Maio 18, 2025
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Em um contexto econômico "incerto", com crescimento fraco e aumento do desemprego, as políticas de inclusão e o sistema de proteção social são fundamentais para erradicar a pobreza e reduzir a desigualdade, afirma a secretária-executiva da Comissão Econômica Para a América Latina e o Caribe, Alicia Bárcena. A entidade divulgou nesta terça-feira (15), em Santiago, o Panorama Social da América Latina, relatório anual sobre a região, mostrando tendência de alta da pobreza extrema, mas melhor participação do gasto social no total das despesas públicas dos países da região.

A estimativa é de que em 2017 havia 184 milhões de pessoas em situação de pobreza na América Latina e Caribe (30,2% da população), sendo 62 milhões na pobreza extrema, 10,2% (ante 9,9% no ano anterior), maior percentual em 10 anos. Segundo a Cepal, as projeções para 2018 indicam que esses números deverão variar para 182 milhões e 63 milhões, respectivamente.

O documento aponta ainda "elevados níveis de informalidade", com pelo menos um terço de trabalhadores por conta própria (dados de 2016). Dos ocupados, menos da metade (48,1%) contribuíam para algum sistema previdenciário. "Esse é um tema de futuro", observou Alicia.

Segundo ela, o gasto social "manteve sua importância" em relação ao gasto total, ainda que menos que nos países desenvolvidos e insuficiente para as necessidades da região. A participação das despesas sociais no Produto Interno Bruto (PIB) vem subindo e atingiu 11,2% no ano passado, sendo 12,8% na América do Sul e 15,1% no Brasil. "Há um esforço dos países de dedicar uma parte importante do gasto público (as áreas sociais)", diz a secretária-executiva.

Ainda de acordo com o relatório da Cepal, 42% dos trabalhadores recebiam menos que os salários mínimos de seus países. Esse percentual subia para 48,7% entre mulheres, 55,9% no caso dos jovens e, principalmente, 60,3% para as mulheres jovens.

O desafio, diz a Comissão, é implementar políticas com foco na igualdade e na defesa de direitos, considerando as mudanças na estrutura produtiva da região, a fim de garantir um desenvolvimento sustentável.

 

Fonte: Rede Brasil Atual

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, considerou que não havia urgência em uma ação que questiona a extinção do Ministério do Trabalho pelo atual governo.Assim, a decisão caberá ao relator de ação, Ricardo Lewandowski, apenas a partir de 1º de fevereiro, quando o Judiciário retorna de recesso. Toffoli já havia rejeitado um questionamento à mesma medida, por entender que a parte não tinha legitimidade. Uma terceira ação deu entrada hoje (14) na Corte.

Para o presidente do STF, a Ação Direita de Inconstitucionalidade (ADI) 6.057, ajuizada pelo PDT, não tinha urgência que justificasse sua atuação e poderia aguardar o próprio relator, na retomada dos trabalhos. Por meio da Medida Provisória (MP) 870, o governo Bolsonaro, entre outras ações, acabou com o Ministério do Trabalho e distribuiu suas atividades por outras áreas.

O partido alega que a organização ministerial, em um Estado democrático de direito, deve considerar o valor social do trabalho e da dignidade humana, um princípio constitucional. Nesse sentido, acabar com o Ministério do Trabalho estaria ferindo um item da própria Carta de 1988.

Na semana passada, Toffoli rejeitou a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 561, da Federação Nacional dos Advogados. Sem entrar no mérito, o ministro afirmou que a parte não tinha legitimidade para atuar. 

Agora, foi a vez de a Confederação Nacional das Profissões Liberais (CNPL) entrar com uma ADPF contra a medida do governo. A entidade afirma que o fim do ministério causa "danos irremediáveis" por atingir a estrutura de proteção do trabalho, distribuindo atividades que cabiam a uma pasta especializada. A transferência de atribuições para o Ministério da Econômica teria resultado em "grave conflito de interesses". 

Fonte: Rede Brasil Atual

"Se tivermos esse movimento de diminuição dos bancos públicos para que os privados ocupem mais largamente o mercado, as resultantes serão a concentração de riqueza e retirada do Estado das condições para impulsionar o desenvolvimento da sociedade. Isto nunca aconteceu antes no Brasil, e eu ousaria a dizer, em nenhum país do mundo", disse o governador maranhense, Flávio Dino (PCdoB), na noite desta segunda-feira (14), no primeiro evento de 2019 da série "Diálogos Capitais", em São Luís, promovido pela revista CartaCapital e Federação Nacional das Associações de Empregados da Caixa (Fenae). O tema foi "Bancos públicos sob ataque: desafios, riscos e perspectivas".

