelhos da sociedade para entenderem que a transexualidade, a travestilidade e a homossexualidade não são doenças, mas parte do comportamento humano; é preciso compreender que não é uma opção", diz.

Há pouco mais de dois meses, por exemplo, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que pessoas trans podem alterar seus nomes em cartório para que seus documentos coincidam com suas identidades. A decisão, no entanto, se deu apenas por conta de um recurso de uma pessoa trans do Rio Grande do Sul contra uma decisão de primeira instância que exigia que ela fizesse cirurgia antes de mudar o próprio nome. O caso tramitou no Judiciário por cinco anos.   

A cartunista e chargista trans Laerte Coutinho destaca que a luta da identidade de gênero é pelo reconhecimento da própria existência. "Descobrir a transgeneridade veio junto com um processo de entendimento e aceitação da minha homossexualidade. O que eu e muitas pessoas vivem é basicamente uma busca por liberdade de expressão de gênero", explica. 

Para o ator e roteirista Alberto Pereira Jr., a participação da população LGBT nos diversos campos da sociedade é uma forma de resistência, reconhecimento e inclusão, mas esse movimento ainda precisa se expandir.

"Ao mesmo tempo, em que a música pop no Brasil, por exemplo, tem grandes artistas transexuais, bissexuais, gays, enfim, artistas LGBTs, que conseguem extrapolar esse nicho e ter sucesso nacional, nós temos também uma onda repressora e conservadora nos aspectos políticos, sociais e econômicos", destaca. 

Tathiane ressalta a importância da população LGBT como agente de cobrança de seus direitos na luta por trabalho, políticas de saúde e contra a violência. "Do mesmo jeito que nós fazemos cobranças, também propomos e valorizamos ações na busca da construção de uma sociedade de todos, que traga essa população à interação. Não é normal que um tipo de população tenha direitos civis a menos, como é no nosso caso". 

Alberto dirigiu o documentário Eu Vos Declaro…, que conta a história de famílias homoafetivas e seus históricos de luta. O filme foi lançado em 2012, período em que a união estável LGBT foi reconhecida, seguida da decisão judicial sobre o casamento.

Ele cita o 16º artigo da Declaração Universal dos Direitos Humanos — da qual o Brasil é signatário — que define que todo ser humano tem direito a constituir família. "Ninguém quer ser mais do que o outro, todo mundo quer ter os mesmos direitos e os casais LGBTs não tinham isso na época e ainda precisam lutar bastante para ter seus direitos equiparados até hoje", pondera. 

"Ao mesmo tempo, a gente deve levar em conta que o Legislativo se nega, peremptoriamente, a fazer qualquer acordo ou acerto a reconhecer essa necessidade [de mudança]", acrescenta Laerte. 

Violência crescente

De acordo com o relatório da Associação Internacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgêneros e Intersexuais (ILGA), o Brasil ocupa o primeiro lugar nas Américas em quantidade de homicídios de pessoas LGBTs e também é o líder em assassinato de pessoas trans no mundo.

De acordo com dados do Grupo Gay da Bahia (GGB), a cada 19 horas, uma pessoa LGBT é morta no país. No ano passado, 445 pessoas foram assassinadas no Brasil por serem LBGTs.

Somente nos quatro primeiros meses deste ano, 153 pessoas LGBTs foram assassinadas no país. A população trans é a mais atingida por essa violência. Segundo a Rede Trans Brasil, a cada 26 horas, aproximadamente, uma pessoa trans é assassinada no país.

A expectativa de vida dessas pessoas é de 35 anos. "As mazelas sociais são a exclusão, a falta de trabalho, a prostituição e o exercício de profissional de sexo como a única alternativa de sobrevivência", considera Tathiane.

O caso mais recente é da artista, estudante, negra e não binária Matheusa Passareli, assassinada de forma bárbara depois de deixar uma festa no Morro do Dezoito, na zona norte do Rio de Janeiro. O crime está sob investigação e nenhum detalhe adicional foi divulgado oficialmente.