Segundo Dino, por trás do objetivo ideológico contra os bancos públicos, está o discurso, consolidado nos últimos anos, segundo o qual "o que é público é corrupto e ineficiente, e o que é privado, é limpinho e eficiente". Porém, essa análise não ultrapassa nenhum "teste empírico". "Qual foi o grande esquema de corrupção desvendado nas últimas décadas que não teve a participação do setor privado? Nenhum."

O problema é que os holofotes que procuram iluminar a corrupção focam apenas a política, os políticos, o público e o Estado. "E às vezes a esquerda, o pensamento progressista embarca nessa armadilha ideológica. Se isto fosse verdade, que o sistema público é corrupto e ineficiente por natureza, ninguém estaria se ocupando em destruí-lo, porque as próprias leis de mercado obteriam este resultado."

 

REPRODUÇÃOFlávio Dino

O que é público é corrupto e ineficiente, e o que é privado é limpinho e eficiente", ironiza governador

O governador do Maranhão ironizou os cidadãos que nos últimos anos foram às ruas vestidos de verde e amarelo contra o governo de Dilma Rousseff e a esquerda de modo geral. Ele dirigiu-se ao "cidadão brasileiro que acredita no Brasil, e que veste verde e amarelo por dentro e por fora, que não é só o retoricamente brasileiro que bate continência para os Estados Unidos" (referência ao conhecido gesto do presidente Jair Bolsonaro). Os bancos públicos são essenciais para uma nação soberana", acrescentou.

O presidente da Fenae, Jair Pedro Ferreira, destacou que os números são a prova de que o desmonte dos bancos públicos significariam a retirada de ferramentas importantes para fomentar o desenvolvimento.  De acordo com ele, hoje, nos 217 municípios do estado do Maranhão, a Caixa Econômica está presente em praticamente todos, com programas, como Bolsa Família, financiamentos, entre outros.

"A cadeia habitacional alavanca milhões de empregos com muita rapidez e ao mesmo tempo permite que as pessoas tenham condições de vida, de moradia e de financiamento melhores", disse. No Maranhão, 60% das agências bancárias são de bancos públicos, de acordo com Ferreira, citando Caixa, Banco do Brasil e Banco do Nordeste (BNB), contra  40% dos privados. "Não temos nenhum financiamento feito pelos bancos privados, que poderiam fazer, mas não fazem."

Ferreira também falou sobre a importância do BNDES como promotor do desenvolvimento. "Todos os países têm em seu portfólio bancos de desenvolvimento. É muito difícil um país como o Brasil prescindir de um banco como o BNDES." 

Elika Takimoto, professora do Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (CEFET/RJ), também destacou que os bancos públicos cumprem uma função social que não interessa aos bancos privados. Ela manifestou preocupação com o destino do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), com uma eventual privatização dos bancos públicos.

"É urgente que a população entenda que a privatização dos bancos públicos ataca o futuro da nossa população. O tiro da arminha (outro gesto conhecido de Bolsonaro) é atirar com tiro de fuzil no nosso futuro", afirmou Elika.

O presidente do Sindicato das Indústrias da Construção Civil do Maranhão (Sinduscon-MA), Fábio Ribeiro Nahuz, destacou que seu setor, especificamente no Maranhão, tem cerca de 78% a 80% dos financiamentos habitacionais ligados à Caixa. "A maior indústria do Maranhão é da construção. Temos um diálogo muito grande com os bancos públicos. Se tiver que enxugar, que enxugue para eficiência, e não para privatização", disse.

O economista Luiz Gonzaga Belluzzo, esperado no debate, não participou por motivos de saúde, de acordo com a organização do evento.

Fonte: Rede Brasil Atual

Todos os países industriais do mundo têm um banco próprio que financia um outro país para comprar equipamentos do seu. Essa é a função dos chamados Eximbanks, os bancos de exportação e importação. Nos Estados Unidos tem, no Japão, na China. E no Brasil é o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) que exerce, entre outros, esse papel.

O banco público, que atende desde operações para pequenos empreendedores a grandes investimentos nacionais, funciona também como um banco de exportação e importação. Quem explica é o engenheiro Elvio Gaspar, que foi diretor de crédito e de infraestrutura urbana do BNDES entre 2004 e 2012. “Por exemplo, os chineses querem vender trem para o metrô de São Paulo. Quem financia é o Eximbank da China. Foi assim no Rio de Janeiro. O governo do estado do Rio comprou os trens (chineses) com financiamento do governo chinês.”

No caso do BNDES, um exemplo é o financiamento ao governo chileno para comprar ônibus de uma marca brasileira. “Isso cria emprego no Brasil. O BNDES assina o contrato com o governo e paga a fabricante de ônibus aqui, que entrega o equipamento. O governo chileno fica devendo ao governo brasileiro, ao BNDES. A operação criou emprego no Brasil, o equipamento é todo brasileiro. E o empréstimo será pago. O Brasil tem um sistema chamado de Fundo Garantidor de Exportação que aprova esses empréstimos e garante a operação”, explica Elvio, que é mestre em planejamento urbano e regional.

Essa função de banco de exportação e importação não é uma invenção da era petista à frente do BNDES. “O que houve foi que nesse período foi ampliada e direcionada para outros países que não estavam no circuito do BNDES no passado”, explica Gaspar, lamentando a criminalização de uma coisa tão boa para o país e que pode ser diluída por conta de uma “ideologia perversa”.

“É tão meritório tudo isso que daqui a alguns anos será vergonhosa essa discussão que está se fazendo hoje. Todos os países industriais fazem isso. Financiar a compra de equipamento brasileiro pelo exterior é um papel valioso, importante, que gera exportação de engenharia com valor agregado alto. E isso já era feito pré-2003”, reforça, lembrando que o BNDES financiou boa parte da venda de aviões da Embraer para a America Airlines. “A presença de engenharia brasileira no exterior há muitos anos se deve ao financiamento do BNDES a essas empresas, inclusive aos Estados Unidos. Há vários contratos com eles. Esses arranjos de empréstimos são comuns em todos os países.”

O ex-diretor lembra ainda da polemizada construção de aeroportos e portos em países África, da América Latina. “Foi tudo feito com máquina e mão de obra brasileira financiadas pelo BNDES. O que é local não tem financiamento do BNDES. Financia-se o governo dos outros países para que contratem empresas brasileiras que vendem engenharia nacional, inteligência, que tem grande valor agregado. E o empresariado brasileiro, que sabe disso, não esposa dessa acusação tosca e ideológica contra essa função do BNDES. Não estamos apoiando nenhum país, mas quem queira comprar produtos brasileiros.”

Caixa-preta no BNDES

Se o papel do BNDES como Eximbank do Brasil não é invenção petista, a agenda de abertura de informação do banco de desenvolvimento para a sociedade foi, afirma Elvio Gaspar. “Antes dos governos Lula e Dilma, as informações sobre o banco deveriam ser buscadas em cartório. Agora, tudo está na internet, no site, organizado. Hoje eu acho que o BNDES é a instituição mais aberta e transparente nas suas operações.”

Desde a campanha eleitoral, o agora presidente Jair Bolsonaro associa ao nome do BNDES uma suposta "caixa-preta" que esconderia informações de transações prejudiciais à sociedade brasileira. Para Gaspar, por trás de toda essa retórica está a disputa de espaço econômico por parte dos bancos privados.

“A acusação de caixa-preta tem a ver mais com a existência do BNDES. Os bancos privados têm vontade enorme de participar de projetos muito grandes, mas têm limitações, não têm funding de longo prazo”, avalia o ex-diretor do banco.

Esse funding é a capacidade que o banco tem de captar dinheiro que possa devolver só mais tarde, para emprestar com prazo mais estendido. A Constituição Federal de 1988 determinou a destinação de parte dos recursos arrecadados pelo PIS/Pasep – que compõem o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) – para investimentos capazes de impulsionar o desenvolvimento econômico do Brasil, via BNDES.