A impunidade é mais um dos ataques à cidadania e à dignidade humana, de acordo com a trans Maria Eduarda, integrante da Associação Sergipana de Transgêneros (ASTRA), de Aracaju. "A gente percebeu que os casos de mortes de LGBTs no Brasil, no nosso estado e município, não têm resposta. Nos relevam como pessoas que não têm família, não têm estudo; somos invisíveis para a sociedade". 

A presidenta da Rede Trans Brasil completa que o receio para denunciar os casos de violência também é um dos agravantes. "As pessoas não se sentem resguardadas de chegar ao aparelho de denúncia, a uma delegacia, por ter medo de serem mais discriminadas e vulnerabilizadas. As pessoas questionam o que você estava fazendo em uma rua naquele horário, por exemplo, ou seja, o aparelho da segurança pública ainda não está humanizado. São problemas específicos que o Estado brasileiro, se quer incidir e minimizar essa violência, tem que conhecer". 

Para Laerte, debater o tema da LGBTfobia é também tratar da legitimidade de nossa democracia. "Esse combate [a LGBTfobia] é reconhecido e praticado, mas ao mesmo tempo também é um país onde se mata muita trans, se hostiliza e se discrimina gays e lésbicas, onde se procura impor, a ferro e fogo, uma ordem conservadora em relação a sexo e gênero, haja vista a quantidade de tentativas e ações no sentido de impedir a discussão sobre o gênero nas escolas, um ataque truculento na área da educação". 

Alberto diz que a cobertura desses temas pela mídia é sazonal e que é necessário uma maior atenção para esse cenário. "Embora toda essa população sofra com o preconceito, o dia a dia de quem é negro, periférico e LGBT é muito mais difícil e vulnerável, é uma carga muito mais pesada". 

Política e democracia

Alberto enfatiza que as raízes da LGBTfobia estão atreladas à cultura patriarcal, que não dialoga com a democracia e deve ser combatida. "A democracia ainda é a melhor forma de política mais efetiva criada pelo homem. A democracia não é só quando existe a eleição, e sim um hábito diário, cotidiano, de respeito à diferença, de ouvir o que o outro tem a dizer e de exercer a própria autocrítica também". 

"Neste ano eleitoral no Brasil, precisamos ficar atentos ao que os partidos e os candidatos pregam, a quem eles se associam e que ideias e bandeiras eles levantam, porque um candidato conservador, homofóbico, racista, não pode e não deve ganhar espaço no século 21. Ainda precisamos estar sempre atentos e vigilantes, porque, a qualquer descuido, as conquistas podem ser tomadas da gente", finaliza Alberto. 

Para este dia, diversas atividades estão programadas pelo Brasil em simbologia à luta e o luto da população LGBT.

Edição: Diego Sartorato

Fonte: Brasil de Fato

Divulgado na última segunda-feira (14) pelo Banco Mundial, na sede da Fundação Getúlio Vargas (FGV), em São Paulo, o estudo Mulheres, Empresas e o Direito 2018: Igualdade de Gênero e Inclusão Econômica, referenda dado de pesquisa da Organização Internacional do Trabalho (OIT), de 2017, apontando que a melhoria nas condições econômicas das mulheres no mercado de trabalho do Brasil poderia aumentar o Produto Interno Bruto (PIB) do país em 3,3%. O estudo considera a desigualdade entre homens e mulheres no mundo do trabalho, levando-se em conta salários, gestão e participação nas empresas. 

A análise compara a situação das mulheres em 186 países, considerando desde a presença delas no mercado de trabalho, além de outros elementos da igualdade entre homens e mulheres, como a licença parental – que no Brasil pode chegar até a seis meses para a mulher, mas apenas cinco dias para o homem, enquanto em outros países essa licença pode chegar a dois anos, divididos entre os pais.

“São exemplos que mostram a desigualdade da presença de homens e mulheres no mercado de trabalho, mas essa desigualdade também está presente em vários outros direitos civis. Em muitos países, a desigualdade está também em vários aspectos da cidadania e da liberdade das mulheres”, analisa o diretor técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio, em entrevista à jornalista Marilu Cabañas, da Rádio Brasil Atual.