“O BNDES tem essa fonte de renda de recursos de longo prazo que é o FAT e o dinheiro do Tesouro, com 40 anos para pagar. Assim, pode emprestar por cinco anos, 10 anos, 15 anos, 20 anos, porque tem certeza de que seu credor não vai exigir amanhã o dinheiro de volta, como é o caso das operações do sistema financeiro brasileiro. E nessa dinâmica, ele é essencial”, avalia Gaspar, lembrando uma estatística da época em que estava no banco. “Mostrava que acima de cinco anos, os empréstimos são 99% do BNDES, que é um emprestador de longo prazo para negócios, investimentos em capacidade produtiva, compra de máquinas.”

Todo o “problema” começou quando o BNDES se "agigantou", avalia o ex-diretor da empresa pública. Os bancos privados não conseguem acompanhar a taxa baixa e o longo prazo do BNDES, que “fica campeão” e atrai grandes tomadores, como a Vale, por exemplo.

“As instituições privadas começaram a se queixar de o BNDES estar tirando delas essas grandes empresas. Classificaram de subtração da capacidade de empréstimo de créditos bons. Isso fez com que interviessem politicamente para dizer que o BNDES é caixa-preta, que não sabiam o que acontecia”, diz. “Minha leitura sobre isso: a oposição se deve a uma lógica comercial de combater um concorrente que é muito mais poderoso e por conta disso está sendo desqualificado.”

Para Elvio, quando os presidentes do BNDES posteriores à era dos governos petistas de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff falam em atender somente micro e pequenas empresas, atender só inovação, estão falando exatamente o que os privados falam. “O BNDES tem de entrar onde eles não querem entrar, onde o risco é mais alto. Acham que nas grandes empresas só eles podem emprestar.”

Paulo Rabello de Castro, ex-presidente do BNDES na gestão de Michel Temer , também rebate a acusação de Bolsonaro. “Nós não vamos aceitar nada, a não ser um pedido de desculpas na ausência de caixa-preta. Por quê? Porque esse é um assunto muito grave. Lida com a competência das pessoas que estavam administrando, mesmo que não tenha sido nada alegado quanto ao meu período. Mas é alegado quanto à nossa capacidade de verificação, o que é suficientemente grave”, afirmou, em entrevista à Folha de S. Paulo.

O economista, filiado ao PSC – já presidiu o IBGE e foi vice de Álvaro Dias (Pode) na recente eleição presidencial –, relata que sua gestão “escarafunchou” o banco e não encontrou crimes. E que, com o portal de transparência do BNDES, encerra-se a “suposta dúvida” sobre “polêmicos contratos”.

Mesmo para o economista Mailson da Nóbrega, ministro da Fazenda no governo de José Sarney, consultor com ideias neoliberais e crítico da política de financiamentos do BNDES, não há no banco público corrupção e falta de transparência.

“A cruzada de Bolsonaro em torno da 'caixa-preta' do BNDES certamente agrada grande parte dos seus eleitores, mas tende a frustrá-los”, escreveu em artigo na revista Veja. “A 'caixa-preta', se houver, estará vazia.”

A reportagem da Rede Brasil Atual enviou ao novo presidente do BNDES, Joaquim Levy, perguntas sobre a suposta caixa-preta do banco público, mas não obteve resposta.

Sem o BNDES fica ruim para os pequenos

Somente empréstimos de grande valor são apresentados diretamente ao BNDES, que tem pouco mais de 2 mil funcionários e não teria capacidade de analisar as centenas de milhares de projetos que chegam ao banco de desenvolvimento.

Pequenas operações, como o Finame (crédito para compra de máquinas e equipamentos), devem ser feitas por intermédio do agente financeiro (outros bancos), que assume o risco e monta a operação, apresenta ao BNDES que analisa, aprova e empresta o recurso.

O banco privado não faz com o dinheiro dele porque não tem recurso para longo prazo. Como o dinheiro é do BNDES o prazo para pagamento é mais longo e o juro pode ser mais baixo. Os bancos que operam esses créditos cobram suas taxas para fazer essa intermediação, “mas não tanto quanto gostariam”, afirma Elvio Gaspar.

“Eles queriam é fazer com o dinheiro deles e cobrar 30% ao ano com no máximo dois anos de prazo para pagamento se for um bom cliente. Pelo Finame custa em média metade com mais prazo. Os bancos não gostam, mas fazem porque com o tempo podem operar com os recursos de longo prazo que não têm risco de ser pedido de volta. Prefeririam emprestar seus próprios recursos cobrando mais em curto prazo. Ou seja, o pequeno fica desguarnecido se não tiver o BNDES”, avalia do ex-diretor do banco público.

O engenheiro lembra que houve um momento de crescimento acelerado da economia brasileira em que só tinha BNDES. “Os bancos sumiram do investimento de longo prazo e o BNDES teve necessidade de ter dinheiro. Os recursos do FAT são uns R$ 30 bilhões por ano, e precisou sair de R$ 40 bilhões a R$ 50 bi ao ano de empréstimos para R$ 190 bi, em 2010, 2011. Um recorde. Quando fez isso avançou na ocupação de espaço do banco privado. O setor produtivo adorou, mas é liberal na sua dinâmica. Gostam para si, mas não querem para todos.”

Quando Elvio Gaspar entrou no BNDES o banco tinha R$ 170 bilhões em ativos. “Quando saí em 2012 tinha quase R$ 1 trilhão de ativos. De lá pra cá vem diminuindo. E o governo federal está exigindo de volta os R$ 500 bilhões que emprestou.”

Como ministro da Fazenda no governo Dilma Rousseff, Joaquim Levy iniciou a devolução desses empréstimos pelo BNDES à União. Cerca de R$ 309 bilhões já voltaram ao Tesouro e há um cronograma de devolução antecipada do restante.

“Esse governo vai acelerar a devolução do dinheiro ao Tesouro. Isso já está combinado. Eles enxergam um BNDES menor. Nos tempos de Luciano Coutinho (presidente do BNDES entre 2007 e 2017)era assim: se o mercado financeiro não entra, o BNDES tem de entrar. Agora vão focar no pequeno e médio, onde o mercado financeiro não quer entrar. E isso não é culpa só do mercado financeiro que não tem o longo prazo. Um país não se desenvolve só com crédito de curto prazo e os bancos não têm condição de emprestar de longo prazo. Ou seja, o BNDES é fundamental.”

Fonte: Rede Brasil Atual

“A gente continua tendo as mesmas preocupações: se o banco vai expandir, se vai melhorar. O ano passado foi o ano do atendimento. Vai continuar tentando melhoria ou vai voltar a sucatear as agências?” Assim o bancário Wagner Nascimento, funcionário do Banco do Brasil e diretor da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), define o sentimento entre os empregados após a posse da nova diretoria do BB nomeada pelo governo de Jair Bolsonaro. “Ano passado foi um dos que mais investiu no agronegócio, vai continuar a trabalhar a agricultura familiar? Isso é tudo uma incógnita.”

Essas perguntas estão entre as que foram enviadas pela reportagem da RBA ao novo presidente da instituição pública, Rubem Novaes, que se recusou a “comentar”.

Wagner Nascimento, que também é coordenador da comissão de funcionários responsável pelas negociações com a empresa pública, ressalta que essa política de investimento no agronegócio é muito importante para a sociedade e também para o banco. “A imagem do BB está muito atrelada ao financiamento da agricultura. É um negócio do banco.”

E rentável, afirma ele. “Até o final dos anos 1980, início dos 90, se via muito escândalo de dívidas perdoadas dos bancos, que os grandes agricultores nunca pagavam. Não tem mais isso. O BB não faz favor pra ninguém”, afirma. Líder absoluto em crédito ao setor, o Banco do Brasil tem 61,2% de participação nesse mercado.

“Até o MPO (Microcrédito Produtivo Orientado), do catador de rua, é um negócio. Claro que tem taxas subsidiadas, mas o banco não toma prejuízo com aquilo”, diz o dirigente da confederação dos bancários, reforçando a importância do banco público e para rebater aqueles que tentam desconstruir essa função social para queimar a imagem da instituição.

“Tentam tachar os bancos públicos como ineficientes, que poderia estar lucrando com outras coisas. Mas o banco não toma prejuízo com essas coisas. Claro que tem lucro a menos ou lucro a mais”, compara. “O banco privado não vai construir cisterna no Nordeste porque não quer, porque não tem nenhum interesse de fazer isso. O BB faz, financia. Mas dizer que o banco toma prejuízo com programas sociais é uma falácia.”

 

Contraf-CUT contraf
Wagner: o discurso do novo presidente não está claro. Ele não conhece, não é do BB

 

Wagner lembra que a última grande reestruturação já fechou cerca de 500 agências e transformou 400 em posto. “Na prática fechou quase mil agências de dois anos para cá. Começa a sucatear o atendimento e a sociedade se pergunta, para que serve o Banco do Brasil?”