O diretor do Dieese enfatiza que, em alguns aspectos, o Brasil já conseguiu superar essa desigualdade dos direitos civis, mas em muitos outros países isto ainda limita o acesso à igualdade, a liberdade de expressão, de circulação e até o direito à propriedade.

O trabalho mostra que na maioria dos países não há qualquer tipo de cota para as mulheres participarem da direção das empresas. Uma das exceções é o Canadá, onde existe um critério que garante a participação delas em conselhos de empresas, o que resultou num aumento de 18% para 25%.  

“Esse estudo converge no sentido de que nós deveríamos avançar em legislação e negociações que criassem condições para que as mulheres tivessem igualdade, do ponto de vista das condições econômicas e acesso aos postos de trabalho, na gestão e direção das empresas”, afirma Clemente. 

 

FONTE: Rede Brasil Atual

Em cerimônia para enaltecer os "feitos" de seu governo em dois anos, Michel Temer anunciou que a "modernização" trabalhista era uma grande conquista e disse que os empregos estavam de volta. Só que citou apenas dados deste ano, que de fato são positivos. Mas, em sua gestão, houve perda de postos de trabalho com carteira assinada.

Em março deste ano, último dado disponível, o estoque do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, era de 38.072.395 trabalhadores formais. Em igual mês de 2016, o estoque chegava a 38.911.497 – diferença, para menos, de 829.102 empregos com carteira. 

O governo, na propaganda, fala no período maio de 2016 a maio de 2018. Se for considerado o estoque de maio, dois anos atrás, a comparação também é negativa: 38.789.289, menos 716.894 em relação a março último.

O estoque também diminuiu depois da "modernização", forma como o governo se refere à "reforma" da legislação trabalhista, aprovada a toque de caixa no Congresso Nacional. Em novembro, quando a Lei 13.467 entrou em vigor, eram 38.207.979 postos de trabalho formais. Até março, são menos 135.584 vagas. Como diz o slogan oficial, o Brasil voltou, mas para trás.

Temer disse ainda, em seu discurso, ter "estancado" o desemprego. A taxa nacional de desemprego no trimestre encerrado em maio de 2016 foi de 11,2%. O índice em março deste ano atingiu 13,1%. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do IBGE.

Em junho daquele ano, o número de desempregados era estimado em 11,586 milhões. Em março último, eram 13,689 milhões.

 

FONTE: Rede Brasil Atual

Pela primeira vez em quase dois anos, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central não reduziu a taxa básica de juros, a Selic, que foi mantida em 6,50% ao ano. Segundo comunicado divulgado pelo BC no final da tarde desta quarta-feira (16), "os últimos indicadores de atividade econômica mostram arrefecimento, num contexto de recuperação consistente, mas gradual, da economia brasileira". A decisão surpreendeu o chamado "mercado", que esperava novo corte, de pelo menos 0,25 ponto percentual.

A última vez em que a taxa de juros se manteve foi na reunião encerrada em 31 de agosto de 2016. Naquela ocasião, estava em 14,25%. Desde então, foram 12 reduções. No comunicado de hoje, o Copom diz que o cenário externo "tornou-se mais desafiador e apresentou volatilidade", com ajustes nos mercados internacionais. "Como resultado, houve redução do apetite ao risco em relação a economias emergentes."

Considerando esse cenário, o Comitê tomou a decisão por unanimidade. Além disso, afirma ver como adequada a manutenção dos juros no atual patamar. 

Para a Força Sindical, o BC "mais uma vez frustra os anseios dos trabalhadores". Em nota, a entidade fala que a política de "conta-gotas" de redução dos juros continua favorecendo "banqueiros e especuladores, que preferem aplicar no mercado financeiro em detrimento da produção", e o resultado dessa política é a estagnação econômica.

 

FONTE: Rede Brasil Atual