Nova direção do banco

O discurso da posse de Rubem Novaes, na segunda-feira (7), não foi considerado ruim mesmo por bancários com uma consciência mais crítica, avalia Wagner. “Acho que o discurso do presidente do banco, como todos, tem um antes, outro na posse, outro depois. Ele disse que vai avaliar o fechamento de agências deficitárias, mas que se tiverem chances de serem recuperadas, serão. Disse que tem de avaliar se não é a única agência do lugar, que o banco não vai sair e deixar uma cidade sem banco. E que não vão vender a joia da coroa. Ele meio que deu um 'assopra', talvez querendo agradar ao público interno”, observa o bancário. “O presidente fala que não vai vender a menina dos olhos, ao mesmo tempo que ele vem com a missão de vender, fazer ativos. O discurso dele não está claro. Mas o Banco do Brasil é muito amarrado e ele não conhece, ele não é do BB.”

Novaes faz parte da “turma de Chicago”, mesma escola de origem do economista Paulo Guedes, que já declarou ser favorável à privatização de “todas” as estatais. “Paulo Guedes sempre foi investidor em ativos do mercado. Parece que está no governo para o mercado ganhar dinheiro”, diz, mencionando a proposta de dar à Previdência pública brasileira o caráter de capitalização. “Se olhar o programa do Bolsonaro, encaixa perfeitamente nos ativos das empresas de Guedes. Educação à distância é um exemplo. Ele está lá para ganhar dinheiro e uma hora vai ter de se descobrir isso.”

Para Wagner, talvez os presidentes dos bancos tenham alguma ponderação, mais parcimônia com o projeto do que o ministro Guedes. “Ele quer tudo para agora, pra ontem, vende tudo. Nem 100 estatais o governo tem pra vender, algumas dezenas são empresas de papel, não têm nem funcionário”, avalia. “Como o governo está meio biruta de aeroporto, vai para um lado e para outro. O discurso era vamos vender tudo. Depois vai a público dizer que BB e Caixa não vão vender, que é um absurdo. Tem de ver o que vai fazer.”

O filho do Mourão

Sobre a indignação dos bancários do BB com a nomeação de Antônio Mourão – filho do vice-presidente da República, Hamilton Mourão –, como assessor especial da presidência do banco, Wagner conta que o problema não é ter triplicado o salário. “A indignação começa por onde ele trabalhou, nas diretorias onde passou. Quando a pessoa é muito boa de serviço e mostra serviço onde passou, tudo bem. No banco é assim: ele é o filho do Mourão, mas é bom? Então tudo bem. Mas não é esse o sentimento, o cara era mediano, não era um bambambã. Ele nunca foi um líder de equipe.”

Os bancários do BB, conta Wagner, sabem que havia gente mais qualificada para o cargo. “Se era para nomear um especialista, tinha gente muito melhor do que ele, muito mais especialista (em agronegócio, que é a área para a qual foi designado). “Falar que ele é incompetente, claro, não dá pra falar, mas dizer que foi chamado para o cargo porque é um especialista em agronegócio no banco é um exagero.”

O novo presidente já nomeou oito vice-presidentes para o banco. “Só dois permaneceram da direção anterior, os demais foram trocados”, conta o dirigente da Contraf-CUT. Nessas nomeações também ocorreram problemas de ”saltos ornamentais”, a exemplo do superintendente estadual da Bahia, que sem passar por uma diretoria chegou a uma vice-presidência. “Uma coisa é um cara de fora. Mas quando é da carreira, esses saltos ornamentais o pessoal fica de olho e o clima fica ruim. Na prática ele pulou de superintendente estadual para vice-presidente. Isso aí causou muita estranheza.”

 

Fonte: Rede Brasil Atual

No último dia 9, o deputado federal Luiz Fernando Faria (PP-MG) emitiu parecer favorável à admissibilidade, por parte da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados, da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 300/2016. De autoria do deputado Mauro Lopes (MDB-MG), o texto altera o artigo 7º, retirando mais direitos dos trabalhadores, além daqueles já modificados/extintos pela "reforma" trabalhista.

Entre as alterações propostas estão a ampliação da jornada diária de trabalho para dez horas, respeitando-se o limite já estabelecido de 44 horas semanais, sendo "facultada a compensação de horários e a alteração da jornada, mediante convenção ou acordo coletivo de trabalho".

A proposta também prevê o reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho prevalecendo sobre as disposições previstas em lei. Ou seja, consolida-se constitucionalmente o que já foi disposto na "reforma" trabalhista aprovada em novembro de 2017, com o negociado se sobrepondo ao legislado.

A PEC 300 também pretende dificultar ainda mais o acesso do empregado à Justiça do Trabalho. De acordo com o texto, o prazo prescricional para se ingressar com uma ação, que hoje é de dois anos para os trabalhadores urbanos e rurais após a extinção do contrato de trabalho, passaria para apenas três meses.

O trabalhador também seria obrigado a, antes de impetrar uma ação, ter obrigatoriamente que passar por uma comissão de conciliação prévia. Em agosto do ano passado, o Supremo Tribunal Federal já havia decidido que demandas trabalhistas podem ser submetidas à apreciação o Poder Judiciário sem análise de comissão de conciliação prévia. A discussão era relativa à interpretação do artigo 625-D da CLT.

A tramitação da PEC 300 havia sido paralisada por conta da intervenção federal que vigorava no Rio de Janeiro, o que impedia a análise de propostas que modificassem a Constituição. Ainda não há data para apreciação do parecer na Comissão de Constituição e Justiça.

Fonte: CUT SP

A proposta de reforma da Previdência está prevista para ser entregue ao Congresso Nacional em fevereiro e, além de alterar as regras de idade mínima para a aposentadoria, também deve incluir a substituição do regime atual por um modelo de capitalização, que tem como referência o sistema utilizado no Chile, na qual cada trabalhador fará a sua própria poupança, de forma individual.

De acordo com Andras Uthoff, Economista e Ex-Conselheiro Regional da Organização Internacional do Trabalho, que participou da Comissão sobre Reforma do Sistema de Pensões e da Comissão sobre Reforma do Sistema de Seguro de Saúde do Chile, o sistema previdenciário deve proteger o trabalhador de três riscos fundamentais: o demográfico, risco financeiro e o desemprego, o que não acontecerá caso a reforma da Previdência seja aprovada. “Todos estes riscos, no sistema capitalista, quem assume é o trabalhador, não é o sistema. Se você não tem emprego, não pode guardar dinheiro, e por causa disso, no sistema de contribuição individual, você não teria uma aposentadoria”, explicou.

Uma das justificativas da reforma da Previdência é o aumento da expectativa de vida dos trabalhadores, e, por isso, a proposta altera a idade mínima de aposentadoria. “Se a expectativa de vida aumentar até você chegar, na época da aposentadoria, quem assume isso é você e cai a sua renda vitalícia. Ou seja, todos os riscos de um sistema são assumidos, no sistema capitalista, de modo individual pelo trabalhador. O sistema não o protege. ”, completou Andras Uthoff.

 Link: https://www.youtube.com/watch?v=vFy3bqF30hM

Fonte: Contraf-CUT

A Caixa Econômica Federal completa 158 anos neste sábado, 12 de janeiro. Tradicionalmente, nesta data, destaca-se a história de um banco que nasceu para estar ao lado dos brasileiros, sobretudo dos mais carentes. Entre tantos feitos, recebeu poupança de escravos, protegeu a economia das crises, centralizou as contas do FGTS e, mais recentemente, se tornou parceira estratégica do Estado na execução de políticas públicas que melhoraram a vida no Brasil.

Esse legado jamais será ignorado. O momento, no entanto, requer uma reflexão mais aprofundada sobre presente e futuro, seguida de uma convocação. Empregados e sociedade, juntos, precisam estar atentos ao que se pretende em relação à Caixa nos dias de hoje, pois é isso que vai determinar a Caixa que teremos no futuro. Queremos que ela esteja sintonizada com a população, algo que está em seu DNA desde 1861? Ou voltada aos interesses de alguns?

Infelizmente, as perspectivas são preocupantes. O governo de Jair Bolsonaro, cuja batuta da economia está nas mãos do ministro Paulo Guedes, reafirma todos os dias o que quer para o maior banco público não só do Brasil, mas da América Latina. Os planos são para diminuir a atuação da Caixa, vendendo participações nas áreas de seguros, cartões, assets e loterias. Fatiar a empresa nada mais é do que privatizá-la em pedaços.

A fim de obter o apoio necessário a essa onda de entreguismo, que vai afetar outras empresas públicas, a atual gestão federal busca manchar a história da Caixa e a reputação dos milhares de empregados perante a opinião pública. Para isso aposta em declarações e denúncias vazias, além de tentar colar na instituição o selo da ineficiência. Trata-se de uma estratégia covarde e nem um pouco alinhada com a maioria dos brasileiros, que, aliás, é contra as privatizações.

A Caixa 100% pública e social é a que interessa ao Brasil. Deve permanecer forte e lucrativa, atuando nos mais diversos setores da economia, para que continue sendo o banco da casa própria, do FGTS, da poupança, das loterias, do saneamento básico, da cultura e do esporte, entre outros. Qualquer retrocesso nesse perfil vai beneficiar somente o setor privado, que visa o rentismo, sem qualquer preocupação com o social e a vida dos mais pobres.

Fundamental também é que os milhares de bancários e bancárias da Caixa sejam respeitados. São eles, no dia a dia, que constroem o banco, e justamente por isso não podem ser tratados como números, como “despesa de pessoal”. Valorização deveria ser a palavra de ordem, o que significa contratar mais empregados, reduzir a sobrecarga nas unidades, combater o assédio moral e se importar com o adoecimento crescente da categoria.

Neste momento em que a Caixa chega aos 158 anos enfrentando sérias ameaças, não há outro caminho a não ser o da resistência. O movimento nacional dos empregados do banco, com o apoio da sociedade, barrou inúmeros ataques à instituição ao longo da história. Mais uma vez, é hora de conscientizar e lutar. Só assim será possível que a Caixa permaneça a serviço de quem realmente importa: o povo brasileiro.

Parabéns, Caixa!
Parabéns, empregados!
Vamos à luta!
Não tem sentido diminuir e privatizar a Caixa!

 

Diretoria da Fenae
Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal

Fonte: Fenae

O novo presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, nem bem assumiu o cargo e já causa preocupações para as funcionárias do banco. Isso porque seu histórico de postagens no Facebook é carregado de misoginia, machismo e preconceito contra mulheres.

Entre as postagens estão ofensas de cunho sexual, comentários jocosos sobre a aparência e a capacidade das mulheres, além do compartilhamento de notícias falsas e teorias conspiratórias descabidas.

Para a dirigente da Contraf-CUT e funcionária do BB, Fernanda Lopes, um presidente que não tem conhecimento sobre a cultura interna da entidade e que tem posicionamentos notadamente machistas não traz segurança para as mulheres que trabalham no banco.

“O BB vem há algum tempo promovendo politicas de equidade de gênero, inclusive em processos seletivos, apesar desta equidade ainda não ter alcançado os cargos mais altos. Por cobrança da Contraf e dos sindicatos, o tema sempre está na pauta em mesas de negociação e tem conquistado avanços”, explica a dirigente.

Fernanda lembra que metade do corpo funcional do Banco do Brasil é composto por mulheres, e que muitas delas tem expressado preocupação por ter um presidente com o histórico de Rubem a frente do banco.

Fonte: Seeb SP

O Sindicato dos Bancários da Baixada Fluminense fechou mais um convênio na área de educação para suas associadas e associados.
 
Oferecendo ensino de qualidade comprovada como o melhor ensino à distância (EAD) do Brasil, através das avaliações do Ministério da Educação (MEC), a UniCesumar disponibiliza seus cursos estruturados através de um planejamento acadêmico que se ajusta à disposição de tempo dos alunos, os quais podem contar com a vantagem de gerenciar seus próprios horários, bem como ter sempre acesso a revisões das aulas por meio do ambiente virtual. Os alunos da EAD UniCesumar recebem material didático completo (sem custos), livros físicos e conteúdo on-line, elaborado por professores e profissionais especialistas da área.
 
O vestibular na UniCesumar não precisa ser agendado e não tem custos.
 
Para maiores detalhes, entre em contato pelo site https://www.unicesumar.edu.br ou pelos telefones (21) 3540-6689/ (21) 98018-7097 WhatsApp / (21) 99047-6590 (De 2ª a 6ª das 8h às 22h e aos Sábados das 9h às 17h), informando que é sindicalizada(o) no Sindicato.